Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 63
Lealdade e fidelidade


Notas iniciais do capítulo

O cabo da internet e o meu computador não estão se comunicando da forma correta e ontem logo após a revisão a internet caiu, só de birra eu deixei tudo que eu tinha que fazer e vim na hora do almoço porque eu tenho que seguir o horário que tudo funciona (parece que tô puta, mas eu estou rindo). Isso explica também o motivo de não ter vindo antes. (ainda vou resolver isso, só tem uma pequena lista de problemas na frente kkkk)
Foto do Murilo citada no capítulo.
Boa Leitura




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Kevin Narrando

Após o desentendimento entre Alice e Arthur eu fui atrás dele e o encontrei mais nervoso do que eu esperava.

 - Você tem noção do quanto é difícil namorar Alice? Ela é complicada demais Kevin. – desabafou após um tempo.

— Sim. Ela é. E eu imagino que não seja fácil. Mas você estava decidido a isso não é? – o olhei.

— Não estava, estou. Só preciso entender que agora ela não é mais a Alice compreensiva e estável.

— Ainda tá bom. Precisa ver quando ela perde as emoções. Ela é capaz de dizer coisas terríveis. Vai por mim.

— Ela vai de um extremo ao outro. – nos olhamos. – Kevin. – seu olhar ficou sério. – Rafael me contou sobre Caleb.

— Deixa apenas eu pensar que ele não existe por esses poucos dias. Por favor.

— Ele foi longe demais.

— Ele sempre vai longe demais. Longe demais é o segundo nome dele.

— Quais foram as ameaças dele em relação a mim por eu tê-lo abandonado?

— O motivo pelo qual você saiu. Ele sabe muito bem. Mas não se preocupa, ele não vai fazer nada. Se fizer ameace ficar com um cara, tenho certeza que ele vai te deixar quietinho com Alice.

— Deve ser tão difícil pra você.

— Não porque eu não me importo. Mas... Saber que ele humilhou o Rafael dessa forma não me deixa outra alternativa há não ser me vingar.

— O que pretende fazer?

— Ele vai perder uma das cargas dele. E eu iria fazer isso à surdina. Mas agora ele vai saber que fui eu. – ele arregalou os olhos.

— Você vai morrer.

— Não. – ri. – Relaxa. Eu sei como fazer isso. – os meninos se aproximaram. Acabamos indo comprar bebidas e quando voltei eu tive que intervim na briga dele com Alice.

No outro dia de manhã eu deixei todos cientes do que eu iria fazer pra Rafael. Por que eu precisaria um pouco da ajuda deles. Assim que ele acordou eu já estava na areia.

— Você levantou cedo. – me beijou. – Já tomou café? – concordei. – Acabei de comer. O que tá fazendo?

— Um castelo de areia, não está vendo?- me olhou bravo.

— Eu vou jogar areia em você. –dei uma risada.

— Suas ameaças praianas são mais interessantes que em Torres. – e eu levei uma mão de areia no peito. – Você é chato hein?

— É isso que você mais gosta em mim. – me beijou de novo.

— Sai Rafael. Quero fazer um castelo de areia.

— Por quê? Isso é coisa de criança.

— Eu sempre quis fazer e meu pai nunca deixou. Dizia que era coisa de menina. – ri. – Me ajuda?

— Hum... – ficou olhando o que eu fazia. – Como engenheiro eu sinto dizer, mas você já começou tudo errado.

— Como comecei errado? Fiz a base. Tá tudo certinho.  – ele riu me fazendo mais raiva ainda.

— Você tá mesmo igualzinho uma criança. E de onde tirou essas pás e esses baldes?

— Eu trouxe. – sorri o fazendo rir.

— Tudo para o seu castelinho né? – tentou parar de rir e chegou mais perto de mim me beijando.

— Você vai me ajudar ou não?

— Pra esse projeto dar certo, primeiro você vai ter que medir certo a quantidade de água. Se não vai acabar desmoronando no final. – fiquei olhando pra ele. – Por que esse olhar de admiração Kevin?

— Gosto de homens que me ensinem alguma coisa. – minha boca se curvou num sorriso. – E quase nunca acontece.

