Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 22
Capítulo 21




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Nenhum dos quintanistas conversou muito durante o café na manhã seguinte; Parvati praticava encantamentos em voz baixa, fazendo o saleiro à sua frente se mexer; Hermione relia Sucesso em Feitiços tão rápido que seus olhos pareciam se turvar; e Neville não parava de deixar cair os talheres e derrubar a geleia.

Quando terminaram, os alunos de quinto e sétimo anos se deixaram ficar pelo Saguão de Entrada enquanto os outros estudantes foram para as aulas; então, às nove e meia, foram chamados, turma por turma, a reentrar no Salão Principal, que tinha sido rearrumado, as mesas das quatro Casas tinham sido retiradas e substituídas por muitas mesas individuais, de frente para a mesa dos professores no fundo do salão, à qual estava a Profa. McGonagall, por sua vez, de frente para as mesas dos alunos.

Depois que todos se sentaram e sossegaram, ela disse:

— Podem começar - e virou uma enorme ampulheta na mesa ao lado, sobre a qual havia ainda penas, tinteiros e rolos de pergaminho de reserva.

Amélia virou a folha do exame, o coração batendo forte - duas fileiras à sua direita e seis cadeiras à frente, Hermione já estava escrevendo - e baixou os olhos para ler a primeira pergunta: a) cite o encantamento e b) descreva o movimento da varinha exigido para fazer os objetos voarem.

Com um ligeiro sorriso, se curvou para o exame e começou a escrever.

— Bom, não foi muito ruim, foi? - perguntou Hermione ansiosa no Saguão de Entrada duas horas mais tarde, ainda segurando as perguntas do exame. - Acho que não fiz justiça ao que sei com Feitiços para Animar, esgotou-se o tempo. Vocês puseram o contrafeitiço para soluços? Não tive certeza se precisava, achei informação demais... e na pergunta vinte e três…

— Hermione - disse Rony com severidade - já passamos por isso... não vamos repassar cada exame ao terminar, já é bastante ruim fazer uma vez.

Os quintanistas almoçaram com o restante da escola (as mesas das quatro Casas reapareceram na hora do almoço), depois marcharam para uma pequena sala ao lado do Salão Principal, onde deviam esperar a chamada para o exame prático. À medida que pequenos grupos de alunos eram chamados, os que ficavam murmuravam encantamentos e praticavam movimentos com a varinha, ocasionalmente espetando o colega nas costas ou no olho, por engano.

Amélia entrou no primeiro grupo que foi chamado, nervosa, desejou boa sorte aos amigos e caminhou para dentro da sala.

— A Profª Marchbanks está livre, Belmont - esganiçou-se o Prof. Flitwick, que estava em pé à porta. E a orientou para a mesa da Profª Marchbanks.

— Belmont, não é? - perguntou o Profª Marchbanks, consultando suas anotações e espiando por cima do pincenê à sua aproximação.

— Isso - disse, com a voz trêmula.

— Não precisa ficar nervosa. Agora, gostaria de pedir que você pegasse esse porta-ovo e o fizesse dar saltos mortais para mim.

No todo, Amélia achou que o exame correu mais que bem. Seu Feitiço de Levitação foi muito melhor de quando fazia em aula.

Não houve tempo para relaxar naquela noite; os alunos foram diretamente para a sala comunal depois do jantar e mergulharam na revisão de Transfiguração para o dia seguinte; Amélia foi se deitar sentindo a cabeça zunir com os complexos modelos e teorias de feitiços.

Quase esqueceu a definição de um Feitiço de Substituição durante o exame teórico na manhã seguinte, mas achou que no prático não poderia ter sido melhor.

Os alunos fizeram o exame de Herbologia na quarta-feira (e, nesse Amélia não achou que foi tão bem quanto gostaria); depois, na quinta-feira, tiveram Defesa Contra as Artes das Trevas. Não teve problema com nenhuma questão escrita, e teve especial prazer, durante o exame prático, de realizar todas as contra-azarações e feitiços defensivos bem diante da Umbridge, que observava calmamente, próxima às portas para o Saguão de Entrada.

— Bravo! - exclamou a Profa. Marchbanks, que estava mais uma vez a examinando, quando demonstrou com perfeição um feitiço para fazer desaparecer bichos-papões. - Realmente, muito bem! Bom, acho que já chega, Belmont…

E poderia ser impressão de Amélia, mas Profa. Marchbanks parecia ter gostado de dela. Quando passou por Umbridge junto à porta, fez questão de não olha-la, enquanto saia sorrindo, feliz por ter se saído bem em mais um teste.

