Segunda chance para o nosso amor escrita por Denise Reis


Capítulo 23
Capítulo 23




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Aquela foi a surpresa mais incrível que ela tivera na vida e ficou sem ação.

Sem esperar ser convidado, o Castle passou por Beckett, indo até a cozinha e se serviu de água gelada.

— Eu estava morrendo de sede! – ele comentou ao entornar o copo cheio de água gelada.

Kate até sorriu, pois achou engraçado ele ter aquele comportamento, então resolveu provoca-lo – Boa tarde, Castle! Pode entrar! Fique à vontade e pode ir até a cozinha para beber água. – ela ironizou.

— Você também pode ficar à vontade, Kate! – ele revidou a ironia, com a fisionomia travessa.

Parada no meio da sala, Lanie assistia a cena e achava graça do jeito que o casal se comportava. Percebeu que nada mudara. Curiosamente, apesar do Castle ter perdido a memória, ele era o mesmo Richard Castle de sempre e a Kate, obviamente, também.

Para Lanie ficou comprovado que sua amiga gostava mesmo era de complicar o que não estava complicado.

— Hey, estou aqui! – Lanie falou um pouquinho mais alto do que o normal, levantou as duas mãos e acenou para os dois com a intenção de ser vista.

— Oh, desculpa. – Kate falou para a amiga e, por saber que o Castle não se recordava de nada nem de ninguém antes dos últimos seis meses ela o chamou – Castle, quero te apresentar a uma grande amiga minha. Eu te falei dela...

Castle caminhou na direção da amida de Kate e a olhou.

— Esta é a Lanie...  – Kate fez as apresentações – Esta é a minha grande amiga, Lanie Parish. Ela é Médica Legista lá da 12ª Delegacia de Polícia onde eu trabalho. Ela foi lá nos Hamptons quando você foi encontrado... Mas acho que você não se lembra...

— Oi! – Castle a cumprimentou cordialmente.

Dirigindo-se à amiga, Kate brincou - Lanie, não vou te apresentar ao Castle porque você já o conhece, né...

— Ora, ora!! – Lanie olhou o Castle, conferindo-o de alto a baixo – Como a vida marinha te fez bem, Bonitão! Acho que nunca vi meu amigo assim tão saudável! – ela falou com um tom malicioso na voz e deu uma risada gostosa. – Muita saúde!

— Lanie! – Kate a repreendeu!

— Oi, Lanie! – Castle repetiu o cumprimento e sorriu para a médica – Bom te ver!

— Digo o mesmo pra você, Castle! Nada como voltar dos mundos dos mortos, eihm... Se fosse o contrário, você teria uma piadinha pronta na ponta da língua para me provocar, com certeza, mas, infelizmente, mesmo sendo muito criativa, eu não consigo achar nenhuma piadinha para te provocar amigo. Fico te devendo essa! – Lanie avisou e riu, sendo acompanhada do próprio Castle.

— Taí, gostei! Combinado! Você fica me devendo essa, Lanie, e vou te cobrar. – Castle avisou enquanto ria muito.

— Amiga! – Lanie se dirigiu para Kate – Vou te dar uma dica, querida... Se quiser que eu examine o Castle para constatar se ele está mesmo vivo, é só leva-lo lá para a minha sala que eu o coloco lá, peladinho, deitado sobre aquela mesa de aço e faço o exame, combinado?

— Lanie! – Kate voltou a repreende-la.

— Uauu!!! – Castle gargalhou diante da proposta de Lanie – Pensei ter ouvido você dizer que não tinha nenhuma piadinha para mim...

Bem... – Lanie voltou a falar – Eu já estava de saída... Imagino que vocês tenham muitas coisas para conversar.

— Você leu meus pensamentos, Lanie! – Castle continuou a brincar com a médica e antes mesmo dela abrir a porta, ele já o fez e ainda balançou a mão direita, num tradicional gesto de adeus, ou seja, mandou-a embora.

— Castle! – Kate o censurou – Eu pensei que essa sua nova versão fosse mais educada!

 Tchau, Lanie! – Castle insistiu em se despedir da Lanie, deixando evidente o ar travesso.

— Tchauzinho! – Lanie respondeu ao cumprimento – Adorei esta sua nova versão, Bonitão!

Em seguida, Castle deu uma piscadinha de olho para a médica – Você é o máximo!

