Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 69
Reflexo


Notas iniciais do capítulo

Foto do presente do Rafa ♥
Boa Leitura ♥
(perdão pelos sete dias sem vim, provavelmente daqui pra frente será assim, comprei um computador novo que está pra chegar, meu quarto vai ser pintado, meu cabo de internet trocado, job novo, enfim... coisas da life)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789213/chapter/69

Arthur Narrando

Kevin havia dito que iria se vingar do nosso pai. Mas não contou que seria uma vingança tão drástica. Ele estava mesmo enfurecido por Caleb tê-lo feito terminar com Rafael. O namoro era prioridade para o meu irmão e isso às vezes até me assustava. Por mais que eu também agisse assim com Alice, me surpreendia ao ver até onde ele era capaz de chegar. E o pior era que com a atitude dele ele acabou me prejudicando.

— Sua agressão aos paparazzi está sendo noticiada. – minha vó falou desligando a televisão. Todos estavam na casa dela.

— Foi apenas a um. - Vinicius a corrigiu. – Não que isso torne as coisas melhores.

— Estamos vivendo um inferno! – minha mãe exclamou quando conseguiu se acalmar.

— Precisamos mesmo fingir surpresa? – Kevin arrancou olhares de todos. – Quantas vezes já dissemos sobre essa forma dele resolver as coisas? Eu falei que ele é o músculo e eu sou o cérebro.

— O cara estava me perguntando sobre quantas fraudes meu pai era responsável. Já estou cansado de ouvir sobre isso. – tentei me defender apesar da minha atitude não ter nenhuma defesa.

— Consegui chegar. – Caleb entrou me fazendo ficar ainda mais carrancudo. – Você devia procurar um médico. Tenho certeza que puxou seu tio e não consegue conter a raiva. – me importunou. Ele estava mais nervoso que o comum e com razão.

— Pode ser, sabia? – o olhei nos olhos. – Até porque eu tenho muito mais dele que de você.

— Não provoca o seu pai, você já fez demais por hoje. – recebi as ordens da minha mãe calado.

— Você vai fazer serviço comunitário, ele vai denunciar a agressão. Já não bastam todos os problemas que estou passando?

— Tá só colhendo frutos do que faz. Justo, não? – Kevin o questionou e sorriu.

— Eu sei que foi você. E quando a gente tiver um acerto de contas...

— CALA A BOCA CALEB. – Kira gritou assustando todo mundo. – Estou esgotada de você ameaçando nosso filho.

— Desde que ele trouxe aquele bastardo você tá assim né?

— Isso só tem quatro dias. Eu ainda estou absorvendo tudo isso. E você tem a OBRIGAÇÃO de ser pai daquele garoto e não chama-lo de bastardo.

— O mundo gira Kira. – minha mãe comentou e deu uma risadinha. Alguém chamava na porta.

— Deve ser o paparazzi. Pelo menos eu fiz o convite para tentarmos um acordo.

— Você não disse que ele estaria aqui! – o homem que entrou não gostou nada de me ver ali.

— Isso vai ser divertido. – meu irmão comentou dando uma risada.

— Pelo visto você é o Kevin. – eles ficaram se olhando.

— Minha grande fama de debochado. – comentou com desprezo.

— Não. Sua grande fama de babaca. – demonstrou desagrado.

— Tá legal. Vem comigo. – meu pai o abordou e saiu com ele para outro cômodo.

— Bom... Eu tenho coisa melhor pra fazer. – Kevin se levantou e Rafael o encarou.

— O que seria essa coisa melhor? – meu amigo questionou, eu podia jurar que ele estava com ciúme.

— Ficar com meu namorado, vem. – o loiro não se moveu. – Acha que estou brincando? Eu estou desempregado Rafael, o que mais eu poderia fazer?

— Um Kevin trabalhando já é difícil, desocupado então... – Sophia foi encarada mortalmente após sua fala. Não aguentei e ri. – Você tá podendo rir né valentão?

— Vocês são os adolescentes mais insuportáveis que eu já conheci. – Maísa brincou fazendo seu filho Ryan revirar os olhos.

— Somos os únicos que conhece, não?

— É lógico que não. – meu pai voltou e se despediu do cara e parecia um pouco menos tenso.