Na sexta-feira, Harry e Rony tiveram um dia livre enquanto Amélia e Hermione prestavam exame de Runas Antigas, no qual não poderiam ter sido melhores.

— Como foram as Runas? - perguntou Rony, bocejando e se espreguiçando.

— Traduzi ehwaz errado - disse a garota furiosa. - A palavra quer dizer parceria e não defesa. Confundi com eihwaz.

— Ah, bom - disse Rony cheio de preguiça - foi só um errinho, não foi, você ainda vai tirar…

— Ah, cala a boca! - replicou a garota com raiva. - Pode ser o errinho que fará a diferença entre ser aprovada e reprovada.

— E como você foi, Mel? - Harry perguntou a amiga, que sorriu.

— Fui bem, acertei a tradução de ehwaz.

Os dois e Rony riram enquanto Hermione fechava ainda mais a cara.

— E tem mais, alguém pôs outro pelúcio na sala da Umbridge. Não sei como conseguiram enfiá-lo por aquela porta nova, mas acabei de passar por lá e a Umbridge está aos berros, pelo jeito, parece que o bicho tentou arrancar um pedaço da perna dela…

— Que bom - exclamaram Harry e Rony juntos.

— Não é nada bom! - retrucou Hermione indignada. - Ela acha que é o Hagrid que está fazendo isso, lembram? E não queremos que ele seja despedido!

— Hagrid está dando aulas neste momento; ela não pode culpá-lo - disse Harry, apontando pela janela.

— Ah, às vezes você é tão ingênuo, Harry. Você acha realmente que a Umbridge vai esperar ter alguma prova? - perguntou Hermione, que parecia decidida a ficar de mau humor, e saiu rodando as vestes para o dormitório das meninas, batendo a porta ao passar.

— Que garota adorável e meiga! - Amélia disse, baixinho, observando Rony avançando com sua rainha para comer um dos cavalos de Harry.

O mau humor de Hermione durou a maior parte do fim de semana, embora Amélia achasse fácil ignorá-lo, pois passou a maior parte de sábado e domingo revisando Poções para segunda-feira. Apesar de ter considerado o exame escrito relativamente difícil, o exame prático à tarde foi melhor que o esperado.

Quando a Profa. Marchbanks disse: "Afastem-se dos seus caldeirões, por favor, o exame terminou", Amélia arrolhou sua amostra com a sensação de que talvez não tivesse tirado a nota máxima, mas, com certeza, conseguiria passar.

— Só faltam quatro exames - comentou Parvati Patil, preocupada, ao voltarem à sala comunal da Grifinória.

— Só! - retorquiu logo Hermione. - Eu tenho Aritmancia, e provavelmente é a disciplina mais difícil que existe!

Ninguém foi tolo de contestar, de modo que ela não pôde extravasar sua irritação em nenhum deles, e ficou reduzida a ralhar com uns alunos de primeiro ano por rirem muito alto na sala comunal.

O exame prático de Trato das Criaturas Mágicas foi realizado à tarde no gramado em frente à Floresta Proibida, onde os examinadores pediram aos estudantes para identificar corretamente o ouriço escondido no meio de uma dúzia de porcos-espinhos (o truque era oferecer leite a cada um individualmente; os ouriços, bichos extremamente desconfiados, cujas cerdas têm propriedades mágicas, geralmente ficavam furiosos diante do que imaginavam ser uma tentativa de envenená-los); depois pediram para demonstrar como manusear corretamente um tronquilho; alimentar e limpar um caranguejo-de-fogo sem sofrer queimaduras graves; e escolher, em uma ampla variedade de alimentos, a dieta apropriada para um unicórnio doente.

Amélia podia ver Hagrid observando ansioso da janela de sua cabana. Quando sua examinadora, desta vez uma bruxinha gorducha, sorriu para a garota e disse que podia ir embora, ergueu rapidamente o polegar para Hagrid antes de voltar ao castelo.

O exame teórico de Astronomia na quarta-feira de manhã correu bastante bem. Amélia não estava convencida de que tivesse acertado os nomes de todas as luas de Marte, mas pelo menos estava confiante de que nenhuma delas era habitada por ratinhos. Tiveram de esperar até a noite para fazer o exame prático de Astronomia; a tarde foi então dedicada à revisão, já que não prestaria exame para Adivinhação ou Aritmancia.

Quando chegaram ao alto da Torre de Astronomia, às onze horas, encontraram uma noite perfeita para ver estrelas, calma e sem nuvens. Os jardins e terrenos da escola estavam banhados de luar prateado e o ar, mais para frio. Cada aluno montou o próprio telescópio e, quando a Profa. Marchbanks deu a ordem, começaram a preencher as cartas estelares em branco que haviam recebido.

