Criminal Love escrita por Anna Lopes


Capítulo 17
Você mão os conhece há tanto tempo!




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Quando saímos da cena do crime, o sol já tinha praticamente nascido, como todos estamos sem comer nada desde a noite passada resolvemos passar em uma lanchonete para comer. Sara e Greg descem do carro e vão pegar lugar, mas quando eu ia descer do carro Nick me segura.

— Amor, o que aconteceu? Você sabe que não rolou nada ali. – pergunta ele.

— É serio mesmo que está me perguntando isso? Então você flertando com aquelas garotas não era nada? – digo.

— Eu não estava flertando! – diz ele.

— Então porque você emprestou a seu casaco a ela? – pergunto.

— Ela disse que estava com frio, eu só queria ser gentil. – diz ele.

— Gentil? Está de brincadeira? Nick você viu como aquelas duas estavam te olhando, faltaram elas arrancarem a sua roupa no meio de todo mundo e fazer um ménage com você, ali mesmo! – continuo – Quer saber, estou com fome, a Sara e o Greg devem estar preocupados com a nossa demora, conversamos depois. – saio do carro com o coração partido, uma lágrima correu em meu rosto. Entro no restaurante, os dois já estavam olhando os cardápios.

— Demorou Érica, o que vocês estavam fazendo? – pergunta Greg.

— Eu deixei a minha carteira cair no carro, estava procurando. – minto.

— Cadê o Nick? – pergunta Sara.

— Está estacionando o carro. – digo.

— Você está bem? – pergunta Greg – Parece triste!

— Estou bem, é o cansaço, só isso! – Não estava conseguindo conter meu desanimo – Já se perguntaram por que sempre viemos aqui?– tento disfarçar.

— Porque é 24hrs! – diz Greg.

— Mas tudo aqui é 24hrs. – Confirma Sara. Fizemos nossos pedidos, preferi uma porção de Waffles com frutas vermelhas, mas acabamos pedindo um prato com bacon pra pudéssemos dividir.

— Nossa que cheiro de Bacon, vai um pouquinho pra lá Érica – Nick me empurra pro lado da janela e senta ao meu lado - Aquilo durou uma eternidade, quantas horas ficamos lá?

— Umas 9hrs. – Greg diz. – Uma advogada morre em um casamento, com 200 testemunhas, demora um bocado.

— Venha a um casamento e já fique pra um funeral! – digo, rimos.

— Porque a gente sempre come aqui? – pergunta Nick.

— É tradição! – diz Greg.

— Tradição? – diz Sara - Como deixar de ser propriedade do pai e virar propriedade do marido!

— Não, um casamento não é isso! – diz Nick – Um casamento é uma declaração pública de amor. – ele toca a minha mão que estava encostada na minha perna.

— Concordo com você! – concorda Greg – Dezenas de solteiras com acesso ao bar e com sexo na cabeça. – rimos. Enquanto conversávamos era possível ouvir na Tv ao fundo do restaurante, uma reportagem sobre a morte da senhora que estamos cuidando. – Nem voltamos ao laboratório direito e já estamos no noticiário! – A senhora que encontramos morta era uma advogada renomada, por isso o caso dela estava com tanta ênfase nos noticiários.

— Quem a matou foi corajoso, mata-la no dia do casamento do filho! – digo.

— Me passa o leite, por favor! – Pede Nick, eu concordo e passo a ele. Ao olhar a janela em direção ao carro do Nick, percebo que o mesmo não está lá.

— Ahhhh querido... – percebo que o chamei por apelido e me corrijo – Quero dizer, Nick, onde você está o seu carro? – toco em seu braço.

— Está estacionado bem...! – indica ele, todos olham e veem que o carro não está lá – Merda! – diz Nick.

— Vou ligar no laboratório. – diz Sara. – Vou tentar falar com o Grisson, ele vai falar com o Jim e, por favor, tenta se acalmar! – continua ela. Nick sai em um supetão da mesa em direção a porta do restaurante, eu corro até ele.

— Eu sinto muito! – lamento.

— Você não tem culpa, eu que sou um idiota mesmo, estrago tudo. Eu devia ter passado naquele maldito mecânico e pegado o carro do laboratório! - ele coloca a mão na cabeça.

— Vamos dar um jeito! – digo.

— Como Érica? Me diz? Você sabe o quanto eles vão querer me ferrar por trabalhar com um carro que não pertence a eles? Ainda com as provas dentro! Que merda! – ele grita, ele vê que eu fiquei assustada com ele gritando – Me desculpa querida, não queria gritar com você! – ele pega em meu rosto e beija a minha testa – Você deve estar me odiando agora! – eu nego com a cabeça – Essa semana não é pra mim mesmo! Primeiro o carro do laboratório quebra, você não quer falar comigo por conta da minha burrada e agora meu carro é roubado com as provas da cena.

— Você não é idiota, só esta tendo uma semana ruim, isso vai passar! – Tento ser otimista - Em relação a nós, depois conversamos. Nesse momento precisamos estar juntos quando o pessoal do laboratório chegar. Os meninos e eu estamos aqui pra te ajudar! – digo, ele sorri.

