Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 26
Solução


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Ryan Narrando

A minha festa de aniversário com Otávia mal havia começado e eu já começava a me arrepender. Deixei tudo nas mãos dela e quando cheguei vi que era mesmo uma ideia errada.

— Diz uma coisa, estamos fazendo dezesseis anos ou dez? – perguntei chegando perto dela. Ela me olhou e riu.

— A decoração infantilizada é proposital. – ela respondeu animada.

— Isso não responde a minha pergunta.

— É atoa mesmo. Para ficar colorido, divertido, já viu os brinquedos? São demais! Amanhã na piscina eu pensei em... – Sophia chegou e ela se calou.

— Parabéns amiga. – elas se abraçaram. – Como já dei o seu presente, você me empresta? – ela apontou pra mim.

— Ah, lógico. – ela saiu de perto. Eu a olhei um pouco sem jeito. Nos últimos dias as coisas não andavam muito bem entre a gente. Acho que acabei optando por me afastar.

— Já está na hora de pararmos de fingir que nada está acontecendo. – ela disse e suspirou. – Desde que vocês decidiram fazer essa festa juntos eu demonstrei a minha insatisfação e mesmo assim você não fez nada!

— Sophia...

— Não! – ela apontou a mão para eu parar de falar. – Quando olho nos seus olhos é difícil ver que não se sente da mesma forma que eu. Mas estávamos indo bem! Ainda assim estávamos... Conseguindo. Essa coisa que a gente tinha era legal. E aí a Otávia apareceu e “vamos fazer uma festa” – ela fez uma voz irritante e bateu palminhas. –  e você direcionou sua atenção toda a ela.

— Estamos em uma festa Soph. É o meu aniversário. Não é hora e nem lugar para isso.

— Só quero dizer uma coisa com tudo isso. Devemos nos afastar de vez. Até que você consiga conter o ímpeto de direcionar toda sua atenção a ela.

— Concordo. Estava legal mesmo, sinto muito que tenha sido tão rápido e acabado dessa forma.

— Não sente. Não sente mesmo. – ela saiu de perto de mim com mais raiva que chegou.

Pelo menos as músicas que Otávia escolheu estavam legais. Depois desse stress com Sophia fui comer alguma coisa antes de começar a beber e acabei percebendo que todos já haviam chegado. Essa noite estávamos livres dos irmãos loucos e dos nossos pais.

— A gente tá sempre se encontrando ao fumar né? – perguntei ao ver Rafael, me encostei no muro ao seu lado.

— Não. Eu quase não fumo. Isso aconteceu apenas uma vez.

— Você é daqueles que só fuma quando tá nervoso né? – ele não respondeu. – O que tá pegando? Aposto que tem o Kevin no meio.

— Se você ainda não percebeu a gente não se fala mais.

— Ah é, ele ficou puto com o lance da Otávia? – o olhei.

— Você não? – ele deu um meio sorriso provocativo.

— Não. Nunca iria ser eu mesmo. – dei de ombros.

— Aceitar a realidade é uma atitude inteligente.

— Cadê o meu irmão? – Otávia chegou perguntando pra ele. – Por que ele não está aqui?

— Ele disse que estava no seu aniversário de quinze anos. E que estará em seu casamento. Se você se casar, claro. – ele respondeu e deu um sorriso. – Arthur não tá passando muito bem, não é nada de mais, mas ele preferiu ficar em casa. Se ele melhorar amanhã estará aqui.

— Ele e Alice brigaram né?

— Não sei. – ela respirou fundo com a resposta.

— É o meu primeiro aniversário que ele não vai estar, tudo porque ele vive em função dela.

— Ela tá aqui Otávia. – falei tentando fazê-la ver que estava sendo injusta.

— O pessoal da escola tá acabando de chegar. – ela me olhou mudando de assunto. – Você não vai cumprimentar as pessoas?

— Claro. Já estou indo. – assim que ela saiu olhei para Rafael.

— Qual é o seu problema? Ainda tenho uns minutos antes que ela perceba que eu não cumprimentei ninguém. – ele deu uma risada fraca.

— Digamos que eu contribui para que uma coisa ruim acontecesse. Estou me sentindo culpado. Mas tinha uma intenção maior por trás que era boa, mas mesmo assim... E cada vez que eu penso nisso eu fico pior.

— Por que simplesmente não enche a cara e esquece?

