Segunda chance para o nosso amor escrita por Denise Reis


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Vocês perceberam na Kate a necessidade que ela tem de ser amada, de verdade, pelo homem que ela conhece há mais de quatro anos. Vocês também estão vendo que a Kate sabe que João Marinho e Richard Castle estão ali ocupando o mesmo corpo físico, e ela consegue diferenciar os dois, pois, apesar de ambos serem extrovertidos e apaixonados, ela AINDA não enxerga amor nos olhos dele, apenas a paixão... e não é apenas isso que ela quer... A Kate já provou que está muito determinada a esperar... Mas... Será que ela vai aguentar conviver com o Castle ali, na mesma casa... se esbarrando, conversando, se olhando, sem que a centelha da paixão se transforme numa labareda?? O risco de incêndio é grande!! rsrs

Bem, não devo dar spoiler... kkk

Vumbora pra frente!! rsrs

Boa leitura!!
Em 30/04/2020, às 19:31 --------- Fiquem agora com o CAPÍTULO 13



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A cena ocorrida naquele quarto foi tensa e apaixonante e deixou Kate trêmula.

Ela tinha certeza que o Castle também se sentia da mesma forma que ela.

Analisando a cena que se desenrolara ali, Kate sabia que por mais que estivesse em frente ao Castle, ela sabia distinguir os dois homens que ocupavam o mesmo corpo físico. Apesar de ambos serem extrovertidos e ardentes, ela não conseguia enxergar o amor nos olhos dele, apenas paixão, e não era somente isso que ela queria.

Ainda prevalecia em Kate a necessidade de se sentir verdadeiramente amada pelo Castle e foi esse sentimento que a fez esperar por mais de quatro anos.

— Estou determinada a esperar, mas não sei por quanto tempo vou conseguir ser tão racional e resistir a esta paixão que me consome, pois não sou de ferro. Adorei cada carícia dele, cada selinho, cada beijo e cada sussurro ao pé do ouvido e estou ansiosa por isso novamente. – Kate pensava alto, em tom de lamento.

Ela andava de um lado para o outro no quarto. Estava aflita!

— Oh, meu Deus!  O que é que eu faço!? Não sei se vou aguentar conviver com o Castle aqui na mesma casa... Me deparando com ele em todo canto, ouvindo sua voz, seus galanteios, encontrando seus olhares sem que a centelha da paixão se transforme em labaredas.

Passados alguns segundos, sem saber de onde conseguiu forças, Kate terminou de se arrumar e levou o restante de suas coisas para o quarto de hóspedes ao lado do quarto do Castle e desceu rapidamente até a sala onde aconteceria a reunião com o Dr. Burke.

Aos olhos de um leigo, a reunião poderia ser desnecessária. No entanto, a conversa seria muito importante para pontuar as necessidades do Castle e da família, já que a situação que se apresentava era muito nova para todos.

Martha pensava como a Kate e também ansiava por esta reunião de família, com a indispensável presença do médico, com seus ensinamentos e experiências cientificas.

O próprio Castle aprovou a ideia da reunião familiar. Ele precisava se situar naquela nova vida e precisava de apoio de todos, inclusive das orientações do seu médico.

Assim que a Kate entrou na sala, os encontrou conversando sobre pesca enquanto sorviam suas taças de vinho. Castle relatava suas experiências recentes naquela arte.

Ao olhar para o Castle, o rosto de Kate ficou vermelho e ele também se sentiu tenso. Ambos tinham em mente a recente cena no quarto com as trocas de carícias, beijos e palavras sedutoras, sempre com muita paixão e desejo. O flagra da Kate de toalha não saia da mente dela muito menos da dele.

 

Muito atenta, Martha percebeu o desejo na expressão dos dois e também o modo apaixonado que seu filho olhou para Kate. Sua experiência de vida detectou algo muito quente na mente dos dois.

— Desculpem-me a demora. – Kate comentou, interrompendo o devaneio de Martha.

— Sem problemas, Kate. – Dr. Burke afirmou.

Como um bom anfitrião, o Castle serviu uma taça de vinho para Kate.

A reunião se desenrolou com os assuntos previstos, sem qualquer traço de formalidade.

Em dado momento, após várias perguntas acerca do real estado de saúde do Castle, o Dr. Burke, muito sensato, tentou explicar o problema de modo simples – Vejam bem... Sei que vocês estão preocupados, o que é completamente justificado, até porque vocês não são da área médica.

— Ah, que bom que o senhor nos entende, Dr. Burke. – Martha comentou.

