Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 23
Capítulo 23




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No dia seguinte, Leopoldina deixou claro o compromisso que exigia do namorado naquela manhã, e Pedro não hesitou em cumpri-lo. Juntos, eles estavam sentados na mesa dela, em seu quarto, encarando o notebook, esperando que os Habsburgo atendessem a vídeo chamada. Logo de cara, quem estava ali era surpreendentemente o pai de Leopoldina, Francisco. A moça se assustou um pouco com isso, seu pai não mexia muito com tecnologia e preferia ligações comuns para falar com a filha, por isso ela esperava encontrar logo de cara Luísa ou Fernando. Se Leopoldina estava com um pouco de medo, Pedro estava com mais medo ainda.

—Olá papai, como vai? - ela cumprimentou.

—Eu estou bem minha querida, estou muito feliz de te ver - ele respondeu, contente - sua irmã deixou tudo aqui no jeito pra mim, ela saiu com Ludovica, mas logo elas chegam.

—Certo, e o Fernando está por aí? - ela perguntou sobre o irmão.

—Está sim, deixe-me chamá-lo - Francisco se levantou e foi atrás dele.

O pequeno tempo ausente foi um alívio para Pedro, que teve tempo de retomar o fôlego e criar coragem. Fernando surgiu em pouco tempo na tela, dava para ver as semelhanças físicas que ele e Leopoldina tinham.

—Pold! Você me parece ótima, radiante até, eu diria - Fernando foi muito simpático.

—Ora, você também está muito bem, obrigada pelo elogio, enfim - ela deixou o sorriso se desmanchar um pouco, tomando uma atitude mais séria.

—Há algo que queira nos contar, filha? - seu pai a instigou a falar mais, gentilmente.

—Na verdade, sim, eu gostaria de esperar por Luísa e Tia Ludovica, mas também quero contar logo a vocês do que se trata - ela limpou a garganta, enquanto organizava seus pensamentos - bom, deixa eu apresentar pra vocês o Pedro, Pedro, esses são meu pai e meu irmão Fernando.

—Como vão? É um prazer conhecer vocês - ele foi bastante educado.

—Pedro é filho do Dr. João Bragança, meu anfitrião, como vocês sabem - Leopoldina voltou a falar - e bem, eu e Pedro estamos num relacionamento de namoro.

—Oh... isso... bem, explica muitas coisas, como o motivo principal pra estarmos conversando agora - Francisco gaguejou um pouco, não esperando um tópico como aquele surgir.

—Bom, meus parabéns, e felicidades! - Fernando disse animado, mesmo incerto de sua resposta, já que sua irmã tinha ido ao Brasil para estudar e não namorar, mas enfim, mesmo assim ela tinha encontrado um namorado, o que não era ruim afinal, eles só precisavam saber mais sobre Pedro.

—Conte-me mais sobre você, meu jovem - pediu o pai de Leopoldina, imediatamente sentindo a necessidade de saber exatamente quem era aquele sujeito ao lado de sua filha.

—Bom, eu sou português, mas cresci no Brasil, moro aqui desde que era criança, com meu pai e minha irmã - contou Pedro - faço faculdade de Relações Internacionais, e pra ser franco, sua filha tem me ajudado muito com os estudos, sem atrapalhar os próprios estudos dela, afinal, como vocês já devem saber, ela é um gênio.

Leopoldina corou um pouco com o elogio.

—Então pretende ser um diplomata como o seu pai? - Francisco questionou.

—É o que eu espero, senhor - Pedro falou com firmeza, procurando ignorar as dúvidas quanto sua vida acadêmica no momento, ele realmente queria orgulhar Leopoldina e mostrar à família dela que era um rapaz decente.

Um pouco depois, a irmã e a madrasta de Leopoldina se juntaram à conversa. Ludovica o achou charmoso e educado, e certamente via o quanto a enteada estava feliz ao lado dele. Maria Luísa não se impressionou, sabia o quanto a irmã estava apaixonada por Pedro, como a irmã já tinha contado e admitido a ela, e agora os dois estavam juntos, o que era motivo de alegria para toda família Habsburgo. 

Acabou que as conversas chegaram ao fim, tanto a família de Leo como ela e Pedro tinham seus afazeres para cuidar, mas prometeram que manteriam contato. Ao dizer o último tchau, o sorriso de Pedro se desfez de uma vez, dando lugar à preocupação.

—Você acha que eu fui bem? Quer dizer, que eu consegui dizer as palavras certas e tudo mais? Eles me parecem tão chiques e exigentes, mas não de um jeito ruim sabe? Do mesmo jeito que você é, culta e refinada, e eu já te disse que muitas vezes me senti burro perto de você, mas não tome isso como uma ofensa, tá bom? - finalmente ele parou de falar para retomar o fôlego.

—Pedro, fica calmo e respira - Leopoldina teve que rir da situação - eu sei que essa coisa de conhecer os pais é algo bem complicado, mas você se saiu muito bem, eu amei como você foi sério, não fugiu das perguntas do meu pai, é o que ele espera num rapaz que queira namorar sua filha.

—É isso que eu quero também, quer dizer, poder ser tudo que você e a sua família esperam - ele disse com sinceridade, o sentimento transbordando em seus olhos.

Leopoldina tocou seu rosto, comovida.

—Pra mim, você já é, só continue se esforçando, tá bem? - ela pediu.

—Tá bem - Pedro prometeu.

Ele então a beijou, feliz e tranquilo por ter passado aquela primeira fase de conhecer a família e anunciar seu relacionamento. A partir daqui, ele tinha certeza que tudo daria certo.


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