Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 36
Fantasma do passado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Descia as escadas da casa de Arthur absolutamente envergonhado. E para minha sorte ainda vi que a mesa estava completa.

— Bebeu todas Kevin? – Luna perguntou me olhando. – Pelo menos dessa vez dormiu no quarto certo. – ela deu um sorriso irônico.

— É. – respirei fundo. – Vou pra minha casa.

— Espera. – Arthur se levantou e veio até mim. – Dá pra ficar de olho no Rafael pra mim?

— Ele não vai querer que eu fique de olho nele. – ele ficou me encarando. – Por que tá me olhando como se eu tivesse feito algo muito errado?

— Dá ou não Kevin? Preciso ir até o aeroporto me despedir de Murilo e vou ficar preocupado com a segurança do Rafael.

— Aeroporto?

— É, onde as pessoas pegam aviões.

— Por que tá tentando ser eu? – ele ficou me olhando. Realmente estava sem paciência. – Por que o Murilo vai embora?

— A sogra dele caiu da cadeira de rodas.

— Tá, agora fala o motivo real. – cruzei os braços.

— O seu namoro foi muito pra ele. – peguei seu rosto com força.

— Ainda está mentindo.

— Dane-se Kevin. Vou pedir a ele pra não sair de casa e tomar cuidado.

— Por que não pode me falar?

— Vai te magoar. – fiquei olhando em seus olhos. – Ele tá com saudade de Eliot. Agora dá pra me dizer se vai cuidar ou não da segurança do Rafael?

— Só vou passar em casa e já volto.

No caminho comecei a lembrar da noite de ontem. Eu estava isolado tentando amenizar a dor que eu sentia após Rafael terminar comigo e resolvi sair com Diana e Yuri. Talvez essa tenha sido uma das coisas mais idiotas que eu fiz nos últimos tempos. A maior delas com certeza foi me apaixonar. Quando estava voltando agora de manhã pra casa de Arthur me lembrei de ontem estar em seu carro com Murilo e o cheiro dele tão próximo a mim... Eu tinha mesmo que estar bêbado. Não resistiria a uma aproximação dessa.

— Ei Kevin. – o pai de Rafael me cumprimentou assim que cheguei até eles na área da piscina. Sorri e me sentei. – Tá melhor?

— Mais ou menos, meu estômago e minha cabeça doem ainda, mas vai passar.

— Por que você bebeu tanto, pra começar o ano mal?

— Não sei. Quem sabe eu não o termino bem? – ele riu e foi ajudar Mark na churrasqueira. Vi que Rafael não saia do celular e conversava com alguém. Aquilo me causou ciúme. Um incomodo tão grande que dava vontade de sair dali. Isso era porque eu sabia que ele me amava, imagino o que ele sentia a me ver com Murilo. Realmente errei muito feio com ele ontem.

— Não foi se despedir de Murilo? – olhei para o lado e depois voltei a olhar pra frente. – Ontem se manteve em silêncio e hoje também?

— Quer mesmo discutir poucos metros do seu pai? – o olhei.

— Esquece. Não devia ter perguntado.

— Só estou aqui porque você tá em perigo por minha causa. Mas você terminou comigo e eu vou respeitar sua decisão. Não vou mais te machucar Rafael.

— E tão fácil pra você né? Um porre e esquece. A sua cabeça está doendo de tanto beber e a minha de tanto chorar Kevin. – optei mais uma vez em não dizer nada. – Por que você fica calado?

— Não posso mais te pedir desculpa. E eu sei que errei.

— Fui eu que errei nessa história toda. O meu erro foi me apaixonar por um cara que ama outro cara.

—Eu não o amo mais. Fui agressivo com ele ontem. Por sua causa. – olhei pra frente. – Sabia que isso poderia ter desencadeado uma crise nele? – respirei fundo. – Eu até fui pra um bar com uma psicótica maluca e o meu irmão que tá totalmente controlado por ela. - suspirei. Voltei a olha-lo. - Teria dado certo se você tivesse tido um pouco mais de calma. Não estou te culpando, imagino que devia ser difícil até chegar perto da gente e me mostrar que não estava gostando daquilo. E no final de tudo a culpa foi do meu pai... Direta ou indiretamente ele sempre faz com que eu seja infeliz.

— Você estava ali com ele porque era com quem queria estar.

— Ele entende o que é o meu pai.