Com um sorriso amigo, o médico tentava passar tranquilidade – Em linguagem do nosso cotidiano, o que posso dizer, pelo menos por enquanto, é o obvio. Ou seja, que realmente existe uma perda da capacidade do Castle recordar experiências ou acontecimentos do passado, já que ele próprio afirmou que não se recorda de nada antes destes seis meses em que ele viveu como pescador.

— É algo tão assustador e pouco sabemos sobre isso... – Martha voltou a falar.

— O que a literatura explica é que a perda de memória pode ser total ou parcial, constante ou episódica, temporária ou permanente, dependendo das causas. – Dr. Burke explicou.

— E como o Castle poderá sair disso, Dr. Burke? – Kate questionou.

— Como eu já tenho falado, somente com o tempo e exames mais minuciosos eu poderei fazer um diagnóstico preciso acerca do caso do Castle e, assim, estudar um jeito de trata-lo. Nestes exames vamos poder detectar se houve lesões em algum lugar no cérebro que causou esta amnésia. Agora, não posso adiantar se ela é momentânea.

— E como poderei sair disso, Dr. Burke? – Castle o questionou.

Eram perguntas repetitivas, mas que o médico, sereno e experiente, aceitava bem, pois era normal que o paciente e sua família não tivessem noção do que acontecia. Eles queriam saber e entender o que se passava, até porque, amnésia não é uma enfermidade corriqueira.

— Primeiramente, Castle, você tem que permanecer como estava, ou seja, tranquilo. Seu estado emocional pode te levar para caminhos bons ou ruins. Se você ficar nervoso e esquentado por conta da amnésia, a tendência é piorar. No entanto, se você permanecer assim, tranquilo, de bem com a vida e feliz, mesmo vivenciando esta situação desconcertante, seu cérebro vai te agradecer. – o médico sorriu.

— Entendo... – Castle assentiu.

— No entanto...  – o médico prosseguiu – , devo avisar que independente do seu estado emocional, pode acontecer alguma situação, ou uma pancada ou a visão de algo que provoque um choque para você e isso poderá, sim, dar um start no ponto chave do seu cérebro onde ocorreu um grande trauma, mesmo que esse não tenha sido o que ocasionou a perda da memória. Aí, sua memória poderá retornar de forma total ou parcial... Ainda é uma incógnita.

Todos na sala arquearam suas sobrancelhas diante daquela possibilidade.

A certa altura, Dr. Burke fez um resumo das suas orientações feitas naquela reunião – Vejam bem. Como eu já disse, a mudança de uma pequena cabana para esta mansão já é um choque para você, Castle, inclusive seus afazeres diários, como por exemplo, seu hábito de acordar de madrugada para ir pescar.

— Acordo diariamente ao nascer do sol e vou pescar. – ele confirmou.

— Aconselho que você fique aqui nos Hamptons pelo tempo que você achar necessário... acho que duas ou três semanas. Não há a necessidade de você sair para pescar, mas, se quiser, não tenho nada contra. – o médico orientou - Será uma decisão muito pessoal.

Castle negou com a cabeça – Não vou pescar. Vou usar todo o meu tempo para tentar me conectar mas com minha família...

— Você decide. Depois desse período eu acredito que você já vai se sentir confortável para retornar à Nova York, mesmo que ainda não tenha recobrado a memória. Lá, vou te encaminhar para fazer alguns exames e logo começaremos nossas sessões até você se reencontrar como seu verdadeiro “eu”, isso se tal milagre não acontecer aqui mesmo. Tudo é possível! As vezes um “clic” e tudo volta à sua mente.

— Seria ótimo! – Castle sorriu.

— Mas não se cobre demais. Procure ter paciência.

— Ótimo, Dr. Burke! – Martha agradeceu.

— Entendi! – Castle assentiu, mas logo mudou de assunto – Sem querer mudar muito o rumo da nossa conversa, ou mesmo me lamentar, eu preciso dizer que ainda continuo meio em transe... Muitas novidades... – ele fez um gesto com as mãos em volta da cabeça.

— Você sente dores ou algum mal estar físico, Castle? - o médico questionou.

— Não, eu não sinto dores.

— Ótimo!

— Sinto apenas a sensação de novidade e aquela necessidade de eu ter que entender que minha vida mudou. Como se eu estivesse sonhando acordado... Como se eu fosse acordar a qualquer momento...

— Isso é normal, Castle. – Dr. Burke o tranquilizou – Não vejo motivo para pânico.

