Criminal Love escrita por Anna Lopes


Capítulo 20
Ele me ameaçou novamente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789607/chapter/20

Eu ardia em desejo por ele. Ele sem pensar duas vezes me joga contra a parede e começamos a nos beijar fervorosamente.  A qualquer momento alguém poderia chamar aquele maldito elevador e nos ver ali. Mas por sorte isso não aconteceu. Ela só abriu quando chegamos ao nosso andar. Tento me arrumar de alguma forma, com que ninguém perceba que estou desarrumada.

— Não precisa se arrumar, aqui não tem câmera. É o terraço. – Diz ele. – Só se o céu tem serviço câmeras ao vivo 24 horas. – Nick ironiza, e rimos. Tento abrir o meu carro o mais rápido que consigo, mas tudo em vão. O alarme mais apitava mais do que buzina emperrada. – Você não consegue estacionar e nem abrir o próprio carro?

— Sério mesmo! Isso é hora de piadinhas? – digo sem conter o riso de vergonha. Finalmente consigo abrir o carro e digo pra ele entrar, antes que de entrar também me certifico que não há ninguém nos olhando ou ao redor. Entro e fecho a porta. Me entrego totalmente a ele.

— Você é louca! – diz ele beijando meu pescoço. Puta merda, ele era bom nessas coisas. – E eu adoro isso em você! – diz ele antes de me beijar intensamente.

— Eu sei, eu também! – rio. – Precisamos ser rápidos, podem sentir nossa falta. – digo a ele. Ele toca meu sexo e me entrego ao delírio.

— Do jeito que estamos, vai ser rápido, nem vão notar nosso sumiço. - diz ele. Sem dar tempo de respirar, subo em seu colo, afasto a minha calcinha de lado, enquanto ele abria o zíper da sua calça e liberava o meu "brinquedinho favorito".  Aquela foi, em longe, a maior loucura que eu já tinha feito em toda minha vida. A loucura mais prazerosa, que eu com certeza deveria fazer mais vezes. Por ser a segunda vez que transávamos, ele sabia muito bem como me agradar. Ele sabia muito bem como me estimular. Parecia que tinha lido uma bula de como me usar. A nossa respiração acelerava de acordo com o ritmo que aumentava. Eu o queria mais e mais, era como se ele fosse uma droga, que não poderia ser controlada. Em meio aos gritos abafados pelos beijos intensos, chegamos ao nosso ápice. – Eu te amo! – diz ele ao pegar meu rosto e olhar profundamente em meus olhos.

— Eu também te amo! – Digo descansando a cabeça em seu ombro e depositando um beijo no seu pescoço. Saio de cima dele e tento colocar a minha calça que mal subia por conta do suor pós-sexo.

— Você é a melhor namorada que já tive! Caramba! - ele me rouba um beijo. Rimos. – Érica Montez!

— Não sabia que existia uma pessoa assim dentro de mim! – digo envergonhada. Ele me olha com malicia.

— Eu espero ter mais dessa Érica mais vezes! – diz ele ao passar a mão em meu pescoço e me dar mais um beijo provocante. – É melhor sairmos daqui, antes que eu tire o resto da sua roupa que não consegui tirar! – diz ele.

Ao sair do carro pude sentir a brisa do ar batendo em meu rosto, aliviando o calor e secando um pouco do suor que ainda escorria em minha pele.

— Eu acho que estou merecendo um banho! Tem algum chuveiro no laboratório? – pergunto ao entrarmos no elevador.

— Não, queimou tem meses e eles nunca trocaram! – diz Nick.

— Droga! Vou ficar suada o dia inteiro agora! – Reclamo.

— Já ouviu falar em pia! Lá sai água também! – sugere ele.

— Credo! – rimos – Vocês homens tem umas ideias! – Digo.

— Só nós homens? Olha quem fala! A mulher que me seduziu no meio do expediente para brincar! – diz ele e rimos – Vocês têm mais poderes sobre a gente do que vocês imaginam. – diz ele.

— Eu te amo meu texano! – digo tocando em seu rosto. Ele me puxa para um beijo rápido e logo nos separamos quando a porta se abre no andar. – Te vejo em cinco minutos! - cochicho em seu ouvido ao sair do elevador. Olho pra trás e ele está sorrindo. Pelo menos consegui o fazer sorrir em meio esse caos eminente.