— Eu sei disso, amigo. – Lanie respondeu e, com um largo sorriso, ela se dirigiu à porta e toda feliz, piscou o olho para Kate – Tchau amiga!

— Adorei te rever, Castle! – Lanie falou e se foi.

Ao se ver sozinha com o amor de sua vida, que, inexplicavelmente, apareceu à sua porta, Kate ficou sem ação.

Kate queria dizer que se ele ainda a quisesse, ela ficaria com ele para viveram uma linda história de amor. Ela precisava revelar que resolvera aceitar a segunda chance que a vida lhes dera.

No entanto, vê-lo ali no seu apartamento, a deixou tensa, principalmente por conta da sua repentina aparição.

Estava muito nervosa.

Precisava tentar relaxar e a melhor forma de fazer isso era iniciar uma conversa. Perguntaria como ele chegara ali.

— Quem te deu o meu endereço, Castle? Foi a Martha? E porque você veio aqui sem me avisar? Eu poderia não estar aqui e aí você perderia a viagem. – ela o bombardeou com perguntas.

— Calma, moça! Uma pergunta por vez! – ele avisou e isso a deixou ainda mais tensa, principalmente do jeito que ele a olhava.

Castle saíra da cozinha e, a passos lentos, se aproximava dela.

A cada passo que ele dava, o coração de Kate ameaçava saltar pela boca.

Ele continuou andando.

Para tentar evitar que ficassem com os corpos muito próximos, a cada passo que o Castle dava na direção de Kate, ela dava um passo para trás e, mesmo assim, os corpos estavam quase colados enquanto, como uma dança, deslizavam pelo chão da sala.

Ele a olhava com uma intensidade que a deixava sem fala.

Kate se sentia nua, mas não achava ruim, muito pelo contrário, amava sentir aqueles arrepios maravilhosos pelo corpo, principalmente enquanto, de forma lenta e gradual, brincavam de gato e rato, até que, de repente, as costas dela colidiram com a porta da rua.

Não havia brutalidade no olhar, na intenção, muito menos nos atos dele, somente sedução e desejo.

Ainda sem condições de falar, em consequência da excitação que sentia pela repentina chegada do Castle e do modo provocante que ele a estava tratando e, claro, diante da perspectiva de voltar para ele, Kate queria revelar que viajaria para os Hamptons.

Tendo conseguido aprisiona-la, Castle a tocou levemente no queixo, de modo a levantar suavemente seu rosto a fim de poderem se olhar, já que ele era mais alto que ela.

Sem desfazer o contato visual, Castle passou a acariciar os cabelos da Kate, mas logo desliza as mãos pelo pescoço dela, ombros e braços, fazendo uma leve pressão com os dedos. Esse contato era eletrizante para ambos.

Neste momento, Kate já não se aguentava mais de tanta ansiedade. Estava louca por um beijo molhado e apaixonado e, assim, sequiosa, olhava para os lábios dele e, involuntariamente, passava a ponta de sua língua nos próprios lábios, deixando-os úmidos.

Castle percebeu não somente a excitação dela, mas também a intenção dela de querer beijá-lo e ele não demorou para atender ao apelo que não era somente dala, já que ele também estava ansioso para fazer o mesmo. Contudo, o fez inicialmente com muita calma.

O primeiro contato dos lábios do Castle causou uma descarga elétrica em Kate que a deixou arrepiada.

Com a língua, ele contornou os lábios dela e nessa viagem, encontrou a língua de Kate e o embate sensual aconteceu. Logo, depositavam selinhos um no outro até que os lábios se uniram no beijo tão esperado.

Exploravam-se sem inibições, como nunca houvessem se separado.

E, assim, Castle acariciava a orelha e o pescoço de Kate, enquanto ela, nas pontas dos pés, circulou seus braços pelo pescoço dele, num abraço faminto.

Mesmo com os corpos e os corações explodindo de paixão, o beijo foi suavizando em delicados selinhos.

O abraço foi intensificado, como se nunca mais quisessem se soltar.

De repente, Castle a ergueu nos braços e a levou para o sofá da sala. Só que, diferentemente do que Kate esperava, ele não a colocou a deitada. Ao invés disso, ele se sentou e a pôs no colo, num gesto de extremo carinho e amor, o que a deixou ainda mais feliz.

Kate conservou seus braços ao redor do pescoço dele.

— Que saudade de estar nos seus braços! – ela confessou.

— Saudades somente dos meus braços? – ele brincou.