— Muitas coisas acontecendo de vez... - Castle continuou – Por exemplo... – ele direcionou seu olhar para Martha – Eu queria sentir que a senhora é minha mãe e que a Alexis é minha filha... E também tem a Kate...  ele lançou um olhar apaixonado para Kate  São muitas emoções. Eu já gosto de vocês e aprecio estar do lado de vocês, mas eu quero mais, entendem? – ele estava tenso – outra coisa... Houve uma mudança drástica do meu modo de vida. Ainda não consigo acreditar que esta mansão é minha. – Castle apreciava espantado o luxo da decoração da mansão. – Ela é imensa!

— Não dê tanta importância as coisas materiais ao seu redor, Castle. – Kate aconselhou – Mantenha seu foco nas batidas do seu coração ao caminhar pelos ambientes; Nas emoções que vai sentir ao apreciar as ondas do mar da janela do seu quarto ou mesmo da varanda da casa; Nas sensações que sentirá ao deitar no colchão da sua cama; No cheiro do café e dos temperos que vão espalhar pelo ambiente ao preparar uma refeição na cozinha e ao ouvir a voz de pessoas queridas que estão ao seu redor e na emoção que vai sentir ao se deparar com os olhares de sua mãe e de sua filha e também ao ouvir a voz de cada uma delas.

Kate fez aquele comentário concentrada em propor as melhores atitudes para o homem que amava...

—  Assim você me faz chorar, Kate. – Martha comentou passando um guardanapo para secar seus olhos lacrimejantes – Só acho que faltou você incluir seus olhares e a sua voz, querida.

O comentário de Martha fez Beckett e Castle trocarem um olhar apaixonado, mas esse momento foi quebrado pela voz do médico.

— A Beckett está certa, Castle! – o Dr. Burke comentou, elogiando a atitude positiva de Kate.

A reunião ainda rendeu por alguns minutos;

Após os comentários remanescentes de Martha, o Dr. Burke se despediu.

— O senhor não quer mesmo ser nosso hóspede, Dr. Burke? – Martha repetiu o convite – Temos um quarto de hóspedes preparado para o senhor.

— Não, senhora. – o médico agradeceu – Fico grato, mas eu preciso dormir em Nova York, pois tenho compromisso no meio da manhã. Uma viatura da polícia está me aguardando e o motorista é experiente neste roteiro.

Após a saída do Dr. Burke, a experiente atriz ruiva depositou sua taça vazia na mesinha de centro.

Percebendo que a troca de olhares de seu filho e Kate continuava apaixonante, Martha foi logo avisando que já estava com sono e precisava dormir.

— Bem, meus queridos, eu já vou dormir. O dia foi movimentado e preciso de uma excelente noite de sono restauradora.

Ela já subia alguns degraus na direção do pavimento superior onde ficavam os dormitórios, mas fez uma parada cênica e, bem do seu jeito, deu um aviso – Crianças, comportem-se!

Após dar o seu recadinho de um modo bem musical, Martha terminou de subir as escadas, deixando Kate e Castle sozinhos.

Aquela advertência fez Kate ficar rubra, mas Martha não viu, pois já tinha subido paro seu quarto.

— Que fofa! Que animação! – ele gostou do jeito de Martha – Minha mãe é sempre assim? – Castle sorriu ao questionar Kate sobre o modo divertido de Martha.

— Martha é maravilhosa! Uma mente brilhante! Ela é muito observadora e amorosa com todos nós. Se ela pudesse, colocava cada um de nós no colo e cuidava de todos, dando conselhos e dicas de como viver melhor, usando toda a experiencia de vida dela.

— Oh! Que bonito! Cada minuto que eu convivo mais com a família eu vou vendo mais coisas interessantes. Gosto da minha mãe!!

Ele serviu mais vinho para os dois.

— Que ótimo! Segundo a Alexis, ela é uma vovó avançadinha, pois ainda tem seus namorados, seus encontros e participa de happy hours com as amigas.

— Sério!? Achei o máximo! – ele comentou.

— Ela é muito divertida e, como ela mesma diz, ela é uma pessoa além do seu tempo. – Kate piscou o olho para o Castle – E te digo mais, ela é muito animada, muito otimista e consegue ser mais prática e mais decidida do que eu e, inclusive, me estimula a me jogar mais...

