Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 8
Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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"Quando eu me imagino feliz, é com você."

Kevin Narrando

Não acreditava que eu estava olhando para Murilo, mesmo que por uma tela de celular. Nós dois chorávamos insanamente de uma forma que parecia que nunca pararíamos.

— Não posso. – ele respondeu ao meu pedido de que voltasse pra mim.

— Não adianta você ficar longe, ele é agressivo e me criou assim.

— Mas ele não quer a gente junto Kevin! E ele vai descobrir e vai fazer alguma coisa, vai ser sempre assim.

— Murilo eu te amo! – ele deu um sorriso que fez com que aquelas covinhas lindas que eu tanto amava surgissem.

— Agora você diz?

— Você ir embora foi uma boa forma de superar o meu trauma. Murilo...

— Não. Kevin, não dá. Eu também te amo, muito e você sabe disso, mas eu tenho que continuar nessa decisão de não ficarmos mais juntos.

— Quando você volta pra Torres?

— Você não vai desistir né?

— Quando Murilo?

— Não sei, eu não sei nem se volto. Vou desligar. – senti meu coração despedaçado. – Quero o melhor pra você, fica bem tá? – concordei deixando que ele desligasse, eu sabia que quando a hora certa chegasse ele voltaria e que nosso amor estava acima de qualquer coisa nesse mundo e eu esperaria por ele passasse o tempo que fosse.

— Como foi? – Arthur perguntou ao entrar depois de um tempo.

— Oficialmente acabado. – o olhei. – Meus olhos devem estar inchados né?

— Mas ele disse que te sentia o tempo todo e queria estar com você.

— Sim. E certamente é verdade. Só que tem Caleb.

— Agora você vai dar um basta nisso de ser “normal” com ele né?

— Não dá. – desviei o olhar.

— Como não dá Kevin? – não respondi. - Talvez esteja usando o fim com o Murilo como desculpa para não parar.

— É, eu não quero parar.

— Vai acabar se matando se você continuar, sabe disso né?

— Eu sei cuidar de mim mesmo.

— E quanto a nós, eu, Alice, Yuri... Murilo?

— O que acha que vai acontecer se eu desistir agora? Quem vai parar Caleb?

— A policia?

— Diga a eles. Vão rir da sua cara.

— Que seja Kevin. Tenho que ir. Tem um cara lá fora falando que é seu namorado. E ele tá bem bravo querendo entrar.

— Kemeron. – praguejei fechando os olhos. – Engraçado... Ninguém o detém.

— Olha o meu físico e o meu tamanho, acho que eu imponho um pouco de respeito... Ou medo mesmo.

— Vai lá então fortão.

— Você vai ter problemas para explicar esse rosto?

— Ele não é meu namorado. É alguém que eu tenho que ficar por causa de uma chantagem do meu pai. Não devo explicações a ele.

— Você dá sorte que Murilo não quis voltar pra você. Ele jamais aceitaria isso.

— Não é algo tão simples Arthur. Dessa vez Caleb realmente está encrencado. Eu estar com Kemeron é menos de dez por cento do que ele tem que se comprometer. Ele se acha o espertão por conseguir enganar todo mundo e viver uma vida dúbia, mas ele não tem a mínima noção das pessoas com quem ele faz negócio.

— Deixe que ele descubra sozinho.

— Não sou de ter medo, mas disso eu tenho, não sei se o que vai atingi-lo pode respingar no resto da família. Se eu não tivesse sido mudado por Murilo, talvez eu não tivesse nem aí.

— Nesse momento eu preferiria que fosse assim. – ele suspirou pesadamente. – Precisa de alguma coisa?

— Não. Ah... Já que você é eficiente em controlar o Kemeron, poderia fazê-lo ir embora? – ele me olhou querendo rir.

— O cara é até bonitinho e parece que te quer, por que não tenta esquecer Murilo?

— Vou te encher de porrada.

— Estou brincando. – fiz semblante de que já sabia. – E no seu atual estado não acho que conseguiria fazer nada disso. – ele ficou me olhando. – Finge que tá dormindo, vou mostrar a ele e tira-lo daqui.

— Obrigado.

