Segunda chance para o nosso amor escrita por Denise Reis


Capítulo 22
Capítulo 22




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Quando Kate chegou ao seu aparamento já encontrou Lanie acomodada no sofá, pois a médica tinha a chave para qualquer emergência.

Lanie se levantou para receber a amiga.

Como uma criança saudosa, Kate se jogou nos braços de Lanie e abraçou a amiga como se não se vissem há anos.

Ela nunca fora emotiva a ponto de chorar por conta de saudades da amiga, mas estava sensível e não se aguentou. As lágrimas desceram com muita facilidade.

A sensibilidade, obviamente, se dava por tudo que passara nos últimos meses desde o desaparecimento do Castle e, principalmente, nos últimos dias, após o reencontro. Agora já se sentia mais leve depois da maravilhosa conversa que tivera com Martha e com sua mãe e, principalmente, depois da decisão que havia tomado quanto a retornar à casa de praia. Ela voltaria para os braços do homem que amava.

Mesmo assim, Kate se emocionou ao ver amiga.

— Hey, garota, o que aconteceu? Chorando!? Como assim!? Garanto que não está assim com tanta saudade de mim... – Lanie, brincou para tentar amenizar o clima tenso – Tem apenas dez dias que você viajou... Huuummm! Você vai contar essa história direitinho para sua amiga... – insistiu, mas, sempre firme, queria entender o que se passava com sua amiga.

As duas amigas sentaram-se no tapete da sala de estar e Kate começou a falar, mas Lanie não compreendia nada, pois Kate falava rápido e, para piorar, truncava as informações.

Kate pretendia comunicar a Lanie que estava decidida a voltar para os braços do Castle, mas primeiro precisava contar os detalhes que aconteceram, até porque, infelizmente, estava arraigada nela a péssima capacidade de complicar as coisas relativas a sua vida pessoal, já que sentia muita dificuldade em mudar isso. Precisava, com urgência, retornar as sessões com o Dr. Burke.

— A minha saída dos Hamptons foi tensa...

— Kate, respira!

Kate respirou fundo.

— Fale devagar e nada de começar pelo final. Não entendi nada! Faz de conta que a gente está na sala de depoimentos lá na 12ª DP e eu sou a detetive e você é a testemunha, então, amiga, faça o relato por ordem dos acontecimentos e não atropele as palavras, ok?

— Sim, senhora! – Kate até sorriu.

— Mas que tal tomarmos um bom vinho enquanto você me conta tudo, eihm. Até bom porque a gente relaxa.

As amigas escolheram o vinho e retornaram ao tapete com suas respectivas taças.

 Após o brinde inicial, Lanie perguntou como foi o encontro de Kate com a mãe.

— Foi excelente! Minha mãe é maravilhosa e já estou me sentindo ótima, acredite.

— Então porque a senhorita se derramou em lágrimas quando chegou aqui, eihm?

— Ih, Lane, estou ótima, pode acreditar. Mas é que...

— Que mulher mais complicada, meu Deus! Que tal a senhora ser mais leve, eihm?

— Juro que vou tentar, mas, já que estamos aqui, vou te contar tudo que aconteceu. Quero te colocar à par de tudo, até porque não te telefonei desde que encontrei o Castle.

— Pois fale!

— Por falar na mamãe, ela disse para você ir visita-la com mais frequência, entendeu?

— Adoro a Johanna!

— E disse também que já preparou a muda de peônia amarela que você pediu.

— Que ótimo! Obrigada! Vou lá pegar.

— Antes de mais nada, Lanie, quero logo te avisar que preciso agendar, com urgência, uma sessão com o Dr. Burke, mas antes preciso muito falar contigo, amiga.

— Você sabe que sou médica legista, não sabe? Posso até ser uma pessoa bacana e de bem com a vida, mas minha área não é psiquiatria... – Lanie zoou.

— Deixe de ser chata, Lanie. Eu vou conversar com você, como minha amiga e não como médica, até porque, neste momento não vou precisar de médico legista já que ainda estou viva, né, e não planejei, ainda, a morte de ninguém. – ela pilheriou.

Com a atmosfera mais leve, Kate começou a contar com detalhes, tudo que acontecera nas suas férias, se preocupando com os pormenores a partir do dia em que almoçou no Restaurante Sol Dourado, quando encontrou o Castle.