— Fiz um ótimo acordo. O dinheiro realmente compra tudo. Agora Arthur você vai ter que entender que vai ouvir isso por um bom tempo. E não é socando a cara de cada um que isso vai parar de ser dito.

— E você vai fazer o que a respeito? – meu vô Mark o perguntou diretamente de uma forma muito séria. – Sabemos que para o bem do hotel algo tem que ser feito.

— Eu sei. – Caleb deu um suspiro forte. – Mesmo que as acusações não tenham nenhum fundamento eu acho melhor eu me afastar por um tempo.  Vou ficar em Alela por enquanto.

— Não acha que é perto demais?

— Pelo menos não é aqui. – ele encerrou aquele assunto.

Tudo aquilo que estava acontecendo era irreal demais. Eu tentava conhecer o meu novo irmão que ainda estava na cidade quando veio essa notícia sobre o meu pai ser o empresário mais sujo de Torres. Coisa do Kevin, como eu já disse antes.

— Você tá bem? – Alice se sentou ao meu lado me fazendo sorrir. Concordei e a beijei.

— E você? – olhei em seus olhos.

— Pra ser sincera não. – peguei em sua mão.

— Não tem a ver com isso tudo né?

— Não. Eu só estou ficando cansada de tentar lembrar como é ter emoções.

— É um conflito interno grande né? – questionei com bastante tristeza.

— Mais ou menos isso. – respirou fundo derrotada. – O seu irmão está feliz em ter seu pai longe por um tempo. – observamos Kevin.

— Ele tá feliz por ter se vingado. – dei um leve sorriso. – Mesmo que ele esteja perdendo todos os limites de vingança.

— Ás vezes eu me preocupo com a alma dele. – falou de uma forma séria. – E cadê seu outro irmão? – apontei para Yuri. – Não. O outro.

— Parece que foi até a cidade natal ver a mãe e voltaria rapidamente.

— Sua mãe continua me olhando daquele jeito... – comentou enquanto encarava minha mãe.

— Para amor. Você dá medo quando tá assim. – ela me olhou ainda mais fria.

— Eu tenho que rir disso. – Otávia disse alto e percebi que todos riam. – Escutem essa. – nos olhou. – Repete Alexandre.

— Estávamos falando sobre a gente... Sobre os rapazes desse seleto grupo de amigos e os adultos aqui presentes. – já vi que era merda. – E... Eu disse que alguns desses adultos adoram o Ryan. Já outros o Yuri. E a maioria deles o Arthur. Mas todos eles amam o Kevin.

— O Kevin? – assentiu rapidamente. – Mas por qual motivo?

— Ele se regenerou. Simples. Agora ele é o mocinho bonzinho. E ainda por cima tá sempre demonstrando afeto pelo namorado. Admita Arthur, você perdeu o posto e agora é coadjuvante na família Montez.

— E você ainda se esqueceu de mencionar o quanto foi o Kevin que sofreu com... Sabemos quem.

— Verdade. Mais um ponto pra ele.

— Posso trocar esses pontos em que? – olhei para o meu irmão e ri.

— Você não tinha mais o que fazer com Rafael? – questionei curioso.

— Ele acha que você precisa de apoio. – revirou os olhos. Os adultos começaram um papo sobre como amavam todos os garotos igualmente e iniciariam uma lição de moral em Alexandre e enquanto todos riam dele eu aproveitei e cheguei perto de Kevin.

— Você já se encontrou com Danilo depois daquele dia que todos tiveram a mesma conclusão? – ele me olhou de lado.

— Não. Mas vocês estão errados.

— Kevin – ele me cortou.

— Não existe a mínima possibilidade de isso ser real. – virou de frente pra mim me encarando com descontentamento.

— Você não quer que seja real.

— Vai cuidar dos hematomas na sua mão. Você ganha mais. - achei que sairia, mas ele permaneceu quieto.

— Estou preocupado. E se isso for verdade? E se ele herdou os genes malucos da irmã dele? Vão ser dois psicopatas atrás de você. Você já pensou em procurar uma igreja? – ele ficou me olhando. – Estou falando sério.

— Eu vou a igreja Arthur.

— Desde quando? – franzi a testa. – Você sempre foi bem agnóstico nesse sentido.

— Foi quando precisei de forças para... Seguir em frente. Parece que são nos piores momentos que a nossa pouca fé se estabelece e então cresce.

