Segunda chance para o nosso amor escrita por Denise Reis


Capítulo 36
Capítulo 36




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Um mês após o final da turnê de lançamentos do livro do Richard Castle, o trabalho de Beckett na 12ª Delegacia de Polícia a deixava muito ocupada. Eram muitos casos de homicídios para serem solucionados e ainda bem que o Castle voltara a colaborar.

A presença dele no distrito foi excelente porque ajudava na resolução dos casos de homicídio, participando ativamente, inclusive, nos depoimentos das testemunhas e dos suspeitos.

Contudo, o maior trabalho que o Castle estava tendo era para impedir a Beckett de sair em campo para perseguição dos criminosos.

Quando o Capitão Montgomery foi informado acerca da gravidez da sua melhor detetive, a primeira atitude que ele teve após de parabeniza-la, foi comunicar que ela estava proibida de sair em campo.

— Com todo respeito, Capitão, acho isso um absurdo! - Beckett contestou seu superior.

Você está me desacatando, Detetive?

— Não senhor! Jamais! Só acho que sua atitude é um tanto quanto exagerada, Capitão. Não vejo necessidade de...

— Beckett, isso é para o seu próprio bem. Na sua condição, o normal é você tentar proteger o seu bebê. Isso é instinto materno e é muito natural. Saiba que você já não tem a mesma capacidade de defesa que tinha antes e nos próximos meses isso se agrava porque seu corpo vai se modificar ainda mais. Você não pode se expor e expor seu bebê.

— Mas...

— Beckett, como eu previa como você iria reagir a esta notícia, eu não te chamei à minha sala para conversarmos sobre isso. Eu te chamei apenas para te comunicar.

— Mas eu... O Castle...

— O Castle é um colaborador civil. Se ele quiser, ele é livre para decidir se vai ou se não vai sair em campo com o Ryan e o Esposito. Mas você, não vai! - O Capitão olhou firme para Beckett - É só. Pode voltar para sua sala.

Kate se levantou demonstrando que não gostara da notícia, mas agradeceu o cuidado para com ela e seu bebê – Obrigada, Capitão... Por mim e pelo meu bebê.

À contragosto, Beckett acatou a determinação superior, mesmo não gostando de resolver os casos sem ver a cena do crime, in loco. Só que em um certo dia, ela desobedeceu a tal ordem, aproveitando que o Capitão estava em uma reunião e o Castle não foi ao Distrito por conta de um compromisso com a Editora. Então, teimosa, ela deu um jeito de escapar e se dirigiu até a cena do crime. 

Ao chegar à cena do crime, a primeira pessoa que Beckett se deparou foi Lanie e esta a olhou desconfiada.

 

— Hey, amiga! Pensei que a gravidez seria a cura para sua teimosia. – Lanie ralhou, assim que a viu na cena do crime, desobedecendo às ordens do Capitão.

— Bom dia para você também, Lanie. – Kate falou sarcástica.

— Não mude de assunto, garota! Eu falei sério!

— Até você, Lanie! – Kate ficou irritada.

— Exatamente! Eu mesma! E nada de ficar irritada! Isso não faz bem para você, muito menos para o seu bebê. Aliás, você deveria me respeitar, viu, mocinha, pois, além de médica, eu sou sua melhor amiga e ainda serei sua madrinha de casamento.

— Vai ser minha madrinha de casamento, é? – Kate indagou, fazendo birra – Quem te convidou?

— Você!

— Mas se você continuar chata eu retiro o convite.

Com rapidez e habilidade, Lanie tirou uma fotografia da Kate na cena do crime.

— Já que você é muito teimosa, não me escuta, não obedece ao Capitão e não atende ao pedido do menino-escritor, vou ter que fazer uma chantagem... Para ser bem sincera, nem acho isso bonito. Acho horrível fazer chantagem, mas é o que temos para hoje, amiga. Se você não voltar agora para o distrito, eu vou encaminhar esta fotografia linda para o Capitão e para o Castle. Você escolhe: Vai embora ou fica?

— Você não faria isso comigo, Lanie! – Kate duvidou.

— Experimente!

— Até parece que você está falando com uma criança, Lanie!

— Na verdade, amiga, é você quem está se comportando como uma criança desobediente... Logo você, eihm, que dizia que o Castle se comportava como um garoto de nove anos na Disneylândia. – Lanie lembrou.

Kate fez bico, fingindo indiferença com o que a amiga dissera.