A expressão de surpresa e contentamento que Castle fez, deixou claro que ele gostou do que ouviu – Eu até já comentei com você... sobre o fato de ela se dirigir a mim e a você como “Crianças” – ele riu – e outras vezes com os nossos primeiros nomes “Richard” ou “Katherine”. Neste pouco tempo de convivência, ainda não a ouvi te chamando de “Kate” ou “Beckett”, como também não me chama de “Rick”.

— É o jeito dela e ainda bem que esse jeito é fofo. Eu a amo. Aliás, todos nós a amamos! Estou ansiosa para o dia em que você se lembrar dela. Ela é uma mãe e uma avó maravilhosa! – Kate ficou comovida – E eu não tenho o que me queixar.

— Percebi que vocês se dão super bem e se comunicam até por olhares. Estou certo?

— Certíssimo! Nós já nos dávamos muito bem antes do seu desaparecimento, mas durante estes seis meses, nosso vínculo ficou muito mais forte, quase como mãe e filha.

— Que tal você me contar sobre esse período?... O meu desaparecimento... Ou melhor, que tal você me contar sobre antes disso, eihm?

Beckett se levantou e foi até a janela e, depois de sorver um gole do vinho, ela girou o corpo para ficar de frente para o Castle, que continuava sentado no confortável sofá, próximo à lareira, com a atenção somente em Kate.

— Huuummm! – Kate deu um leve sorriso de canto de boca – Estou achando que você está tentando trapacear. – ela sorriu – Assim não vale! Não vou te contar nada da sua vida antes do seu desaparecimento, Castle, e você sabe disso. Acho até que te contei mais coisas do que você deveria saber sobre sua mãe.

Ele fez uma expressão divertida no rosto – Ok! Você está certa!

— Vamos levar a sério isso, Castle! – ela ainda continuava sorridente – Você deve se reencontrar sozinho, sem muitas dicas, além daquelas que vivenciaremos no dia a dia aqui nos Hamptons. Pense assim... Quando você se recordar de coisas do passado e voltar a ser o nosso Richard Castle de sempre, não importa se vai ser aos poucos ou, quem sabe, se vai ser de repente, acho que só teremos certeza que a tempestade passou de verdade, somente se você tiver levado as recomendações do Dr. Burke à sério e não tiver trapaceado.

— Concordo com você. – Castle afirmou e deixou sua taça de vinho sobre a mesa de centro. Ele se levantou e, lentamente, se dirigiu até o local onde Kate estava.

Kate pressentiu que o Castle estava a ponto de quebrar a promessa que fizera no quarto. Ela se sentiu frágil.

Não estava certa se suportaria resistir ao apelo daquele olhar, então, encheu-se de coragem e decidiu se retirar.

Kate depositou sua taça na bancada próxima a janela e sem olhar para ele, ela anunciou sua saída – Acho melhor irmos dormir, Castle! – em seguida começou a caminhar na direção da escada, mas ele a pegou pala mão, fazendo-a parar.

Não havia violência, apenas paixão, o suficiente para fazer tremer as pernas de Kate.

— É um convite, Kate?

Aquele comportamento era próprio do Castle e ela sorriu.

— Sempre adorei e me diverti muito com esse seu jeito traquinas, Castle, mas preciso te dizer que isso não foi um convite, mocinho, e você sabe bem disso. – ela ralhou em tom bem leve e divertido, fazendo-os sorrir.

— Fique mais um pouco, Kate. Vamos conversar...

— Não devemos, Castle... – bem próxima a ela, ele tocou seu queixo, fazendo-a erguer seu rosto e fixou seus olhos nos olhos dela.

Kate prendeu seus olhos verdes no azul dos olhos hipnotizantes dele e foi aí que ela errou, pois percebeu que não conseguiria resistir.

— Kate...

— Rick... – ela sussurrou, e tentava recuar – Você disse que saberia esperar até você mesmo se reencontrar... – Kate sentia seu corpo trêmulo.

— Não sei se vou conseguir, Kate.

— Então... Talvez seja melhor eu retornar para Nova York.

— Você vive fugindo de mim, ou é impressão minha?

— Taí uma coisa que você vai ter que descobrir sozinho, Castle.

Ele ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo – Ok! Você ganhou! – Meu Deus, que mulher é essa? – ele brincou.

— O que você quer dizer com isso? – Kate indagou.

— Bem, é que eu disse que saberia esperar, só que eu não estou sabendo fazer isso, então, vou ter que aprender. Mas, pelo amor de Deus, não vá embora. Fique aqui nos Hamptons comigo. Eu preciso de você.