— Que inusitado. – balancei a cabeça. – Já parou pra pensar que... – ele segurou meus braços.

— Você está questionando demais meus pensamentos. Então me faz um favor, olhe a sua esquerda, conversando com a sua mãe, ele é meu único pensamento. Da hora que eu acordo até a hora em que eu vou dormir.

— Isso foi lindo, mas... Você tem que estar preparado caso essa suposição seja verdadeira.

— Tchau Arthur. – saiu indo pra perto de Rafael. Acho que Kevin se apegou demais a Danilo nessa história de ser o primeiro amigo dele e os dois sempre se ajudarem tanto. Ele jamais iria admitir que todos nós achamos fundamento nessa suposição e talvez ele não quisesse ver isso porque não queria perder a amizade que havia feito. Mas se realmente existia sentimento, não demoraria muito para aquela amizade acabar.

Kevin Narrando

Após um dia que Nícolas foi para a sua casa ver sua mãe eu me lembrava da conversava que tivemos antes dele ir.

“- Da vivência de quem já esteve em segredos demais eu te aconselho a contar tudo a ele. Nada fica escondido Kevin. Nada. Uma hora ele vai saber e ele vai te odiar por não ter contado a ele.

— Então tudo o que eu fiz foi em vão?

— Não. Você mostrou que faz tudo por vocês dois. Por ele, pelos sentimentos dele. Talvez isso só fortaleça a relação de vocês. E agora mais que nunca ele vai precisar de você ao lado dele pra enfrentar isso tudo.”

Não sei se ele estava mesmo certo, mas a dúvida me atormentava. Não podia perder Rafael de novo e agora por um erro meu. Então após um dia inteiro me corroendo com esse pensamento eu resolvi contar tudo a ele.

— Você deveria ter me contado! – ele não recebeu muito bem a confissão.

— Eu estava tentando te proteger.

— Em todas as chances que você tinha pra contar você ficou quieto. Só agora você disse.

— Não tem nem uma semana que esse pesadelo acabou Rafael.

— Você não tinha o direito de agir assim Kevin. É o meu pai, minha mãe, minha vida. O seu pai manipula tudo, mas eu não vou aceitar você manipulando.

— Só não queria que você o odiasse. Que você perdesse toda a admiração que tem por ele. E que a relação de vocês dois mudasse.

— Parece que eu estou em um pesadelo. Não consigo nem olhar pra você. – se levantou. – Você tem noção que tudo envolve você e o seu pai são mentiras e manipulações?

— Eu não sou mais assim Rafael.

— Não é? Essa é a mentira que você conta a si mesmo, porque tudo o que fez foi mentir.

— Sabia que quando contasse acabaria com o que você e o seu pai tem. Eu não quero isso.

— Mas fazendo isso você acabou com a gente. – não acreditava que ele estava dizendo aquilo. – Vai embora, por favor.

— Eu não quero te perder de novo. Da primeira vez isso quase me matou. – desabafei com os olhos inundados de lágrimas.

— Se você não sair, saio eu. – foi para a entrada da cobertura.

— Você precisa só de um tempo pra pensar, é isso? – questionei indo atrás dele.

— Eu não quero ficar com alguém que mente pra mim Kevin. – o segurei antes que ele entrasse no elevador.

— Pode ficar. Estou indo. – fiquei olhando em seus olhos enquanto a porta fechava tentando entender como alguém que há poucos dias atrás sofria tanto por estar sem mim agora só queria me mandar embora.

Sai do hotel sem saber exatamente pra onde ir. A primeira pessoa que pensei em procurar foi Alice. Mas em seu atual estado ela não teria muito o que me dizer. Lembrei-me de tudo que Arthur havia me dito mais cedo e fui então esclarecer a grande polêmica da vez.

— Por que você demorou tanto? – perguntei enquanto Danilo entrava em meu carro.

— Você queria que eu viesse de pijama? – ele estava arrumado. Isso não era bom. Fiquei prontamente tenso.

— Por que estava de pijama? Ainda é cedo. – continuei olhando a rua.

— Eu durmo cedo. Você me chamou pra que, questionar os meus hábitos? Aposto que não.