Lanie continuou a reprimenda – Só que você faz ainda pior, Kate, pois está carregando um bebê inocente na sua barriga... E olhe ao seu redor, amiga...

Kate olhou em volta e o que viu era tudo muito assustador.

— Estamos numa cena de crime, Kate... Um local abandonado. Cinco corpos! E você já soube que eles não foram mortos por apenas um assassino. E quantos criminosos estão envolvidos neste caso? Dois? Três? Dez? Ainda não sabemos. Existem muitos deles ainda à solta e você aqui, com esse barrigão. Você sabe que não tem mais a mesma mobilidade de antes. Acorda, garota!

Eu estava entediada de ficar somente preenchendo papelada e resolvendo o caso apenas com os dados fornecidos pelos meninos, por meio do celular e do computador, Lanie.

— Isto explica, mas não justifica, Kate. Você quer ação com um filho na barriga? Ah, fala sério, amiga. – Lanie bronqueou. 

Lanie apontou para o local esmo onde se encontravam cinco corpos ensanguentados estendidos no chão. Parecia cena de filme de terror.

Kate passou as costas da mão na testa, reconhecendo que fizera uma besteira em comparecer na cena do crime e depois acariciou sua barriga saliente.

— É, você tem razão, amiga. Foi um erro eu ter vindo. Eu vou embora... Vou continuar meu serviço de lá da Delegacia. – Kate afirmou – Só espero que o Capitão não tenha dado por minha falta. Ainda bem que o Castle não foi para o distrito hoje. Nem quero imaginar se ele soubesse dessa sua irresponsabilidade.

— Não vai saber.

— Veja, Kate, chegou a viatura que irá transportar os corpos. Vejo que você ficou tensa. Eu vou diligenciar isso e vou contigo no seu carro para você não voltar sozinha. 

— Obrigada, amiga.

— Vá indo para o carro que eu só vou dar umas recomendações ao pessoal que vai transportar estes cinco corpos.

— Mas não demore, Lanie! Você não me mandou de volta para a delegacia?

— “Teimosa” e “Chata” são seus sobrenomes, né, garota? – Lanie brincou e foi na direção da viatura que levaria os corpos das vítimas.

No caminho para o distrito, foram conversando sobre os preparativos para o casório.

— Hey, como andam os preparativos para o casamento, eihm, Kate?

— Tudo sob controle. O Cerimonial que contratamos é excelente e está cuidado de tudo. Eu o Castle damos muitas opiniões e fazemos nossas escolhas referente a cores e as flores. De resto, eles estão cuidando de tudo.

— Ótimo! – Lanie falou – Mas sempre dentro do que você e o Castle querem, não é?

— Ah, sim. Claro!

— Sábado você vai fazer a prova final do vestido de noiva, né, Kate?

— Sim! Estou morrendo de ansiedade e a Alexis não fala de outra coisa. – Kate acariciou sua barriga de cinco meses de gestação, maior do que o esperado. – E essa fofura aqui, não para de crescer... Ainda bem que a estilista me mostrou aquele modelo sem cintura marcada e com o tecido mais soltinho na barriga 

— Aquele vestido ficou maravilhoso em você, querida!

— Graças a Deus!

— Hey, falta menos de um mês para o casamento e ainda não recebi meu convite.

— A Cerimonialista me disse que na sexta-feira vai entregar os convites, amiga. Eu e o Castle estamos tão atarefados que nem vamos poder entregar os convites pessoalmente, como manda a boa educação.

— Querida, hoje em dia o pessoal não liga muito para isso. Recebendo o convite, é o que importa.

 

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Durante o trajeto ao Distrito, as duas moças conversavam bastante e ao final, Kate agradeceu pelo apoio – Obrigada por tudo, amiga. E vou te pedir para não falar nada com o Capitão, muito menos com o Castle. Eles não devem saber que eu fui até a cena do crime. – Kate pediu.

— Deixa comigo! Segredos de comadres. – a médica sorriu – Mas reze para ninguém ter visto.

 

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 Quando a Beckett retornou ao Distrito, encontrou seu noivo e o Capitão, juntos, encostados na mesa dela... e o pior, com as fisionomias carrancudas. Ambos de braços cruzados sob o peito, como quem espera uma explicação.

Eu posso explicar... Kate tentou falar, mas foi interrompida pelo Capitão Montgomery.

— Beckett, eu preciso fazer uma ligação telefônica, urgente. Daqui a meia hora eu te chamo. Quero falar com você na minha sala. – Montgomery avisou de modo autoritário e a olhava como se não estivesse acreditando que ela o desobedecera.

