Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 73
Perigo


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Aquele fim de semana em que Kevin esteve aqui tivemos uma das conversas mais tocantes de toda nossa história até agora. Lembrava cada segundo dela a todo instante.

“- Sei que passamos por momentos difíceis no passado, eu só quero que saiba que eu não quero te perder. – Kevin disse entre lágrimas após me pedir inúmeras vezes parar de sair tanto e voltar a colocar a cabeça no lugar. – Se você continuar assim, vai acabar indo para um caminho que sabe que não deve ir e vai perder o controle e... – eu o abracei tentando deixa-lo um pouco menos preocupado.

— Kevin eu estou bem. – afirmei com uma convicção exagerada.

— Não, não está. Você ama a Alice. Sempre vai amar. Não há nada que possa fazer sobre isso. Você vai tentar de tudo pra esquecer, não importa quanto limite ultrapasse.

— Você amava o Murilo e superou. Por que eu não posso superar a Alice?

— Porque não tem um Rafael em sua vida. E não é fácil de aparecer alguém que verdadeiramente nos tire desse sofrimento.”

Refletia sobre aquela conversa. Talvez eu tenha encontrado alguém como Rafael, só não tenha me dado conta disso. Pode ser que essa pessoa não esteja disponível. E dessa forma as coisas ficam bem mais complicadas.

Passou meu aniversário, mais uma semana sem Kevin vim e a outra em que os dois vieram. Nessa eles já estavam se falando. E grande parte por minha causa. Mas eu ficava feliz em saber disso.

Agora já estava chegando o aniversário de Yuri. E com certeza essa comemoração seria diferente de todos os outros anos. Ele estava comigo em todos os rolês que eu ia e agora tínhamos uma conexão de irmãos solteiros que aprontavam juntos. Apesar que no fundo eu sabia que ele ainda pensava em Sophia, assim como eu pensava em... Tanto faz.

— Como estou? – Rafael perguntou saindo do quarto.

— Normal. – dei de ombros.

— Tem que dizer lindo. – se sentou ao meu lado. – Kevin está chegando. – sorriu. Entendi seu bom humor. – Daqui três dias fazemos nove meses de namoro. Sabia? – o olhei.

— É. Até que um dia alguém entra na vida de um dos dois e tudo...- fiz sinal de um navio afundando.

— Você tá impossível. – resmungou. – Bom... Como sua mãe fez um filho um ano após o outro e com um mês de diferença, mês que vem é aniversário da Otávia, ela quer que a gente faça alguma coisa especial. Sabe como ela é chata.

— Mal comemorei o aniversário do Yuri. – reclamei. – Tá, me mantenha informado.

— E não tem só isso. Eu farei dez meses de namoro e também vou querer fazer algo muito especial. Então... – fechei os olhos esperando o pior. – Precisarei que me dê ideias.

— Eu? – apontei para mim mesmo.

— Você sempre foi muito romântico Arthur!

— Fui, do verbo não sou mais e nunca mais serei. Dá um buquê de flores pra ele e um perfume. Ah não... Perfume não. Kevin é requintado demais e você não vai saber agrada-lo. – ele fechou a cara. Dei uma risada. – O lema do relacionamento de vocês é surpresa Rafael. Faz uma pra ele, que tal colocar... – ele tampou minha boca.

— Se você continuar escroto assim eu vou perder toda a admiração que eu sempre tive por você.

— Ah é? – cruzei os braços sorrindo. – É assim que você era irmão. E eu te aguentei assim por muito tempo. Você só falava de putaria Rafael.

— Nem me lembro mais. – se fez de sonso.

Kevin chegou e passou o dia todo aqui com Fael. Aliás, o dia todo não, o fim de semana todo. Ele mal foi em casa. E dessa vez não nos encontramos com o pessoal, então eles realmente não se desgrudaram. Os momentos que estive com eles pude presenciar Rafael com preguiça e Kevin sempre pegando as coisas pra ele. Não sei se por ter sido feito de otário ou por ser com meu irmão, mas isso me irritava um pouco. Levantei no domingo e o loiro estava deitado no sofá e Kevin sentado no chão fazendo carinho nele.

