Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 21
Capítulo 21




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Por mais que tivesse gostado do que tinha acontecido, Leopoldina sabia muito bem que não podia se enganar com as aparências. Por um momento, ficou atônita, observando Pedro com olhos arregalados. O malandro ainda se atrevia a observá-la de volta com um sorrisinho de lado.

—O que é que foi isso? - ela exigiu firme, colocando as mãos na cintura.

—Me desculpa, eu achei que você fosse gostar - a confiança de Pedro sumiu instantaneamente - eu... desculpa, eu sei que isso não parece certo pra você, mas eu só fiz isso porque gosto de você, e não era minha intenção fazer isso enquanto estávamos vindo pra cá.

—O que exatamente você queria então? - Leopoldina demandou respostas mais concretas.

—Eu... faz um tempo que eu percebi que gosto de você - ele tentou encontrar as palavras certas - só que... eu não sei, não se parecesse em nada com o jeito que eu me senti com outras garotas.

Mesmo comovida, isso não convencia Leopoldina. "Nem mesmo Domitila?" ela pensou, mas não disse, ao invés disso, ela foi mais sensata.

—Aqui não é o momento nem o local adequados pra conversarmos sobre algo assim - ela disse categoricamente - vamos esperar o bondinho descer, fazer o trajeto de volta à Quinta, e só então você volta a me dirigir a palavra.

—Tudo bem - Pedro se assustou, mas aceitou os combinados, entendendo o que ela estava passando. 

Saíram dali como Leopoldina pediu, em silêncio absoluto. Já na Quinta, ela o puxou pelo braço, com um quê de raiva, mas se contendo para não bater nele, no fundo, não queria fazer isso. Ficaram em um dos cantos remotos do lado de fora da mansão, dentro da propriedade, Leopoldina era discreta, não queria que ninguém visse a conversa, muito menos que tudo isso lhe causasse problemas com seu anfitrião e ela perdesse seu intercâmbio.

—Olha, é o seguinte - ela iniciou a conversa, muito séria -  o que exatamente você sente por mim?

—Eu  tenho uma grande afeição por você, mais que uma amizade, uma atração, eu gosto muito de você, Leo, eu queria, se você quiser, que você fosse minha namorada, de verdade - confessou ele, empolgado e verdadeiro.

—É mesmo? Isso... - ela ficou surpresa por um breve momento, mas logo voltou a endurecer - isso é interessante porque eu vi a quantidade de meninas com quem você ficou todo esse tempo que eu estive aqui, sem falar da sua obsessão repentina com a Domitila, eu não quero ser curiosa nem nada, mas ela saiu de repente daqui, do mesmo jeito que chegou, como eu posso ser namorada de alguém que tinha uma namorada que saiu daqui repentinamente?

—Ela não é mais minha namorada, não nesse momento, nós terminamos - Pedro só contou metade da história - o que interessa é que eu gosto de você demais, e estou disposto a me comprometer, a ser sério com você.

—Eu não quero que você tome decisões repentinas como todas as outras vezes - ela ainda estava irredutível.

—Não, não é repentino - ele voltou a falar - o que acontece é que eu percebi a algum tempo o quanto eu gosto de você, eu queria mesmo dar uma chance a nós, que você desse uma chance a mim.

—Uau, isso tudo é muito curioso - ela precisou de um tempo para respirar e retomar o fôlego - você não faz ideia do que eu passei nos últimos dias...

—Eu vi você meio estranha sim, arredia, afastada de mim - ele apontou.

—Sim - ela assentiu - Tem alguma ideia do motivo pra isso?

—Não - Pedro foi sincero, esperando sua resposta.

—Eu me apaixonei por você, faz um tempo, e bem quando eu pretendia te contar, você apareceu com a Domitila, foi um golpe muito duro pra mim - ela confessou - e aí, eu pensei, você não precisava saber dos meus sentimentos. Mas agora, parece que você sente o mesmo por mim.

—E sinto, e não fazia ideia disso, eu sinto muito, me perdoe por te fazer sofrer - Pedro pediu - então, o que você me diz?

—Se realmente está disposto a tudo isso, eu aceito ser sua namorada - Leopoldina suspirou, finalmente cedendo às declarações dele.

—Sério? Obrigado, obrigado - ele lhe deu um abraço exagerado, mas ela não se opôs.

—Espera, Pedro, só umas coisinhas que precisamos resolver - ela disse, chamando sua atenção.

—Certo - ele se conteve.

—Eu tenho medo de como seu pai vai reagir, se ele vai achar ruim a hóspede dele namorar seu filho, nós precisamos ter cuidado quando formos contar - Leopoldina contou.

—Tudo bem, nós podemos falar com ele hoje à noite, vou dar tempo pra você se acostumar com a novidade e eu também - ele sorriu.

—Tá bem então - finalmente, Leopoldina voltou a soar como uma menina sonhadora outra vez.

Aproveitando a distração dela, Pedro a beijou outra vez, o que a deixou constrangida e envergonhada.

—Mein God, Pedro! - exclamou ela.

Ele apenas riu de volta, juntos e de mão dadas, eles entraram na mansão.


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