Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 64
Eternas surpresas


Notas iniciais do capítulo

*foto citada no capítulo.
Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Era o último dia da viagem. E eu queria que houvesse o dobro de tempo. Aproveitamos que as meninas iriam ficar por contra de saírem com Tamy para comprar as coisas para a comemoração do aniversário das gêmeas e fomos andar um pouco.

— Dá sua jaqueta, aqui venta muito. – Rafael pediu enquanto eu me encostava a um muro no lugar que passávamos. Continuei na posição que eu estava e fiquei olhando pra ele. – Você não vai tira-la né? – dei uma leve risada.

— Vou sim. – sorri.

— Espera. – impediu que eu me mexesse. – Deixa que eu tire uma foto sua? Você tá lindo demais. – antes do elogio ele já estava pegando o celular e tirou a foto sem que eu deixasse. – Nunca vou cansar de me impressionar pelo quanto sou apaixonado por você. – ele chegou mais perto e me beijou. – O que foi? Você não está bem, nem minha declaração te fez sorrir.

— Ah... Só não queria voltar pra Torres.

— É amanhã né? – ele respirou fundo. – Tá pensando no seu pai? – nos olhamos.

— Esquece ele. – o beijei. Ele sabia que estava certo, sim eu estava pensando em Caleb. Fixamente. Os próximos dias seriam difíceis, mas ainda haviam algumas horas para fugir disso.

Quando voltamos a casa Rafael foi direto para o mar. Fui pra dentro onde encontrei Arthur. Ele estava muito sério.

— Ei. – o olhei. – Quando Alice chegar a procure... Ela precisa desabafar com você sobre tudo que tá acontecendo. E você devia se preocupar mais com ela.

— Pra que me preocupar com ela? É sua função agora. – ficamos nos olhando e ele foi ficando cada vez mais furioso.

— Vai agir como um escroto mesmo Kevin?

— Vocês voltaram Arthur. Você é o namorado dela. O príncipe perfeito que a salva de tudo sempre. Não se lembra?

— Tá com ciúme dela ou de mim?

— Não perco o meu maldito tempo com ciúme. Nem do meu namorado tenho ciúme direito.

— O que está acontecendo? – estranhei o fato de ele pegar o celular e começar a mexer. – Ah, não. Pensei que Murilo tivesse assumido algum namoro.

— Você quer que eu arrebente a sua cara? – o encarei bem nervoso.

— Calma, estou só brincando. Diz aí o que é.

— Caso não esteja se lembrando falta pouco tempo pra voltarmos. E agora além do meu trabalho, tenho o seu pra fazer. E pra variar não é nenhum serviço administrativo comum. Estou só entrando no clima.

— Antes que você perceba estará perdendo o namorado e os cabelos se continuar nesse ritmo. Relaxa Kevin. Até por que vou precisar de você relaxado.

— Que porra tá rolando. – fiquei ainda mais nervoso.

— Temos um compromisso assim que voltar a Torres.

— Para de fazer suspense e fala logo de uma vez.

— Os irmãos Cairo querem se reunir para saber como vamos conduzir os negócios do papai. – fiquei olhando pra ele. Esses irmãos eram donos do maior hotel concorrente de Caleb.

— Não tem que existir essa reunião.

— Eles souberam da sua... Habilidade. E que andou se encontrando com gente importante.

— Leve um recado. Diz que tudo isso foi um mal entendido e que não queremos problemas.

— Se começarmos a dar prejuízos a eles sabe que vai acontecer uma guerra né? – me olhou sério. – Tudo são acordos Kevin.

— Já tenho problemas demais Arthur.

— Quando vamos voltar a conversar sobre Caleb?

— Faz um favor pra mim? Volta pra sua vidinha pacata, cuida da sua namorada que no momento precisa de você mais que nunca e esquece essas coisas. – me levantei. As garotas estavam chegando e notei na hora que vinha uma vespa enorme em direção a Alice. Fui mata-la antes que ela a picasse, mas ao mesmo tempo vi Rafael sair do mar sangrando.

— KEVIN! – uma das meninas gritou me fazendo voltar a mim. Quando vi eu havia sido picado. E aquela porra estava doendo pra caralho.

— O que aconteceu com a sua perna? – perguntei a ele com dificuldade devido a dor imensa que eu estava sentindo.

— Kevin você tem que ir para um hospital. – alguém me pegou firmemente, acho que um dos meus irmãos.