— Não! Saudades de você e dos seus abraços... Saudades de você inteiro.

— A minha saudade era maior, pode acreditar! – ele afirmou.

— Você ainda não me disse quem foi que te deu meu endereço, Rick. – Beckett indagou e deu um beijo no queixo dele.

— Depois eu digo. Antes eu quero te dizer que continuo te querendo, moça. E quero saber se você mudou de ideia a meu respeito. Quero saber se você refletiu e se resolveu aceitar viver comigo para o resto de nossas vidas...

A cada pergunta que ele fazia, Kate expressava sua alegria e o Castle percebeu e continuou sua investida.

— Quero saber se você aceita experimentar dividir sua vida comigo, sempre com muito carinho, respeito, paixão e desejo, e também com uma coisa que eu preso muito e sei que você também valoriza, Kate... O amor! – ele a olhava com a mesma intensidade de antes e isso fazia o coração de Kate derreter.

Com o queixo trêmulo ao ouvir aquele pedido tão lindo, Kate respirou fundo e jurou para si mesma que não poderia chorar.

— Eu pensei muito, Rick. Isso foi o que eu mais fiz hoje. Aliás, nunca pensei nem falei tanto sobre isso na vida. E a minha resposta, é que eu quero, Rick, eu quero! Quero viver com você o resto da minha vida. – ela deu um selinho nele e continuou a falar – Eu te amo, você sabe disso... Não é mais segredo... Já foi segredo... Um segredo que eu escondi tão fundo que nem eu mesma sabia, ou... sei lá... Tinha medo de admitir. Mas agora não dá mais. Lá nos Hamptons, eu estava com muito medo de dizer “sim”, principalmente porque eu fico constrangida e até com medo por olhar para você e ver o Rick, mas saber que aí dentro tem o João Marinho, quando, na verdade, eu amo é o Richard Castle... É algo confuso e nem sei como explicar. Mas eu preciso de você.

— Jura? – ele estava muito feliz e voltou a beijá-la. Um beijo apaixonado que não terminava. As carícias e os beijos estavam esquentando, mas ele interrompeu.

— Estou nas nuvens, Kate.

— Sabe, Rick... Eu estava pensando numa coisa interessante sobre o Richard Castle e sobre o João Marinho e até desabafei com a Lanie... essa amiga que eu te apresentei.

— Sim, sei quem é a Lanie. – ele deu um selinho nela – Mas me diga o que você estava pensando sobre o Richard Castle e sobre o João Marinho. Preciso entender.

— Pois é... Eu não devo dar tanta importância ao nome que você recebeu na praia, pois, alguém poderia ter escolhido aleatoriamente ‘Richard’, ao invés de ‘João’ e, ao invés de terem posto o sobrenome de ‘Marinho’, numa referência ao mar, onde você foi encontrado, poderiam, também, casualmente, ter-lhe colocado o sobrenome ‘Castle’, numa alusão a, por exemplo..., castelo de areia, que todas as crianças adoram fazer na areia da praia... Ah, Rick... Eu não estou conseguindo explicar.

— Gostei desse paralelo dos nomes, Kate. Interessante.

— Sabe, Rick, não importa se você não se lembrar de coisas que aconteceram antes destes seis meses, quando você esteve desaparecido. Eu estou confiante que, juntos, a gente vai se descobrir um pouco a cada dia. Vamos aprender o que ainda não conhecemos um do outro. Se você recobrar a memória, ótimo, mas se não recobrar, a gente cria novas memórias.

— Você não sabe como fico feliz em ouvir você dizer isso, Kate.

— O que eu não posso é pensar na minha vida sem você, Rick.

— Eu também, Kate, não consigo imaginar minha vida sem você.

Trocaram um beijo apaixonado e as carícias eram excitantes.

— Você está fugindo da minha pergunta, Castle. Quem te deu meu endereço. Foi sua mãe, claro, né?

— Antes de te responder, mocinha, quero saber como está seu braço? – ele tocou levemente o braço que ela machucara ao cair da pequena escada lá nos Hamptons e viu que estava tudo bem – Não está roxo! Está doendo?

— Não! Nem lembrava mais da queda. – ela desconversou, mas falava a verdade.

— Não posso dizer o mesmo, Kate. – Ele a olhou firmemente.

— Ah, não, Rick... Nem pense mais nisso. Estou ótima! – ela esticou o braço e fez movimentos para provar que estava bem.