— Você não devia se obrigar a fazer as coisas que não quer Kevin.

— O Kemeron é legal. Ele vai entender que não precisa disso.

— Ok. – ele saiu e eu fiz o que ele mandou e acabei dormindo de verdade e fui acordado depois de um tempo pelo meu pai.

— Você não pode acordar o seu filho como um pai normal não? – reclamei ao ver que ele havia jogado um copo de água em meu rosto.

— Achei uma maneira de você se livrar do Arthur. – ele estava surtadissimo. – Você vai dar em cima da irmãzinha dele.

— Você só pode ter ficado louco de vez.

— É perfeito. É a protegida dele. Ele vai te odiar. E você não vai pegar leve, vai tentar agarra-la.

— Nem fodendo! Aquela garota é louca. Ela vai me dar uma facada. Eu tenho medo dela. Não vou mexer com isso não.

— Que isso Kevin? Não estou te reconhecendo! Você não tem medo de nada.

— Eu não vou dar em cima da Otávia. Esquece essa porra!

— E como a gente vai fazer? Por que eu não quero aquele imbecil nos seguindo.

— Eu sumi por doze horas, você queria o que? Agora ele vai parar.

— Por que o Kemeron não está aqui com você?

— Era pra estar? Não sei, eu dormi depois que Arthur saiu.

— Você agrade esse garoto viu Kevin? Não o deixe irritado.

— O que mais? – o olhei com uma preguiça absurda.

— Desculpa por tudo. Não vou mais encostar a mão em você. Eu estou perdendo o controle, eu sei disso, eu estive nervoso demais... – ele começou a andar pelo quarto. – Tudo o que você quiser eu vou fazer. Depois que eu pagar essa divida você vai poder terminar e namorar quem você quiser. Eu prometo. Até aquele arrogante do seu primo.

— Ele não me quer agora e vai querer muito menos depois, fica tranquilo você conseguiu. – ele ficou calado. – E não acredito em nada que você diz. Essa sua jogada emocional não vai funcionar. Sabe... Não vou esperar você estar em um caixão para te dizer uma coisa, você queria um combatente e eu apenas um pai. Acho que é por isso que eu sempre fiz tudo que você queria.

— Você sempre foi teimoso e às vezes imaturo, mas se tornou descuidado e emotivo. Se conecte com quem você é de verdade. Eu te ensinei a usar suas emoções Kevin. – ele respirou fundo e iria sair, mas não deixei.

— Quero ir pra capital depois que eu acabar o ensino médio, no começo do ano que vem. – ele me olhou assustado. – O meu avô materno, foi ele quem te ensinou a controlar suas emoções. Eu gosto dele. Vou estudar lá.

— Tudo bem, eu disse que deixaria você fazer o que quisesse. Não estava mentindo.

— Não vou agradecer. É o mínimo que você pode fazer por mim. – assim que fiquei sozinho de novo comecei a pensar em coisas que ajudariam a me fazer não pensar naqueles olhos e naquele sorriso, mas eu apenas parecia estar totalmente anestesiado por tê-lo visto.

Arthur Narrando

Rafael não entendia a minha decisão de ficar em Torres. Ele estava puto comigo e eu tentava fazê-lo ficar melhor nesse praticamente último dia juntos.

— Você é igual ao Murilo. O mundo gira em torno de relacionamento. Ele foi embora porque terminou com Kevin e você vai ficar porque voltou pra Alice! Que droga Arhur.

— Não é isso Fael. Vou ficar porque em dezenove anos é a primeira vez que tenho uma relação próxima com o meu irmão e eu quero estar perto dele.

— Ah sim, vai dizer que ela não influenciou nem um pouco.

— Talvez, mas não é só por ela. Eu juro. – nos olhamos. – Nossa amizade não vai acabar, vamos nos falar todos os dias e eu vou te ver nos feriados. Você pode vim pra cá também.

— A gente vai se afastar. É inevitável. – suspirei ao notar a tristeza dele.

— O que quer que eu faça para você poder melhorar?

— Nada. Você não vai ficar lá mesmo. – ele ficou me olhando. – A sua amizade foi muito importante pra mim. Muito mesmo. É verdade que no começo eu só queria usar da sua beleza e o seu poder com as garotas. – dei uma risada. – Mas foi muito além disso.