— As vespas só atacam humanos se forem provocadas ou caso se sintam ameaçadas. Esse idiota apareceu na frente dela.

— Ela estava vindo em direção a Alice. – expliquei com mais dificuldade ainda.

— A picada é extremamente dolorosa e liberam uma potente toxina que pode causar a morte de uma pessoa que tiver levado várias picadas, mesmo se não for alérgica. – uma das meninas falou e gritou o Gustavo. E depois eu só vi que estávamos a caminho do hospital.

— As picadas de vespa podem causar muita dor, e em alguns casos, até causar uma reação exagerada do organismo, conhecida como choque anafilático, que causa intensa dificuldade para respirar. – o médico disse ao Gustavo após me medicar. – Foi o que aconteceu a ele.

— Mas ele já tá bem? E o veneno?

— Não tem perigo. O organismo dele vai reagir bem aos medicamentos. Ele já tá sentindo um pouco menos de dor. – ficamos ali mais um tempo até voltarmos pra casa.

— Não fui com você porque tive que ficar aqui fazendo o curativo em minha perna. – Rafael falou assim que cheguei. – Como você está?

— Bem. Ainda dói. – passei a mão na lateral do meu rosto. – Como você se machucou?

— Então... – respirou fundo. Senti sua tensão. Olhei pra baixo e entendi tudo. – Uma onda muito forte me derrubou e havia uma pequena pedra... Como é uma cicatriz... Acho que a pele é mais sensível, não sei.

— Por que você foi nadar tão longe? E tão tarde? Você sabe muito bem que quanto mais se aproxima da noite mais o mar fica agitado! Eu odeio a sua irresponsabilidade. – tentei sair e ele me segurou.

— Você não tá nervoso comigo. Tá assim porque o que aconteceu te lembra do fato de eu já ter me machucado antes. Mas isso não é culpa sua. E sim do seu pai. – fiquei o olhando sem dizer nada. – Não gosto quando você fica assim.

— Vamos fazer quatro meses de namoro e você já sabe todos os meus jeitos. – revirei os olhos.

— Gosta de mistérios né? – riu. Não aguentei e sorri. – Obrigado por se preocupar tanto comigo. Mesmo morrendo de dor você ainda se preocupou. – deu um sorriso enorme. – Quase que me faz enlouquecer de tanto amor. – continuei o olhando. – Você é tão incrível Kevin.

— Sim eu sou. Agora me larga e me deixa deitar um pouco, meu rosto tá doendo.

— Só se você chamar seu pai por algum nome engraçado. Só assim vou saber que está realmente bem. – balancei a cabeça negativamente.

— Chupa cabra. – sua risada me fez automaticamente dar um sorriso genuíno. – Na verdade ele é o próprio chifrudo, mas se eu chama-lo assim eu posso estar ofendendo minha mãe por ter duas interpretações, então fica o primeiro mesmo.

— Eu queria dizer aquilo que eu sinto... Mas como você não gosta e eu também prefiro evitar pra não soar repetitivo, eu não vou dizer nada.

— Sinta-se correspondido em ouvir nada. – ele riu mais uma vez e eu tive certeza que o som da sua risada era tudo que eu queria escutar nos momentos mais difíceis e também nos melhores.

A comemoração do aniversário das meninas foi interessante... Fora as mil chamadas de vídeos com os pais de todo mundo e mais alguns amigos em particular delas, teve a chamada com Murilo. Ele estava na casa do ex namorado. Isso me pareceu estranho quando só sabemos dele com a tal garota fofinha. O problema era dele. Eu não tinha nada a ver com isso e não deixei transparecer curiosidade nenhuma. Eu realmente não estava curioso, apesar de ter ficado intrigado.

— Faz tempo que a gente não conversa. – Ryan falou ao se sentar ao meu lado.

— É, desde que você foi desabafar comigo que queria pegar a... – parei de falar e sorri.

— Cara isso é uma maravilha. Olha isso, eu estou aqui todos esses dias, nenhuma mensagem, ela não me encheu a porra do saco e quando eu chegar lá vamos nos ver. Agora entendo porque o Murilo gostava de mulheres mais velhas.

— Na verdade o Murilo nunca teve muito critério não. E se bem me lembro ele gostava muito das novinhas.

— Ele já pegou algumas coroas.

— Difícil é saber o que ele não pegou. – abri bem os olhos fingindo espanto.