— Ensinar a fazer um castelinho de areia? – questionou como se fosse a coisa mais idiota do mundo.

— É importante pra mim.

— Tá. – suspirou sem entender. - Como eu disse, quando, na hora de juntar as partes, têm muito mais água no balde do que areia, a mistura não fica firme e tende a se desmanchar com o tempo. Se usarmos um balde como medida, uma metade deve ser de areia e a outra deve conter água.

— Entendido. Eu quero fazer um enorme. – ele começou a mexer nele.

— É só começar pela base, sempre fazendo um bloco firme embaixo para que tudo que venha depois possa ser construído em cima dele. – falou como se fosse simples. E pra ele era.

— O que estão fazendo? – Arthur que já sabia de tudo se juntou a gente.

— Tá um pouco óbvio.  – respondi. – Cadê a Alice? – ela não tinha acordado ainda quando eu conversei com todo mundo. Ela, Rafael e Sophia dormiam àquela hora.

— Tá ali. Isso tá ficando muito grande. Não vai cair?

— Eu mato o Rafael se cair! – ele parou o que estava fazendo e jogou areia em mim. Olhei meu irmão. – É mais fácil lidar com a falta de emoção da Alice do que a agressividade do Rafael. Agradeça. – limpei meu rosto.

— Não faz mais isso, você pode machucar o olho dele. Isso não é brincadeira Fael.

— Desculpa. – fez beicinho. – Desculpa o caralho, você tirou foto agorinha mesmo mostrando esse olho verde pra chamar atenção de certas pessoas.

— Que? – minhas sobrancelhas se juntaram.

— Por que você tem Murilo em suas redes sociais? – me olhou sério.

— Eu estou indo. – Arthur saiu de perto da gente.

— Vamos mesmo discutir sobre isso?

— Sei que estava pensando nele quando tirou aquela foto, não mente pra mim.

— Agora tenho que tirar foto como? De olhos fechados? Eu não vou deleta-lo Rafael, ele é meu primo. E eu já cortei qualquer contato direto que eu tinha com ele.

— Tá bom. Vamos acabar isso logo, eu quero ir pra água.

— Já acabou. – olhei o castelo.

— Até que ficou bonito.  – todos se aproximaram.  – Vocês não imaginam o quanto Kevin me deu trabalho com essa construção. – riram dele.

— Ele tá igualzinho uma criança. – Sophia comentou me olhando.

— Mas valeu a pena, ficou lindo. – Ryan falou e piscou pra mim. – Vocês estão pensando o mesmo que eu? – olhou para os outros.

— O que? – Giovana questionou não sei se sério ou por lerdeza.

— Castelo de areia bom é castelo de areia destruído. – destruíram antes que eu ou Rafa pudéssemos dizer qualquer coisa.

— Seus idiotas nós demoramos um tempão, podiam ter me deixado ao menos tirar uma foto do meu trabalho.

— Era necessário Rafinha. – Lari falou com sua carinha de apaixonada.

— Descobre a base.  – falei o olhando e ele percebeu que havia alguma coisa errada. Alice que ajudou a destruir o castelo parecia não saber o que estava acontecendo, pelo visto Arthur não falou nada pra ela.

— Descobre, descobre. – todos começaram a gritar e bater as mãos. Ele ficou ainda mais confuso. Ele foi tirando a areia e viu que havia algo e me olhou.

— Kevin...

— Vai. – incentivei sorrindo. Ele viu a pequena caixinha e a pegou a abrindo rapidamente.

— Por que você fez isso?

— Primeiro porque verdadeiramente eu sempre quis fazer um castelo de areia e guardar nossa aliança na base dele pra mim significava de alguma forma fortalecer o nosso namoro. E... Eu fiz você me ajudar por um simples motivo, eu não me vejo fazendo nada em minha vida sem você, sem o seu apoio, sem a sua companhia, sem a sua chatice e toda sua agressividade. – o olhei surpreso. – Você vai chorar, sério? Nem estou te pedindo em casamento. E eu ainda nem acabei. – peguei em sua mão. – Chamei nossos amigos para serem testemunhas da promessa que eu vou te fazer de ser leal e fiel e sempre o mais verdadeiro, honesto e digno do seu amor.