— E eu nunca vou entender não é? – ele de um sorriso bem triste. – Não entendo por que vocês dois lutam contra isso.

— Por que você é tão inseguro?

— Eu tive muita base na vida pra ter segurança. – ele ironizou.

— Eu não tive nenhuma pra ter amor e... – dei de ombros.

— Vou sentir sua falta. – ele suspirou. – Erramos em colocarmos sentimento. Dava tão certo.

— Estamos separados por uma mesa e o seu pai está muito perto. Não diga que vai sentir minha falta assim.

— Por quê?

— Por que eu não tenho nem a oportunidade de te beijar e tentar te fazer mudar de ideia. – meu celular vibrou e eu peguei rapidamente.

“Não devia ter voltado, guardaríamos a lembrança daquela última noite invés desse caos. Desculpa por não me despedir. E o mais importante, não deixe que ele escape Kevin. Você sabe que ele é especial. Beijos primo.”

Ryan havia chegado e conversava alguma coisa com Rafael. Fiquei observando a forma como ele era lindo e o jeito que sorria.

— Devia ter olhado assim pra ele ontem invés de ficar conversando com Murilo. – Arthur disse se sentando a mesa ao lado. Ele estava muito sério.

— Tá me culpando por Murilo ter ido ou pelo fim do meu namoro? – ele ficou me encarando e depois parou de olhar, sem nem responder. – Você tá com muita raiva de mim Arthur e tem que resolver isso porque a gente não pode ficar brigando.

— Sabe que eu me dei conta que talvez você nunca tenha deixado de ser aquele escroto?

— Por que tá dizendo isso?

— Você ainda brinca com as pessoas. Brincou com Murilo e o Rafael ao mesmo tempo. – fiquei sem entender o motivo daquelas acusações. Acho que eu demonstrei estar comovido demais com o que ele disse pois o olhar dele mudou.  – Deixa isso pra lá. Vou ir dormir, estou muito cansado. Fiquei cuidando de você até tarde ontem. – ele se levantou e saiu.  Pedi ao Ryan que não deixasse Rafael sozinho e fui embora.

Andei pela minha casa um monte de vezes pensando no que eu faria com o que eu me tornei. Eu me magoava facilmente e mesmo assim... Nunca seria alguém sensível o bastante pra ninguém. Sempre aquele Kevin que eu fingia ser e que ainda fazia parte de mim, se tornaria eu por inteiro no primeiro erro que eu cometesse. Como se as pessoas fossem perfeitas.

Arthur Narrando

Passar a madrugada toda insistindo para Murilo não ir embora e ainda mentir sobre o motivo dele ter ido acabou com o meu primeiro dia do ano. Ele queria que Kevin acreditasse que ele estava com saudades do namorado e ele acreditou. Eu o fiz acreditar. Mas a verdade era que ele queria que Kevin fosse feliz com Rafael e viu que isso só aconteceria se ele estivesse longe, principalmente nesse início onde tudo é tão frágil.

— Posso entrar? – Alice apareceu abrindo a porta do meu quarto. Suspirei.

— Claro. – ela entrou e a fechou. Depois se deitou comigo.

— Minha mãe não para de chorar. Ela disse que já não gosta mais da família do Eliot visto que a mãe dele é mais importante pra Murilo que ela.

— Ela vai superar.

— O meu pai também está bastante chateado. Ele mal falou a manhã toda.

— Todos nós estamos Alice. Mas não faz bem para o Murilo estar aqui.

— Essa história é mentira né? Ele se foi por causa do Rafael e do Kevin. Percebi como ele estava incomodado com os dois, conheço meu irmão.

— O seu irmão precisa fazer as escolhas dele, mesmo que a gente não compreenda.

Ficamos pouco tempo daquele jeito, após o almoço estávamos na casa do meu irmão e eu não sentia que ele nos queria ali por um bom motivo.

— Alice? – Danilo atendeu me surpreendendo.

— Kevin ligou. Disse que era importante.

— Ele convocou todos até onde eu sei. – falei um pouco sem paciência.

— É porque ela acabou de “perder” o irmão. Pensei que não viria. Entrem.

— Estamos aqui para o Danilo contar tudo sobre ele e a irmã. – Kevin falou e evitou me olhar.

— É o primeiro dia do ano, não podíamos deixar isso pra depois?

— Não. Ela é perigosa Larissa.