Antes de ir ao banheiro, vou ao meu armário, pego minha bolsinha com meus itens críticos e vou ao banheiro. Tento fazer o meu melhor pra recuperar o meu visual antes do sexo maravilhoso. – caramba não acredito que transei no meu carro, se o meu pai vesse aquela cena, ele ia acabar comigo – lavo o rosto com sabonete, passo uma maquiagem. O cabelo não tinha muito que fazer, ele já tinha absorvido o suor da minha testa e pescoço. Fiz um rabo de cavalo com alguns fios caindo ao lado do meu rosto – tenho que lavar meu cabelo quando chegar em casa. - Eu odeio fazer isso, mas nesse momento é necessário que eu reaplique o desodorante – prefiro tomar banho antes de fazer isso, mas...- verifico se a minha roupa não está muito amassada e volto a sala de reuniões.

— Filha! – grita meu pai correndo no correndo.

— Oi pai! Não vi o senhor o dia todo... – ele me abraça forte ao chegar até a mim.

— Só não te levo pra almoçar porque estão no meu pé aqui. Precisamos terminar de interrogar vocês. – ele olha meu desânimo – Estou fazendo o meu melhor querida, como sempre.

— Eu sei pai! Te vejo no jantar? Talvez? – pergunto.

— Nem que o nosso jantar seja aqui! – rimos. De repente um senhor careca, de baixa estatura nos interrompe.

— Sargento, precisam do senhor na sala de reuniões. – diz ele.

— Obrigado José, já vou. – o tal do José saí – Te amo filha. Até o jantar. – ele beija a minha testa e sai em direção ao fim do corredor.

Quando volto a Sara já está explicando o vídeo ao Grisson, sento-me na cadeira ao lado da Catherine...

— Onde você estava? – pergunta ela sussurrando.

— Tive uma emergência intestinal! – digo fazendo uma cara como se estivesse doendo de verdade, olho rapidamente para o Nick e ele tentava conter o riso com a mão em cima da boca.

— Se precisar ir embora, pode ir querida. – diz ela gentilmente. Não acredito que estou mentindo pra minha supervisora.

— Como você viu, demos colocar a noiva como principal suspeita! – Diz ela. Ele torce os lábios, sempre faz isso quando considera alguma ideia ou formula algo. Colocamos o vídeo novamente e ele vê atentamente - Você conversou com a noiva, isso realmente parece um motivo, acha que foi ela?

— E quando ela teria tempo pra isso? – Diz Grisson – Quando falei com a noiva, ela relatou que nos últimos seis meses, a senhora Chase, tinha transformado a vida dela em um "inferno", e disse que a mesma iria ter uma morte terrível por tratar ela de tal forma e também ela se desesperou achando que todos iriam acusa-la de ter a matado. Pedi pra ela ser mais especifica, mas apenas falou às formas que a sogra a atingia e também sua indignação pelo modo que ela agiu hoje.

— Usar branco junto com a noiva nunca é uma boa escolha, ainda mais para a mãe do noivo. – Digo.

— Não podemos esquecer também que ela detonou o bolo de casamento! – alerta Greg.

— Mesmo que ela não tivesse tempo pra isso, não podemos descartá-la. Mas também temos os restantes dos 200 convidados. – diz Grisson - Vamos dividir as atividades. Érica vá à autopsia, a Sara vai lhe acompanhar. – adoro ver morto mesmo – Temos um dos Fatelli esperando pra ser interrogado, Greg, acompanhe o Nick. Quero que apenas os acompanhe. Vocês estouraram em horas extras. Não quero que seja um motivo a mais para o Mckean me irritar. Catherine leve o Warrick com você entrem em contato com todas as empresas de guincho e procurem pelo carro do Nick. Mantenham-me informado. – Apenas concordamos. E ele sai. Antes que eu pudesse sair da sala, o Nick cochicha em meu ouvido ao levantar da mesa:

— Emergência intestinal? Sério! – diz ele rindo.

—Você queria que eu dissesse o que?