Em uma reação que eu não esperava ele pulou em cima de mim me derrubando.

— Se você não cumprir essa promessa, eu faço você engolir essa aliança! – neguei com a cabeça sorrindo.

— Você é tão romântico. – ele sorriu de volta.

— Prometo que nunca vou partir seu coração. – seu sorriso desapareceu e ele ficou sério, aos poucos notei um ar de prepotência. – Até porque fui eu que colei todos os pedaços dele.

— Você é ótimo nisso. – ficamos nos olhando um breve momento antes dele se levantar.

— Obrigado Kevin. – Ryan reclamou. – Aliás, vocês dois – apontou para meu irmão – dificultam a vida da gente bastante. Você Arthur deu um anel da Isadora pra Alice e você Kevin faz essa cena toda. Agora quando namorarmos nós vamos ter que superar vocês. Não dava pra simplesmente serem normais?

— Você tá querendo dizer que vai namorar uma de nós? É isso? – Larissa o afrontou fazendo alguns rirem. - Não Ryan. Isso não vai acontecer.

— Não é isso. É só que para os homens a comparação é inevitável. Agora eu vou querer dar alguma aliança especial pra minha namorada.

— Difícil mesmo vai ser você arrumar uma namorada.

Enquanto eles brincavam entre eles acabamos entrando e indo almoçar. De tarde Otávia me procurou e eu sabia que não podia ser boa coisa.

— Preciso da sua ajuda. – a olhei insatisfeito.

— Você sempre precisa. Aliás, vocês todos precisam.

— Para de se gabar e me escuta.

— Diz aí. – prestei atenção nela.

— Preciso que convença meus irmãos a aceitarem o Danilo. – dei uma risada. – Eu estou falando sério Kevin. Ele nem chegou perto de mim direito desde o início da viagem por medo deles, principalmente do Arthur.

— Isso não vai rolar. E ele é sábio, eu também teria medo do Arthur. O soco dele dói tanto Otávia, você não tem noção.

— Dá pra conversarmos sério?

— Já falei. Não vai rolar. Já tivemos uma conversa parecida antes se eu não me engano.

— Com você nunca é fácil né?!

— Não é comigo Otávia. O cara é irmão de uma garota doente. Ele já mostrou ter um péssimo caráter... Sabe como o seu irmão é moralista.

— Odeio toda essa grandeza dele!

— Não devia. – olhei em seus olhos. – Se ele não fosse assim já teria arrebentado seu namoradinho todo. E arruinado a vida dele de brinde.

— Por que você não fez isso ainda? Por que confia nele?

— Eu não confio. – olhei o garoto de longe. – Eu dou corda pra ele se enforcar. – a encarei. – Não tente entender como funcionam as coisas entre pessoas como Danilo e eu. Você não conseguiria.

— Vou dizer a ele pra tomar cuidado com você.

— Se ele não tomasse já teria me contado o que Diana está planejando. Porque eu sei que ela tá tramando alguma coisa. E ele sabe muito bem o que é.

— Ele não sabe de nada!

— Você é tão burra que quase me faz ter pena.

— Não sei pra que perdi meu tempo vindo até você. – saiu trombando em Pedro que veio se sentar ao meu lado.

— Posso? – perguntou me irritando.

— Já sentou. – não gostou da resposta.

— Por que tá mal humorado? Pensei que estivesse flutuando após a cena de hoje. Falando nisso cadê ele? – fiquei olhando em seus olhos por um tempo.

— Eu sinto saudades de quando eu não importava com nada e nem ninguém. Trazer você foi um erro. Enorme.

— Estou brincando Kevin. Você não tem humor?

— Já falei pra não brincar com o meu namoro.

— Ai nossa! Tudo é esse namoro! Sabe que estou começando a acreditar em seu pai?! Esse seu esforço é grande demais...

— Você já amou alguém Pedro? – ele desviou o olhar. – Estou com tempo. – tomei um gole do meu copo. – Conte qual é a sua história.