— Eu não quero te perder! – diz ele ao tocar no meu rosto.

— Não vai, mas depois conversamos ok? – digo. Ele concorda e me abraça. Eu o amava, não sei se eu iria conseguir ficar muito tempo brigada com ele.

— Falei com o Grisson, ele está vindo com o Jim! – diz a Sara ao sair do restaurante – E o McKean também! –alerta ela.

— Caramba! – reclama Nick.

— Quem é McKean? – pergunto.

— Jeffrey McKean! Ele é um dos chefes, vamos dizer que é o superior... – diz Greg.

— Você quer dizer: que se acha superior, não é? – diz Sara.

— Eu só acho que ele vai acabar ferrando com a gente! – diz Greg.

— Com a gente? Só pode estar de brincadeira né Sanders! Fui eu que vim trabalhar com carro particular, não você! – diz Nick.

— Mas porque tanto medo assim em relação a ele? – pergunto.

— Se você não quiser perder o emprego... – diz Sara.

— Ou morrer! – complementa Greg, ele ri.

— Não faça palhaçada Sanders! – alerta Nick – A Sara quer dizer que não é melhor cruzar o caminho dele! – diz ele – Que droga! Tinham que roubar meu carro justo agora! – ele reclama. Depois de uma meia hora, chegaram o Grisson e Jim.

— Alguém pode me explicar o que aconteceu? – pergunta Grisson.

— E tem explicação? – diz Nick. Rapidamente ao nosso lado, um carro estaciona.

— Lá vem bomba! – Diz Brass.

— Eu falo e vocês façam cara de arrependidos! – diz Grisson. O tal do McKean saiu de seu carro

— Vamos ver se eu entendi isso direito, você deixou que um dos membros da sua equipe fosse com seu próprio carro a uma investigação de cena de crime? – se dirigiu McKean à Grisson – E então, embora lá tivesse um veiculo completamente em condições e então aquele veículo pessoal foi furtado, com todas as evidências de uma importante investigação de assassinato. Podemos citar que dois de vocês estouraram as horas extras, por isso não podem pegar um carro! – Referiu-se a Sara e Greg - E ela? – refere-se a mim - Mal sabe em que estado está! – como é? – E então o motorista de tal veículo invés de levar as provas para a segurança do laboratório deu sua prioridade de ovos cozidos! – diz ele. Pra deixar constado, odiei esse cara! – E o veiculo mencionado foi roubado de um estacionamento cheio de veículos da polícia! Deixei escapar alguma coisa? – pergunta ele.

— Uma coisa, mesmo que recuperemos o veículo, a cadeia de custódia foi quebrada, portanto todas as provas foram comprometidas, jamais um juiz aceitaria em um tribunal! – continua Grisson – Além disso, liberamos a cena do crime, portanto ela também está comprometida e nos deixando sem nada.

— Obrigado por esclarecer a situação! – diz McKean ao colocar, aquilo que parecia ser uma bala na boca. Ele sai.

— Hum, poderia ter sido pior! – Diz Brass. - Vamos lá, onde você deixou o carro?

— Deixei estacionado nessa vaga ao lado da placa do restaurante! – diz Nick.

— Há quanto tempo?

— Tem menos de 10 minutos que entramos! – diz ele.

— Você o trancou? – pergunta Jim, Nick concorda com a cabeça – Certeza?

— Sim, tem certeza, logo que saí do carro! – diz Nick.

— Ok, vamos ver se conseguimos achar pelo radar! – ele sai.

— Vai dar tudo certo! – pergunto.

— Será mesmo? – diz ele, preocupado.

— Vem, vamos terminar o café e depois vamos ao laboratório ver como fica a situação. – digo. Em menos de uma hora tínhamos voltado ao laboratório, no estacionamento pude achar o carro do meu pai. Ele seria de grande ajuda naquele momento. Antes de irmos conversar com o Grisson, fui ver onde estava meu pai. Precisava falar com ele, eu o encontrei em nossa cozinha improvisada conversando com o Dr. Robert.

— Oi meus senhores, como vão? – digo.

— Érica, é sempre bom te ver! – diz Dr. Robert.

— Será que eu posso roubar meu pai por um instante? – pergunto.

— Querido amigo, eu volto em 5 minutos! – diz meu pai ao doutor. Ele assente com a cabeça e saímos, vamos para o estacionamento perto do meu carro. – Vamos conversar em um tom mais baixo, não esqueça de que todo lugar tem ouvidos! – concordo – Então, você me chamou aqui pra falar sobre o que aconteceu com o carro do Nick, não é mesmo?

— Sim pai... - digo, mas ele me interrompe.

— Filha, eu sei que vocês se gostam muito, mas ele cometeu uma infração. Ele não deveria ter ido a uma investigação com veículo próprio. – diz ele – O McKean não fazia ideia que eu estava aqui e contatou a corregedoria e eles estão mandando mais gente para Las Vegas! Eu liguei a eles, disse que não seria preciso, mas já era tarde demais.

— Ai que droga! E eu fui inventar de brigar com ele! – sussurro.

