Criminal Love escrita por Anna Lopes
Levanto-me rapidamente e vou até o meu pai e Nick na churrasqueira.
— Precisamos ir? – digo ao Nick
— Porque filha, deixa o garoto! - defende meu pai.
— Pai, eu adoraria deixar vocês conversando, ele e eu precisamos ir ao laboratório, pegamos um caso. – digo.
— Que droga! Alguém sabe que horas são? – reclama Nick. – Ainda vou ter que ir com o meu carro! – ele lamenta.
— Ainda está no mecânico? – pergunto.
— Me esqueci de pegar na sexta e eles também não vão estar abertos à uma hora dessas em um domingo. – diz ele – Preciso ir em casa pegar as minhas coisas e te encontro no laboratório! – concordo com a cabeça, ele se despede de meu pai e Susan, me dá um beijo e saí.
Eu fui correndo tomar um banho, como não tive tempo de secar o cabelo, apenas o prendi em rabo de cavalo, coloquei uma calça jeans preta e uma jaqueta velha, não muito quente e uma bota coturno de salto.
— Filha, você vai trabalhar ou sair? – diz meu pai a me ver descer as escadas.
— Ué pai, eu sempre me vesti a caráter. Independente do que eu vá fazer. Mas assim que chegar ao laboratório vou tirar essa jaqueta e colocar a do laboratório, se eu não ficar só de colete. – digo.
— Está linda querida, não ligue para o que seu pai diz! – diz Susan.
— Preciso deixar vocês por umas horas, te encontro no laboratório amanhã, Pai? - pergunto
— Sim minha filha, mas não sei exatamente o horário que vou estar lá. Mas eu vou! – meu pai se levanta e vem até a mim – Toma cuidado! – ele beija a minha testa – Te amo filha!
— Eu também te amo! – digo. Entrei no carro, como já era tarde da noite, cheguei em menos de 30 minutos no laboratório, todos estavam prontos pra sair. Deixei meu carro na garagem e apressei-me com meus equipamentos.
— Demorou em querida? – diz Nick a mim quando entrei em seu carro – Está cheirosa, já disse que amo o seu cheiro? – rimos, ele encosta perto do meu rosto e nos beijamos.
— Amor, o pessoal está ai fora! – alerto.
— Shhhhhh ninguém está vendo, vou travar o carro e podemos namorar mais um pouco – diz ele.
— Cabe mais alguém ai? – pergunta Greg já entrando no carro, nos assustando.
— Já entrou! – diz Nick – Podemos ir? Ou vem mais alguém?
— Eu acho que a Sara também vem! – Diz Greg.
— Vocês sabem que esse carro é o meu? Não do laboratório! – preocupa-se Nick.
— Não vai dar nada errado não, fica frio ai colega! – diz Greg.
— Estou atrasada, desculpa! Tive que deixar o Ruffus na casa da babá! Podemos ir! – Diz Sara.
— Quem é Ruffus? – pergunto.
— É o cachorro do Grisson. Eles têm uma espécie de guarda compartilhada! - diz Greg, Sara dá um soco no braço dele. – Hei cuidado onde vai socar, treinei muito essa tarde, estou um pouco dolorido! – insinua Greg – Érica, podemos quem sabe, se você quiser, adotar um cachorro juntos. Quem sabe poderíamos até tonar isso uma relação realmente de pai e mãe? - pergunta Greg.
— Greg eu sei que você é um doce de pessoa, uma mulher teria sorte em ter você como namorado, mas eu já namoro e estou muito feliz com ele.
— Ah é! – seu tom desanima.
— Me desculpe querido! – digo. Ele apenas concorda com a cabeça e vira para a janela. Olho para o Nick ele apenas ri sem fazer barulho.