— Danilo... Você sempre diz que precisa de dinheiro, que odeia sua família, que quer sumir e tudo mais. – o olhei. – Se eu te der uma oportunidade de sair fora, você vai? – ele pensou um pouco.

— Conhecendo você como eu conheço eu sei que isso é um teste. Por que você quer saber se eu sairia da cidade ou não? – suspirei.

— Você torna as coisas mais difíceis. – passei a mão no rosto.

— Não pergunta diretamente porque acha que eu mentiria. Ainda não confia em mim mesmo depois de todas as merdas que eu fiz por você, mesmo... – interrompi sua fala.

— Por quê? – me olhou confuso. – Por que faz tudo por mim?

— Porque você me pede! Para de pedir e eu paro de fazer. Aonde você quer chegar?

Fiquei em silêncio. Por tempo demais. Vi o carro do Arthur parar em frente a mansão e Rafael descer. Ele não havia me visto. Ainda bem. Seria mais um motivo para ele me odiar.

— Seu namoradinho deve estar te procurando. – o olhei espantado. Qualquer um diria “namorado”. Só se usa diminutivo quando quer implicar ou... Quando tem ciúme.

— Você sabe que os sinais que está dando são muito confusos né?

— Que sinais Kevin? – nos olhamos. Meu celular começou a tocar, era Rafael.

— Oi. – atendi no segundo toque.

“Onde você está? Eu já fui à sua casa e já vim aqui na casa do Arthur e não te acho.”

— Por que você está me procurando? – perguntei assustado.

“Temos que conversar Kevin. Agi de forma precipitada e não demorei pra perceber isso. Em qual lugar você está? Vou te encontrar.”

— Não precisa. Estou na rua. Fica aonde você tá, daqui cinco minutos eu chego.

“Você tá sozinho né?”— não era hora de dar respostas ruins, mas eu e minha política de não mentir. E ele ainda me achando mentiroso.

— Não. Estou com Danilo.

“O que você tá fazendo com ele?”

— Queria tirar aquela dúvida.

“Você acaba de levar um pé na bunda e corre pra ele pra saber se ele é afim de você?”

— Só queria evitar problemas futuros Rafael.

“Você o quer, isso sim. E qual foi a resposta?”

— Ainda não sei. Vou desligar e daqui poucos minutos estou ai. – assim que nos despedimos notei o sorriso nos lábios de Danilo.

— O que foi? – estreitei os olhos tentando entende-lo.

 - Vamos lá Kevin, pergunte. Tire a sua dúvida. – sorriu mais ainda.

— Eu te odeio tanto.

— Sempre disse que eu era um espelho pra você, então é uma pena que se odeie. Talvez eu... – colocou a mão na boca. – Estou estragando a surpresa. Quero ouvir você perguntar.

— Sabe muito bem que eu não vou. – ele suspirou falsamente e abriu a porta.

— É uma pena. Por que eu não vou facilitar pra você. Tchauzinho. Quando precisar, me chama.

Era horrível lidar com alguém que tinha as mesmas características que eu conhecia tanto e sabia que não eram nada legais. Mas agora o meu foco não era o Danilo.

— E aí, ele disse se está ou não afim de você? – foi a primeira coisa que Rafael me perguntou.

— Não, ele não disse. Mas meus instintos dizem que não e dificilmente eles falham.

— Tá mentindo. – afirmou olhando em meus olhos. – E tá mentindo por querer manter contato com ele.

— Sou solteiro agora. Não preciso mentir pra você.

— Eu te disse que agi de forma precipitada. Você não está solteiro Kevin.

— Se você soubesse o quanto eu odeio... – ele me cortou demostrando nervosismo.

— Você escondeu de mim fatos importantes sobre a minha família. Foi um choque. É compreensível que eu fale em um fim.

— Tá bom Rafael. Mas eu disse que você poderia ter um tempo pra pensar e absorver tudo. Só que você já saiu terminando. Eu não quis nem interiorizar essa decisão.

— Por isso o procurou? – nos olhamos.

— Só queria preencher minha cabeça com algo que não fosse o fato de que eu poderia não ter mais você. – ele ficou em silêncio. E eu também.

— Quero conhece-la. – minhas sobrancelhas se ergueram em espanto. – Quero ouvir dela tudo o que aconteceu. E... – puxou o ar e soltou. – Eu não o odeio. Ele cuidou de mim todo esse tempo. Venceu o vício. Não tem como odiá-lo. Só quero entender o que aconteceu.