Os professores Marchbanks e Tofty caminharam entre eles, observando-os marcar as posições exatas das estrelas e planetas que viam. Tudo estava silencioso exceto pelo farfalhar dos pergaminhos, o rangido ocasional de um telescópio ao ser ajustado no suporte, e o ruído de muitas penas escrevendo.

Passou-se meia hora, depois uma hora; os quadradinhos de luz dourada refletida que lampejavam no solo abaixo começaram a desaparecer à medida que as luzes das janelas do castelo foram se apagando.

Quando Amélia completou a constelação Órion em sua carta, porém, as portas do castelo se abriram sob o parapeito em que estava, fazendo com que a luz jorrasse pelos degraus de pedra e um pouco além. A garota olhou para baixo ao fazer um pequeno ajuste na posição do telescópio, e viu cinco ou seis sombras alongadas se deslocarem pelo gramado bem iluminado antes das portas se fecharem e o jardim voltar a ser um mar de escuridão.

Voltou a encostar o olho ao telescópio e reajustou agora para examinar Vênus. Baixou os olhos para a carta para registrar ali o planeta, mas alguma coisa a distraiu; parou com a pena suspensa sobre o pergaminho, apertou os olhos para ver melhor o terreno na sombra e distinguiu cinco vultos andando. Se não estivessem se movendo, e o luar não estivesse refletindo em suas cabeças, eles teriam sido indistinguíveis do chão escuro em que caminhavam. Mesmo a esta distância, teve a sensação engraçada de que reconhecera o modo de andar do mais atarracado, que parecia liderar o grupo.

Amélia não conseguia imaginar por que Umbridge estaria dando um passeio depois da meia-noite, e menos ainda acompanhada por outros. Então alguém tossiu às suas costas, e a garota lembrou de que estava no meio de um exame.

Mas havia esquecido completamente a posição de Vênus. Comprimindo o olho no telescópio, reencontrou o planeta e mais uma vez ia registrá-lo na carta quando, atenta a ruídos estranhos, ouviu uma batida distante que ecoou pelos terrenos desertos, seguida imediatamente pelos latidos abafados de um cão de grande porte.

Ergueu a cabeça, o coração batendo forte. Havia luzes nas janelas de Hagrid, e as pessoas que observara atravessando o gramado estavam agora recortadas na claridade. A porta abriu e Amélia viu nitidamente cinco figuras bem definidas cruzarem o portal. A porta tornou a fechar e fez-se silêncio.

Sentindo-se inquieta, Amélia olhou ao redor para ver se Harry, Rony ou Hermione haviam notado a movimentação e conseguiu perceber que o primeiro havia percebido, então trocaram um olhar preocupado, mas a Profa. Marchbanks veio andando às suas costas naquele momento e, não querendo parecer que estivesse espiando o trabalho dos colegas, Harry e Amélia rapidamente se curvaram para o seus mapas estelar e fingiram estar acrescentando informações enquanto realmente espiava por cima do parapeito para a cabana de Hagrid. Os vultos agora passavam diante das janelas, bloqueando temporariamente a claridade.

Amélia sentiu os olhos da Profa. Marchbanks em si e tornou a apertar o olho contra o telescópio, olhando para a lua, embora já tivesse marcado sua posição há uma hora, mas quando a professora recomeçou a andar ouviu um rugido na cabana distante que ecoou pela noite até o alto da Torre de Astronomia. Várias pessoas em volta saíram de trás dos telescópios e foram espiar em direção à cabana de Hagrid.

O Prof. Tofty deu uma tossidinha seca.

— Tentem se concentrar, vamos, garotos - disse ele suavemente.

A maioria voltou aos telescópios. Amélia olhou para a direita e viu que Hermione contemplava petrificada a cabana de Hagrid.

— Hã-hã... faltam apenas vinte minutos - lembrou o professor.

Hermione se assustou e voltou imediatamente para sua carta estelar; Amélia olhou para dela, e reparou que já legendará Vênus então partiu para Marte. Curvou-se para terminar seu mapa.

Ouviu-se um estampido forte vindo dos jardins. Várias pessoas gritaram "Ai!", ao espetarem o rosto nas pontas dos telescópios no afã de ver o que estava acontecendo lá embaixo.

A porta de Hagrid se escancarou com violência e, à luz que saía da cabana, o viram claramente, uma figura maciça urrando e brandindo os punhos, cercado por cinco pessoas, todas, a julgar pelos finos fios de luz vermelha lançados em sua direção, aparentemente tentando estuporá-lo.