— Até você né? – piscou. Ignorei. – Yuri tá um saco. A tonta da Giovanna tá dando um fora nele e ele tá vivendo em função de convencê-la que isso não é o certo. Tem algum conselho? – nos olhamos.

— Que ele arrume outra tonta. Já disse isso a ele. – riu alto. – Não tenho paciência para esses adolescentes Ryan. – balancei a cabeça. – Só você é o mais conversável.

— Alexandre e Larissa se pegando de novo é o auge. – reparamos o casal. – Que palhaçada que eles fazem... Olha lá... De novo fingindo que não tem nada. Transaram todas as noites aqui.

— Eu tinha certeza que ele ainda amava Giovanna.

— Eu aposto que ele nunca amou. – não aguentei e ri muito.

— Você é cruel. – ele acendeu um cigarro após meu comentário. – Para com essa porra, você vai morrer antes dos vinte.

— Falta pouco então, não tem mais o que ser feito.

— É... – o olhei e depois voltei a observar a lua. – O que você acha que tá acontecendo com Murilo? – seu sorriso demonstrou malícia. – Estou perguntando por preocupação. Ele parece um pouco perdido. Tá o tempo todo com aquela garota e agora na casa desse ex.

— Seja como for Kevin não é da sua conta. Você não tá feliz com o seu namorado? Por que se importa? – pensei um pouco.

— Por que... – suspirei e passei as mãos em meu cabelo. – Nunca devia ter ficado com ele. O que tínhamos como amigos... Era bem mais especial. Ele me entende, eu o entendo, a gente consegue se comunicar de uma forma extraordinária. Ele... Ele é alguém que eu sempre vou me preocupar Ryan.

— Se quiser eu converso com ele. Vejo o que tá rolando. Sinto se ele tá bem de verdade. Se tem algum drama ou problema...

— Agradeceria muito. – olhei em seus olhos. – Quando vai falar pra ela?

— Ela quem? Falar o que? – se fez de desentendido.

— Otávia. – respirou fundo. – Quando vai dizer a ela que ainda gosta dela?

— O que adianta? Ela tá completamente envolvida com Danilo. – olhou pra baixo.

— Faço isso acabar. Basta uma chantagem ou uma troca... Danilo é mais escorregadio que chão de churrascaria.

— Não. Deixa os dois. Ela precisa quebrar a cara. Vou estar lá quando ela precisar.

— Olha só... No fim das contas de todos você é o cara mais idôneo.  – sorrimos juntos.

— Você tá desconsiderando o Arthur nessa comparação né? – ri e olhei para o irmão.

— É. Ele não conta.

— Você parece aborrecido com algo relacionado a ele.

— É que... Eu sou uma pessoa melhor, mas eu ainda tenho traços ruins em mim. É complicado pra mim porque agora tudo que Arthur me lembra é que eu estou fodido por causa dele, entende?! Só que eu não posso nem reclamar, pois ele se fodeu antes por minha causa. – puxei o ar e soltei.

— Que fodeção né? – comentou e riu.

— Deixa isso pra lá. São problemas que quero enfrentar apenas amanhã. – voltei a olhar o pessoal. – Milagre ainda estarmos sozinhos aqui.

— O neném de Sophia se mexeu. Ainda devem estar apalpando a barriga dela e comentando.

— Essa garota é louca e meu irmão muito mais.

— Pelo menos estão cuidando direitinho. Tem que ter juízo agora.

— Acha que vai puxar ela ou ele? – o olhei.

— Por que tá segurando o riso Kevin? – comecei a rir.

— Só imaginei um neném com os dentão do Yuri. – riu alto.

— Você é um escroto mesmo.

— O que estão rindo? – Rafa chegou perto da gente.

— Nada que valha a pena. – respondi e sorri. – Vem cá – ele se sentou em minha frente e eu fiquei fazendo carinho em seu cabelo.

— Já pararam pra pensar que Arthur e Alice se merecem muito? – Ryan perguntou observando os dois. – Tanta sensibilidade e moralidade. São iguaizinhos.

— É verdade. – concordei. Fiquei olhando meu irmão abraçar a namorada. De alguma forma eu esperava que ele cuidasse dela e a preenchesse nesse momento tão difícil pra ela.

Arthur Narrando

Voltar pra casa era sempre ruim. Ainda mais depois de uma viagem tão boa. Cheguei ao hotel e peguei uma discussão entre Kevin e Pedro que me assustou.