— Porque se eu encher a cara... – olhei para onde ele olhava.

— Você é mais complicado que eu. Quer o demônio do Kevin e transa com a Otávia. Quer ajudar e prejudica. Sei lá, você lembra de algum dia ter sido normal?

— Ei Ryan. – uma garota da escola parou e me abraçou. – Que amigo lindo hein? – ela disse olhando Rafael. Levantei a sobrancelha o olhando.

— A noite tá só começando. Você vai ver que ele tem amigos muito mais lindos. – ele disse e saiu de perto da gente.

— Ele namora? – ela perguntou demonstrando estar decepcionada.

— Até onde eu sei não. Mas ele não parece estar em um bom dia. Vou lá interagir.

Depois de falar com várias pessoas cheguei até o nosso grupo. O assunto ainda era a falta de Arthur e o que possivelmente ele tinha, Kevin disse que devia ser dor de corno, provocando Alice.

— Você tem noção que brinca quando não é oportuno? – ela perguntou o olhando.

— Não tô brincando. Quem não trairia um chato daqueles. Se você ainda não traiu, meus parabéns!

— Tem gente que ama e é fiel Kevin. – Larissa falou enquanto olhava para ele e para o Alexandre ao mesmo tempo.

— E do outro lado tem sempre que ter um que é chifrudo e otário. – Kevin bateu as mãos. – Gente se não a balança não equilibra.

— Sua concepção de amor é linda.

— Não é você o defensor da fidelidade? – Alice perguntou intrigada.

— Defendo pra mim, mas nos outros relacionamentos eu não acredito. Eu seria mais fiel que tudo, mas... Não posso dizer o mesmo das outras pessoas.

— Por que o Kevin tem tanta voz entre a gente? Se ele agora é o mesmo otário de antes.

— Vamos beber, estamos em uma festa. – Gih disse e serviu os copos na mesa de frente ao sofá que estávamos sentados. - É o seu aniversário Otávia. Faça um pedido a um de nós e não poderemos negar.

— Deixa o Ryan pedir primeiro. É aniversário dele também. Daí ele pede uma noite a ela e ela não vai poder negar. – Soph disse com amargura. – Aposto que iria adorar.

— Eu ou ele? Se for ele com certeza iria mesmo. – Otávia respondeu no mesmo tom.

— Ah, eu não deixava não. Ela te desmoralizou Sophia. – Kevin colocou fogo. – Quis dizer que pega ele quando ela quiser.

— Não quis dizer isso.

— Mas sabe muito bem que é essa a verdade.

— Se é ou não, já é problema dele.

— Se rolar porrada filma. – ouvi aquele inútil falar com Larissa e o encarei.

— Deus vai me castigar por querer tanto te matar Kevin. – praguejei.

— Preocupa não, ele já te castigou o bastante quando te deu esse rosto.

Eu não era uma pessoa muito violenta. Não mesmo. Mas ele tinha esse dom de tirar a gente do nosso eixo, seja no jeito de olhar, sorrir, falar e nem importava muito o que ele falasse ou às vezes sim e nessas vezes fazendo intrigas e tentando nos perturbar. Mas não sei o que foi ao certo, só sei que eu parti pra cima dele.

— Eu tomei um soco, um chute, agora eu quero tomar um uísque com gelo. – ele disse assim que nos separaram e saiu dali.

— Você tá bem? – Otávia perguntou olhando se eu havia me ferido.

— Estou. – vi que a minha sobrancelha sangrava.

— Vem, vou pegar uns papéis no banheiro. – ela me puxou e me levou ao banheiro mais próximo.

— Por que tá fazendo isso? – perguntei enquanto ela limpava meu rosto.

— Porque somos os aniversariantes e hoje um cuida do outro. – ela disse e sorriu. – Aquele idiota começou a te provocar do nada. Você fez algo a ele?

— Hum... – tentei lembrar. – Até onde lembro não. Ah! – entendi tudo. – Ele tá com ciúme de Rafael. Ficamos um tempo conversando.

— Mas você não é gay. Ou é? – nos olhamos.

— Rafael é? – ela desviou o olhar.

— É... Tudo é possível. Mas se ele está com ciúme então ele tá gostando mesmo dele.

— Gostando? Acho que ele está bem apaixonado.

— Pronto. – ela se afastou.