— Eu fiquei louco quando vi você caída no chão, Kate...

— Ah, eu percebi. – ela sorriu – Não que eu esteja rindo de você e da sua preocupação comigo, mas é que eu achei que a minha queda não merecia tanta preocupação, Rick.

— Quando vi você caída ali no jardim, algo mudou dentro de mim, Kate e eu me senti estranho... Depois que você foi embora, eu fiquei arrasado e mesmo sentindo meu peito apertado, fui dar uma volta na praia e sentei em uma pedra alta, perto de uma árvore e fixei meus olhos no mar e um filme passou pela minha mente e o que eu vi, me assustou.

— O que você viu?

— Eu vi você caída na grama com muito sangue no peito e, mesmo sendo uma visão, captei seu olhar implorando por socorro. Além disso você queria me dizer algo.

Ao ouvir aquela confissão, lágrimas de emoção brotaram dos olhos de Kate – Meu Deus! Naquele dia, Rick, eu queria dizer que te amava, mas não tinha forças...

— Depois eu vi a ambulância chegando... Vi você sendo levada para a sala de cirurgia, o Josh me culpando... – Castle a abraçou apertado – Várias cenas foram surgindo, do nada, e daí, como se fosse um exercício de esforço, eu fui buscando mais e mais acontecimentos... Eu me lembrei da Alexis... Do dia em que ela nasceu, ela engatinhando, ela falando “papai” pela primeira vez, ela indo para a escolinha... Lembrei da minha mãe encenando várias de suas peças... – ele olhou apaixonado para Kate – Você está aqui comigo e não é um filme, muito menos ilusão, Kate. É real.

— Então, você se lembrou do tiro que eu levei... Lembrou da Alexis... De Martha... Será que você se lembrou de tudo, Rick? – ela indagou, emocionada.

— Não sei se me lembrei de tudo, Kate, mas eu me lembro da primeira vez que ti vi, toda linda, de cabelos escuros e bem curtinhos, autoritária, cheia de charme, no dia do lançamento do meu último livro da série Derrick Storm. Só que você não foi para me pedir autógrafo. Você foi para me questionar sobre fatos acerca do assassinado de Alisson Tisdale e todo o desdobramento do caso, só porque o assassino da moça copiou os crimes dos meus livros.

— Estou tremendo! – Kate comentou.

— Como se fosse agora, Kate, eu me recordo que no final daquele caso eu te convidei para jantar, pois fiquei muito interessado por você. Disse que queria trocar opiniões, coisa e tal, mas você negou dizendo que não queria ser minha próxima conquista. Eu fui insistente e ousado, disse que poderia ser o contrário, ou seja, que eu poderia ser a sua conquista... Você se despediu e eu retruquei. Eu disse que se você tivesse aceitado teria sido ótimo. O ping-pong foi excitante e, cheia de sensualidade, você continuou me provocando, insinuando que eu poderia estar certo, mas apenas sussurrou ao meu ouvido algo que nunca vou esquecer... “Você não faz ideia...”

— Então você lembra de tudo... – Kate se afastou um pouco diante da surpresa maravilhosa... – E com detalhes!

— Acho que sim... E respondendo à sua provocação de quatro anos atrás, Kate, eu quero te dizer que, agora eu sei... E que, realmente, eu não fazia ideia... Você é uma feiticeira. Você é o amor da minha vida.

Kate o abraçou bem apertado novamente e o encheu de beijos pelo rosto pelo pescoço e por fim, os lábios se uniram num beijo apaixonado.

— Então... Você veio até aqui porque você se recordou do meu endereço...

— Resposta certa! – ele brincou!

— Então, você também reconheceu a Lanie...

— Óbvio!

— Mas você não falou nada... – ela estranhou.

— Claro que eu não falaria, amor. Eu queria falar primeiro para você, que é a mulher da minha vida, o meu amor.

— Meu Deus!! Ainda não acredito, Rick!

— Adoro ouvir você me chamar de Rick!!!

— Te amo, Rick!! Te amo! Te amo Rick!! Rick!! Rick!!

— Adoro mais ainda isso, amor. Também te amo!! Te amo há tanto tempo e você só me maltratando...

Kate estava ansiosa.

Ela se levantou e ficou andando pela sala, passando os dedos pelos cabelos – Ainda não acredito que sua memória retornou, amor...