— Tá. Vocês tem que entender que eu só sei o que eu observei depois que deixei de ser controlado por ela. – o olhei.

— Como funciona esse controle?

— Ela é igual a mim. – Kevin disse e me olhou. – Se quiser eu te manipulo a qualquer coisa agora. – respirei fundo. Ele estava com raiva. Eu o deixei extremamente irritado e não era a melhor hora para brigarmos. Não em frente a todos.

— Devido a esse controle todo eu não sei o que é verdade e o que não é, é esse o problema com essa coisa toda de manipulação. – o garoto se sentou frustrado. – Mas o perigo dela eu sei que é bem real. – ele nos olhou.

— Tá e como vamos confiar em você? Quem nos garante que ela só não está usando mais uma jogada? Ás vezes ela quer nos colocar medo.

— Eu estou a disposição para fazer o que vocês quiserem. Vou provar que não estou mentindo. Eu vivi algo muito raro e especial para perder traindo vocês.

— O que foi esse algo especial? A amizade de Kevin?

— Por que tá perguntando como se ser meu amigo fosse algo ridículo?

— Ah, você não é o cara mais legal do mundo né Kevinho? Só a Alice te aguenta. E o rei da paciência que é o seu irmão. Mas irmão não conta. – ele suspirou. Boa hora para dizerem isso.

— Então conta alguma coisa que você veio contar.

— Ela considera o Yuri um soldadinho. Ele obedece todos os comandos dela e pra isso ela colocou na cabeça dele que vocês nunca o valorizaram. Ele era só o menino bobo que ajudava todo mundo.

— E talvez fosse mesmo. – todos nós olhamos pra Sophia.

— Sinceridade é crime agora?

— Então você tá dizendo que ela tá fazendo o Yuri odiar amargamente os irmãos e todos os amigos dele? – Gio perguntou com sua lerdeza de sempre. Danilo concordou gestualmente.

— E ela sabe que vocês jamais desistiriam dele. E o próximo passo é se renderem as regras dela. Kevin fica com ela e aos poucos ela diz ao Yuri que não é bem assim... Sabe como é né? Fácil manipular...

— Você só tá dizendo coisas que a gente já imaginou. – Kevin levantou furioso.

— Ah, querem saber da nossa história né? Eu conto. Ela nasceu prematura, eu como mais velho vi que ela era pequenininha demais e mesmo com dois anos e ela recém nascida eu sempre a acolhi. Era meu nenezinho.

— Pula a parte sentimental. Odeio dramas.

— Kevin cala a boca.

— E ela se apegou a essa proteção e fez de mim aquele que cuidava dela sempre. Eu não via problema nenhum nisso. Até que virou uma doença. Não conseguia ver o quanto Diana é maldosa, como ela consegue reverter tudo pra si. Eu amei apenas uma garota em minha vida, ela se chamava Kelly e a gente brigava muito por causa da minha irmã... Um dia ela não aguentou e disse que Diana me queria pra ela, como homem. Aquilo foi demais. E eu a bati. Kelly era fisicamente parecida com Alice... Acho que por isso eu quis ficar com ela quando cheguei. E como ela era bem magrinha e pequena e eu estava fora de mim, ela acabou ficando muito machucada. Lógico que a família deu queixa. Foi isso que aconteceu. – ele respirou fundo. – Meus pais iriam pagar pra encobrir a história, mas já haviam feito isso com a história do namoro de Diana, então decidiram se mudar.

— Você não quer mais Alice por quê? – o questionei.

— Ela te ama. Você a ama. Não vou ficar tentando ter alguém dessa forma.

— Então você realmente não tem essa obsessão?

— Não. O que eu preciso fazer pra provar? Um exame psicológico?

— Senti algo ruim em você. – Alice disse o olhando. – Não pode ser atoa.

— Claro que sentiu. Eu sempre te encarei como se fosse um predador. Qualquer uma sentiria. Não consigo mais nem olhar pra você.

— Não sei. Não costumo acreditar em bondades repentinas. – falei desconfiado. – Se não tá com ela, também pode estar dizendo isso só pra não acabarmos com ele.

— Se eu não sou tudo o que digo e não aconteceu da forma que contei... Talvez eu não tivesse motivos para ter medo de nenhum de vocês.

— Gente... Se ele quase matou a namorada... Ele seria um Caleb. Quando na vida um Caleb seria manipulado por alguém? Ou ele está mentindo MUITO e na verdade ele é o vilãozão da história e ele manipula a irmã ou ele tá falando a verdade.