— Rafael... Ela pode fazer com que esse ódio apareça. Por outro lado, se ele souber disso tudo... Ele pode até voltar a se descontrolar, eu não sei. É uma situação muito delicada.

— Eu sei que cada um vai puxar a história para o seu lado. Eu vou ver tudo de cima.

— Você que sabe. – suspirei.

— Não precisa concordar. Só me apoie. – sorri.  

— Eu sempre vou te apoiar, seja no que for. E eu vou te ajudar a encontra-la.

— Obrigado. – veio se aproximando e se encostou a mim igual ao um bichinho de estimação. – Dá um beijo? – nos olhamos. Selei nossos lábios e vi sua testa se franzindo. – Um beijo Kevin.

— Eu sei que você tinha todos os motivos para ficar muito bravo comigo, mas coloca na cabeça que eu não cogito a ideia de terminarmos.

— Você terminou comigo há poucas semanas.

— Vamos voltar nisso? Eu não terminei, eu... – ele me beijou não me deixando falar.

— Seria uma lástima terminamos porque eu comprei um presente pra você que eu não saberia o que fazer com ele... – se fez pensativo. – Poderia dar a Otávia que é minha amiga mais próxima, já que se eu desse pra Alice não faria nenhuma diferença. Ela nem mesmo ficaria contente. 

— O que é? – o olhei nos olhos. – Você não vai dizer até me dar né? – concordou. – Que seja, vou ir tentar descobrir como localizar sua mãe.

— Essa hora?

— Antes que Caleb saia da cidade. - suspirei. - Estamos bem Rafael?

— Estamos Kevin. – não gostou da minha pergunta. E eu sabia que era por ainda ter mágoa do que eu fiz dentro dele.

— Ok estou indo. – me despedi demoradamente e fui atrás do que eu precisava. Tudo por ele. Apesar de não concordar nada com isso. Cheguei em casa e peguei Kemeron e Pedro próximos demais.

— Quando você vai embora? Já me ajudou o bastante.

— Ainda estou de férias. E me expulsar da sua casa não é um ato de agradecimento.

— Foda-se. – tentei subir, mas ele impediu.

— Tá com um péssimo humor, então prevejo que as coisas não estão dando muito certo.

— Kemeron cuida da sua vida e do seu passatempo da vez.

— Estou aqui. – Pedro se manifestou. – Não mereço ser insultado de graça.

— O que foi? – Kemy perguntou ao entrar em meu quarto.

— Quero tomar banho, posso? Preciso ver meu pai antes que ele vá para Alela. Rafael quer localizar a mãe. – contei.

— Por que você precisa tomar banho para ver seu pai?

— Eu preciso tomar banho para esfriar minha cabeça. Agora sai do meu quarto Kemeron.

— Você fica insuportável quando está assim. – saiu antes que eu tivesse que apelar.

Aquele resto de noite não foi muito produtivo. Meu pai não disse muita coisa, óbvio que não diria. Mas consegui algumas pistas. No outro dia era um domingo e encontrei Rafael no almoço dos Montez e agregados. Levei Kemeron e Pedro, mesmo que eu não quisesse.

— Odeio te ver com ele. – meu namorado reclamou assim que me viu.

— Oi também. – olhei para os lados após encara-lo.

— É sério Kevin, até quando ele vai ficar na sua casa?

— Eu não sei. Fui eu que chamei, ele estava no hotel. Agora não posso manda-lo embora.

— Você não merece nada do que eu planejei fazer pra você hoje.

Preferi não responder. A cabeça do Rafael funcionava conforme o ciúme dele então ele sempre fazia conclusões impensadas e injustas. Mesmo que aquela situação de ter meu ex namorado em minha casa realmente não fosse legal, ele poderia ser um pouquinho mais compreensivo.

No fim daquela tarde eu pude ver com os meus próprios olhos o que ele quis dizer com o que havia planejado fazer pra mim, o quanto ele foi fofo ao me presentear e isso só me fez me sentir pior em relação a nossa discussão. E por isso eu acabei mandando o Kemeron embora. Só esperava não me arrepender disso um dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o mais breve possível ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIV - Versão Arthur" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.