 - O que você tá fazendo aqui? Não devia voltar a esse lugar. – seu ódio também me deixou assustado.

— Você precisa ser um pouco menos indócil. Tem que ter um meio termo pra toda essa sua irritabilidade e impaciência.

— Estou a um ponto de te pegar pela jugular então diz logo o que tá fazendo aqui. – após sua fala fiz sinal para o outro sair.

— É alguma coisa com seu plano de vingança? – discordou. – O que foi Kevin? Fala comigo. – fiquei olhando pra ele um bom tempo. – Conheço essa expressão. Remorso.

— Eu estava fazendo tudo certo. – respirou bem fundo.

— Depois que eu sai precisou fazer tudo que é errado. – conclui. – Olha – cheguei perto dele. – Pensa que é por um bem maior.

— Que bem? Ele continua tentando acabar com meu namoro. O seu plano de vingança contra ele já não existe mais por causa do seu namoro. Tá tudo arruinado e de mal a pior Arthur.

— Já esteve pior e você não ficou assim. Kevin... O que foi?

— Tenho medo. O meu senso moral fica questionável com vingança na cabeça. – vi que seu olhar era frio e só tinha ódio. – Não sei se posso lidar com isso tudo. Tenho muito medo de me perder.

— Rafael nunca deixaria isso acontecer. Nem Alice. E muito menos eu. E se por acaso nenhum de nós três for o suficiente, sabemos a quem recorrer. Ouvir a voz dele já seria o bastante pra te lembrar quem você realmente é, que é aquele cara que foi capaz de me pedir perdão após anos de ataques e ofensas. Aquele que conquistou um amor puro em alguém que só vivia a volúpia. Esse é você Kevin. Eu vou te lembrar disso quantas vezes forem necessárias. E quando você for longe demais estarei aqui pra te puxar de volta. Todo instante.

— Isso foi lindo, mas você acha mesmo que se eu precisasse ele me ajudaria? – ele estava mesmo indo pra um lugar sombrio. Peguei meu celular e fiz uma ligação, colocando pra ele ouvir quando Murilo atendeu.

“Oi Arthur.”— a expressão de Kevin mudou. Toda a dureza do seu rosto se desfez.

— Murilo... Preciso de uma pequena ajudinha.

“Pode falar.”

— Kevin anda lutando muito com aquele outro lado dele. Ele pensa que se ficar reprimindo ele vai desaparecer, mas eu sei que não. E enquanto ele não aceitar isso, vai ser dominado. Pode me ajudar dizendo a ele que tenho razão?

“É... Não sei se ele quer me ouvir ou se o que eu disser faz diferença pra ele. Mas você está certo. Pra ele manter o controle ele tem que aceitar que não tem todo o comando. E tá tudo bem, ele precisa confiar nele mesmo. Confiar que o lado maior que ele tem é o que vale a pena.”

— Muito obrigado Murilo. Ele vai refletir sobre isso. Sabe... Eu acho mesmo que vocês deveriam manter contato. São primos acima de tudo.

“Só vou voltar a falar com ele quando esquecê-lo e ele quando arrumar um namorado que não tenha ciúme de mim. Então eu acho meio improvável essa reaproximação acontecer.”

— Você é romântico igual ao seu pai.

“Eu sou fofo, é diferente.”— rimos juntos.

— Vou te deixar em paz. Obrigado mesmo Murilo.

“Sempre que precisar pode ligar. Kevin é uma espécie complicada de entender. Você o entende bem. Às vezes ele precisa só disso, compreensão. É por isso que ele te ama tanto. O Kevin odeia que sintam pena dele, ele acha que desperta isso por ter tido pais ausentes ou por ter um pai com caráter questionável. Ele quer ser forte o tempo todo. E é essa força que o derruba. Não o deixe sozinho Arthur, ele precisa de você.”— meus olhos encheram de água porque de alguma forma Murilo conseguia descrever meu irmão tão bem, como nem mesmo eu conseguiria.

— Pode ter certeza que eu não vou deixar.

Após nos despedirmos Kevin estava de costas pra mim olhando pela enorme janela de vidro que batia do teto ao chão. Eu queria chama-lo e questionar se ele estava bem, mas preferi dar tempo a ele.

— Nunca mais faça isso. – exigiu sem se virar. – Não ligue mais pra ele principalmente em minha presença. – sua voz não tinha mais o ódio de antes, era calma, tranquila e aquilo me fez sorrir.

