Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 12
Mantenha Distância


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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"Existem sorrisos que abraçam."

Arthur Narrando

Não estava acreditando no que Alice disse. Ela recebeu uma mensagem de Kevin que dizia que ele e Rafael iriam sair juntos. E se bem me lembro da forma como Fael foi embora daqui, ia rolar alguma coisa.

— Você tá com ciúme do seu amigo? – ela perguntou baixo.

— Não amor. Eu estou preocupado com Kevin. Murilo ligou pra ele e pelo que parece a coisa foi bem feia... Você sabe o que vai acontecer entre ele e Rafael né? – ela ficou me olhando.

— Você acha que... – dei uma risada.

— Sua inocência é tão fofa. - mordi sua bochecha. 

— Murilo merece isso. Kevin não podia ficar parado esperando a vida toda. Ele tá lá se divertindo, me lembra até você na universidade.

— Racionalmente ele sabe que Murilo só está lá por causa dele e que ele TEM que esperar. Mas o ciúme parece que falou mais alto.

— E você acha que ele e Rafael vão levar isso adiante?

— Tudo é possível. Mas eu acho bem difícil. Os dois já amam outras pessoas. E sabem disso.

— Mudando de assunto... A Sophia tá puta. – olhei para a garota. – Yuri simplesmente a trata com frieza do nada. Você poderia lembrar que tem outro irmão de vez em quando só pra dar uma variada né?

— Hãn? – a olhei completamente indignado.

— Você mal dá atenção a ele. Ele sente Arthur. E ele tá estranho. Deve ser por isso.

— Ele quer transar com a Sophia e ela quer namorar. É esse o problema. Tão simples. Já não estava claro?

— Tá, e o que ela deve fazer?

— Parar de insistir. Se ele não mudou de ideia até agora não muda mais.

— Você fala como se fosse mesmo simples. Ela é apaixonada por ele.

— O Alê é apaixonado pela Larissa também e até hoje eles não se assumiram. E isso se chama cautela.

— Não. Se chama vergonha. Eles estão esperando todos realmente esquecerem que um dia ele namorou Giovana.

— Escuto o meu nome. – Gi falou olhando pra gente.

— Eu quero cachorro quente! Compra mim? – Otávia pediu fazendo uma expressão de pidona e eu ri apertando seu nariz.

— Dou o dinheiro e você vai comprar. – ela sorriu.

— Pode deixar, eu compro. – Ryan disse e se levantou.

— Eu te pedi alguma coisa? Pedi AO MEU IRMÃO!

— Nossa Otávia deixa de ser chata, na moral. – Yuri reclamou e eu fiquei olhando pra ela.

— Tenho que concordar. – falei com cuidado e suspirei.

— Eu não quero mais nada. – ela saiu de perto igualzinho a uma criança mimada.

— Ela é muito difícil! – Ryan exclamou e Lari olhou pra ele.

— Não a ofereça nada. Não faça nada pra ela e nem por ela. Não a trate como você trataria uma garota normal. Otávia odeia essas coisas e ela odeia sentir que está sendo cortejada, ela diz que está sendo tratada como um objeto. É complexo Ryan e te garanto que nenhum garoto vai conseguir estar ao lado dela se não tiver muita paciência.

— Por que ela ficou com Rafael? - ele franziu a teste completamente indignado.

— Foram apenas alguns beijos. E a gente sabe muito bem o que você quer com ela. E ela também sabe.

— Falando em Rafael cadê ele? – olhei para Sophia após sua pergunta.

— Tá por aí com Kevin. – respondi.

— O Kevin é gay. Estar por aí com ele não é meio suspeito? – Alê perguntou e levantou os braços. – Não sei se estou falando besteiras. Não me levem a mal hein?! 

— Eu percebi uns olhares suspeitos do Fael.

— Qual é, vocês gostam de falar da vida dos outros né? – Alice se estressou.

— Se estressarem a namoradinha do Arthur ele vai ficar nervoso hein? Se preparem. – olhei para o Ryan.

— Você quer ser meu cunhado. Acho melhor não me provocar.

— Eita, esqueci. Então... Ninguém aqui fala da vida dos outros. Cada um cuida da própria vida! Ouviram? É fundamental que sigam essa regra, quero que todos se lembrem disso. 

Todos começaram a rir. Era tão bom estar de volta. E ainda mais agora que Rafael veio de brinde. Claro que me preocupava tudo que ele poderia aprontar, ainda mais que ele parecia já ter começado... Mas isso era viver... Correr riscos. Beijei Alice e sorri. Era inacreditável que não nos importávamos de correr o risco de ficarmos juntos publicamente. Ou a verdade é que só não conseguíamos nos controlar mesmo. E eu não me importava nada com isso.

Kevin Narrando

Acordei e Rafael estava sentado na cama, ele já havia tomado banho e mexia em seu celular. Fechei os olhos de novo e ele deu uma risadinha.

— O novato exagerou ontem. – ele disse se referindo ao meu porre.

— O novato aí também exagerou. – me referi a sua primeira experiência com um cara. – Espero que esteja muito traumatizado.

— Só minha boca amanheceu um pouco... Estranha. – dei uma risada.

— Eu te dei o aviso três segundos antes então não pode me culpar.

— Não foi péssimo pra você? Estar comigo.

— Você é o tipo um cara que fode por aí com todo mundo, não tinha como ser péssimo.

