Poucas coisas mudaram na rotina de Leopoldina agora que ela era uma mulher casada. Antes de embarcar nessa nova aventura e fase de sua vida, ela teve tempo para aproveitar alguns dias a sós com o marido, em sua lua de mel. Não foram ara muito longe, era difícil compensar em outra lugar o enquanto que ela sentia pelo Rio de Janeiro. Logo eles estavam de volta à Quinta, e tanto Pedro como Leo retomaram seus estudos.

Ela finalizou seu intercâmbio, certamente muito feliz por ter aprendido tanto e explorado um país tão lindo e maravilhoso que agora ela chamava de lar. Voltaria para Viena quando tivesse oportunidade para uma visita, mas certamente moraria no Brasil.

Pedro pôde contar com a ajuda da esposa para continuar seus estudos, e foi assim, que meses depois, ele chegou à sua tão desejada e aguardada formatura. Tinha passado por poucas e boas desde que tinha começado o curso de Relações Internacionais, principalmente por culpa sua, suas irresponsabilidades e falta de compromisso, mas tudo isso mudou graças à ajuda de Leopoldina. Sua agora esposa fez a total diferença para que sua faculdade fosse um sucesso ao invés de fracasso, ele reconhecia isso e era totalmente grato por isso.

—Bom, é um grande dia... - suspirou ele enquanto tomava café com a família.

—Pois é, estou muito orgulhoso - comentou o pai dele precisamente - sei que não foi fácil pra você, mas você não desistiu e aqui estamos.

—Na verdade, pai, se formos realistas, foi o próprio Pedro que complicou um pouco as coisas -Maria Teresa alfinetou.

—Teresa... - o Dr. João tentou corrigi-la.

—Tudo bem, pai, ela tem razão sim - Pedro cedeu a razão para sua irmã - eu fico feliz de ter acordado a tempo e ter deixado esses dias para trás.

Leopoldina apenas sorriu para ele por esse comentário, satisfeita e orgulhosa, começando a acreditar que o que ele tinha dito era mesmo real.

O dia foi tranquilo apesar dos preparativos, tudo aconteceria na parte da noite. Com tudo devidamente em seu lugar, os Braganças se dirigiram ao salão de festa onde a formatura aconteceria.

Tomaram seus lugares como todos os outros familiares e amigos dos formando, se despedindo de Pedro brevemente.

=Você vai lá se sentar com sua turma, mas nos falamos depois = Leopoldina disse enquanto ajeitava a beca dele.

=Claro, não se preocupe, não vou a lugar nenhum = ele deu uma piscadela que nunca falhava em arrancar uma risadinha dela, agora não tinha sido exceção.

Ela o observou tomar lugar com os demais, não conseguia parar de sorrir, tão orgulhosa e feliz por ele estar ali, por verdadeiramente ter mudado. De volta ao seu próprio lugar, Leopoldina acompanhou toda a cerimônia, achando=a muito distinta e solene.

=Pedro de Alcântara Bragança = foi chamado o nome dele para receber seu diploma.

Meio comovido com o momento, Pedro se levantou, caminhou até um dos seus professores e tomou da mão deles seu desejado diploma, era realmente um momento surreal, tinha conseguido concluir seu curso, tinha conseguido alcançar as expectativas de seu pai sobre ele, mesmo que João nunca tenha sido um pai exigente, não como sua mãe. Sabia que Miguel estaria muito feliz de vê=lo ali, Carlota estaria reclamona e queixosa como sempre, talvez no fundo sentisse um pouquinho de orgulho, ao menos surpresa, já que suas expectativas nunca estiveram sobre Pedro, mas ali estava ele naquele momento, com o pai, a irmã e a esposa contentes por ele, não precisava de mais nada.

Depois de tudo terminado, e conforme prometido, ele voltou ao seio da família.

—Meus parabéns, Pedro - o pai o abraçou calorosamente - é apenas o começo de um futuro muito brilhante.

—É o que eu espero alcançar e eu agradeço muito por acreditar tanto em mim - Pedro respondeu emocionado.

—Sempre acreditei, vou sempre acreditar - reafirmou João.

—Todos nós - reiterou Teresa.

—Com certeza - Leopoldina beijou a bochecha dele.

Certamente tinha sido um grande dia para o jovem Pedro, coroado pelo amor de sua família e por uma importante etapa acadêmica concluída.