— Por que Kevin? – ele se virou e me olhou.

— O meu namora... – o cortei bruscamente.

— O seu namorado não iria gostar? Já que você só pensa no seu namorado, me diz por que mesmo sendo assim, você estava em total descontrole e fúria quando eu cheguei e agora tá desse jeito.

— Ele não pode ter todo esse efeito!

— Ele não tem! Mas ele te acalma Kevin. E isso não significa que tenham que ficar juntos. Você ama Rafael todo mundo já entendeu! Só... Tenta se abrir a possibilidade de se aproximar do Murilo depois que ele te esquecer. Ele vai te esquecer. Eu tenho absoluta certeza disso!

— Podem se passar mil anos, mas Rafael não vai aceitar isso.

— Então tá. – suspirei. – Vivam conforme acharem melhor. Vou indo. Só vim mesmo saber como você estava.

— Arthur... Você vai voltar pra sua casa?

— Então... Eu estou na dúvida. Achei que o rei do inferno iria me expulsar daqui.

— Ele não vai. Vinicius e Gustavo te presentearam com a cobertura por causa de Luna e ele sabe que se fizer isso vai entrar em confronto com ela. Por falar nisso, como ela está? Ainda dando ataques?

— Não tive tempo de vê-la ainda. Dormi aqui essa noite. Vou pra lá agora. Tenho que ver também se vou conseguir meu trabalho de volta com Ravi, ele disse que seria um prazer me receber de volta, mas nunca se sabe.

— Dúvida ridícula a sua. Aquele cara te ama e te venera. Assim como todos. Estendem o tapete para o rei Arthur.

— Está tentando me deixar seguro ou tá só implicando mesmo?

— As duas coisas. – sorriu. – Obrigado. Mesmo. Eu estava à beira de um ataque.

— É o meu papel. Não seria diferente.

— Ah... Eu queria sua ajuda e de Alice. Quero fazer uma surpresa para o... – interrompi sua fala.

— Mais uma? O relacionamento de vocês é baseado em surpresas. Isso é uma loucura.

— É que é tão bonitinha a carinha dele quando fica surpreso e ele demonstra tanta satisfação até com as pequenas coisas que eu faço... – fez uma cara de idiota.

— Tá bom Kevin. Manda.

— Vou fazer um jantar romântico surpresa pra ele. Já conversei com o chefe do restaurante do hotel e combinei tudo, só preciso que você e Alice arrumem a mesa pra mim.

— Basicamente tudo né?

— Não. A ideia é minha. A intenção é toda minha.

— Tá. – respirei fundo. – O que vou precisar comprar?

— Isso. – ele pegou um papel e começou a anotar, me entregou e eu fui lendo, ficando cada vez mais confuso.

— Que tipo de vela é essa? E onde eu encontro desse negócio aqui? Kevin. Escuta. O hotel se eu não me engano tem esse serviço.

— E se eu não me engano também é um assunto pessoal que eu não queria usar o serviço do hotel. – semicerrei os olhos. – Quero que meu irmão e minha cunhadinha me ajudem nisso. É tão simples.

— Tá bom. – me dei por vencido. No fim das contas iria ser bom, Alice iria adorar a experiência. – Mas que fique claro que a minha opinião continua a mesma, acho essas demonstrações de afeto através de surpresas entre vocês dois exageradas demais. – falei sério olhando em seus olhos.

— Arthur... – suspirou. – É praticamente a primeira vez que tenho um namorado. Pelo menos um namorado de verdade. O primeiro eu tinha que me encontrar escondido e o segundo eu não tive tempo de fazer nada disso por ele, então, me deixa ser feliz vai?! Só um pouquinho. – dei uma risada do seu jeito de falar.

— Fique a vontade. Deixe-me ir que o mercado de flores me espera. – revirei os olhos. Como eu previa o fim daquela tarde e noite foram muito agradáveis ao lado de Alice e no fim de tudo ficou lindo a mesa com as rosas e as velas, as taças e todo aquele clima romântico. E como não podia deixar de ser, ela reclamou e cobrou que eu fizesse o mesmo. Maldito Kevin.


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Notas finais do capítulo

Acho que eu venho amanhã, tá tudo sob controle aqui (se deixar o computador ligado 24/7 dá certo, o problema é quando desliga kkkk) mas eu venho sim ♥



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