— Não! - Amélia exclamou junto com Hermione.

— Minha nossa! - disse o Prof. Tofty em tom escandalizado. - Estamos em um exame!

Mas ninguém estava mais prestando a menor atenção às cartas estelares. Jatos de luz vermelha continuavam a voar pelo ar junto à cabana de Hagrid, mas, por alguma razão, pareciam ricochetear em seu corpo; ele continuava ereto e imóvel, e, pelo que se conseguia ver, resistindo. Gritos e berros ecoavam pelos gramados; um homem bradou:

— Seja razoável, Hagrid!

Hagrid urrou:

— Razoável uma ova, vocês não vão me levar assim, Dawlish!

Amélia viu a pequena silhueta de Canino procurando proteger o dono, saltando repetidamente contra os bruxos que o cercavam até que um Feitiço Estuporante o atingiu, fazendo-o tombar no chão. Hagrid deu um uivo de fúria, ergueu o responsável do chão e atirou-o longe; o homem voou uns três metros e não tornou a se levantar. Amélia prendeu a respiração, Hermione colocou as duas mãos na boca; Harry e Rony também estavam apavorados. Ninguém jamais vira Hagrid realmente enfurecido.

— Olhem! - esganiçou-se Parvati, que estava debruçada no parapeito e apontava para o castelo embaixo, onde as portas de entrada haviam tornado a se abrir; novamente a luz se derramou pelo jardim escuro e uma sombra preta e solitária ondeava agora pelos gramados.

— Francamente! - exclamou o Prof. Tofty, ansioso. - Sabem, restam dezesseis minutos!

Mas ninguém lhe prestou a menor atenção; todos observavam a pessoa que corria em direção à batalha ao lado da cabana de Hagrid.

— Como  que você se atreve! - gritava a figura enquanto corria. - Como se atreve!

— É McGonagall! - sussurrou Hermione.

— Deixem-no em paz! Em paz, estou dizendo - ouviu-se a voz da Profa. McGonagall no escuro. - Por que razão vocês o estão atacando? Ele não fez nada, nada que justifique essa…

Hermione, Parvati e Lilá gritaram ao mesmo tempo. Os vultos junto à cabana haviam lançado nada menos de quatro raios Estuporantes contra a professora.

A meio caminho entre a cabana e o castelo, os feixes de luz vermelha a atingiram; por um momento ela pareceu emitir uma luz vermelha e fantasmagórica, então subiu no ar, caiu pesadamente de costas e não se mexeu mais.

— Gárgulas galopantes! - gritou o Prof. Tofty, que parecia ter esquecido totalmente o exame. - Não deram nem aviso! Que comportamento chocante!

— COVARDES! - berrou Hagrid; sua voz se propagou limpidamente até o alto da torre, e várias luzes se acenderam no castelo. - COVARDÕES! TOMEM ISSO... E MAIS ISSO.

— Nossa! - exclamou Hermione.

Hagrid deu dois golpes pesados em seus atacantes mais próximos; a julgar por sua queda imediata, foram nocauteados. Amélia viu Hagrid se dobrar e pensou que finalmente ele fora dominado por um feitiço. Mas, muito ao contrário, no momento seguinte ele estava de pé com uma espécie de saco nas costas - então percebeu que ele havia passado o corpo inerte de Canino por cima dos ombros.

— Peguem-no, peguem-no! - berrou Umbridge, mas o auxiliar que restara parecia extremamente relutante em se aproximar dos punhos de Hagrid; de fato, recuou com tanta pressa que tropeçou em um dos colegas desacordados e caiu por cima deles.

Hagrid se virara e começara a correr com Canino ainda pendurado em volta do pescoço. Umbridge lançou um último Feitiço Estuporante nas costas dele, mas não acertou; e Hagrid, numa corrida desabalada em direção aos portões distantes, desapareceu na escuridão.

Seguiu-se um longo minuto palpitante enquanto todos contemplavam boquiabertos os jardins. Então o Prof. Tufty disse com a voz fraca:

— Hum... faltam cinco minutos, garotos.

Por sorte, Amélia já estava próxima de terminar sua carta estelar. Quando isso finalmente aconteceu, a garota, Harry, Rony e Hermione encaixaram os telescópios de qualquer jeito nos suportes e desceram correndo a escada circular. Nenhum dos estudantes ia se deitar; todos falavam excitados, em altas vozes, ao pé da escada, sobre o que tinham acabado de presenciar.

— Aquela mulher maligna! - exclamou Hermione, que tinha dificuldade em falar de tanta raiva. - Tentando surpreender Hagrid na calada da noite!