— Que você tinha acabado de transar no terraço. – diz ele, baixinho.

— Está maluco? – rimos – Vamos, temos que trabalhar! – digo levando da cadeira e apoiando os braços em seus ombros.

— Eu ainda quero ver aquela Erica! – diz ele ao apoiar a mão na minha bunda.

— Estamos trabalhando! – o alerto, tirando a mão da minha bunda. – Saímos rindo.

Andando em meio ao laboratório pude ver o nervosismo de todos pela corregedoria estar aqui. Pessoas deixando salas arrumadas, ajeitando uniforme, desligando aparelhos sonoros – muitos gostavam de escutar musica enquanto analisavam materiais – arrumando arquivos antigos. Pude ver meu pai sentado em uma sala juntamente com McKean, não pude me atentar a exatamente ao que eles estavam falando, pela expressão forte do meu pai, poderiam estar discutindo. Só pude ouvir "Você não entende Sargento, isso é uma situação irregular..." Queria ser uma mosquinha.

— McKean alterando a voz com o Sargento Montez, o que será? – diz Sara ao me alcançar no corredor.

— Ele quer que alguém se ferre aqui, não importa quem. Ele vai usar a bagunça desse dia pra nos complicar, você vai ver. – afirmo. Entramos na ala da realização de exames e necropsias. – Doutor Robert! Estamos aqui!

— Que bom que vieram. Preciso sair em menos de 40 minutos, aniversário de casamento. – diz ele.

— Parabéns a vocês! – sorrimos a ele - Então que tem pra gente? – diz Sara.

— Com base na dissecação, consegui encontrar duas situações distintas. – diz Dr. Robert – Creio que esse ferimento por perfuração pode ter sido o trauma inicial. Lacerou uma artéria cerebral criando um hematoma e vazamento de sangue no cérebro. – Segue ele mostrando parte do crânio com uma perfuração na parte de trás – Ainda teve lacerações diversas, como golpes, até mesmo depois de ter sido arrastada. Onde tudo resultou em sua morte.

— Então houve primeiro a perfuração e depois golpes? – pergunto.

— Eu fiz a autópsia da primeira vitima dos Fatelli... – ele me entrega uma pasta com fotos da autopsia da vítima que encontramos - Eles arrastavam as vitimas, espancavam, só por último resolviam atirar. E eles não matam simplesmente por matar. 

— Me recordo do caso. Mac fez todo laboratório estudar o caso em Nova Iorque. Eles eram sádicos. Não foram eles. – digo.

— Quiseram "recriar" alguma cena, e culpa-los. – afirma Sara.

— Obrigada doutor. Ajudou-nos muito. Podemos riscar a família Fatelli da lista de suspeitos. - digo. Despedimos-nos e saímos. – Sabe, estou com fome – olho no relógio em meu pulso - Já quase na hora de almoço. Acho que vou comprar comida.

— Pode comprar pra mim, estou cansada – diz Sara.

— Claro! – confirmo – O que vai querer?

— Traz o número 35 da hora do almoço. – diz ela se referindo ao prato do restaurante onde tivemos mais cedo.

— Está saindo no capricho! – brinco – Vou ver se alguém mais vai querer! – fico parada na porta da sala de café – Vou buscar almoço, alguém quer alguma coisa?

— Quero o número 29, hambúrguer caprichado no barbecue com uma porção de anéis de cebola fritas. – diz Nick.

— Pode me trazer uma porção de frango frito e um acompanhamento de purê de batata! – Diz Greg.

— Eu não quero nada! – diz Warrick – Minha mulher quer almoçar comigo, vou almoçar fora.

— Queria essas regalias! –digo e todos riem – Mais alguma coisa? – eles negam e me dão o dinheiro – Volto em 1h. – vou saindo pelo corredor.

A caminhada até o restaurante é de 20 minutos no máximo, desde que saí de casa ontem e depois passar por tudo que passei. Esses 20 minutos foi os 20 minutos mais silenciosos e maravilhosos que já passei. Nunca tinha passado tanto estresse desde o caso daquele ator, o primeiro caso que peguei aqui em Vegas... Como era o nome dele mesmo? Ah não interessa, minha fome está falando alto demais pra ficar lembrando nome de pessoas.