— E ainda por cima agora engole muita porra. – ri mais ainda e abri os olhos.

— Quantas horas? – ele me mostrou seu celular. – Vou tomar um banho e te deixar na casa dos meus avós. – me levantei lentamente.

— Como você se sente?

— Como se estivesse sido atropelado. E a minha cabeça dói pra caralho.

— Você vai precisar dormir pra passar. Cafeína só piora, vai por mim.

— Que bom que o experiente tá do meu lado. – sorri e peguei a toalha.

— Quem gasta isso tudo com alguém que nem é apaixonado? – ele perguntou bem assustado depois que paguei a suíte e entravamos no carro.

— Ninguém nunca fez nada por você né? – perguntei segurando a risada.

— Você sabe que não. – ele ficou com raiva.

— Assim como eu vou esquecer aquele garoto você deveria se propor a esquecer Alícia. Não te faz bem. É só uma opinião. Você se coloca muito pra baixo por causa do que sente por ela.

— Eu sei disso.  – ele evitou me olhar. Manobrei para poder sair e quando passamos pelo portão ele voltou sua visão para o meu lado. – Como são os seus dias aqui? Digo... De rotina e tal.

— Estudo de manhã, último ano graças a Deus. De tarde eu ficava no hotel e a noite livre, muitas vezes passava lá também. Mas agora não vou mais ficar no hotel. Então nem sei. Por quê? – o olhei. – Você já entendeu que eu tenho namorado né?

— Deixa de ser ridículo Kevin! Cheguei agora, vou fazer a mesma pergunta a quase todo mundo... Curiosidade.

— Ah, é verdade. Esqueci que você é muito curioso. – o olhei e sorri. – Entregue. – parei o carro em frente a enorme casa. Ele ficou me olhando.

— Você sabe que eu tô aqui pra tudo né? – pensei em respondê-lo de forma rude, mas invés disso acariciei seu pescoço com as costas dos meus dedos.

— Obrigado pela noite. E não se preocupe comigo, estou bem.

— Qualquer dia desses podemos repetir. – ele sorriu maliciosamente. – Só me avise antes e sem tóxicos dessa vez.

— Vou pensar. – correspondi ao sorriso e ele saiu. Cheguei em casa e dormi. Praticamente o dia todo.

— Comprei pizza pra você. – meu pai disse entrando em meu quarto. Passava de cinco horas da tarde. – Está na cozinha. Não me preocupei porque sei que gosta dela fria. Ou pelo menos gostava. – ele colocou uns frascos na mesinha. – Remédios fortes o bastante para você aguentar se levantar. Estou voltando para o hotel. Se precisar me liga. – ele disse e saiu.

— Que azar o meu encontrar aquele ser saindo ao chegar. – Arthur disse entrando em meu quarto.

— Sai daqui! – tampei meu rosto com a coberta.

— Que noitada hein? Não me estranha você estar assim.

— Cala a boca e sai daqui!

— O que o Murilo te disse? – destampei meu rosto e o encarei.

— Se você quiser ficar perto de mim daqui pra frente não fale mais dele.

— Falo sim! Não fode Kevin. Eu quero saber o que ele disse pra você agir assim e sei muito bem que você precisa desabafar.

— Não sou mais isso aí. – ele ficou assustado.

— Ele te insultou? Desmereceu algum momento de vocês dois? Disse que já te esqueceu? Ficou com alguém?

— Ele se apaixonou. – sua surpresa me fez rir. – Pois é.

— Tá, mas a Alice se apaixonou por você e nunca me esqueceu. Ela me ama e hoje estamos juntos.

— Não somos você e a Alice.

— Você tá machucado.  Mas eu não vou permitir que você cogite a ideia de matar o Kevin que o Murilo conquistou. Você mesmo me disse que isso era impossível.

— Internamente eu posso até ser o mesmo. Mas as minhas atitudes não vão ser. E isso não é negociável.

— E assim você vai cometer as mesmas merdas até conseguir perder sua humanidade?

— Curto a sua sagacidade.

— Isso não vai acontecer!

— Só por que você quer?

— Fiquei aqui por sua causa Kevin, eu faço tudo que for preciso por você, pra te ver bem. Se fizer isso vai estar me machucando... Isso não é justo!

— Nunca te pedi nada. – ele ficou um tempo em silêncio. Sua mágoa podia ser sentida por qualquer pessoa que entrasse no quarto.

— A gente deixou o passado pra trás. Você é o meu irmão que eu prezo mais que o mais novo e se você quer ter uma vida feliz sabe que não é esse o caminho.

— Não há mais esperança pra mim Arthur. Não desperdice o seu tempo. – ele pareceu se tocar de que eu estava mesmo falando sério.

— Ok Kevin. Só não chegue mais perto do meu amigo.

— Diga a ele para não chegar perto de mim. – dei um sorriso extremamente provocativo e pisquei. – Tranque a porta da casa quando sair, por favor.

E eu consegui fazer o Arthur desistir. E conseguiria fazê-lo desistir cada vez mais. Tinha certeza disso.

"...mas na verdade não tô levando numa boa."


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Notas finais do capítulo

Agora Kevin não está de brincadeira. Não há mais casal para reconciliar e nem motivo plausível para essa mudança. Mas como ele disse INTERNAMENTE ele é o mesmo, só as atitudes que mudam, então ainda há esperança sim. Não é msm?!
Até amanhã ♥



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