— Você está desacreditando de mim, é isso? – ele ficou tenso.

Ela fez uma careta de repulsa à indagação dele. – Não! Oh, não! Claro que não! Não e isso... – ela riu.

— Olha, eu me lembro do sufoco que eu e você passamos quando ficamos presos em um porão sujo, junto com um tigre... A melhor parte foi que acordamos juntos no mesmo colchão – ele riu.

— Mas não aconteceu nada... infelizmente, né, Rick? – eles sorriram diante da malícia daquele comentário.

— Pois é... Infelizmente! – ambos riram – Bem... Eu me lembro também que ficamos trancados num container frigorífico e quase morremos congelados... Você quase no meu colo, cheia de fofura... Eu louco para te beijar e você também, que eu sei... – ele a provocou – Acho até que você ia dizer que me amava, mas aí desmaiou... – ele pilheriou.

— Vá sonhando, Castle... Eu nem estava no seu colo, nem estava louca para te beijar, tampouco ia dizer que o amava.

Castle se levantou e, carinhosamente, a aprisionou nos braços – Confesse! – ele brincou.

Kate pôs as duas mãos no rosto, escondendo-se e, assim, ela fez a revelação do século – Confesso que estava louca para te beijar, Rick,

— E... – ele queria que ela continuasse a confissão.

— Eu estava mesmo me jogando pra cima de você, até porque você também estava todo fofo comigo, todo apaixonado que eu sei e... – ela retirou as mãos do rosto e o olhou nos olhos.

— Verdade. Mas você ainda não terminou sua revelação. Estou esperando. – ele a provocou.

 - E..., sim... Você está certo, Rick. Antes de desmaiar eu ia mesmo dizer que te amava, mas... meu corpo não resistiu mais. Aliás, tantas vezes em que a gente poderia ter ficado juntos, né, amor, mas...

— Mas o que, Kate?

— Oras... Você era muito mulherengo e eu odiava isso. – Kate fez uma careta de repulsa à atitude antiga dele – E isso só fazia o meu medo aumentar.

— Eu precisei desaparecer para você criar coragem de se entregar a mim.

— É! Eu quase morri também, viu... Sem você, amor, nada tinha mais graça pra mim.

— Mas agora estou aqui, em carne e osso, todinho seu... Mais carne do que osso.

— E de mais ninguém, entendeu, Sr. Richard Castle. – ele falou ríspida com ele e ele achou engraçado – Nada de ficar se exibindo para suas fãs mais salientes.

— Ah, que dizer, então que não posso ficar me exibindo para minhas fãs salientes... Posso apenas me exibir para as fãs comportadas. Seria isso? – ele a provocou.

— NÃO! – ela demonstrou sua irresignação – Claro que não! Somente para mim... – ela o agarrou e deu um monte de beijos nele, mas interrompeu – Hey, me conte mais... Martha e Alexis devem estar iguais a mim, né, cheias de alegria.

— Com certeza!

— Então, me ver caída sobre o gramado dos Hamptons te transportou para o dia em que eu levei o tiro durante um caso de homicídio.

— Exato! Você não sabe o susto que eu levei hoje, amor, ao te ver ali, caída sobre o gramado. Acho que um choque me fez lembrar do outro choque porque o local é mais ou menos igual... Você caída sobre a grama... Não sei explicar.

— Quem vai poder dar uma opinião mais científica é o Dr. Burke. Será que devemos telefonar para ele agora?

— Agora? Agora, não, amor. – ele recusou e a puxou para si – Agora eu não quero saber de mais ninguém. A única coisa que quero, é fazer amor com a mulher que eu amo!

Com o coração quase saindo pela boca de tanta excitação, Kate o olhou de modo muito sensual e, de mãos dadas, o levou ao seu quarto.

Frente a frente, corpos colados, ele acariciou os cabelos e a nuca de Kate e, com dedo polegar, fez uma carícia excitante no pescoço e atrás da orelha dela.

— Parece um sonho que estou aqui, Kate, e vamos fazer amor... Sempre sonhei com isso...  Sempre desejei te beijar pelo corpo todo, dos pés à cabeça e a cada beijo eu diria que te amo.

— Mas nós já fizemos amor, Rick... Mais de uma vez, inclusive... lá nos Hamptons... – ela o lembrou.

Aquele comentário de Kate fez o Castle ficar retesado – Não gosto de me lembrar disso...

— Como assim!? Foi maravilhoso, Rick...