— Alice tá subindo. – Kevin disse e me olhou. – Ela veio pegar o celular dela que ficou comigo. – dei de ombros indo pegar uma água. A garota chegou e o cumprimentou pegando o objeto. Depois me olhou.

— Oi. – falou e chegou mais perto. Apenas levantei a sobrancelha. – Tá tudo bem?

— Vai se encontrar com Orlando? – cortei aquela conversa sem sentido.

— É... Combinei com ele. – respondeu sem graça e tímida.

— Só perguntei por curiosidade. – disfarcei a tristeza. Iria sair e voltar para o meu quarto.

— Arthur... O que você e Larissa fazem tão próximos? Ela tem namorado e ele tá chateado com isso. – a olhei.

— Antes de ser namorado dela ele traiu a ex namorada com ela e a deixou por não conseguir assumi-la... Então acho que ninguém é perfeito né?

— Isso é uma forma de castigo por eu ter te deixado? – questionou vagarosamente.

— Não foi você que me deixou Alice. – usei um tom de voz incisivo.

— Já me desculpei por tudo. Eu não namoro Orlando. Eu...

— Não pedi satisfações. Você pode fazer o que quiser, eu não dou a mínima. – tentei sair novamente e ela começou a falar.

— Tá ferido e tá sendo hostil, você não é assim.

— Claro que eu sou. Você só nunca me viu assim. Não sabe como eu sou quando não estou nutrindo meu amor por você. Foram muitos anos sendo aquele Arthur que só você importava. Eu disse foram. Isso verdadeiramente teve um fim.

Entrei pra o meu quarto e me tranquei e ao invés de comemorar eu chorei. Mas foi por pouco tempo. E se tratando de mim e da dor que eu sentia em relação a Alice isso foi um grande avanço.

— Obrigado por ter feito meu namorado sair com a sua ex namorada. Você acabou com ela. – Rafael reclamou assim que sai do quarto.

— Sorte a dele. Melhor que ficar com você que faz dele praticamente um escravo. – o encarei.

— O que Arthur? – franziu a testa.

— Você trata Kevin na coleira. E isso é prejudicial e não tem nada de saudável. Pode não perceber, mas quem tá de fora enxerga.

— Tá com ciúme do seu irmão. – revirou os olhos.

— Não estou e sabe disso.

Ele pareceu pensar um pouco no que eu disse e acho que fez boas conclusões já que mais tarde daquele mesmo dia ele demonstrou arrependimento e cuidado com Kevin. Observei Fael com o queixo encostado no ombro dele enquanto conversavam e ao prestar atenção vi que faziam concessões. Dei uma leve risada. Caleb realmente jamais separaria esses dois.

— Oi. – Larissa me atendeu na casa dela. Fui sem avisar e a peguei arrumada, certamente indo sair com o namorado.

— Desculpa. Não devia ter vindo.

— Não. Eu ligo para o Alê e digo que surgiu um imprevisto. – pegou o celular e mandou uma mensagem.

— Não iria ligar? – quase ri.

— Mensagem é mais rápido. – sorriu. – Entra. – entramos juntos e vi que não havia ninguém na sala. – Meus pais saíram pra jantar. Minha irmã tá com o pessoal.

— Então estamos sozinhos? – concordou gestualmente. – Seu namorado não iria gostar nada disso.

— Você já bebeu né? – ri.

— Bastante. – suspirei. – Os meninos não querem sair hoje. É um saco ser o mais animado de todos.

— Ou o mais solitário. – me olhou de lado e sorriu. Entramos no quarto dela e nos sentamos confortavelmente em sua cama. Eu me encostei na cabeceira e fiquei a observando. – Você está há quase três meses nesse ritmo insano de curtição. Não acha que já é hora de parar?