— Já te contei quando nos conhecemos. Eu dei tudo, fiz de tudo, fui contra tudo e contra todos e no final... Só me ferrei. É a lei da vida, quem não ferra é ferrado. – dei uma risada.

— Por que tá me poupando dos detalhes? Não quer se abrir?

— Tá. – ele se serviu da minha bebida. – Só se você me contar da história com o seu primo.

— O meu pai já te contou tudo.

— Não. Ele disse que você o quer. Isso não é tudo. – revirei os olhos.

— Se eu quisesse estaria atrás dele. Meu pai é tão idiota.

— Ele se assustou, parece que esse cara te transformou em um monstro.

— O que ele chama de monstro é não seguir as ordens dele.

— Tá bom. Agora me conta. Qual a história por trás de tanta rebeldia. – nos olhamos.

— Bom... – suspirei. – Como você sabe ele é meu primo. Na verdade é meio primo. O pai dele não é irmão do pai do meu pai e nem da minha mãe e nem a mãe dele. – ele fez uma expressão de confuso. – Somos primos pra todos os efeitos, fomos criados como se fossemos primos. O pai do meu pai é irmão do pai do pai dele.

— Nossa, que confusão. – comentou e riu. – Já não estava na cara que ia dar ruim? – sorri.

— Ele foi o primeiro garoto que eu quis beijar. – o olhei e ele sorriu. – Eu era louco pela aparência inocente dele. – lembrei-me daquela época. – Mas... Claro, isso nunca aconteceria. Então eu superei bem rápido aquela vontade. Até que... Por ordens do meu pai eu tinha que fazer mal a irmã dele... E eu fui longe demais. E mesmo indo longe demais e com todos os motivos para me odiar, ele preferiu me ajudar. Disse que eu estava apenas perdido. Foi aí que eu me encontrei nele. E começamos a namorar. Um namoro relâmpago, diga-se de passagem. Meu pai me ameaçou e pra não me ver sofrer nas mãos dele ele preferiu se mudar daqui. E ele terminou tudo comigo e me apagou da vida dele. Simples assim.

— Mas a família dele está aqui. Ele não voltou?

— Voltou. Com um namorado. E eu já estava apaixonado por Rafael. Como eu te disse, o meu pai é um idiota. Nossa história já passou o que tinha que acontecer já aconteceu.

— Uma coisa me chamou atenção em tudo que me contou... Aparência inocente dele. Deixa-me ver uma foto? – pensei um pouco.  – O que foi? Ciúme?

— Não. – peguei meu celular e mostrei uma foto de Murilo. E o que eu temia aconteceu, Rafael chegou. Pedro tinha todas as armas pra me ferrar, mas preferiu mais uma vez ser legal.

— Meu pai não atendeu mesmo. – me entregou meu celular bloqueado. – Obrigado Kevin. – saiu de perto da gente.

— Por que ele estava usando o seu celular? – eu não iria mentir. Sempre disse que nunca faria isso e não faria. Mas também estava fora de cogitação dizer que falávamos de Murilo. – Hein Kevin?

— Por que você é assim?

— Não estou desconfiado. Só fiz uma pergunta.

— Posso te perguntar uma coisa? – ele riu.

— Você nunca pergunta se pode perguntar algo. Tá estranho. Eu devo desconfiar desse Pedro? Você ao menos o acha bonito? Interessante? Inteligente?

— Por que tá fazendo tanta pergunta? – ficamos nos olhando por um tempo até ele desviar o olhar e encarar o mar ao longe.

— Essa conversa tá totalmente sem sentido. O que queria me perguntar?

— Se gostou da aliança. – cheguei mais perto dele.

— Seu poder de manipulação é assustador Kevin Montez.

— É que caso não tenha gostado eu posso trocar. – ignorei sua fala. Seus olhos estavam queimando de raiva.  – Não! Sem ameaças de agressão. Já conversamos sobre isso.

— Devo me preocupar Kevin?

— Eu te fiz uma promessa hoje Rafael. Se houvesse qualquer mínimo interesse que fosse por Pedro, que não é o caso, ele não estaria aqui, eu não trabalharia ao lado dele e isso deixaria de existir. Mas eu não vou me interessar por ele e nem por ninguém, porque eu quero você e apenas você, devia saber disso.

