Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 29
Conclusões


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Alice Narrando

Após a reunião sobre a nova armação de Diana e eu ter erroneamente beijado Arthur, eu estava aqui no meio da enorme sala de estar fingindo prestar atenção no que uma das meninas dizia. Lembro que Alícia perguntou o que Rafael estava aprontando em Torres e Fabiana contou algum caso.

— Isso tem álcool? – Kevin perguntou ao chegar tirando o copo da minha mão.

— Ow me dá isso. – tomei de volta.

— E aí como foi? – Arthur perguntou baixo chegando rápido até a gente.

— As preliminares ou o ato? – encarei os dois.

— Eu não preciso ouvir.

— Mantem o namorado do Murilo longe de mim, estou no pico da minha exaltação nervosa.

— É mesmo? – Arthur o perguntou e cruzou os braços. – Não. Eu não aceito ordens de você Kevin.

— Eu posso me sacrificar pelo bem geral, você não pode me fazer um favor.

— Bem geral? É o Murilo. Se não fosse você ainda estaria na capital.

— Preciso te lembrar que salvei o seu padrasto antes de ir e que só investiguei os irmãos porque a bonitinha aí tem medo de um deles? Tem várias outras lembranças que posso fazer também. Não fode Arthur. – ele ficou mais irritado ainda e iria sair, mas o irmão não deixou.

— Mas nunca dá pra confiar em você né Kevin? No fim ele fez a escolha certa em seguir em frente. – Kevin cravou os olhos em Arthur e os dois ficaram se fuzilando naquele ódio mortal. Até que o tatuado pegou o copo da minha mão e jogou no irmão. A maioria olhou com total surpresa e Arthur ficou sem reação.

— Por que ele voltou pra casa, por que ele fez isso? – Luna perguntou ao vê-lo sair e chegando perto do filho.

— Porque ele quer acabar com a minha vida. É a diversão dele. – Murilo estava por perto e ficou assustado.

— Ele veio só pra causar mal estar. – finalizei aquele assunto.

— Vou trocar minha camisa. – Arthur disse e saiu.

— Vocês não acham que exageraram? – olhei para o meu irmão. Não poderia dizer o que queria por Eliot estar ao seu lado.

— Murilo lembra aquele Kevin lá atrás que era mais calado e tramava as coisas com o pai? Esse não existe mais. Mas também não existe aquele Kevin que você pensa que conhece. Hoje ele magoa as pessoas se por acaso se sentir magoado. E o pior é que sabe o que ele faz ás vezes? Ele age por pura crueldade como nessa última vez que conseguiu me separar do Arthur.

— Engraçado é que ele age como se tivesse certeza do que está fazendo. - meu cunhado opinou.

— E eu tenho. – ele saiu de trás do Eliot. – Alice eu nunca contaria a você se eu não soubesse que vocês dois eram capazes de superar isso. Quantas vezes eu vou ter que te dizer? Aceita os fatos e valoriza a atitude dele de fazer de tudo para não te trair e se quer saber eu acho que isso nunca vai acontecer, ele está em um plano moral bem acima do nosso ponto de vista. Além de te amar demais. E quanto a nós dois... Nesses mais de quatro meses fiz tudo que você me pediu. Tudo. Pela primeira vez faz alguma coisa que eu te peço. – ele saiu e Murilo ficou me encarando.

— É esse o monstro cruel? – Eliot ficou nervoso com a pergunta dele em tom de defesa. – Até agora só o vi preocupado com as atitudes de uma maluca, com a minha crise de ansiedade e com o fim do seu namoro. Vocês o julgam demais. Ele vai errar Alice. Assim como o Arthur também vai. E se você quer estar em um namoro tem que entender isso, se não é melhor ficar sozinha mesmo.

— Vou lá em cima falar com Arthur. – entrei no quarto dele e ele estava se vestindo, sentei em sua cama e fiquei de cabeça baixa pensando quais palavras eu usaria.

— Oi. – ele se sentou ao meu lado.

— Aceito conversar. – o olhei. – Mas não hoje. Não agora. – ele segurou meu rosto e me deu um beijo bem carinhoso e demorado.

— Quem te convenceu? - ele perguntou me olhando.

— Quem nos separou. – respirei fundo.

