Criminal Love escrita por Anna Lopes


Capítulo 21
Borboletas




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"Estou novamente naquela campina onde encontrei a minha mãe. - Será que irei vê-la novamente? – pensei comigo. Avisto uma menininha de cabelos castanhos, com leves cachinhos caindo em seus ombros. Ela era linda. Com um sorriso e olhos ingênuos. – Na verdade sua feição me recordava muito a alguém, mas não sei dizer ao certo quem ela lembrava – Ela parecia tão feliz por estar ali colhendo algumas simples flores. Quem era ela?

— Hei! Menininha! – digo. Ao me olhar a garotinha me presentou com o sorriso mais lindo que vi. – Você está perdida? – ela correu até a mim, sem dizer uma frase, apenas esboçando o sorriso encantador. – Como você se chama, princesa? – agachei para conversar com ela.

— Grace! – diz ela angelicalmente.

— Que lindo nome! Meu nome Érica. – A garotinha me olhava com ternura – Você está sozinha? – ela negou com a cabeça – Então está com alguém? – ela diz sim com a cabeça – Então diz uma coisa pra mim, onde está a sua mamãe? – Então ela pulou pra perto de mim e me agarrou no pescoço, me dando um abraço. Ela me dá um beijo no rosto e volta a correr pela campina ­– Grace! Volta aqui! Você não respondeu a minha pergunta..."

— Érica! - Ouço a voz de Catherine abafada me chamando – Está tudo bem?

— Oi – ainda estou zonza – O que... Aconteceu? Porque a minha cabeça doí tanto? – pergunto.

— Você desmaiou de repente, parecia muito assustada quando a encontrei. – pergunta ela. Eu não queria que ninguém soubesse sobre o que McKean havia me feito ou estava tentando fazer comigo. Minha vida corria risco se eu contasse.

— Acho que o susto foi muito grande ao te ver! – Minto sobre o ocorrido.

— Ah claro, eu sou algum tipo de fantasma pra você se assustar assim, né! – diz ela. Rimos. Olho ao redor e aquele lugar parece familiar... Claro! Estou na enfermaria do laboratório. Ajeito-me na poltrona macia em que estou sentada, olho para o meu braço e vejo o aparelho de pressão. – Você vai me dizer o que aconteceu? – pergunta ela.

— Nada! Acho que foi a fome mesmo, estou há um tempo sem colocar comida na boca! – digo. Não queria que ela soubesse sobre McKean, na verdade não quero que ninguém saiba por engano. Já estou com problemas demais com a corregedoria.

— Érica! - diz a enfermeira enquanto tirava o aparelho de pressão do meu braço - Você teve apenas um mal estar. Sua pressão está regular agora. Nunca deixe de comer algo, ok? Fiquei sabendo que vocês estão há bastante tempo aqui... Bom você já está liberada. Catherine fique de olho para que ela possa comer!

— Com certeza Mary, obrigada pela ajuda! – diz Catherine ao me ajudar a me levantar. Despedimo-nos e fomos em direção a nossa cozinha improvisada. Nick é o primeiro a se levantar da mesa, ele vem apressado em frente a mim.

— Érica, onde você estava? Já estava expedindo um mandado de procura para você? Porque demorou tanto?- ele pergunta, seus olhos transpiravam preocupação.

— Eu acabei passando mal quando cheguei aqui e a Catherine me achou e me levou até a enfermaria.

— Enfermaria? Como assim? Você está bem? – ele pergunta.

— Sim, só foi um susto! Não foi nada! Pode sentar querido... – digo a ele.

— Tem certeza? Se quiser eu te levo para casa? – diz Nick.

— Sinto muito Nick, ninguém pode sair daqui enquanto não terminamos esse caso e a corregedoria nos liberar. – Diz Catherine, antes mesmo que eu aceitasse o fato de eu conseguir ir pra casa.

De verdade mesmo, eu queria ir pra minha casa, estamos aqui quase há dois dias. A morte da senhora Chase e o sumiço do carro com as provas estavam se estendendo mais do que deveria. Gostaria de estar dormindo na minha cama, não passando a noite na cadeira ou no sofá que tentamos revezar durante os intervalos de 15 minutos que temos.