— Mas eu dei um freio! Diminui bastante. Tudo porque Kevin me pediu. – suspirei.

— Vocês dois são tão bonitinhos. – sorriu.

— Ainda bem que ele não me pediu algo... – joguei a indireta. Já era fato que estava rolando um clima entre a gente há algum tempo e talvez fosse a bebida, mas agora a coragem veio com tudo.

— Bom... – ela respirou fundo e desviou o olhar. – Mesmo assim eu e você sabemos que isso não é possível.

— Ah, claro. A terceira pessoa. – me referi a Alexandre.

— Sim. E nesse caso é Alice! Arthur você e ela é épico. Eu disse isso desde quando se separaram.

— Épico? Com ela atrás de outro cara? – balancei a cabeça. – Acabou Larissa. E esses três meses são prova real disso.

— Eu não acredito. Acho que ainda tem volta. É impossível que ela não esteja enxergando como ele não serve pra ela. Você é educado, respeitoso, amável, sempre fez tudo por ela. Aquele cara não vai fazer metade do que você já fez.

— Mas isso não importa agora. – voltei a olha-la com segundas intenções.

— Você sabe que é lindo e não pode nunca usar um olhar desses com uma mulher né?

— Não, por que? O que acontece? – ela se aproximou ficando bem perto de mim.

— Quer mesmo saber? – balancei a cabeça positivamente. E foi assim que o nosso primeiro beijo aconteceu. Eu sei que era errado. Sei que era uma traição com Alexandre. Mas não dava mais controlar o desejo que os dois sentiam um pelo outro. E logo Larissa que sempre foi a mais romântica e quieta de todas. Se fosse Sophia eu não estranharia. Aliás, eu nunca imaginei ficar com nenhuma delas. O amor de Alice me consumia tanto que isso era algo que jamais passou pela minha cabeça em todos esses anos.

Não precisou muito para estarmos nus um em cima do outro. Os olhos de Larissa eram tão lindos. A cor dele era quase amarelo e isso me fazia querer olha-los o tempo todo. Minha mão direita afundava em seus cabelos e eu sentia aquela textura tão diferente e imaginei em minha mente uma textura lisa e escorrida... Eu não podia fazer isso comigo agora. Há dias e dias eu transava com mulheres diferentes e conseguia desligar meus pensamentos, então a única coisa que eu tinha que fazer era não pensar que quem estava ali comigo não era o retrato da perfeição que eu sempre sonhei pra mim.

E depois que se desliga a única coisa que consegue sentir é prazer. O corpo de Larissa me mostrava que a nossa experiência estava sendo melhor do que eu poderia imaginar. Acho que não repetir aquilo seria muito difícil.

— Se arrependeu? Quer que aconteça de novo? – ela perguntou com uma expressão assustada após descansarmos um pouco.

— Deixa rolar.

— Vou terminar com Alexandre. – nos olhamos. – Não posso ficar com ele depois disso.

— Eu também me sinto culpado. – suspirei. – Mas... Se quiser ficar com ele... Eu fico na minha e me afasto.

— Cala a boca. – discordou e deitou a cabeça em meu peito. – Posso dormir aqui? – perguntou sorrindo.

— Claro. Hoje você pode tudo. – respondi antes de cairmos no sono.

Acordei sem saber muito bem o que havia acontecido e nem onde estava. Olhei meu corpo e vi um braço feminino em minha cintura. Mas eu não estava na cobertura. Eu me virei e vi Larissa. Arregalei os olhos. Eu não estava tão bêbado assim. É... Eu estava. Dormíamos de conchinha então foi meio complicado sair da cama. Eu me vesti correndo e sai rápido do seu quarto para ir embora. Trombei com o meu tio na porta.

— Já tá de saída? – ele perguntou com uma voz nada amigável. Fiquei sem saber o que dizer ou fazer. – Larissa era a única que tinha juízo nessa casa Arthur. Obrigado por tirar isso dela. Recupere a sanidade antes que eu tenha que quebrar a sua cara. Vai. – apontou para a saída.