Ao chegarmos à cena do crime, nos deparamos com um casamento. Pelo jeito, a cerimonia já havia acontecido. Todos estavam bem assustados com o que aconteceu, havia muita gente separada em grupos possivelmente comentando sobre o assunto. Chegamos ao local onde estava o corpo, era a saída do carro com os noivos, o corpo de uma senhora estava amarrada ao para-choque do carro e David como sempre estava fazendo as primeiras analises do corpo.
— Quem diria que ela usaria branco no dia mais importante da noiva! – diz David.
— Pessoal! Essa é a mãe do noivo, ainda não temos muita informação, quero que se separem e façam perguntas aos convidados. Coletem o que achar importante. – Diz Grisson antes de nos separarmos. Passamos pelo arco de flores brancas, artificiais por sinal, era como se fosse à terra do nunca nupcial, a euforia daquele lugar estava perigosamente alta. Ali nos distribuímos e começamos a investigação. A primeira impressão que tive daquele lugar era o que, pessoas esnobes que não podiam tocar em nada que poderia ser considerado nojento.
— Oi eu sou Érica Montez da criminalística... – Digo ao ver um que poderia ser um dos padrinhos, que estava vindo em minha direção.
— Toddy Gunter, convidado do noivo! – Dizia ele que parecia estar bem bêbado por sinal.
— Decoraram o carro dos noivos com toda aquelas latinhas de cerveja? – ele concorda -Beberam todas primeiro?
— Claro! – Concorda Toddy.
— E também foram vocês que amarraram a mãe do noivo no carro? – pergunto.
— Não! – ele nega.
— Que legal a nossa conversa! Você me daria uma amostra das suas digitais, pra comparar com as digitais encontradas no carro? – pergunto.
— Hum legal! – diz ele, o cara estava extremamente ruim.
— Você sabe que uma pessoa morreu, não é? – pergunto.
— Ninguém vai sentir falta dela, a não ser o filho dela e a operadora de celular?
— O que você quer dizer com isso? – pergunto.
— Ela era muito grudada no Brian, 24 horas por dia! – ele não conseguia focar em mim.
— O senhor poderia colocar o dedo aqui! – indico no papel, ele cai em cima de mim – Opa!
— Eu te amo! – diz ele, eu odeio gente bêbada.
— Calma ai senhor! – digo – Eu acho que o senhor tem que sentar e tomar um refresco... – ele cai na frente dos amigos – Ou um banho com a água bem gelada! – Digo em um tom de voz baixo, acho uma calcinha, que parecia mais um pedaço de retalho – Senhor, deixou cair...
— Me desculpa por ele! – aparece um moço na minha frente e tira a calcinha da pinça rapidamente – O que elas gostam nesses idiotas? – ele insinua sobre as moças em volta dos amigos do noivo.
— Eu sou Érica, Érica Montez, perita. Prazer! – digo.
— Eu sou Mike, padrinho, irmão da noiva! – diz ele, ele insinua que iria pegar na minha mão, mas lembrou de que tinha uma calcinha nela e a colocou de novo no bolso. – Isso é tudo uma loucura, não acha? Se chove no seu casamento, dizem que é boa sorte. E se aparece um cadáver? – diz ele.
— O que você acha? – pergunto.
— A minha irmã está melhor assim, a sogra dela era uma verdadeira pé no saco. – diz ele – Você é bonita, já pensou em se casar?
— Ahhhhh na verdade... – ele me interrompe.
— É sério, Toddy faria de você uma mulher honesta! – diz ele. Esse cara deve estar de brincadeira comigo. – Olha aquilo! – diz ele ao se referir ao amigo jogado no chão – Sua rejeição partiu o coração dele! – rimos.
— Bom, Brian? – ele concorda – Você poderia me dar uma amostra da sua digital? – pergunto.
— Está achando que fiz isso? – pergunta ele.
— Não quis dizer isso, é só pra lhe descartar, se precisar, caso realmente não tenha feito nada! – falo.
— Eu sei, eu já vi programas criminais, eu sei como é o trabalho de vocês! – Depois do Brian, recolhi outras digitais do mesmo grupo de amigos, que estavam em meu campo de visão. Sinto uma mão passando em meu ombro.
