Meia Volta ao Mundo escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 10
Capítulo 10




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Pedro estava realmente disposto a resolver seus problemas, correr atrás do prejuízo e melhorar suas notas. Não é que ele não gostasse de ler, na verdade, se tivesse que ler algo desinteressante para ele, entregava os pontos à preguiça e acabava não fazendo nada que deveria. Naquele dia, estava disposto a fazer isso.

Depois da sua aula, dispensou os convites de Chalaça para saírem outra vez, foi direto para casa e começou a ler um dos livros recomendados na aula de hoje. Era uma coletânea sobre a história política da Europa e como isso influenciava a política e outros países até hoje. A maneira que o livro narrava as coisas era muito tediosa e sem vida para Pedro, o que começou a lhe causar sono. Ainda assim, ele relutou consigo mesmo, tentando se manter firme na leitura. Ao final da tortura, quer dizer, estudo, ao menos conseguiu entender e absorver o conteúdo do livro.

Enquanto isso, depois da sua aula, Leopoldina estava animada mais uma vez. Naquela tarde, ela e sua turma iniciariam uma excursão para Minas Gerais que duraria uma semana. Eles visitariam um sítio arqueológico, podendo até mesmo ajudar o chefe local da expedição com as escavações. Finalmente Leopoldina faria o que tinha sonhado tanto fazer no Brasil.

Assim, depois de sua bagagem e equipamentos arqueológicos devidamente preparados para a viagem, ela saiu alegremente até seu destino. Antes, claro, se despediria de João e Maria Teresa, quanto a Pedro, depois de parecer tão perturbado, ela não tinha certeza se era prudente ela falar com ele.

Como uma obra do destino, Leopoldina quase trombou com Pedro novamente no corredor, já que os dois tinham saído dos seus quartos ao mesmo tempo.

—Oi - ela deixou escapar primeiro, enquanto ele o olhava de forma questionadora.

—Oi, Leopoldina, onde vai com tanta pressa? Se não se importa de eu perguntar - ele viu que a pergunta podia ser indelicada.

—Ah eu tô indo pra Minas, pra uma expedição especial, vamos cavar num sítio arqueológico de verdade - ela disse, animada.

—Ah que bom, isso parece ser bem divertido pra você, então, faça boa viagem - ele desejou de coração.

—Tá bem, obrigada - ela agradeceu, dando um sorriso tímido.

Ela continuou seu caminho, deixando Pedro com seus próprios problemas.

—Tenha cuidado - João aconselhou à sua querida hóspede.

—Conte tudo pra nós quando voltar - Maria Teresa pediu.

—Ah pode deixar, se tem uma coisa que eu amo falar é sobre arqueologia, obrigada pelo interesse - Leopoldina sorriu com aqueles bons votos dos seus anfitriões e então saiu.

Sua ansiedade natural foi aumentando quando, já na universidade, ela ficou um tempão dentro do ônibus que os levaria para Minas Gerais. A maioria dos alunos da turma de intercâmbio já estava ali, mas ainda assim, Leopoldina sentia falta de Maria, que ainda não tinha chegado. O calor de ficar ali dentro começou a fazê-la suar e até mesmo sentir uma leve tontura. Por um momento, ponderou ir perguntar ao motorista o que estava acontecendo, mas Anna chegou no mesmo momento.

—Está tudo bem? Eu estranhei seu atraso - Leopoldina logo disse à amiga.

—Ah eu cheguei pontualmente, o problema é que o ônibus ainda não estava aqui, acabei ficando um tempo na biblioteca, esperando ele chegar - Maria se explicou, o que sua amiga achou bem razoável.

—Pelo jeito as pessoas daqui costumam se atrasar bastante - concluiu Leopoldina e Maria acabou concordando com uma risadinha discreta.

Elas acabaram conversando sobre outras coisas, apesar da ansiedade e empolgação para a excursão, e enquanto isso, o ônibus ia se lotando.

—Muito bem pessoal - o motorista se levantou de repente, se colocando no meio do corredor - a gente já vai sair, deixa só eu fazer uma chamada pra ver se não tá faltando ninguém.

O homem pegou uma lista e citou nome por nome, felizmente não faltava ninguém, então ele deu início à viagem. Maria acabou pegando no sono com o balanço do ônibus, o que deixou sua amiga um tanto surpresa. Leopoldina a deixou descansar e por sua vez, ficou admirando a paisagem tão exótica aos seus olhos que estava ali na janela. 

Pegaram a estrada em trechos que havia civilização por todos os lados, mas na maior parte da viagem, ela pôde ver um campo aberto, o mato baixo se estendo por quilômetros a fio, com uma árvore engraçada no meio daquela imensidão aqui e ali. Para Leopoldina, as árvores tinham um formato engraçado, nada parecidas com as árvores da Áustria. Para surpreendê-la ainda mais, ainda conseguiu avistar alguns pássaros, pequenos pardais e até mesmo graciosas garças. Tudo aquilo a deixava maravilhada.

Finalmente, ao final do dia, atravessaram o portal de entrada da cidade, onde ficava o sítio arqueológico. Ali Leopoldina teve contato com outra realidade, como eram as casas e a comunidade em outro estado do Brasil.

Vendo que o ônibus andava mais devagar agora, Maria foi aos poucos despertando.

—Já chegamos? - ela bocejou, tentando manter os olhos abertos.

—Ah estamos quase lá, Maria - sua amiga avisou - mas você perdeu a melhor parte da viagem, a paisagem é maravilhosa.

—Quem sabe eu consigo ficar desperta no caminho de volta? - sugeriu a inglesa, com um sorriso.

Assim, lentamente, os estudantes desceram do ônibus, indo logo se instalar na Universidade de Arqueologia que os hospedaria. Mais aventuras ficariam  para o dia seguinte.


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