— Otávia. – nos olhamos. – Obrigado.

— Já disse, é só por ser hoje. Não precisa ficar tão feliz. – ela saiu sem nem esperar uma resposta. Eu não poderia achar que seria diferente.

Kevin Narrando

Estava saindo da academia quando Vinicius me parou. Não imaginava o que ele poderia querer comigo.

— A gente podia conversar só um minuto? – ele perguntou me pegando de surpresa.

— Sim. – respondi e ele riu.

— Você fica engraçado quando fica tenso. – ele explicou a risada. – Quer dizer, você tenta disfarçar, mas não consegue não travar o maxilar. Tive aula de expressão corporal na faculdade.

— Ah, claro. Você não é só um rostinho bonito. – ele arregalou os olhos com a minha afirmação. – Agora você não é mais meu sogro, não está livre das minhas gracinhas.

— Vamos subir. – fui andando atrás dele.

— Sua sala é maneira. – falei olhando em volta. – Quanta medalha.

— Kevin. – ele me olhou sério. – O que está acontecendo com Arthur?

— No momento várias coisas. Seja mais direto para simplificar.

— Eu o peguei gritando com Alice. Nunca vi isso, estou assustado.

— Estamos brigando muito. Ele tá ficando nervoso... Talvez ela tenha tentado interferir.

— Alice comentou mesmo que você está... Difícil.

— Era só isso? Por que eu tenho pessoas para tirar a paz, o dia tá cheio hoje.

— Entendo o quanto raro e especial foi o que você e o meu filho tiveram. – ele disse sem aviso nenhum.

— Murilo era o Murilo. Nunca vai existir alguém igual a ele e nada como a gente.

— Talvez por isso você não queira sentir nada, mas não precisa passar por esse processo dessa forma brusca, machucando o seu irmão, afastando os seus amigos... Você é incrível Kevin. Assuma apenas uma personalidade e seja o melhor que você pode ser.

— Eu não sou incrível.

— Se não fosse eu e minha esposa não estaríamos juntos hoje.

— Nada disso, vocês ainda iam se acertar. Era só questão de tempo. Eu e aqueles idiotas aceleramos o processo.

— Eles não são idiotas Kevin. – fiquei em silêncio. – Não precisa causar dor ao outro por estar ferido. Pense nas coisas boas que viveram. Olha... Eu sei que você não teve uma boa referência de pai, mas se você me deixar me aproximar de você posso te ensinar coisas que ele não ensinou e uma delas é a superar um amor que não deu certo.

— Eu não vou lutar. – ele riu da minha afirmação.

— Não é lutando. Vocês são muito novos ainda. Sabia que na adolescência eu tive outras garotas em minha vida? Namorei Raíssa um bom tempo e nos separamos. Como você acha que eu lidei com isso?

— Lutando. – ele riu de novo.

— A luta não era tudo em minha vida Kevin. Ela podia controlar minha raiva, não a saudade, o sentimento, a vontade de estar perto dela...

— E o que você fez? – o interrompi.

— Não é uma coisa... São várias coisas. Vão desde distrações até mudanças drásticas. Mas como eu disse, temos que nos aproximar.

— Mais? Quer que eu me sento em seu colo? – ele riu de novo.

— Você é o Murilo sem sorriso. E com sarcasmo.

— Como se ele nunca fosse sarcástico. – o olhei. – Olha qual a possibilidade disso dá certo? Você é o pai dele, quem me lembraria mais ele que você?

— Alice é irmã dele e você tá sempre com ela.

— Você me pegou. Mas eu vou te pegar agora. Sei que não quer me ajudar nada, quer que eu melhore como ser humano. – me levantei. – A resposta é não.

— Tá tão apavorado assim? Não se garante em seu espírito ruim?

— Você é um capeta sabia?

— Por que você acha que o seu pai não gosta de mim?

— Tá aí. – me sentei. – Eu gosto de você.

— Vocês dois não se reaproximaram? – nos olhamos.

— Depois do que ele fez? Nem a raiva de ver Murilo com outro conseguiu isso. A culpa é exclusivamente dele.

— Sabia que já estou usando uma tática? – franzi a testa. – Desabafo. Quando você tira tudo de dentro de você em relação a história com a pessoa que você está tentando esquecer, fica mais fácil seguir em frente.

— Você se formou em que? Só pra saber.

