Criminal Love escrita por Anna Lopes


Capítulo 15
Alguém morreu durante o "churrasco estilo Montez"!




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Descemos para sala, lá estava meu pai e Susan olhando algumas fotos que espalhei pela casa...

— Querida, estava chorando? – pergunta Susan, ela sempre foi tão fofa.

— Não – disfarço – Eu estava lavando o rosto pra tirar o sono e caiu um pouco de sabão no meu olho, por isso parece que eu estava chorando. – rimos.

— Bom, foi muito bom ter passado esse tempinho com vocês, mas eu preciso ir pra minha casa, preciso tomar um banho e trocar de roupa. – diz Nick, ao começar a despedir.

— Antes que você vá, deixe- me perguntar, você iria ao mercado comigo? – pergunta meu pai a ele - Quero lhe mostrar como se compra uma carne de primeira para um churrasco "estilo Montez".

— Claro Sr. Montez, passo aqui em uma hora e podemos ir. – concorda Nick. Ele vem até a mim e beija meu rosto – Vejo você daqui a pouco – pisco pra ele – Tchau pessoal. Te amo querida! – ele grita antes de sair pela porta.

— Encontrou uma pessoa incrível Érica, parabéns! – Diz Susan.

— Obrigada – digo, vou até o sofá.

— Filha, você realmente está feliz? – pergunta meu pai.

— Sim pai! Porque eu não estaria? – pergunto.

— Filha, você está mexendo com fogo! – alerta ele.

— Mas pai, foi como o senhor mesmo disse, no coração não se manda! – retruco - Eu sei que ele e eu estamos correndo o risco de perder o emprego, mas...

— E a história se repete. – ele ri – Sua mãe e eu éramos tão novos, eu tinha 20 anos quando a conheci. Na época que sua mãe e eu nos apaixonamos, logo em seguida casamos. – ele fixa os olhos - Não faça isso, viu! – alerta ele, eu apenas aceno com a cabeça e soltou uma pequena risada – No meu tempo era igual aqueles três macaquinhos, sabe, um surdo, um cego e um mudo. – rimos - Eu sempre vou te apoiar, você sabe disso. Se quiser que eu tente dar um jeito na corregedoria, eu posso até tentar, mas não garanto que eles vão aceitar. – ele afaga minha mão.

— Tudo bem pai! – sorrio pra ele – Vamos dar um jeito. – pisco pra ele.

— Quando vocês perceberam que era amor? – Pergunta Susan.

— Sabe, até hoje eu realmente não entendo exatamente o que aconteceu conosco. Ele foi o primeiro ao dar o passo. Desde o primeiro dia que vim ao laboratório vi que ele olhava de um modo especial pra mim, mas meu coração começou a se deslanchar por ele um dia antes de me mudar pra essa casa. Ele me deu um ramo de rosas vermelhas, eram lindas. – digo.

— Que romântico. – dispara Susan.

— Ele é, não é? – brinco – Nosso primeiro encontro de verdade foi na casa dele, ele fez um jantar magnifico! – suspiro só de lembrar. - A noite foi... – falo.

— Quente! – diz Susan.

— SUSAN! – grita meu pai - Querida me poupe desses comentários, me deixe pensar que você ainda é virgem! – diz meu pai.

— Querido, nunca que a sua filha de 27 vai ser virgem ainda, tira isso da sua cabeça.- diz Susan.

— Foi tão bom! – digo, Susan e eu continuamos a brincar com a paciência do meu pai.

— Érica Valerie Montez, quer mandar seu velho para o céu antes da hora? – nego com a cabeça – Bom mesmo. Tem cerveja ai? Preciso de uma.

— Na porta da geladeira deve ter umas duas. – insinuo. E ele foi, com toda aquela marra de um senhor de 60 anos.

— E como está o meu velhinho? – pergunto a Susan.

— Ah Érica, os problemas dele com a diabetes e a hipertensão só estão controladas porque sempre estou no pé dele. Ele só bebe cerveja, aos fins de semana. Ele está se controlando mais depois do infarto que ele teve em Janeiro. - Depois que a minha mãe morreu, meu pai desenvolveu algumas doenças crônicas, como a diabetes, por exemplo, ele se jogou tanto nas bebidas que o corpo dele parou de produzir insulina. Outra coisa que o meu pai desenvolveu foi o fumo.

— E fumar, ele sente falta? - pergunto.

— Quando eu pergunto se ele sente falta de fumar, ele me diz que não. Eu acredito, ele se empenhou tanto no tratamento. – diz ela.

— Também, ou ele se dedicava ou eu saia da vida dele. – digo.

— Ele viu que poderia lhe perder se não parasse. – diz ela.

— Eu ainda acho que ele já deveria ter se aposentado. – digo.

— Você não conhece seu pai, não? Ele não iria conseguir ficar parado. – diz ela – Mas nesse momento, você precisa dele lá dentro daquela central. Ele vai ajudar vocês dois, esqueceu que ele manda na corregedoria?

— Como se isso fosse adiantar, ele pode até comandar em algumas áreas, mas não sei se ele irá conseguir...

— Érica, acredite! – ela me abraça. – Vai dar tudo certo. Vou aproveitar que seu pai vai ao mercado e vou com ele, preciso comprar algumas coisas que acabei esquecendo-me de trazer. – sorrio pra ela – Fica bem querida. – ela sai.