Apesar de já saber de algumas coisas sobre o dia em que o Castle fora encontrado, a surpresa de Lanie era visível e, depois de quase uma hora de relato, Lanie interrompeu Kate, antes mesmo de saber sobre a parte da conversa que a detetive tivera com Martha na Biblioteca. Não soubera, também sobre a conversa de Kate com sua mãe, muito menos da sua decisão de voltar para o Castle.

— Garota, depois de toda esta história de amor que você me contou, amiga, ainda não entendi porque você está aqui. Acho que você está doida, só pode... Acho que nem é mais o caso de você fazer terapia com o Dr. Burke. Pelo que vejo, você está pior do que aparenta. Já que você está aqui ao invés de estar lá com o homem que você ama, acho que você tem que ser internada e amarrada numa camisa de força.

— Ainda não terminei, Lanie.

 Só que a médica estava tensa e, sendo a Lanie de sempre, continuou dando sua opinião, sem deixar a Kate complementar sua narrativa.

— Não acredito que você não aproveitou essa segunda chance que a vida te deu, Kate. Óbvio que você deveria ficar de vez com o seu Bonitão. Lógico que eu não dispensaria o amor da minha vida... Jamais! Ainda mais que nesta madrugada você desfrutou daquele corpinho... – Lanie interrompeu, bebeu um gole de vinho e depois se abanou, como se seu corpo estivesse pegando fogo ante a lembrança da noite de amor da amiga – Meu bem, depois você vai me contar todos os detalhes sórdidos sobre esta maravilhosa noite de sexo quente com o menino escritor, está me ouvindo, garota? – Lanie fez uma expressão engraçada – Acho que nem se eu estivesse louca eu deixaria um amor desse escapar. Pense como é difícil uma pessoa encontrar sua cara metade... E você encontrou. E logo quem? Logo ele, o seu escritor favorito, amiga, e ele a fez chegar aos céus... Três vezes, que você me disse... Só se eu fosse louca! – Lanie estava elétrica e não parava de falar – Vai viver com ele, amiga! Se joga! Viva o presente e não dê tanta bola para o fato dele estar desmemoriado, garota. Quem sabe ele recupera a memória enquanto vocês vivem esta linda história de amor, eihm... 

Mesmo já decidida a voltar para o Castle, Kate quis esmiuçar o assunto – Só para você ficar ligada, Lanie, tem um detalhe: Ele não é o meu Castle... Ele é o João Marinho que não sabe nada sobre a minha vida antes destes seis meses... Ele me conhece somente há sete dias.

— Querida, com o homem da minha vida do meu lado, cheio de amor pra dar, com promessas de uma vida cheia de amor, felicidade, alegria e um sexo de melhor qualidade... Ah, querida, sinto muito, mas o que importa é o presente. Esta é a vida feliz que você merece, amiga. Tá na cara que ele não vai te descartar como uma roupa usada. Ele pode não se lembrar de coisas do passado de vocês. Talvez ele nunca volte a escrever os livros sobre a Nikky Heat, muito menos te siga nos casos de homicídio. Acredito também que ele não volte a ser pescador, já que agora é bilionário – Lanie fez uma das suas piadinhas – mas, com certeza, ele vai encontrar uma atividade que o satisfaça e dê orgulho a vocês dois. Você sempre o admirou, amiga e vai continuar admirando. Você está me ouvindo, Kate?

— Estou! Mas preciso te dizer que eu...

Mais uma vez Lanie não deixou Kate dizer que já decidira voltar para o Castle – Pois bem, você tem que colocar na balança, querida... De um lado o amor verdadeiro, um homem integro e cheio de amor para te dar e mais um monte de qualidade, mesmo que não redija mais uma linha sobre a Nikky Heat e não te acompanhe nos casos. Pronto! Isso é o que temos para hoje. Agora vamos ver o outro lado da balança... Sabe o que está lá?

Kate estava atenta e esperava a amiga falar. Tudo que a amiga falava só estava servindo para confirmar a sua decisão de voltar para o Castle.