— Educação Física. Mas fiz psicologia depois por causa do meu problema. Só não atuo e nunca pensei em atuar na área.

— Dá tempo de fazer medicina por causa do problema da sua filha. – ele me olhou não muito contente. – Ei, se você fez psicologia você entende bem do problema do Murilo.

— Entendo. Mas não posso ajudar muito, as minhas emoções como pai interferem... Eu me desespero ao vê-lo passar por isso. Sabe o que é uma pessoa não conseguir controlar os próprios pensamentos?

— Não. O que mais faço é tentar controlar os meus. E eu me saio muito bem. Os remédios novos estão fazendo efeito?

— Como você sabe que ele está tomando remédios novos?

— Ele ficou internado. Acho que era o mínimo.

— Estão. De qualquer forma agora estou um pouco mais tranquilo. Por mais desesperada que Raíssa seja, senti muita segurança no... – ele parou de falar e me olhou. – Desculpa. Eu não concordo com esse namoro. Acho prematuro, acho errado, acho que Murilo não sente por Eliot o que ele sente por ele. Mas ele estava presente em duas das três crises que ele deu e se não fosse a preocupação dele, não se sabe quando Gardan daria falta do Murilo e nem como seria a recuperação dele. O amor dele pode estar salvando o meu filho Kevin. E... Se você ama o Murilo, fique feliz por isso. Ele poderia estar bem mal.

— Sim, você tem razão. Essa é outra tática? – ele sorriu.

— Não. Esse sou eu sendo um otário. Falei demais. Desculpa de novo.

— Não foi de todo ruim. Realmente concordo que Murilo esteja seguro com ele. E... Você me contou que ele não sente o mesmo, é uma novidade bem interessante. – ele abriu um pouco a boca e estreitou os olhos.

— A tarefa aqui é esquecê-lo e não ter esperanças de uma reconciliação.

— Foi você que fez isso Vinicius. Não posso fazer nada. – ri e me levantei. – Vou indo. A gente se vê para algumas lições? Nada é garantido né? Melhor tentar não sofrer.

— Sim. Passa lá em casa quando você souber que eu estou. – concordei. – Kevin... – ele me chamou quando eu já descia, parei e o olhei. - Vocês tiveram a sorte de se encontrar um no outro. – suspirei e me virei indo embora.

Mais tarde entrei em casa e me assustei ao ver Alice me esperando sentadinha no sofá.

— Olá Annabelle. O que te traz aqui? – perguntei enquanto preparava minha proteína.

— Você quer mesmo ficar forte hein? – ela veio andando até mim.

— Não fica vindo até a minha casa. Devolve essa chave. – ela pareceu nem se incomodar com o meu pedido. – Meu pai é perigoso.

— O meu também. Seria interessante eles brigando. – ela respirou fundo. – Ontem no sitio...

— Não quero saber. Não dormi lá justamente por não querer participar. Por que tá me contando?

— Só ia dizer que Arthur não apareceu. Otávia está muito chateada. Rafael não conversa muito sobre o assunto comigo. Ele sabe que o que o amigo está fazendo é errado, eu vejo no olhar dele... E... Pra finalizar eu e ele não nos falamos até agora.

— Linda qual a parte do NÃO QUERO SABER você não entendeu?

— Por que você tá tão irritado? Você bateu no Ryan no sábado. Geralmente nem reage. Vê-lo assim também está te afetando né?

— O meu sonho é ter essa consciência que você acha que eu tenho.

— Quero que você vá comigo hoje para ver como ele está.

— Se eu te matasse eu acho que eu teria um pouco mais de paz.

— Não finja que não se importa!

— Eu me importo e o que eu podia fazer eu já fiz. Se nem te vendo sofrer ele parar você pode largar de mão, não tem jeito mesmo. 

— Vamos pra lá antes dele voltar da aula. Você passa lá em casa? – fiquei olhando pra ela.

— Já te disseram que você é irritante ao extremo?

— Meu irmão. Mas irmãos não contam né? – ela ia saindo e eu a chamei.

— Se prepare se não gostar do que vai ver. Não sei de nada, mas é só um palpite.

Quando a noite chegou eu esperei a hora de Alice começar a me encher de mensagens e me arrumei para ir busca-la.

— Pensei em uma coisa! – ela disse quando entrou em meu carro. Olhei bem desinteressado.