— Ela quis claramente evitar outra cena como a da Trelawney - disse Ernesto Macmillan sensatamente, comprimindo-se para se reunir aos colegas.

— Hagrid se defendeu bem, não foi? - comentou Rony, que parecia mais assustado do que impressionado. - Por que é que todos os feitiços ricocheteavam nele?

— Deve ser o sangue de gigante - Amélia disse, trêmula. - É muito difícil estuporar um gigante, eles são como os trasgos, muito resistentes... mas a coitada da Profa. McGonagall... quatro ataques diretos no peito, e ela não é mais jovem, não é?

— Pavoroso, pavoroso - disse Ernesto, balançando a cabeça pomposamente. - Bom, eu vou dormir. Boa noite a todos.

As pessoas em volta começaram a dispersar, ainda comentando excitadamente o que tinham acabado de ver.

— Pelo menos não conseguiram levar Hagrid para Azkaban - disse Rony. - Espero que ele tenha ido se juntar a Dumbledore, será?

— Suponho que sim - disse Hermione, que parecia lacrimosa. - Ah, isto é horrível, pensei realmente que Dumbledore não demoraria a voltar, mas agora perdemos Hagrid também.

Voltaram sem pressa para a sala comunal da Grifinória, e a encontraram cheia. A confusão nos jardins acordara várias pessoas, que correram a acordar os amigos. Simas e Dino, que haviam chegado antes do quarteto, agora contavam a todos o que tinham visto e ouvido do alto da Torre de Astronomia.

— Mas por que demitir Hagrid agora? - perguntou Angelina Johnson, balançando a cabeça. - Não é como a Trelawney; ele tem ensinado muito melhor do que o normal este ano!

— Umbridge detesta gente que é parte-humana - Amélia disse amargurada, se jogando em uma poltrona. - Sempre ia tentar expulsar Hagrid.

— E ela achou que Hagrid estava pondo pelúcios na sala dela - disse a vozinha fina de Katie Bell.

— Caracas! - exclamou Lino Jordan, tampando a boca. - Fui eu que andei pondo pelúcios na sala dela. Fred e Jorge me deixaram uns dois; e eu os fiz levitar e entrar pela janela.

— Ela o teria despedido de qualquer jeito - falou Dino. - Hagrid é muito chegado a Dumbledore.

— Isso é verdade - concordou Harry, afundando em uma poltrona ao lado de Amélia, a garota lhe lançou um sorriso amarelo que retribuiu.

— Só espero que a Profa. McGonagall esteja bem - disse Lilá, lacrimosa.

— Eles a carregaram para o castelo, assistimos da janela do dormitório - disse Colin Creevey - Não parecia muito bem.

— Madame Pomfrey dará um jeito - comentou Alicia Spinnet com firmeza. - Ela até hoje nunca falhou.

Eram quase quatro horas da manhã quando a sala comunal se esvaziou. Amélia se sentia completamente acordada; a imagem de Hagrid fugindo no escuro estava a atormentando; estava com tanta raiva da Umbridge que não conseguia pensar num castigo suficientemente ruim para ela, embora a sugestão de Rony de servi-la de comer a explosivins famintos tivesse seu mérito. Sentou ao lado de Harry num dos sofás e após um tempo em silêncio imaginando vinganças medonhas, os dois adormeceram, ela com a cabeça no colo dele, e se levantaram três horas depois, estavam sentindo nitidamente que não descansaram.

O exame final de História da Magia não deveria se realizar até a tarde. Amélia teria gostado muito de voltar para a cama depois do café da manhã, mas Harry a chamou para fazer uma revisãozinha de última hora pela manhã, então se sentaram com a cabeça apoiada nas mãos ao lado da janela da sala comunal, fazendo um grande esforço para não cochilar enquanto trocavam perguntas e respostas e reliam algumas anotações da pilha de quase meio metro de altura que Hermione lhe emprestara.

Os quintanistas entraram no Salão Principal às duas horas e se sentaram em seus lugares diante do exame virado para baixo. Amélia já não se sentia tão exausta, mas gostaria muito de terminar logo para cair na cama.

— Desvirem o exame - disse a Profa. Marchbanks à frente do salão, invertendo a gigantesca ampulheta. - Podem começar.

Enquanto Amélia fazia seu exame podia ouvir as penas arranhavam os pergaminhos como ratinhos que corressem para se esconder. O sol estava muito quente. Quando ouviu alguém berrar e escorregar para o chão de pedra frio; olhou para trás e viu Harry acordar, ainda berrando, enquanto todos o olhavam.


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