Chegar ao restaurante era como se eu tivesse chegado a Disneylândia. Aquele cheiro de comida era maravilhoso. Vou até ao balcão e uma atendente super simpática me atende, ela deve ter mais ou menos 40 anos.

— Olá querida, sou a Nancy, o que deseja?

— Eu gostaria de ter todos esses pedidos pra viagem por favor! – Entrego-lhe o papel com os pedidos do pessoal anotados.  – Fora esses eu gostaria de uma porção de fritas, um hambúrguer nº 3, com bastante cheddar e milk-shake de chocolate! – Ela sorri ao anotar o meu pedido e entra na cozinha. Sento-me no balcão para esperar meu pedido e olho o noticiário enquanto espero.

— Senhorita Montez! – Diz McKean ao sentar ao meu lado. Sinto um frio na espinha.

— Ai que susto! – digo. – Olá McKean, tudo bem? – encolho-me.

— Estou muito bem! E você parece assustada! – diz ele. Pra falar a verdade, só de olhar pra ele começo a tremer. – Calma, não vou fazer nada com você! – ele chega perto de mim - Ao menos que você não tenha entendido o recado que te passei! – não consigo esboçar nenhum movimento ou ao menos uma palavra – Sabe de uma coisa Érica, odeio quando estou falando com uma pessoa e essa pessoa não me responde! – ele era firme – Você está entendendo algo que estou falando ou estou falando grego? – ele começa levantar a voz.

— Sim, entendo perfeitamente, Senhor! – digo recolhida.

— Muito bem! Nota-se que você não é muda não é mesmo! Agora me diz, você não respondeu exatamente o que você...

— Nick e eu não temos nada. – digo sem ao menos ele terminar a frase.

— É o que você diz, não é mesmo! – Ele se aproxima da minha nuca – Se vocês não tem nada mesmo, você não se importaria se...

— Não encoste em mim, seu velho ridículo! Quem você pensa que é? – digo.

— Eu sou seu chefe e só estou seguindo as regras! E funcionários meus não podem ter casos amorosos! – Diz McKean – Mas a regra não diz nada sobre chefes e suas subordinadas.

— Afasta-se de mim seu cretino! – ameaço-o - Eu posso te processar por agressão e assédio! Sabia? Ou você esqueceu o episódio de antes? – digo.

— Se você fazer isso, nunca mais você vai ver seu namoradinho, seu paizinho querido... Na verdade, ninguém vai te ver! – diz ele. Desespero-me por dentro.

— Pode agilizar meu pedido, por favor! – digo a garçonete ao me levantar de supetão.

— Pra que a pressa? Estamos só conversando! – Diz ele ao tomar um gole de café. Pra minha sorte o pedido estava pronto, ela rapidamente me entrega e pago tudo e saio rapidamente sem olhar pra trás – Tchau pra você... – fecho a porta da lanchonete, deixando-o falando sozinho. Vou para a parte de trás da lanchonete e coloco tudo que restava dentro do meu estômago para fora – é claro tentando não sujar o pacote com os pedidos. Sinto uma leve náusea ao me recompor e saio de lá cambaleando.

Comecei a correr, mesmo com a visão meio turva. Eu não acreditava no que havia acontecido comigo naquele momento. Ele me ameaçou novamente, o que eu deveria fazer? Eu não quero ter que me mudar de residência novamente. Eu quero ficar em Las Vegas. Não quero deixar a minha equipe. Não quero deixar o amor da minha vida. Porra o que está acontecendo comigo. Só atraio desgraça pra mim. Primeiro foi aquele maníaco que tentou me estrangular, depois meu chefe me agride e me ameaça se contar a alguém... Agora ele novamente me ameaça e me assedia! Nunca terei paz... – paro de correr ao alcançar a porta do laboratório. Abro e olho pra trás pra ver se alguém veio atrás de mim...

— Érica! Está tudo bem? – Me assusto ao ver Catherine na minha frente ao entrar pela porta. Naquele momento começo a sentir como se o mundo ao meu redor girasse – Érica, querida! – foi a ultima palavra que ouvi dela.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Criminal Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.