O ruim era que hoje era um domingo e eu teria que almoçar na casa da minha vó e lá eu o encontraria. E sabia que ele não deixaria isso quieto.

— É Vinicius aparentemente Arthur... – ele começou a falar assim que me viu entrando. Olhei em volta e vi que Alexandre e Larissa não estavam lá. – Está enlouquecendo sem a sua filha. – meu tio Vini me olhou.

— Não sei se é sem ela ou sem o irmão. Eu aposto no segundo. – ele disse amenizando totalmente o clima. – Lembra que éramos assim também? – o olhou e sorriu. Começaram um papo nostálgico enquanto eu me juntava ao pessoal.

— Por que o tio Gu está com ranço de você? – olhei Otávia.

— Ele é louco. – desconversei. – Agora o Danilo vem sozinho. – apontei com a cabeça para o garoto. – Nem me espera mais.

— Calma. – Ryan fez sinal pra mim. – Estou o integrando no grupo ainda.

— Que palhaçada. – me levantei. – Aproveitem então a conversa entre vilões. – olhei os dois.

— Se eu fosse vilão eu não seria o líder.

— Você não é nada bonzinho e rei das melhores qualidades Ryan. Kevin é louco.

— Eu sou inteligente, esperto e sei lidar com os dramas ridículos de vocês. Isso basta.

— Tá bom inteligentão. – zoei rindo. Recebi uma mensagem de Murilo dizendo que havia parado de ligar para Kevin e mandar mensagens a ele, mas que como o aniversário dele estava chegando ele queria ligar e o que eu achava disso. Esses dois me cansavam. Perguntei a ele se ele iria vim agora nas férias. A resposta me impressionou. – Murilo não vai vim nem no natal e nem no ano novo. – comentei boquiaberto.

Kevin o transformou em uma bomba que só ele pode desarmar.— Ryan opinou interrompendo mais uma vez sua reuniãozinha com Danilo.

— Por que diz isso? – Rafael o questionou com o que parecia ser curiosidade.

— Tudo começou no abrigo. Algo que Kevin fez ou disse não sei... Despertou isso em Murilo. E no natal... Ele iria dar uma crise ao ver Caleb. E quem conseguiu acalma-lo? – ergueu as sobrancelhas? – Sinto muito, o seu namorado e ele tem uma ligação clara e evidente. – todos ficaram em silêncio. Não havia argumento lógico para rebatê-lo. Agora acho que entendia Kevin tê-lo escolhido como líder.

Alguém falou alguma coisa sobre algo nada a ver e ficamos mais um tempo conversando até Larissa aparecer com cara de quem chorou. E sem Alexandre. Certamente ele não viria. Não sei se ela havia contado, mas como a sensível que era eu apostava que sim. E agora eu arrumei um grande problema.

Rafael Narrando

Parece que hoje todos resolveram esfregar na minha cara o quanto Murilo e Kevin foi intenso. Como se eu não soubesse. Logo eu que acompanhei BEM DE PERTO.

Depois de almoçar na casa da vó Isa na tarde do domingo decidimos sair... O clima lá estava um pouco estranho por causa de Larissa e Alexandre. Paramos na sorveteria.

— Paga um sorvete pra mim. – Ryan pediu pela segunda vez.

— Pede seu primo. – apontei com a cabeça para Arthur sabendo que ele só estava me enchendo o saco.

— Você dirigi um SUV e não tem dinheiro para me pagar um mísero sorvete... A sua roupa e seu tênis são caros, mas você não gasta com comida. Eu acho que algumas coisas deveriam mudar Rafael.

— Kevin paga tudo o que ele come, ele não precisa pagar nada. – Yuri falou e riu.

— Ah como eu queria ser namorado do Kevin. – encarei Ryan com o semblante sério.

— Antes você precisaria ser gay. – Otávia o provocou e piscou.