— Eu sei. Estou apenas sendo chato para você não desacostumar. Confio em você Kevin. Mas eu não o quero tão perto assim. Isso é um aviso para não haver próxima vez.

— Sabe como eu amo ser ameaçado né? Não comece com os seus avisos.

Ele ficou calado e encerramos aquele assunto. Mais tarde Arthur disse que ele estava apenas demonstrando o quanto me amava, mas ele tinha que concordar comigo que os métodos dele são péssimos. Existia infinitas formas de Rafael demonstrar que me amava e ciúme, chatice e ameaças não era nenhuma delas.

Arthur Narrando

Aquele segundo dia de viagem estava cheio de emoções. Achei que fossem apenas boas, mas no fim da tarde percebi que não. Alice quase se afogou e por sorte Kevin agiu rápido, como ele sempre agia na maioria das vezes.

— Não sei o que eu faria se você não estivesse aqui. – ela se agarrou a ele após se acalmar.

— Mas ele é um ser de outro mundo, porque ninguém percebeu! – Ryan comentou assustado.

— Ela é alta demais pra forma como estava. Você deu câimbra?

— Não. Eu... Quero tomar um banho e ficar sozinha. – ela saiu e eu iria atrás dela, mas Kevin me segurou.

— Ela acabou de dizer que quer ficar sozinha. É surdo? – o encarei com raiva. – E onde você estava que a deixou nadando?

— Estava lá dentro ajudando Gu com algumas coisas. Kevin... – respirei fundo. – O que você acha que aconteceu?

— O cerebelo é uma região do cérebro que tem como função controlar os movimentos voluntários do corpo, a postura, a aprendizagem motora, o equilíbrio e o tônus muscular. O problema da Alice é único e complexo e eu não sei nada sobre ele, mas por se tratar de uma lesão no cérebro, pode ser que esteja tudo ligado. Posso te falar uma coisa que você não quer ouvir?

— Se você perguntou antes... É terrível. Mas agora já é muito tarde. Anda.

— Eu sei que você já sabe tudo sobre o problema dela e sei que é um ótimo namorado, mas... Ela chegou a terminar com você por causa disso então você entende que a vida dela gira em torno disso? – concordei. – Se você quiser ficar com ela vai ter que mergulhar nisso também. Voltar a ser como era lá bem início, lembra?!

— Lembro. – suspirei. – Isso é tão difícil. Tudo havia mudado.

— E mudou de novo. – Rafael chegou perto da gente.

— Posso ficar? – concordamos. – Não quero atrapalhar vocês. – Alexandre o chamou para fazer alguma coisa e ele foi não ficando nem dois minutos por ali.

— Você ainda tá meio com raiva do Fael? – Kevin me olhou desconfiado.

— Quem quer saber? – sorri.

— Eu quero.

— Quem mais? – balancei a cabeça.

— Tá bom. Ele quer saber.

— Por que ele não me pergunta?

— Você é frio e cruel Kevin. Ele tem medo de se machucar com a sua resposta.

— É lógico que eu não estou com raiva.

— Fala isso pra ele. Ele tá igual um cachorrinho querendo sua atenção.

— Você é tão exagerado! – comecei a rir e Pedro chegou perto da gente.

— Sua namorada melhorou? – fechei a cara.

— Por que você quer saber? – o encarei.

— Ele não sabe que sou gay? – se virou para o meu irmão.

— Eu não saio contando as preferências das pessoas assim... Quer contar pra todo mundo? – apontou pra fora. – Eu os reúno se quiser.

— Todo mundo é gay? – questionei ao Kevin.

— Nenhum dos nossos amigos é.

— Isso por que você não se interessou por nenhum deles.

— Isso é muito verdade. – o garoto disse e deu uma risada. – Ah, estou sendo sincero Kevin, você é muito lindo. Eu até iria querer algo contigo se não envolvesse negócios.

— Ah tá, o fato de eu ter namorado não conta?

— Você tem. Eu não. – piscou.

— Deixa o meu pai saber desse seu possível interesse. Você volta de onde veio em um segundo.