— No outro lado da balança, Kate, você vai encontrar um grande vazio e um coração despedaçado: o seu! Você terá, também, uma cama vazia e fria, com travesseiros molhados pelas lágrimas... suas lágrimas, além de uma vida sem graça, sem o Castle para te divertir, para te provocar, para você amar e para te dar todo carinho e amor do mundo que você merece.

Kate pensou em provocar a amiga – Você sabe que eu poderia dizer que ele não é o Castle e que ele está desmemoriado...

— Acho péssima sua escolha de continuar pensando assim, amiga. – Lanie ironizou – Pode continuar com a sua mania de complicar as coisas. Fique a senhora sabendo que do jeito que o Castle é comunicativo, ele não vai ficar sozinho por muito tempo, ou seja, ele pode até sofrer muito por você tê-lo abandonado, mas logo as beldades dos Hamptons vão cair em cima dele como moscas em padaria e a cama dele, ao contrário da sua, querida, vai estar ocupada e quentinha

— Ah, Lanie... Você está sendo muito severa... – Kate se lamentou – Pode parar! Deixa eu te contar logo que...

— Você acha mesmo que eu estou sendo muito severa? – Lanie cruzou os braços, não deixando a Kate revelar a grande novidade.

Quando Kate ia abrir a boca para fazer a grande revelação, foi rapidamente interrompida por Lanie.

— Repare bem, Kate... Como sua amiga, eu quero apenas te abrir os olhos. Bem... Vejamos... Lembre-se que quando você foi para os Hamptons há dez dias, o Castle estava oficialmente morto.

— Nem gosto de lembrar disso! – Kate falou.

— Mas tem que se lembrar, sim. Pois é, o cara estava oficialmente morto, só que você, completamente maluca de saudade e de amor, botou na cabeça que tinha que procura-lo. Naquele dia eu pensei... “Socorro, minha amiga está louca!” Claro, né, Kate, que até eu pensei que você estava alucinada e fora da realidade, mas eu não a impedi e te dei trinta dias para você se conscientizar que o Castle estava realmente morto.

— E eu estava certa! A prova de que eu não estava louca. – Kate comentou – Lanie, nem fale mais nada, amiga, eu preciso te dizer que eu...

— Nada de me impedir de falar. Calma! Então... Acontece que para surpresa do mundo, você o encontrou vivo, lindo e cheio de vida, no entanto, infelizmente, o homem estava com a mente vazia. Mas, apesar disso, amiga, ele é o Castle. Ainda que ele esteja com amnésia, o Castle está lá nos Hamptons, te esperando, querida, então, bota a cabeça no lugar e volta lá e viva o presente e a felicidade de compartilhar o mundo com o homem que é o amor da sua vida.

— Eu sei disso, tanto que eu...

— Mulher de Deus, o que você tem que considerar é que a memória dele pode voltar enquanto vocês já vivem a história de amor.

— Eu estou sabendo que a memória dele pode não voltar. – Kate afirmou e já estava preparada para isso – Tanto que...

— Se a memória dele não voltar, vocês já estarão vivenciando o amor, querida. Pior é você ficar aqui, sozinha, chorando de saudade. Você sofre aqui e ele sofre lá.

Lanie se levantou e logo voltou com um copo com água e bebeu a metade. Ela estava tensa.

— Sabe de uma coisa, Kate? Descobri agora que você está mais doida agora do que há dez dias quando saiu para procurar um homem oficialmente morto. Com certeza!

— Ah, Lanie, você fala de um jeito que... Deus me livre! – Kate se queixou – Quem está doida é você, porque você fala o tempo todo e não me dá chance de te contar uma coisa muito importante.

— Eu falo de um jeito que uma amiga tem que falar, porque eu quero te colocar juízo na cabeça. Para de complicar tudo na sua vida, Kate!

— Deixa eu te contar uma coisa, Lanie... Você interrompeu minha narrativa no momento em que eu iria falar sobre a conversa série que a Martha teve comigo. Você também não deixou nem eu te contar a conversa que eu tive com minha mãe. Elas duas me aconselharam fazer isto mesmo que você me disse, amiga. Elas disseram que eu tenho que aproveitar a segunda chance que a vida está me dando e que não tenho que ficar assim, apegada a falta de memória do homem que eu amo, muito menos se ele é o Castle ou se é o João Marinho.