— Façam suas apostas. – Kevin disse e sorriu. – Eu amo um dilema. Meu dia acabou de melhorar.

— O que você acha? – perguntei olhando pra ele.

— A minha opinião realmente importa Arthur? – ergui a sobrancelha. – Alguém que apenas brinca com as pessoas não devia nem ter sua atenção. – ele saiu andando e foi pra cozinha.

— Se ele for um inimigo ele vai nos trair uma hora. – Ryan concluiu.

— Não tá ajudando. – Kevin avisou enquanto bebia água.

— Vocês estão perdendo tempo. Diana é cruel e não desiste. Se ela quer alguma coisa ela consegue.

— É? – Alê o olhou e riu.

— Eu estou fingindo que sou controlado por ela agora, não percebeu? Tenho medo dela. Ela faz com que os meus pais ajam irracionalmente. Pode ser complexo de entender porque brigo com ela como um irmão normal, mas no fim... Isso não significa nada. Se não tem medo da Diana você é um imbecil.

— Tá bom, estamos tremendo, você conseguiu, congratulations. – Kevin disse e sorriu. – O objetivo era esse?

— Eu amo quando ele fala em inglês. - Sophia disse e riu. - É sempre nos melhores momentos. 

— Vocês já tentaram falar com Yuri?

— Como? Ele não responde. Ignora completamente.

— A minha mãe percebeu que ele tá estranho e acha que é paixão. Sabe que quando Yuri se apaixona ele fica... Louco.

— Acho que a última opinião deve ser do Kevin, ele vai ter que arcar com as consequências maiores. Afinal, Diana quer é ele. 

— Não estou em um momento bom pra decidir nada.

— Dê alguma coisa. – Alexandre falou. – Seu celular. – ele arregalou os olhos. – Tá mentindo.

— Você é bom nessa coisa de acessar os dados das pessoas né? Posso te dar a senha da minha irmã. Alguma coisa assim. É que... Tem coisa íntima minha que eu preciso manter em sigilo... – ele abaixou o rosto. – Tive um caso com um cara da escola que me mataria se alguém soubesse.

— Mas não é você que quase matou o Kevin só por te olhar? E não é você que quase mata as pessoas?

— É complicado tá? Essa coisa toda é complicada! Nem todo mundo é bem resolvido como o Rafael por exemplo! – ele saiu da casa.

— Acho que já ouvi essa frase antes. - Soph falou pensativa. - Mas com o nome do Kevin. 

— Isso pra mim foi bem verdadeiro. – comentei assustado.

— Eu sei quem é o cara que ele ficou. – Kevin falou e riu. – Também já fiquei com ele. Há muito tempo atrás. E ninguém nunca desconfiaria.

— Espero que estejam discutindo sobre minha irmã e não minha bissexualidade. – ele voltou rapidamente. – Vai invadir o celular dela ou não? Tem o notebook também... Acho que vai ser mais vantajoso...

— Vamos lá. – Alexandre falou e olhou para Kevin dizendo o que precisaria.

— Você brigou com ele por minha causa? – Rafael perguntou chegando perto de mim. – Ou foi por Murilo? Ou os dois?

— É melhor ele ficar sozinho Fael. Você sabe disso.

— Sim, eu sei. Por isso eu terminei. Mas saber não dói menos. – ele o olhou de longe. – Não faz isso com ele. Ele já estava mal, se você virar as costas pra ele vai destruí-lo totalmente.

— Temos tanta coisa pra nos preocupar. E vocês dois inventaram de namorar. Pra que?

— Meu celular tá tocando, é meu pai. Ele deve querer saber se vou demorar. – assim que ele saiu Kevin se aproximou.

— Sabe que você ter caído nessa história do Danilo me surpreendeu. – o olhei. – Eu dei ênfase pra todos acreditarem. Mas é mentira. O motivo dele ter mentindo me fez confiar nele. Mas quer saber a verdade? – ele estava com aquele maldito ódio.

— Kevin eu preciso de você. – Alice praticamente o arrastou dali. Havia algo errado. Segui os dois, eles foram pra fora da casa, fiquei escondido escutando a conversa.

— Que merda Alice! Logo agora que eu iria contar a grande novidade do ano. E olha que o ano acabou de começar.