— Eu também te amo Rafael. – ele deu um sorriso bem risonho. – Bom... Você podia ficar comigo aqui se o seu pai deixasse. A casa da minha vó é enorme, eles não ligariam, minha mãe não vai encher o saco já que você melhorou o comportamento nesses meses aqui e... A qualidade dos estudos é praticamente a mesma.

— Como se fosse mesmo tão simples.

— E é, só fazer a transferência. – ele ficou me olhando e eu dei um sorriso.

— Minha vida iria ser um inferno. Você iria pra casa da sua namoradinha todos os dias e eu ia ficar sozinho!

— Jamais. A gente namora escondido, esqueceu? E eu vou ter que ir pra aula.

— Seu tio boxeador fortão vai vetar. Já vi tudo, ele vai dizer que sou má influência.

— Ele voltou a confiar em mim, pode ficar tranquilo quanto a isso.

— Sua mãe... – o cortei.

— Você a conquistou com aquela aposta, não lembra? E eu já te disse, suas atitudes melhoraram demais em relação aos primeiros dias.

— Seu irmão Yuri vai ter ciúme de mim. – ele torceu o nariz, dei uma risada das tentativas falhas dele de achar um problema.

— E o meu irmão Kevin? – o olhei querendo sorrir.

— Outro problema. E se ele me faz apaixonar por ele?

— Não mete o louco Rafael. A gente sabe que o que você sente por Alícia é muito difícil de ser demolido.

— Otávia. Ela não vai com a minha cara. Desde aquela história que você inventou que era gay e tal você fodeu com a nossa afinidade.

— Com o tempo ela esquece.

— Ryan claramente é afim dela e tem ciúme de mim. Não quero apanhar.

— Que se foda o Ryan Rafael. Ele é só um cachorro zangado que late alto.

— Não sei. – nos olhamos.

— Não falta mais ninguém? Ah é esqueci, Alê gosta de você. Lari não tem nada contra, Soph também não. Gi coitada... É tão inocente.

— Alice. – ele me olhou sério. – Não gosto do poder que ela exerce sob você. Isso vai me estressar constantemente.

— Eu estou começando a me cansar. – passei a mão no rosto bem impaciente. – Isso não vai mudar. É algo que ou você se acostuma ou vai ficar longe de mim.

— Não dá. Eu acho absurdo. Acho errado. E por muitas vezes você esteve na pior justamente por causa dessa merda desse controle que ela tem.

— Não posso dizer que você está errado. – suspirei. – Mas ainda assim não quero mudar isso. Eu e Alice estamos em outro momento Rafael. Tenho certeza que não haverá tanto conflitos assim e nem arrependimentos. – ele me olhou e depois desviou o olhar. – Por que vocês dois não viram amigos? Seria tão lindo. Duas pessoas que eu amo juntas.

— Ah, agora diz isso? E o seu ciúme cego e ridículo? Eu não podia chegar perto dela! Nem mesmo olhar pra ela.

— Estou tentando mudar. E com tentando eu quero dizer que vou conseguir e que o meu esforço é insano.

— Não sei mesmo Arthur. Largar a universidade e vim pra cá é algo muito sério. Se eu não me adaptar eu estou fodido. São os meus estudos. Não dá pra simplesmente ignorar isso. Tenho o mínimo de responsabilidade.

— Tá bom. Eu te entendo. E não vou ser insistente, talvez eu não aceitasse também. Enfim... – respirei fundo. – Vamos aproveitar nosso último dia. – ele deu um sorriso triste e saímos do abrigo. O dia estava ensolarado e alegre, bem diferente da gente.

"Uma amizade divertida é o melhor relacionamento sério."


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Notas finais do capítulo

Muita coisa pra assimilar, Kevin querendo ir para casa do vô, Fael não aceitando o convite, Caleb sendo Caleb, o futuro do namoro de Alice e Arthur... Sem falar no Murilo que agora resolveu sair com os boys. É muita coisa, ás vezes minha cabeça não acompanha. Enfim, até amanhã ♥



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