— É um pequeno detalhe. – ele deu de ombros. – Nem brincando o clima aqui melhora hein? Descarrego é a solução.

— Tá. – cruzei os braços e me encostei na cadeira. – Vocês gostam muito de falar de mim e do meu namoro e até do ex namorado do meu namorado. Mas vamos falar de vocês. – Ryan sorriu com maldade adorando aquilo. – Yuri... Você é apaixonado por Sophia e estava completamente possesso de ódio de Nicolas por ele ter saído com ela. Mas... Foi só Arthur chamar que você se entrosou com ele e esqueceu tudo.

— Rafael para. – meu amigo ordenou.

— Eu nem comecei. E você Ryan... – ele me interrompeu.

— Sou o queridinho do Kevin, cuidado com o que vai dizer.

— Será que seria tão queridinho se ele soubesse o que você fez junto de Caleb? – ficamos nos olhando e a mesa toda não dizia nada.

— Deve ser mesmo muito difícil pra você superar o Murilo, quando ele foi para Paris pensei que Kevin fosse morrer. Isso é amor verdadeiro. Acho que você tem medo que ele possa voltar, e tem razão de ter medo. Eu só consigo ver Murilo e Kevin. – Ryan falou e se levantou saindo de lá.

— Satisfeito? – Otávia perguntou e foi atrás dele.

— O que ele fez com o meu pai e por que você não me contou ainda? – tentei falar e Arthur voltou a demonstrar seu nervosismo. – Não quero ironias e provocações Rafael. Diz agora ou eu vou quebrar sua cara e odiaria fazer isso.

— Ryan convenceu a mãe de que devia confirmar a história da doença da mãe do Kevin com ele. 

— Por que ele fez isso?

— Por egoísmo. Ele quer que o Kevin volte.

— E você também quer, por isso não disse nada.

— Culpado. – levantei os braços. – Eu quero. Não aguento mais ficar sem ele.

— Como você soube disso? – sua raiva só parecia aumentar.

— Como eu já te disse, eu aprendi muita coisa com Kevin. E eu percebi que Ryan estava estranho. Investiguei. Não foi muito difícil. – ele se levantou e me olhou por cima.

— Uma coisa muito triste aconteceu hoje. Minha admiração por você foi diminuída. Você fica irracional quando se trata do seu ciúme de Murilo e Kevin. E sabe de uma coisa Rafael? Eu sempre disse que nada separaria vocês dois. Mas hoje eu acho o contrário. Você é capaz de acabar com tudo. E não vai demorar muito. – ele saiu me deixando acabado e o resto que estava na mesa davam razão a ele, então juntei o resto da minha dignidade e sai dali.

Kevin Narrando

Rafael e eu estávamos fazendo dez meses de namoro e para comemorarmos por ideia dele fomos comer em um lugar novo que abriu em Alela. Só que ao sairmos nos encontramos com aquele cara que eu levei ao motel, parecia um imã, claro que brigamos.

Se não bastasse isso, minha mãe veio com um papo que estava doente para eu terminar com ele. Ela só não contava com o fato de eu ser mais inteligente que ela. Se fosse mesmo o caso ela já teria ido me visitar na capital, já que vivia a trabalho por lá, mas nem isso ela fez questão de fazer. Eu não acreditava em nada que ela dizia. Mesmo que nossa relação sempre tenha sido ótima. Certas coisas infelizmente mudam.

— Parece que Ryan, Rafael e Arthur se envolveram em uma discussão. – Alice disse olhando o celular. – Seu namorado tá bem louco. E ele brigou feio com o melhor amigo.

— A distância tá começando a pesar. – respirei fundo. – Ele tá impaciente, estranho...

— Mas vai fazer cinco meses ainda que vocês estão longe um do outro e se vendo sempre, duas ou três vezes por mês. Acho que é pouco tempo pra ele surtar e acho ainda que vocês se veem muito.

— Ele acabou de mandar mensagem dizendo que vai sair com o Nicolas. – joguei meu celular longe. – Logo o Nic que é solteiro e só quer curtição.