— Como é? – pergunta meu pai.

— Nada! - ele me olha sério – Eu discuti com ele hoje, estamos meio que brigados e acontece isso com ele agora! – digo decepcionada.

— Filha, eu creio que vocês vão se resolver. Mas em relação à infração disciplinar, não garanto o mesmo! – diz ele.

— Pai, por favor, não seja tão severo com ele, converse com a corregedoria. Faça qualquer coisa, mas não o mande embora. Por favor! – suplico – Pai faça isso por mim!

— Não garanto nada, vou fazer o meu melhor, tudo bem?- diz ele, eu concordo.

— Obrigada meu pai! – o abraço.

— Eu te amo! – ele beija a minha testa - Filha, agora preciso ir! – concordo e ele sai.

Eu realmente estou preocupada em relação ao Nick, eu não sei se fui muito rude enquanto nós dois, se estou sendo certa em ficar brava com ele. Ele precisa tanto de mim agora, não é justo ficar brava com ele.

— Preciso falar com ele! – digo ao pegar desesperadamente meu telefone, começo a discar – Não Érica, você está brava com ele, lembra? Quer saber? Que se dane aquela vadia, eu vi ele primeiro! – aperto o ligar e começa a chamar – Atende querido! – ele não atendia, coloco pra chamar novamente – Atende amor! Ai que droga, Nick atende, por favor!

— Oi querida! – ele atende.

— Finalmente amor! Nick preciso falar com você, onde está? – pergunto.

— Senhorita Montez! – diz um senhor pra mim.

— Ai meu Deus! – me assusto, reconheço-o, começo a me desesperar – Depois eu te ligo!

 Érica! Onde você está? — diz Nick, antes que eu desligasse o telefone.

— Oi, eu não sei ao certo seu nome, é Jeffrey Mckean, certo?

— Isso! Te assustei? Não queria lhe assustar, desculpe-me! – diz ele.

— Tudo bem! – digo.

— Estou te atrapalhando? Parecia nervosa no telefone! – diz ele.

— Não! Eu estava apenas falando com... É... – digo. Confesso, esse cara me dá medo.

— Com o CSI Stokes, isso mesmo? – pergunta ele, eu continuo calada - Não pude deixar de ouvir. Eu consigo adivinhar de longe que é ele.

— Você é o chefe não é mesmo, tem que saber muito bem as vozes dos seus funcionários, não é mesmo? – dou uma pequena risada - Você me desculpe, preciso ir, tenho uma reunião... – digo saindo de perto dele, mas ele me agarra pelo braço esquerdo.

— Você acha que estou idiota? – diz ele.

— Como é que é? – pergunto – Você pode soltar o meu braço? Está me machucando! – puxo meu braço, ele solta - Não acho nada! Quem sou eu pra achar alguma coisa? Mal lhe conheço, não posso tirar conclusões sobre uma pessoa, sem ao menos conhecê-la. Mas posso te dizer que você puxando no meu braço desse jeito, não está criando boas impressões comigo! – digo.

— Me diga uma coisa senhorita Montez, você e o senhor Stokes estão tendo algo? – pergunta ele – Porque não é normal chamar as pessoas com o apelido "amor". Eu chamava a minha ex-esposa dessa forma.

— Não temos nada! Eu tenho o costume chamar amigos por amor, flor, querido ou querida, amore, anjo... – Minto.

— Você não os conhece há tanto tempo pra ter essa intimidade com apelidos! – ele aumenta a voz gradativamente, enquanto dava voltas ao meu redor - E a história se repete! – diz ele ao se aproximar do meu ouvido, parando na minha frente – Você é exatamente como seus pais. Não respeitam as regras. Seu pai e a sua mãe tiveram sorte naquela época, mas não estamos mais na década de 70 para 80.

— Você realmente acha que eu estou escondendo um relacionamento com outro funcionário? – pergunto. Apesar de ser verdade, ele deveria ser a última pessoa, a saber, sobre isso.

— Eu não acho senhorita, eu tenho certeza! Não é porque seu pai rege aquela porra de corregedoria que eu não possa ser a autoridade nesse lugar. A corregedoria é apenas um detalhe. Como eu falo, é apenas um prédio com vários idiotas de terno que acham que é alguma coisa. – diz ele.

— Eu estou vendo um na minha frente! – digo.

— Só não dou uma suspensão pela sua falta de educação, por que você é nova aqui! – diz ele – Você ainda tem muito aprender sobre o mim – ele torna a pegar em meu braço - Mas quando você aprender vai ter sido tarde demais! – ameaça ele

— Eu não tenho medo de você! – digo, tento me soltar novamente – Você sempre agarra as pessoas? – nessa hora ele me puxa até a sala dos armários e me prende pelo pescoço contra os armários.

— Você não sabe quem eu sou e o que sou capaz de fazer! – diz ele.

— Você sabe que eu posso te denunciar pra corregedoria? – digo com dificuldade – Sua agressividade fere o código de ética do labo... – ele tampa a minha boca.

— Eu que dito as regras por aqui! – diz ele – Odeio novatos! 


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