— Oi Montez, quer ajuda? – pergunta Warrick.
— Oi! Não vai precisar, obrigada! Onde esteve? – pergunto a ele.
— Minha mulher está doente, tive que levar ela ao hospital. Como cheguei agora, não separaram nada pra mim, pensei que precisa-se de ajuda. – diz ele.
— Bom, eu vou guardar essas amostras no carro do Nick e depois podemos andar por ai colhendo mais algumas amostras, tirar algumas fotos...
— Não liberaram um carro pra você? – pergunta ele.
— Até agora não tive resposta, também não posso ir a cenas com o meu, já que a cor dele é bem chamativa! – rimos. De repente olho para o lado, Nick estava conversando ainda com duas moças que ele só iria coletar informações e colher digitais.
— O que você está olhando? – pergunta Warrick, ele procura o que estou olhando – Ai caramba, eu sabia que esse negócio de namorar colega de trabalho não seria uma boa! Érica olha pra mim... – diz ele. Vejo Nick dando o casaco dele para uma das moças.
— Olha ai Warrick! – digo, eu já estava uma pilha de nervos.
— Cara, você também não ajuda. – diz Warrick – Érica olha pra mim, você está entendo as coisas erradas, não misture...
— Eu não estou misturando nada. Ou ele está comigo ou não está. É dessa forma que ele quer que todos saibam de nós? – digo.
— Calma Érica! – ele olha aos redores e chama um garçom – Me traz um copo com água, rápido! – o garçom traz – Obrigado! Toma e se acalme! – ele me entrega.
— Eu não quero... – digo.
— Toma logo! – diz ele, tomo a maldita água – Boa garota, agora vamos coletar mais...
— Não vou coletar mais nada, vou pedir a chave do carro dele e guardar o que já coletei! – digo, ele levanta as mãos e concorda com a cabeça – Com licença.
— Érica, não faça nada! – diz ele.
— Não vou, estou em meu horário de serviço, lembra? – digo. Vou até o Nick, ele parecia estar bem entrosado com as duas loiras, magras, mais pareciam que estavam vestidas pra trabalhar em uma boate do que ir a um casamento – Stokes! Empresta-me a chave do carro, preciso guardar umas coisas.
— Claro! – ele percebe algo estanho – Moças estão liberadas.
— Obrigado pelo casaco Nick, você é um doce. – uma das moças diz enquanto entrega o casaco e logo depois elas saem.
— Érica, porque você me chamou assim? – pergunta ele.
— Stokes? – ele concorda – Não é o seu nome? Porque acha estranho?
— Érica, se você está assim por conta do casaco... – diz ele.
— Eu não estou nada. Não vamos conversar sobre isso agora, preciso guardar essas amostras. – Digo.
— Eu vou com você. – diz ele. Ele me acompanha até o carro e colocamos as coisas no carro – Querida, estamos sozinhos aqui, fala comigo! – ele pega a minha mão.
— Sua mão está gelada, melhor colocar o casaco novamente Sr. Stokes, pneumonia está em alta. – saio de perto dele. Sumo em meio às pessoas saindo da festa, quando olho para trás o vejo socando o carro.
— Érica! Estava te procurando! – Diz Sara ao chegar correndo até mim, ela vê Nick com a cabeça encostada no carro – O que aconteceu com ele?
— Deve estar pensando na besteira que fez! – digo.
— O que aconteceu que eu perdi? – pergunta ela.
— Nada. Esquece. Você disse que estava me procurando? – pergunto a ela.
— Sim, eu acho que terminamos por enquanto, precisamos analisar as digitais ainda. – Diz ela – Você ficou sabendo? – nego – Vamos ter quer virar o turno. Querem os resultados logo, tem muito caso parado no laboratório!
— Ai caramba, melhor irmos se quisermos terminar logo. - digo.
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