— Ele só vai sair Kevin. Não vai fazer nada. Você confia nele. E no seu irmão. É como se ele fosse sair com Arthur.

— Não. Não é. Depois que custei a conseguir fazer com que Arthur aquietasse um pouco. – passei a mão no rosto. – Aos poucos ele vai voltar a ser o Rafael de antes.

— E perder você? – nos olhamos. – Nunca.

— Ele nem confia em mim aqui. Deve ser por passar na cabeça dele... – suspirei. – Já estou até falando besteiras.

— Tá mesmo. – ela me repreendeu. – Ele não confiava em você nem lá ao lado dele. Mas isso não quer dizer que ele está disposto a te perder... Ou... Trair você.

— Você está certa. E se ele fizer algo ele mesmo vai me contar. Não conseguiria viver com isso tendo o namorado que tem. – a olhei.

— Sabemos bem disso. – foi para a cozinha. – E no mais, dezembro está aí, vamos ir pra lá passar as férias e vocês dois vão ter muitos dias para ficarem grudados.

Concordei com ela tentando ser positivo. Os dias passavam voando, estava fazendo as provas finais e torcendo para que tudo corresse bem. Em Torres não havia muita novidade. Fiquei sabendo do que Ryan havia feito e ele me pediu mil vezes perdão, mas dizia que sentia muito a minha falta e queria que eu voltasse. Jamais podia imaginar o impacto que eu causava nas pessoas. Eu tive que ter uma conversa bem séria e dura com Rafael, o que nos afastou mais ainda, mas... Entre ele e Arthur eu sempre daria razão para o meu irmão. E por falar nele, os dois ainda não estavam nada bem.

— Parabéns pra você, nessa data querida... – Alice entrou em meu quarto cantando com um brownie com uma velinha rosa.

— O que é isso? – perguntei tentando não rir.

— Você não acha que eu sei fazer um bolo né? E veja só, eu escolhi uma vela linda, bem fofinha para combinar com você. – sorri e a abracei. – Faça um pedido.

— Não acredito nessas coisas. – ela insistiu e eu fiz, assim que apaguei a vela ela mordeu um pedaço me fazendo empurra-la.

— É que ele é uma delícia e eu já comi o meu. – acabei dando tudo a ela e fui tomar banho. Hoje era o último dia de aula. Semana que vem seria a formatura do pessoal em Torres e a gente teria que arrumar nossas malas para irmos antes disso.

Semana que vem também eu faria onze meses de namoro. E eu não sei se passaria disso. Quando nos víssemos iriamos conversar e resolver. Rafael agora queria sair sempre e as brigas eram contínuas.

— Eu não estou acreditando ainda que o meu irmão não vai pra casa! – Alice exclamou enquanto íamos para Torres. – Ele disse que tinha um evento muito legal lá, que ano passado ele não foi e que precisava ir. Vê se pode? – nos olhamos. A capacidade de Murilo de fugir era mesmo incrível. – A minha mãe ficou muito magoada. Muito mesmo.

— Eu sinto muito. – meu celular começou a tocar. Era Arthur, atendi e sua voz começou a ecoar pelo carro.

“ALICE ESTÁ EM PERIGO. EU ESTOU INDO CORRENDO. KEVIN, TOMA CUIDADO”— a ligação caiu e eu olhei para o lado vendo um carro vindo na contramão bem em direção ao banco do passageiro.

— Você está bem? – perguntei após sair da pista. Ela custou a se recuperar, mas vi que estava sem nenhum ferimento. – Que merda foi essa? – olhei para os lados.

— Como você conseguiu desviar dele?

— Nada que um bom controle de direção não resolva. – peguei meu celular. – Como Arthur sabia? – tentei ligar pra ele e estava desligado. Algo me dizia que ele também poderia estar em perigo e aquele pressentimento ruim que eu senti ao ir para a capital fez todo sentido.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ou terça ♥



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