— Ele disse que a rotina dele está estressante. Talvez isso seja uma fuga. Não é? – eu acho que não necessariamente. – Então ele deve pedir uma espécie de licença no trabalho ou algo do tipo e só estudar. Pelo menos nesse restinho de ano. – fiquei olhando pra ela. – O que foi? Ele disse que tá com muito serviço. Tem outras coisas também eu acho, mas ele não conversa muito comigo mais. Você também podia ajudar.

— Já me afastei. E a sua ideia faz sentido. – concordei de outro ponto de vista.

— Vai me ajudar a convencê-lo?

— Eu não sou um dos problemas caralho? Por que insistem em me colocar nas coisas se eu voltei a ser o mesmo filho da puta de antes?

— Porque como você mesmo disse ainda está em transição e tem muito mais de você bom que você mau. Exceto quando quer provocar as pessoas. – a olhei e dei um sorriso.

— Vou ajudar, mas preciso falar com ele sozinho. Não posso dizer coisas horríveis em sua presença. Quero que mantenha intacta a minha imagem de bonzinho.

— Que seja Kevin. – chegamos e vimos que ele não havia ido a aula. Ele estava sentado com a mãe na copa. Notei que estava normal.

— Oi. – Alice disse se sentando na cadeira de frente a que ele estava. Permaneci em pé. Percebi que ele evitava olhar pra ela.

— Vou subir. – a mãe dele saiu bastante mal humorada.

— Kevin e eu estávamos conversando se não seria melhor se você pedisse uma licença a Ravi já que está se sentindo tão sobrecarregado. O que você acha?

— Vou ficar sete dias sem ir. – ele respondeu baixo ainda sem olhar pra ela. – Estou com estafa. Consultei ontem.

— É físico também? Mas você tá bem agora?

— Você ainda se preocupa comigo? – ele a olhou e eu dei uma risada de indignação.

— Inacreditável né? – perguntei o fazendo me olhar. – Podemos conversar lá fora? – assim que ele se levantou Alice segurou meu braço.

— Não o estresse mais, por favor.

— Ele não é o coitadinho Alice. – sai atrás dele.

— Precisava mesmo contar a ela? – ele perguntou me encarando.

— Precisava. Rafael me disse algo do tipo que você iria trair sua namorada.

— Isso não vai acontecer.

— Claro que não, a gente sabe o seu caminho para não pensar nisso. Mas não precisa explicar o que tá acontecendo porque eu já sei. Quem é a garota?

— Essa. – ele me mostrou a foto em seu celular. – Da minha sala.

— Dá seu telefone. – estendi a mão em sua direção.

— Pra que?

— Anda logo Arthur. – peguei o aparelho e apaguei o número da menina e bloqueei. Antes mandei uma mensagem pedindo para não falar mais comigo, no caso ele, porque minha namorada não estava gostando. – Toma.

— Não é tão simples. Eu vou vê-la. Realmente estou muito fodido. Sabe quando até o queixo da pessoa te atrai? As pintinhas do rosto dela, a forma como ela sorri e a risada... Eu a imagino em cima de mim todas as vezes que a vejo.

— Então não vai mais vê-la. – sorri ironicamente. – Pelo menos agora. Isso vai passar. Você ama sua namorada. Ou não ama?

— Amo. Mais que tudo. A Alice é a minha vida, eu nunca faria nada para perdê-la.

— Então tá resolvido. Se fode na faculdade, mas mantenha seu relacionamento. Não sei o que vale mais a pena, mas se tratando de você que é tão sensível e sentimental, acho que é o segundo.

— Vou levar meu atestado e pedir para fazer todas as provas finais em apenas um sábado ou uma tarde, o que eles quiserem, mas não vou aparecer nas aulas. – ele respirou fundo.

— Isso, grande homem. Não faz mais que a obrigação. Ainda bem que não puxou ao pai não é mesmo? – abri a porta do meu carro. – Leva a sua namoradinha embora. Estou cansado dela, numa boa. – sai antes que ele contestasse.

Devo confessar que os dramas de Alice e Arthur serviam de grande ajuda para que eu me mantivesse distraído. E agora com a academia... Por falar nisso, amanhã seria um bom dia para ir ver meu ex sogro. E ainda havia os irmãos que por mais quietos que estivessem, eu sabia que isso não duraria muito tempo. 


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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