Mas fora isso, algo ainda me intrigava, quem era aquela garotinha com quem sonhei? E porque desmaiei de forma tão repentina assim. Sei que meus hormônios de adrenalina estavam a mil por achar que tinha alguém me seguindo, mas algo estava errado...

— Gente, preciso mostrar uma coisa pra vocês! – diz Archie, ao chegar correndo a porta da "cozinha", o acompanhamos até a sala de projeção. - Eu verifiquei todo o vídeo de casamento. De todos os vídeos, esse cara me chamou atenção. – Ele mostra a imagem de um homem que estava assistindo o casamento pela janela.

— Um penetra? – digo.

— Quem tirou o perímetro da cena? – pergunta Catherine

— Eu – diz Nick, ele se aproxima do monitor do computador - Pera ai, encontrei esse cara dormindo atrás de uma moita perto da casa. Ele é o pai do noivo.

— Ual! E eu achei que o meu casamento tinha sido ruim! – Diz Catherine revirando os olhos. – Pede para o Jim conseguir uma ordem de intimação e um mandado para o DNA, precisamos conversar com esse cara. Isso fica com você Érica.

Voltamos para terminar a refeição e retomar as atividades. No fim da tarde o Senhor Chase compareceu ao laboratório, era hora então de entrar em ação novamente...

— Boa tarde senhor Patrick Chase, sou Érica Montez, como vai?

— Já estive nos meus melhores dias... – diz ele.

— Entendo, antes que comecemos todo o interrogatório, vou pedir uma amostra do seu DNA e um pouco do seu sangue para a análise, temos um mandado – mostro a ele – Por favor, se o senhor puder colaborar? – digo, ele apenas faz um sinal de ombros.

— Esse é problema de ser uma pessoa com problemas, se não está presente nos momentos difíceis, não te querem nos momentos bons. – diz ele enquanto tiram seu sangue.

— Não fique na defensiva, vamos ser francos. Pelo o que eu fiquei sabendo o senhor não foi convidado, você e sua ex-mulher tiveram bastantes problemas conjugais. Conte-me um pouco dos seus problemas com drogas! – digo.

— Quem te falou isso? – Pergunta Patrick – Aquela Vadia!

— Ninguém me contou, seus relatórios médicos nos disse essa informação. Então me diga quando começou seus problemas?

— Você não deveria acreditar em tudo que dizem. – tenta Patrick amenizar. – Há 15 anos, Dallian resolveu que queria voltar a trabalhar, fui um bom marido e a encorajei. No entanto ela se animou demais. Eu achei que comecei a atrapalhá-la e ela se tornou em uma pessoa detestável. Fiquei deprimido, comecei a tomar vários remédios fortes. Ela começou a se sentir humilhada, disse que tudo aquilo não estava indo bem, disse a ela que ela tinha que me tratar melhor, pois eu era seu marido, então ela disse: Não é mais. A cretina pediu o divórcio. Disse que as drogas havia me mudado, não fazíamos sexo já tinha 8 meses, antes mesmo do divórcio. Faz tanto tempo que eu não bebia, eu estava tão nervoso, bebi pra ver se eu ficava mais tranquilo, mas foi totalmente ao contrário. Fui pra ver a cerimonia, mas ela me tirou de lá. Por isso fiquei escondido na moita, pra que eu pudesse ver meu filho se casando. Foi ai que um dos seus rapazes me encontrou.

— Então não a matou?

— Não. – Diz Patrick forte e convincente. – Mas é melhor se certificar se ela está morta. Ninguém é capaz de matar o demônio.

— Muito bem, o senhor está liberado. Por favor não saia da cidade, podemos entrar em contato novamente! – digo. Meu interrogatório não teve o resultado surtido, muito menos a analise de seu sangue, por passar dois dias do assassinato, os níveis de álcool já tinham abaixado. De acordo com seus últimos históricos médicos, foi internado 2 vezes com coma alcoólico. No vídeo que vimos, ele mal conseguia manter-se em pé para espiar o casamento pela janela. Quem dirá matar, arrastar e amarrar uma pessoa no para-choque de um carro. – enquanto eu estava juntando os papeis que estavam comigo na mesa, sinto um calafrio em minha espinha, em seguida de "borboletas" em meu estômago. Só que essas borboletas estavam agitadas demais e se tornando uma grande azia, que me fez correr rapidamente ao banheiro.


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