— Ele praticamente perdeu o irmão, Yuri tá transtornado. Não faz isso com ele.

— E ele pode fazer o que quer comigo? – ele quase gritou. – Você sabe o que ele me disse hoje? Não, você não sabe. Ele me magoou Alice. Ele me fez ver que nada que eu faça nunca vai ser o bastante. Porque sempre serei uma pessoa horrível... – sua voz ficou embargada.

— Kevin... – ela o abraçou.

— Por que você é a única pessoa que acredita em mim?

— Ele acredita. Dá um tempo pra ele. Ele só tá magoado também. Você machucou o melhor amigo dele. E o meu irmão.

— O seu irmão? O que eu fiz? - eles se olharam. - Ele foi embora pelo Eliot!

— Não sabemos. Acho que foi por sua causa. Mas isso não importa mais. – ela o olhou. – Para de chorar.

— Não consigo. – seu choro só aumentava e percebi que ele não precisava dela, precisava de mim. Cheguei até eles. Sorri pra ela e ela entrou. Antes silabou sem voz para que eu não brigasse.

— Nunca imaginei que um dia iria te ver assim sem ser por Murilo. – ele estava quase soluçando e eu tinha que disfarçar o quanto aquilo me deixava mal. – Desculpa. Eu te culpei por coisas que talvez fujam do seu controle.

— Não é a primeira vez que você faz isso. Vai ser sempre assim. Toda vez que eu cometer algum erro eu vou ser julgado pelos dezesseis anos de absurdos que eu fui induzido a cometer. Sei que deve ser difícil pra você, mas por que demonstrar confiar tanto em mim se vai fazer isso comigo depois?

— Eu...

— Vou subir para o meu quarto. Quando terminarem vocês podem ir.  – deixei que ele fosse. Kevin precisava se acalmar e nada que eu dissesse seria satisfatório nesse momento.

Alexandre Narrando

Estava naquilo há algum tempo e era cansativo. Diana era esperta e não deixava muito rastro. Tudo o que eu conseguia saber era horário de yoga e clínica de estética. 

— Você sabe fazer tudo isso? – Aline perguntou admirada. Ela havia acabado de chegar.

— É, eu sei. – respondi a olhando.

— Você é muito inteligente isso é genial. – ouvi seu elogio e sorri. Olhei Larissa e percebi que ela não estava gostando da conversa. Não podia fazer nada. Quando ela me pressionou para assumi-la eu disse que não iria e ela decidiu terminar. Ela não tinha mais nada a ver com a minha vida ou com quem me elogiava.

Vi Kevin subindo igual um vulto e Rafael indo atrás dele. Era isso que eu evitava a todo custo. Sofrimento. Eu me arrependi tanto de fazer Giovana sofrer e só me dei conta disso muito tarde... Então o que eu podia fazer? Evitar mais sofrimentos.

— Você é bem soltinha né Aline? – Sophia chegou a questionando. – Deixe-me recordar, primeiro você ficava com Arthur... Então passou a ficar com Murilo e agora quer o ex da minha irmã?

— Não sabia que estavam namorando. – ela falou sem graça.

— Não estávamos. A gente apenas ficava. Para com isso Sophia.

— Espero que ele te enrole como a enrolou. – ela saiu e eu respirei fundo.

— Desculpa por isso.

— Ah, eu estou acostumada. – ela riu. – Quando eu cheguei foi pior. Alice é bem mais protegida.

— É. Isso é verdade. – dei uma risada.

— Eu tô por fora do que está acontecendo, por que tá invadindo as coisas da vizinha do Arthur? – contei a história resumidamente e ela ficou assustada como era de se esperar.

— Parece coisa de filme. – concordei. – E você acha que o irmão dela tá dizendo a verdade?

— Sim, parece que sim. Pelo visto todos concordam.

— Essa garota precisa ser internada! Já pensaram em contar aos pais dela?

— Ela ainda não fez nada de mais. Vamos culpa-la por Yuri ser idiota? Além do mais vão dizer que é coisa de adolescente. – ela se deu por vencida. – Ei, tá afim de dar um passeio depois daqui?

— Claro. – pelo seu sorriso eu vi que eu esqueci o que passou com Larissa rápido demais. Eu era assim. Fui assim com Giovana e estava sendo assim mais uma vez. O que havia por trás desse padrão de comportamento eu ainda não sabia. E não sei se algum dia descobriria. 


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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