A Susan era uma madrasta que veio melhor que encomenda, eu tenho o costume de dizer que de má, ela não tinha nada. Meu pai e ela se conheceram durante uma viagem que fizemos a casa dos meus tios em Corpus Christi, ela era a vizinha viúva. Susan nunca pode ter filhos, pra suprir a falta que um filho fez na vida dela, ela trabalhou em creches e como baba, quando ela casou com meu pai e veio morar conosco em Nova Iorque ela abriu a própria creche. A creche é tão conhecida, que há fila de espera pra colocar crianças lá.

Enquanto eles foram ao mercado, sentei na frente do meu computador e comecei a digitar o que poderia ser o meu primeiro relatório como infiltrada da corregedoria. Abri meu e-mail e comecei a verificar como eu deveria proceder.

Em 20 minutos na frente do computador eu apenas tinha escrito:

"10 de Junho de 2005"

Oh derrota.

Eu não sabia o que escrever e por quem começar. Sabe o que eu acho, estou precisando de um café e dos fortes. Corro até a cozinha, coloco o pó e a água na maquina e deixo que ela faça o trabalho por mim. Em 5 minutos já tenho o meu copo cheinho com aquela maravilha que desperta qualquer um.

Para o meu primeiro relatório tentei não usar muitas palavras difíceis, nem palavras que deixasse entender que eu era desesperada em agradar alguém naquele lugar. O que eu vou escrever meu Deus, eu não conheço ninguém direito.

Para me inspirar no que escrever, peguei meus fones de ouvido, conectei ao meu ipod, que já estava pedindo pra se aposentar e voltei ao fim da minha infância/inicio da minha adolescência, coloquei a playlist da banda que eu morria de amores, antes do meu pai mudar meu gosto musical aos 15 anos. Nada melhor do que escrever um relatório ao som de Backstreet Boys, na minha adolescência ouvir eles me ajudavam muito a escrever os trabalhos escolares.

Decidi escrever o que me falaram sobre eles e também me basear na primeira vez que estive com todos do laboratório. Em menos de uma hora eu já tinha pelo menos metade do relatório feito. Faltava agora escrever sobre os funcionários... O que eu vou escrever?

— O que você está fazendo? – Sussurra Nick em meu ouvido.

— Oi amor, tudo bem? – fecho a aba do computador – Nada, uma pesquisa cientifica só.

— É mesmo? Sobre o que está escrevendo? – ele cerra os olhos – Sobre os funcionários do laboratório? – damos uma leve risada.

— Imagina querido, eu escrevendo sobre vocês? Até parece! – digo, imediatamente tento desligar o computador.

— Então você não iria se importar se eu desse uma olhada, não é? – Ele pega rapidamente em minha mão, impedindo que usa-se o mouse. – Érica, o que é isso?

— AHHHHHHHH – reclamo – Promete que não vai contar a ninguém? – pergunto.

— Contar a ninguém que você é uma infiltrada da corregedoria no laboratório? Hummm, não sei. É uma coisa que não toleramos na equipe, somos uma família ali dentro. - diz ele.

— Eu sei amor e eu admiro muito isso em vocês! Se você olhar, não estou falando nada do que vejo e ouço todo dia lá. Eu apenas falo o perfil de cada um. E também estou com problemas de escrever, porque não conheço todos. – digo – Eu quero ser amiga de todos, não inimiga. – ele me beija.

— Eu confio em você querida, eu sei que você não quer prejudicar ninguém, mas, o que custava ter me avisado que estava fazendo um relatório sobre o pessoal do laboratório? Eu posso lhe ajudar. – ele se prontifica – Prometo que não contarei a ninguém.

— Você é maravilhoso. – ele me beija e senta ao meu lado e me ajuda a terminar o bendito relatório. Encaminhei ao e-mail da corregedoria e fui para o jantar.

Meu pai já estava com quase metade da carne assando na churrasqueira e já tinha tomado umas 5 cervejas. É já estava na hora de esconder aquelas belezuras. Sentei-me ao lado da Susan, que estava foleando uma revista e fiquei vendo o meu pai "ensinando" o meu namorado como fazer um belo de um churrasco.

"- Preste bem atenção meu filho, pra se cortar uma boa carne, você deve ter um bom conjunto de facas. Seja amigo do açougueiro também, quando você vira amigo deles, eles te oferecem tudo do bom e do melhor....-diz meu pai ao Nick."

— Eu acho que é melhor já ir pensando na data do meu casamento? – brinco.

— No seu? Eu acho que eu vou ter que ver a data do meu divórcio. – brinca Susan - Você tinha que ver esses dois no mercado hoje. – O meu celular do laboratório toca.

— Montez! – Atendo.

— Érica, é a Catherine! Preciso que você venha imediatamente ao laboratório, pegamos um caso! Na verdade vamos trabalhar com o pessoal da manhã. Te passo o caso quando chegar! – diz ela.

— Tem que ser agora? Meu pai está...

— Me desculpe querida! – Diz Catherine. Do meu lado da linha era possível ouvir o meu pai e o Nick falando sobre futebol – O Nick está com você? O que ele está fazendo ai?

— Éhhhh que o meu pai encontrou ele na rua e o chamou pra tomar uma cerveja. Mas ele me disse que já estava de saída... - minto.

— Por isso que ele está desligando toda vez que eu desligo. Seu pai está em Vegas? – concordo - Então ele vai fazer uma visita ao laboratório. Hei Hodges, já pede pra todos... - a voz dela fica mais baixa e difícil de entender.

— Catherine, você ainda está ai? – digo – Alô?

— Oi, estou. Vejo vocês no laboratório! – ela desliga.

— Caramba! – digo.

— Que foi querida? – pergunta Susan.

— Alguém morreu durante o "churrasco estilo Montez"! – digo a ela. 


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