Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 32
Capítulo 32




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Em meio ao choro e desespero, Pedro ficava pensando no que iria fazer, qual seria a solução do seu problema agora que seu erro já tinha sido cometido.

Levantou-se, lavando o rosto, tentando se recompôr. Decidiu que estava mais do que na hora de retornar para casa. Fez suas malas, pagou sua estadia e foi embora de volta ao Rio de Janeiro.

No caminho, pensou e repensou no que iria fazer, se contaria imediatamente, se esperaria um pouco, se decidisse nunca contar. Nunca contar não era uma opção, ele sabia que tinha que ser verdadeiro, que Leopoldina merecia saber a verdade, por mais que doesse.

Chegando em casa, passou pela escadaria com passos pesados, caminhando vagarosamente até seu quarto, tentando evitar encontrar qualquer pessoa de imediato. Lembrou-se do real motivo de sua viagem, resolver os negócios de seu pai.

Deixando seus pertences no seu quarto, foi direto ao encontro do Dr. João.

—Filho, como vai? - cumprimentou o pai, sempre amoroso - está tudo bem, Pedro?

—Sim, eu vim falar sobre seus negócios - o rapaz deixou a expressão sombria e pesada por um tempo, mas ainda assim estava mais sério que de costume.

João deixou que ele contasse sobre a reunião e tudo mais, sem deixar de notar que algo incomodava o filho.

Enquanto isso, Leopoldina tinha visto uma movimentação na mansão que só poderia significar que Pedro tinha chegado. Contente, ela foi até o quarto dele o procurando, olhou tudo rapidamente, vendo que o quarto estava vazio, mas as malas de Pedro estavam ali, o que queria dizer que ele já tinha chegado em casa.

Antes que Leopoldina pudesse procurá-lo em outro lugar, ouviu uma notificação de celular vindo do aparelho de Pedro. Num ato automático, ela pegou o celular para ver do que se tratava, e ficou assustada ao ler a mensagem.

"Essa é minha última mensagem, mas obrigada pela noite. Titília"

Ao ler aquilo, Leopoldina sentiu como se levasse um choque, suas estruturas todas se abalaram de uma vez, a assustando completamente. Toda sua segurança caiu por terra e ela só conseguiu conjecturar uma coisa, Pedro tinha dormido com Domitila e assim, Leopoldina tinha sido traída.

Sua primeira reação foi chorar, tentar imaginar porque Pedro tinha feito algo assim com ela, mas logo depois, um milagre aconteceu, uma fagulha de esperança brotou em seu frágil coração naquele momento, podia ser que eles apenas tivessem passado tal noite conversando, ainda assim, que sentido fazia passar uma noite na companhia da ex namorada quando se estava noivo? Leopoldina não era nenhuma tola, e não se deixaria ser enganada dessa forma. Ela tinha que confrontar Pedro.

Sentou-se e esperou que ele aparecesse, preparada para questioná-lo com toda força que tinha e com toda raiva que começou a sentir naquele momento.

Um tempo depois, Pedro voltou ao seu quarto, encontrando a noiva nada satisfeita à sua espera.

—Leopoldina - ele disse o nome dela, assustado - o que faz aqui?

—Eu estava à sua procura - ela respondeu friamente - pelo jeito você fez mais coisas em São Paulo do que resolver os negócios do seu pai.

—Como assim? O que quer dizer? - ele ficou com mais medo, estava claro que ela tinha descoberto o que tinha acontecido.

—Domitila, Pedro! - ela se exaltou - ela mandou uma mensagem sugestiva pra você! Ela afirmou que passaram a noite juntos!

—Leo... - ele tentou interrompê-la, mas foi em vão.

—Não adianta você dizer que ela está mentindo, ela não mandaria uma mensagem assim se não fosse verdade! - Leopoldina continuou, soando cada vez mais magoada.

—Eu sei, me deixe dizer o que aconteceu - ele viu que não teria como fugir da verdade.

—Nem tente mentir - ela rebateu imediatamente.

—Eu encontrei com Domitila em São Paulo, nós conversamos, jantamos juntos - Pedro contou, tentando manter a calma - e quando eu tentei me despedir dela, ela me acompanhou até o quarto, eu não sei o que deu em mim pra que eu simplesmente não pedisse pra ela ir embora. Ela me beijou então, e... Eu me deixei levar, era como se minha mente tivesse desligado e eu não me lembrasse de mais nada.

—É isso então, eu sou nada pra você, já que não se lembrou de mim - murmurou Leopoldina, completamente magoada - eu já deveria saber, eu sabia qual era o seu tipo, mas mesmo assim eu me deixei acreditar que você tinha mudado, que de alguma forma eu era especial pra você, eu nunca vou ser especial pra ninguém, nem nunca mais vou deixar que me enganem.

—Não, por favor, a última coisa que eu queria era machucá-la - Pedro tentou implorar, vendo que já era tarde demais.

—Pois é, já machucou - ela afirmou categoricamente - eu não posso me casar com o homem que me traiu, que não é capaz de manter sua palavra, você não me ama, Pedro.

—Eu nunca deixei de amá-la - ele garantiu.

—Não acredito nisso - ela balançou a cabeça, desolada.

Sem mais o que dizer, ela saiu dali, buscando alento em seu próprio quarto, chorando, se questionando como pôde se enganar tanto acreditando num mulherengo.

Pedro não a impediu, a essa altura, já não sabia mais o que fazer.

 


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