Ele a olhou e fez uma careta – Eu lutei por longos quatro anos pelo seu amor e você, em sete dias, se joga nos braços de outro.

— Sério que você vai ter ciúmes de você mesmo? – ela riu.

— Você estava toda derretida com o tal do João Marinho...

— Oh, meu Deus!!! Acho que o Dr. Burke vai ter muito trabalho, viu...

— Estou morrendo de ciúmes, Kate...

— Do mesmo modo que você me convenceu e eu já tinha entendido que você e o João Marinho eram a mesma pessoa, tente internalizar a mesma informação, amor.

Depois de alguns segundos, a cara de ciúme dele foi se transformando...

— Sim... É verdade... Assim fica fácil... – ele sussurrou.

— Te amo, Rick!

— Eu também te amo, Kate. Mas agora vamos fazer amor verdadeiramente pela primeira vez...

Ela tentava entender e ele logo explicou.

— Não estou desqualificando nossa madrugada de amor. Eu sei e te juro que amei cada momento que passamos juntos, mas é que agora tem todo um passado cheio de amor, sonhos, desejos, que anula qualquer briga que tivemos nestes anos. Eu vou fazer amor com a mulher que eu desejei e amei há quatro anos, entende?

Kate o olhou nos olhos – Confesso que estou mais nervosa agora do que ontem, amor... E é justamente por isso.

— Sério que você vai me lembrar novamente que se entregou para João Marinho, mesmo estando apaixonada por mim.

— Hey, eu me entreguei a você. – ela recuou e ficou magoada com o comentário dele, mas ele a puxou de volta.

— Seu senso de humor já foi melhor, Kate.

— Ah, mas é que esse assunto é delicado na minha cabeça, amor... E não sabia que você iria continuar com ciúmes de você mesmo... Isso para mim é novidade.

— É mesmo, né... Então, vamos mudar de assunto... Aliás, não vamos falar de mais nada, nem mesmo falar de amor...

— Não?

— Não... Nós vamos fazer amor... – ele a beijou e ela correspondeu.

— Mas eu gosto de falar de amor também, Rick.

De um modo provocante, Kate deu alguns passos para trás e, numa dança sedutora, começou a se despir, num strip-tease sensual, o que deixou Castle de queixo caído, igual como ficara naquela madrugada, quando ela se despiu na borda da piscina.

Quando ela estava apenas de roupa intima, um lindo conjunto de renda negra, ele foi até ela e começou a acaricia-la no pescoço, no colo e, aos poucos, foi abaixando uma das alças do sutiã, depois a outra, expondo grande parte dos seios e ao fazer isso, ele a olhou nos olhos, em êxtase e depois tirou toda a peça e a jogou longe – Você é tão linda, Kate. – ele envolveu os seios dela com as mãos abertas, em cuia, numa carícia erótica que os deixou arrepiados.

Apenas usando uma calcinha, Kate começou a retirar o blazer azul marinho dele – Você está muito vestido, Rick...

Ele terminou de retirar o blazer e ela desabotoou a camisa de mangas compridas, mas, como fizera com o blazer, ele também terminou a tarefa e a jogou longe.

Enquanto Kate retirava sua sandália, ele também retirou o calçado e a calça e se deitaram na cama de Kate, nus, um nos braços um do outro.

As carícias prosseguiam, avançavam e se repetiam.

Entre abraços, sussurros e carícias, Kate se lembrou de algo importante – Amor, sem querer interromper... ontem nem pensamos em preservativo... Mas agora... – ela sussurrava, excitada – Você trouxe?

Aquele, com certeza, não era o momento ideal para ser interrompido, contudo, ele se levantou e pegou o blazer, e, ansioso para achar os preservativos, ficou procurando, meio perdido, de bolso em bolso até que os encontrou e, feliz pelo seu êxito, ele exibiu algumas cartelas de preservativos coloridos e ao fazê-lo olhou para Kate de um jeito bem travesso – Eu vim prevenido e muito bem intencionado.

Ao ver a quantidade de preservativos que ele trouxera, Kate não conseguiu esconder o sorriso de cobiça, como se quisesse usar todos – Vejo que você está animado! Eu topo!

— Nem se eu fosse o Super-Homem... – ele pilheriou.

O amor se fez como se fosse um sonho e a satisfação de ambos foi intensa.

A noite foi perfeita!

... Continua...

 


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