— Cadê o pessoal? – Alice apareceu, havia tomado banho e estava bem menos pálida.

— Lá fora. Você melhorou? – ela desviou do meu abraço.

— Não quero falar sobre isso. Quero me distrair. – olhei pra fora.

— Vamos pra lá. – a chamei e Kevin e Pedro vieram com a gente.

— Mas ela é muito insistente, porque tá bem nítido que ele não quer nada. – Sophia opinava sobre alguma coisa.

— Quem? – Alice perguntou se sentando entre todos.

— Sua pretendente a cunhada. Já viu a última foto dos dois?

— Vocês se acham mesmo amigos da menina, né? – ela reclamou olhando os donos da fala.

— Ela é amiga do Murilo, logo, ela é nossa amiga. – ela riu ao ouvir a resposta.

— Mas ela não percebe que ele não tá nada afim? Olha a cara dele!

— Manda mensagem pra ela e conta, às vezes tudo que é necessário é uma amiga pra avisar.

— Você que é escrotão podia fazer isso Kevin. – todos olharam meu irmão. – Fala assim “Linda não vai rolar, você tem um irmão? É mais fácil ele ficar com seu irmão.”

— Ela tem irmão? – fui obrigado a questionar.

— Não sei. Deve ter. Tem? – se olharam.

— Acho que sim. Ela tem foto com um cara mais velho, tem cara de irmão.

— Irmão tem cara? – alguns riram, mas percebi que Rafael estava sério e não gostava nada daquela conversa.

— Vocês estão querendo dizer que meu irmão só fica com homens?

— Ele trouxe um namorado da última vez. – vi Fael ir pra dentro e fui atrás dele.

— Sei que eles nunca vão deixar de falar dele... – começou a desabafar assim que me viu. – Mas... Agora com essa garota, tá insuportável. E... Eu sei que estou errado em me incomodar tanto com ele, só que eu não consigo evitar Arthur.

— Se você sabe que tá errado apenas para. Vamos voltar pra lá. Vem.

Chegamos e a Alice estava desligando uma chamada e tudo indicava que era com o irmão.

— Ele disse que não pode falar agora, mas como eu perguntei o motivo dele estar fazendo essa cara na foto ele contou rapidamente que não sabia que o aniversário também seria dela. Segundo ele é uma expressão de surpresa e não de desagrado.

— Você não ligou pra ele pra perguntar isso não né? – questionei desacreditado.

— Amor todo mundo achou que era má vontade dele. Eu só quis tirar a dúvida.

— Eu vou te perdoar porque sei que você tá querendo se distrair, mas se for olhar esse pessoal você vai ligar pro Murilo e perguntar coisas absurdas.

— Inclusive tenho uma listinha. Mas você podia começar com o grande ponto que é se a preferência dele por mulher ou homem muda conforme o humor. – Ryan riu da fala de Alê e as meninas olharam para minha irmã.

— Nem venham. Aguentem as escrotices deles. Eu não sou chata demais?! – Otávia respondeu mais ranzinza que o comum.

— Ei. – sentei ao lado de Alice. – Já se distraiu o suficiente? – perguntei baixinho. – Eu quero atenção. – ela ficou me olhando sem dizer nada. – O que foi?

— Eu iria... – notei culpa em sua voz.

— Você iria? – não houve respostas. – Alice.

— Eu iria te evitar. – esperei que ela se explicasse. Mesmo que achasse que isso não tinha nenhuma explicação. – Sei que você vai querer falar do que aconteceu cedo ou tarde. E eu não quero falar.

— Qual o motivo de você não querer tanto falar disso?

— Poderia ter sido muito mais grave hoje... Você entende? Tudo por causa de um maldito problema que só está piorando com o passar dos anos. Por que eu fiz tanto progresso se era pra regredir desse jeito? Não entendo. E pensar sobre isso me deixa a beira de um abismo. – sem querer ela acabou desabafando completamente. Iria dizer que não tocaria mais naquele assunto, mas invés disse preferi dar carinho a ela e demonstrar que eu estava ao seu lado para todo e qualquer momento.


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Notas finais do capítulo

Quase com certeza até amanhã ♥



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