— Por isso que eu admiro tanto estas duas mulheres! Meu Deus! Jura que elas disseram isso?

— Disseram, sim!

— Então, querida, confia na sogra e na sua mãe e confia também nesta sua amiga. Volta para os Hamptons que seu amor está lá, te esperando para viverem uma linda história de amor.

— Sabe de outra coisa? Você quase não fez pausa... Você quase não me deixou falar, Lanie. 

— Diga, amiga.

— A grande revelação que eu tentei te falar e você não deixou, é que eu já decidi que vou voltar para o Castle, amiga. Eu o amo e não posso mesmo perder esta segunda chance que a vida está dando para nós dois sermos felizes.

— Só agora você me fala? Depois de eu desfilar um monte de conselhos e sermões? Minha garganta até secou.... – ela riu.

— Eu até tentei te interromper, mas você não deixou... – Kate sorriu – Vamos brindar ao amor, Lanie.

As duas brindaram e sorriam felizes e Kate comentou que todos os conselhos de Lanie não foram em vão e serviram para dar suporte a sua própria decisão de voltar para o Castle.

— Sabe de uma coisa que eu estava pensando quando eu estava vindo para cá, Lanie?

— Diga.

— Se ao invés de João Marinho, o pessoal daquela praia tivesse, por coincidência, colocado nele o nome de Richard Castle, assim, do nada... Então essa minha preocupação e confusão sobre o nome dele nome não existiria, entendeu? E talvez eu nem estivesse assim tão tensa com relação a personalidade dele... Sei lá...

— Garota esperta!! – Lanie se levantou e ajudou a amiga a fazer o mesmo. Anda, volta para os Hamptons. Vá embora! Agora! Xô! Se manda para viver sua história de amor.

Kate agora estava sorridente e cheia de animação – Vou voltar sim, Lanie, obrigada por ter me ouvido e por ter me dado excelentes conselhos. Mas não vou voltar hoje...

— Hey, por que?

— Estou cansada. A viagem é longa. Se eu pegar estrada agora, chegarei à noite... Além do mais, não gosto de dirigir à noite.

— Mas você vai amanhã cedo, entendeu?

— Sim. Partirei amanhã, nos primeiros raios do sol.

As amigas se abraçaram – Adorei saber disso, viu, mas agora eu já vou. Vou sair com o Esposito e ainda vou tomar um banho bem gostoso e me arrumar. – Lanie deu uma piscada de olho cheio de malicia – Adoro o meu amante latino! Socorro!!! – ela deu um gritinho engraçado e ambas deram muitas risadas – A minha noite promete!

— Vou telefonar para Martha. Vou avisar que vou voltar! Quero que ela seja a primeira a saber. Eu já contei para minha mãe. Mas vou pedir para Martha não falar nada para o Castle nem para a Alexis. Prefiro fazer a surpresa, pessoalmente.

Kate pegou seu aparelho celular e telefonou primeiro para Martha – Martha?

— Katherine, que surpresa maravilhosa, querida. Eu estava ansiosa para te falar. Já ia te telefonar, mas você foi mais rápida. – a idosa sorriu.

— Antes eu preciso te contar uma coisa, Martha. Estou te telefonando para dizer que mudei de ideia... A viagem foi ótima e pude refletir bastante sobre tudo e decidi que não quero perder o Castle. Falei com a mamãe e com a Lanie e elas pensam igual a você. Amanhã mesmo eu vou voltar para a casa de praia. Eu amo o Castle e não quero perde-lo nunca mais. Não volto hoje porque estou cansada e não quero pegar a estrada do jeito que estou. Acho perigoso. Mas não conte nada para ele, viu. Eu mesma quero fazer a surpresa.

— Meu Deus!!! Que alegria. Pois fique você sabendo, querida, que...

Batidas fortes à porta fizeram que Kate interrompesse Martha.

— Martha, um momento... Estão batendo à porta e, pelo jeito, a pessoa está com muita pressa. Vou ver quem é. Daqui a pouco eu te telefono. Um beijo, querida.

Kate desfez a ligação antes mesmo de ouvir a saudação de Martha.

Sem consultar o olho magico para verificar quem estava à porta, Kate abriu e, para sua surpresa, encontrou o Castle.

 

 

... Continua...


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