Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 24
Capítulo 24




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Leopoldina mal podia acreditar no que estava vivenciando no momento. Primeiro, para ela, era uma grande vitória ter finalizado o primeiro semestre do seu intercâmbio, o tempo tinha passado rápido, mas ela tinha aprendido muitas coisas, não só dentro de mineralogia e botânica, mas sobre o Brasil e sua vasta cultura. Além disso, ela agora estava namorando Pedro, que estava se comportando como um verdadeiro cavalheiro. Era verdade que ele tinha excessos de raiva e falta de paciência, mas a simples visão de sua namorada o fazia se acalmar e pensar bem no que iria dizer.

Aproveitando esse clima quase de férias, agora que Leo teria ao menos uns 15 dias de recesso até que o segundo semestre de estudos iniciasse, Pedro propôs mais um passeio diferente.

—Tá um dia lindo pra ir à praia, o que me diz? Não quer ir comigo? - ele convidou com um sorriso charmoso.

—Ora, não esperava um convite tão especial assim, mas até que é uma excelente ideia, eu sempre tive curiosidade de ir até lá - ela confessou.

—E por que nunca foi? - Pedro ficou curioso sobre o assunto.

—Bom, eu não sei como funcionam as praias aqui, e em Viena, bem não temos praias lá, acho que seria minha primeira vez indo a uma praia - ela contou.

—Sério? Então essa é uma ocasião muito especial mesmo - Pedro se animou com a ideia - garanto que você vai amar, então, vamos?

—Claro, vamos sim - Leo concordou com o passeio.

Antes disso, Pedro a acompanhou numa ida ao shopping, ela não tinha trajes exatamente adequados para ir à praia, por isso precisou de umas compras. Depois de devidamente equipada, eles foram para Copacabana. O lugar se encontrava relativamente lotado devido ao fato de aquele dia ser um domingo. 

Pedro e Leopoldina caminharam de mãos dadas até encontrarem um bom lugar para ficarem. Enquanto isso, os olhos dela estavam atentos a toda a natureza e pessoas ao seu redor, a quase todos os elementos que faziam parte daquele ambiente. Ela podia ouvir o português carioca falado aqui e ali, por homens, mulheres e crianças, aquela agitação toda deixava seu coração feliz, não sabia direito explicar porque. Talvez Pedro ao seu lado também ajudava a deixar tudo agradável. Enquanto ela observava tudo, ele estava observando a namorada, encantado em como ela estava atenta aos detalhes.

—O que é que você está achando? - ele quis saber.

—Maravilhoso, tudo é tão maravilhoso... - ela elogiou, encantada.

—Mesmo toda essa gritaria e confusão, esse bando de gente que não para no lugar e fala o tempo todo? - ele desdenhou sem intenções de ofender, só por brincadeira.

—Não, isso que torna tudo tão rico, são os costumes daqui e eu fico feliz que as pessoas possam ter esse lugar lindo para ter um pouco de lazer - explicou Leopoldina.

—É, acho que penso a mesma coisa que você - ele refletiu, concordando.

Um pouco depois, eles finalmente se sentaram, observando o mar, a areia e mais pessoas à sua frente.

—Leo, já te contei da primeira vez que vi esse mar? - Pedro puxou assunto.

—Não contou não - ela respondeu de um jeito adorável - adoraria ouvir.

—Bom, eu vim pra cá quando era criança, meus pais se separaram e eu fiquei com o meu pai, já que a minha mãe... - Pedro hesitou em falar dela - bom, ela não era exatamente a guardiã ideal na minha opinião, e aí papai foi transferido pra cá e viemos pro Rio, eu tinha 9 anos. Confesso que eu nunca fui medroso, mas eu tremia demais dentro do avião, não com medo de altura, mas de pensar em como seria nossa vida aqui. Logo papai encontrou a Quinta, nos instalamos ali e demorou um pouco pra que eu me acostumasse com o lugar. Por causa da minha curiosidade de criança, acabei explorando o quintal, subindo em árvores, correndo, fazendo muita bagunça... Foi então que meu pai nos convidou pra ver a praia, acho que algum amigo dele deve ter lhe dado a ideia, já que ele nunca foi de fazer passeios. Foi libertador pra mim ver o mar, eu corri até a água sem hesitar, molhei os pés e quando meu pai menos esperava eu já estava nadando.

—Sério? Ele não ficou preocupado? - Leopoldina perguntou.

—Não, eu sei nadar desde pequeno, sempre gostei - ele sorriu - meu pai ficou só observando, quando eu saí do mar e fui falar com ele de novo, ele me olhou de um jeito que dizia que sabia que eu ficaria bem com ele, morando aqui.

—Foi uma história linda, fico muito feliz por você se sentir bem aqui - ela respondeu.

—Sabe o que me deixa feliz? Esse mesmo sentimento eu enxerguei em você hoje - ele sorriu - e é por isso que acho que tem que ter a experiência completa de estar na praia.

—Que quer dizer? - Leo observou com preocupação ao ver o namorado se levantar, a observando de um jeito travesso, com um sorriso igualmente travesso nos lábios.

—Você tem que entrar na água - ele propôs, lhe oferecendo uma mão.

—Tá bem, mas sem pressão, ou sustos, ou qualquer outra coisa que você possa fazer pra me assustar - ela deixou claro, ficando de pé, disposta a aceitar aquele desafio.

—Leopoldina, você não confia em mim? - ele fingiu estar magoado.

—Confio sim, mas também te conheço bem - ela ponderou.

—Anda, só vem, só aproveite o momento - ele a guiou pela mão e ela se deixou levar.

Entrou com cuidado no mar, deixando se molhar aos poucos, percebendo que aquela era uma sensação única. Arriscando dar um mergulho, viu que Pedro tinha razão, parecia que tudo ali era perfeito, ainda mais com ele do seu lado.

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