Kate engoliu em seco ao ouvir o comando e perceber a expressão facial dele.

O Capitão entrou na sua própria sala.

— Você não vai interceder e me ajudar, Castle?

— Ah, quer dizer que hoje você quer que eu interceda... Não se preocupe. Vou te ajudar, sim! Vou endossar todas as broncas que o Capitão te der.

Castle falou sério, o que deixou Beckett chateada.

— Richard Castle, eu vou dar um tiro em você...

— Papai e mamãe voltaram com tudo... E as brigas continuam... – Esposito pilheriou e logo recebeu o tão conhecido olhar mortal de Kate.

Kate foi para sua mesa e se afundou na sua cadeira. Estava irada.

O Castle foi atrás dela e se sentou na sua cadeira privativa, encostada à mesa da sua noiva.

— Foi a Lanie quem te avisou, foi? Eu vou matar a Lanie!

— Não posso dizer “amém!” a tudo que você faz, Beckett, principalmente quando você está errada. – ele sussurrava – E que tal você parar com essas ameaças infantis de querer matar todo mundo, eihm, mocinha? Nosso bebê deve estar assustado com a mãe querendo matar todo mundo.

— Ok! Entendi! Mas você ainda não me respondeu. Quem foi que te avisou, eihm, Castle? Foi a Lanie?

— Não, não foi a Lanie! Eu tenho meus informantes secretos.

— Quem são?

— Como o nome já diz, eles são “secretos”. – ele zombou. – Você já foi mais esperta, detetive.

— Eu te odeio!

— Odeia nada! – ele sorriu – Você me ama! Essa gravidez está te deixando muito temperamental. – ele a provocou – Está mais birrenta do que nunca.

— Mas antes você gostava das minhas birras. – ela lamentou.

— Não nego que acho excitante, só que agora você tem passado dos limites.

— Você me disse que tinha uma reunião... – ela mudou logo de assunto.

— Terminou cedo e meus informantes me convocaram... Eu soube que havia cinco mortos... Um local esmo... – Castle estava preocupado, mas falava baixinho – Beckett, você sabe que não pode colocar a sua vida e a do nosso bebê em risco e por isso tem que fazer seu serviço daqui da delegacia. Você sabe também que sempre que eu puder, eu vou ficar aqui, te ajudando a pensar...

— Não preciso de ninguém para me ajudar a pensar. Sou independente! E fique o senhor sabendo que a minha mente trabalha muito bem sozinha. – ela ralhou – E você bem sabe que antes de você me acompanhar nas diligências, eu já resolvia meus casos de homicídio.

Só que o Castle continuou a provoca-la – A literatura já falou que as mentes das grávidas são mais vagarosas, se é que você está me entendendo... – ele falou baixinho e sorriu – então... – Castle comentou em tom divertido e recebeu um olhar irado da sua noiva.

— A literatura também já te falou que existe indulto para mulheres grávidas que matam seus companheiros? – ela devolveu a provocação.

— Ah, esta foi a piada do dia! Rá-rá-rá! – ele imitou o som de uma risada – Além disso ser uma inverdade, duvido que você queira me perder, Kate, ainda mais você, que dos seis meses em que eu estive desaparecido, você usou três meses me procurando e os outros três meses ficou chorando, louca de amor e de saudade... – ele sorriu sedutor.

As risadas do Ryan e do Esposito ecoaram no distrito.

— Compraram ingressos? Querem pipoca? – Kate perguntou para Esposito e Ryan.

A voz de Kate era cortante. Os dois rapazes haviam puxado suas respectivas cadeiras para ficarem mais próximos e, como nos velhos tempos, assistiam a discussão do casal, como se estivessem numa partida de tênis ou em um show de stand up comedy.

— Ops! – Esposito se levantou com pressa, levando sua cadeira de volta até a sua mesa.

Ryan fez a mesma coisa e, para disfarçar a reprimenda, ainda tirou o seu inseparável bloquinho do bolso e consultou alguns dados sobre o caso.

— Pensei ter mandado vocês dois procurarem provas para acharem os assassinos. – Kate comentou, ainda irritada.

Depois que os meninos saíram para cumprir as ordens de Kate, a voz forte do Capitão foi ouvida na delegacia – Detetive Beckett! Na minha sala. Agora! Você também, Castle. Estou esperando.

 

 

... Continua...

 


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