Ela arqueou as sobrancelhas e ele logo saiu na defensiva – Não! Não é para me dar dicas sobre o meu passado. Só preciso que você esteja aqui. Sua presença me faz bem. Imagino que eu, você, Alexis e minha mãe somos um quarteto fantástico! – ele brincou e deu uma risada gostosa.

— Sim, somos um quarteto fantástico! – ela sorriu ao concordar com ele.

Ao invés de subir, como pretendia, Kate retornou à sala de estar, recolheu as quatro taças usadas na reunião, as levou para a cozinha e as lavou, mas não as secou. Deixou-as no escorredor de pratos.

— Agora eu vou subir mesmo, Castle. Boa noite.

— Ok! Também vou subir.

Juntos, eles apagaram todas as luzes do pavimento inferior, conferiram se todas as portas e janelas estavam trancadas e, em seguida, subiram os degraus para o pavimento dos dormitórios.

Contrariando a regra da boa educação, o Castle deixou que ela subisse na frente, enquanto ele ia atrás dela, apreciando o movimento gracioso dos quadris femininos ao subir cada um dos degraus. Aquela visão era estimulante e se segurou para não acariciá-la.

Assim que chegaram em frente as duas portas dos seus quartos, uma do lado da outra, eles pararam.

— Boa noite, Castle. – Kate adiantou-se e abriu a sua porta.

Antes que Kate pudesse entrar no quarto de hóspedes que ocuparia, Castle pegou a mão dela e depositou um suave beijo, num gesto elegante.

O toque suave dos lábios dele na sua mão, a deixou mais trêmula ainda.

— Boa noite, Kate. Bons sonhos! De preferência comigo, porque, com certeza, eu vou sonhar com você.

Kate amou aquele gesto tão delicado e o comentário espirituoso.

Com suavidade, ela recolheu sua mão que ainda se encontrava entre as mãos do Castle e, de um modo divertido, ela arqueou as sobrancelhas e apertou os lábios, prendendo um sorriso ao responder a provocação dele sobre os possíveis sonhos dela – Só amanhã saberemos...

— Você me diria seus sonhos comigo, Kate, principalmente se fossem sensuais ou até mesmo eróticos?

Ela se aproximou do ouvido dele e sussurrou – Huuummm!! Sinto te informar que você vai dormir com esta dúvida, Castle.

— Oh, meu Deus! – Castle sentiu um arrepio tomando conta de todo seu corpo excitado.

Em tom sedutor, Kate avisou – Que tal se entrássemos e deitássemos logo na cama, eihm...antes que a gente, sem querer, acorde a Alexis e sua mãe.

— Isto é um novo convite? – ele indagou, sorridente.

— Não, Castle, não é um convite... – ela riu da insistência dele, bem própria do Castle – Devemos entrar cada um para o seu quarto. – ela deu uma piscada de olho, indicando que não caiu no jogo dele.

— Que coisa mais sem graça... – ele pilheriou e fez cara de criança chateada e Kate sorriu – É... Tenho mesmo que aprender a saber esperar. Preciso me reencontrar com urgência.

— Com certeza eu concordo contigo. Pelo amor de Deus, Castle, você precisa se reencontrar com urgência.

— Você também está com pressa? – sedutor, ele tocou no queixo dela.

— Não vou mentir... Estou com muita pressa. - ela murmurou.

Ele puxou muito ar pela boca e encheu o peito – Jesus! – ele demonstrou estar aflito.

— Boa noite, Castle!

Deixando-o no corredor, Kate entrou no quarto e ao fechar a porta encostou-se nela, como se estivesse arrependida de não ter caído nos braços dele.

— Lógico que estou tentada a sair correndo na direção do quarto dele e me entregar de vez a esta louca paixão que está nos consumindo. Mas, pelo bem da relação que um dia espero ter com ele, eu tenho que me conter.

Muito rapidamente vestiu uma camisola e se jogou na cama. Repousou a cabeça em um travesseiro macio e abraçou outro idêntico e se acomodou embaixo do edredom.

De olhos fechados, Kate pôs-se a imaginar que do outro lado da parede estava o homem que ela amava e que estava louco de desejo por ela do mesmo modo que ala também estava ardente por ele. Mas ela sabia que não queria somente desejo. Se fosse assim, teria ficado com ele desde que se conheceram. Fato!

Como se tivesse recitando um mantra, ela conversou com Deus, em oração, rogando que o Castle se reencontrasse o mais rápido possível.

A cama, apesar de muito confortável, não fazia o sono chegar. Kate virava de um lado e do outro e seus pensamentos só estavam em Castle e na vontade de estar com ele. O beijo e as carícias não saiam da mente dela.

Kate se levantou, acendeu um abajur para dar uma suave iluminação no ambiente e foi ao banheiro contíguo. Olhou-se no espelho e o que viu refletido foi uma mulher com olhar tenso e abatido. Puxou os cabelos para trás num rabo de cavalo e depois de torcer os longos fios, deu um nó neles, já que queria passar água no rosto e no pescoço e não queria deixá-los molhados.

Após refrescar o rosto e o pescoço, Kate retornou para a cama mas o sono teimava em não aparecer, então, depois de revirar-se na cama algumas vezes, resolveu ir até a pequena varanda do quarto e ficou lá, debruçada na balaustrada admirando as marolas e as espumas do mar que, mansas, se desfaziam na areia da praia, iluminadas por imensos refletores instalados no jardim da casa do Castle.

Após ficar ali por quase uma hora, ela retornou para a cama e, por volta das quatro horas da manhã o sono, finalmente, chegou, deixando o abajur ligado.

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Do outro lado da parede a situação não ocorrera de modo diferente.

Castle passara pelas mesmas aflições.

Assim que ele e Kate se separaram e entraram nos seus respectivos quartos, ele tentou dormir.

Ele manteve a mesma conversa com Deus.

Ele implorava que Deus o ajudasse a recobrar sua memória, pois precisava reencontrar o coração do dono do seu corpo. Sim, ele não precisava apenas possuir aquele corpo. Ele necessitava também do coração do homem que a Kate amava.

Só que para o Castle, a situação era muito mais complicada, pois além de querer resolver o problema amoroso com Kate, ele também queria conhecer todos os anseios de sua própria filha que, com certeza, já amava. Também queria conhecer sua mãe mais profundamente, isso sem falar na sua vida profissional..., por isso, precisava com urgência de se reencontrar.

Sem conseguir conciliar o sono e com o corpo quente e excitado por pensar em Kate esparramada nos lençóis logo ali, no outro lado da parede, Castle levantou-se e, de forma displicente, tentando manter-se calmo, despiu o pijama e foi ao banheiro. Precisava tomar um banho.

Ao entrar no box, deixou a água morna cair sobre sua cabeça e, aos poucos, foi diminuindo a intensidade da água quente, deixando-a quase fria. Precisava esfriar seu corpo e sua mente. Ele ficou ali por alguns minutos.

Ao desligar o chuveiro, não se preocupou em enxugar seu corpo, muito menos vestir o pijama.

Com o corpo molhado, ele foi até a pequena varanda do quarto e a primeira coisa que olhou foi para a varanda do quarto de Kate e percebeu que havia ali um feixe de luz, talvez do abajur, sinal de que ela também não conseguia dormir.

Este pensamento o deixou mais tenso ainda. Ficou tentado em sair do seu quarto e ir lá no quarto dela, mas não poderia fazer isso, pois prometera aprender a esperar a recuperação de sua memória.

Com o corpo pelado e molhado, sentiu a água escorrendo dos cabelos, percorrendo o peito largo, as costas e as nádegas. Castle ficou lá na varanda, debruçado na balaustrada, admirando as marolas e as espumas do mar que, mansas, se desfaziam na areia da praia, iluminadas por imensos refletores instalados no jardim da casa.

A brisa noturna batia no corpo másculo, deixando arrepios e secando o corpo molhado.

Ficou ali por muito tempo.

A transformação do céu escuro deu lugar para os raios solares. Essa visão trouxe ao Castle uma lembrança de um passado bem recente, quando vivia como João Marinho. – Neste horário eu já estaria na pescaria. – ele pensou alto – Qualquer dia desses eu vou pescar para me distrair e levarei os peixes para o Restaurante Sol Dourado. Vou matar a saudade daquela gente bacana que tanto me quer bem.

A visão das marolas espumantes aliada a brisa marinha e ao próprio cansaço, trouxeram a calmaria que ele precisava e Castle sentiu as pálpebras pesadas.

Dando uma última olhada na varada do quarto de Kate, ele entrou no seu próprio quarto e, sem se preocupar em vestir novamente o pijama, jogou-se pelado na cama e em pouco tempo o sono o alcançou.

 

 

... Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentem!!
Favoritem!!
Recomendem!!

AVISO: Esta é uma obra de ficção e as orientações medicas e jurídicas que eu escrevi aqui são frutos da minha imaginação e não podem ser comparados com estudos da vida real. Meu foco é o romance entre a Kate e o Rick.



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