— Depois do que eu disse a ele? – ele ergueu as sobrancelhas. – Seu irmão estava perto?

— Ah, claro! Ele já conseguiu enganar Murilo que inclusive o defendeu.

— Ele não queria que você voltasse pra mim. Queria fazer o seu irmão defende-lo e assim o namorado brigar com ele.

— É muito diabólico mesmo.

— Vamos descer. Vem. A partir de agora vamos tentar ignora-lo. Não podemos dar munição a ele. – concordei.

Quando cheguei até a sala de estar novamente fui abordada por minha mãe que queria tirar umas fotos comigo, meu irmão e meu pai. Após as fotos sentei um pouco e observei que Arthur estava rindo com Alícia.

— Eles estão se divertindo né? – Kevin chegou ao meu lado. – Faz tempo que não vejo Arthur rindo desse jeito.

— Você é o motivo dele não rir mais e sabe disso.

— Tudo é culpa do irmão diabólico. – me arrepiei ao lembrar que usamos exatamente essa palavra minutos atrás. – Não é cansativo ser tão correta e moralista?

— Você vai ser um psicopata igual ao seu pai. – me levantei para sair de perto dele.

— Você me magoa assim. – ele quase gritou.

— Voltei. – cheguei perto das meninas. Alícia se aproximou. Fiquei olhando Arthur que agora conversava com Murilo.

— É mesmo verdade essa história do Rafael e o Kevin? – ela me perguntou me fazendo parar de olhar pra ele.

— Sim. Mas não se podia esperar outra coisa... É o Kevin. Ele sempre consegue o que quer. – voltei a olhar meu namorado.

— Ele é tão... – ela começou a olha-lo também. – Sério né?

— Na maioria das vezes. Com você não. – a olhei.

— Você não está com ciúme de mim né Alice?

— Não pude deixar de ouvir a conversa. – Fabiana veio até a gente.

— Até por que nem tenho motivos né Alicia? – questionei ironicamente.

— Continuando... Alice você tá estranha. Mal conversou comigo e agora com esse ciúme. Arthur havia me dito que vocês não estavam muito bem, mas a gente não tem culpa.

— Desculpa gente. – suspirei. – Vocês são convidadas e eu fazendo isso. Eu estou estressada. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e desculpa mesmo.

— Tudo bem. – as duas sorriram parecem compreender. Conversei com elas durante um tempo e depois fui para a área de churrasco e me sentei perto do meu pai e de Eliot. Murilo havia saído com Arthur e estava conversando com os meninos um pouco afastados da gente, Kevin não estava e devia estar aprontando alguma coisa. Meu irmão ria de algo, era bom vê-lo rindo e não daquele jeito que vi uma hora atrás. Comecei a prestar atenção na conversa de Eliot e meu pai.

— Ele é mais feliz com eles. Comigo ele não fica tão a vontade assim. – meu cunhado disse em um tom de voz triste.

— O primeiro passo foi te pedir em namoro, acho que ele não faria isso atoa... O resto vem com o tempo.

— Tem certeza?

— Bom... Não. – meu pai deu uma risada. – Passei pelo que tá passando há muitos anos atrás, tudo, defesa com negação, raiva podem estar fazendo com que ele ache que sente algo por você. Mas não sei dizer se é isso. O que eu sei é que no fim é só o amor que importa, se ele te amar vão superar qualquer coisa.

— Eu estou com medo. – ele olhou para o Kevin que veio pra fora com as meninas.

— Entendo. Mas acredite em alguém que tá nessa há muito tempo... Quando é de verdade não dá pra fugir. Você tá aqui e ele tá com você. É a sua vez e não dele.

— Gostei de você. – os dois sorriram um para o outro. – Achei que teriam preconceito com a minha idade.

— Alguém mais velho, maduro e experiente é tudo que o Murilo precisa.

— Que bom que você pensa assim. – ele deu um sorriso grande. – Vou lá nele.

— Pai por que você disse essas coisas pra ele?

— Porque é o que ele precisava escutar. E em momento algum afirmei nada. O fato é que seu irmão trouxe o cara, tá o tempo todo deixando ele de lado e não para de olhar pro Kevin e eu já mandei esse encrenqueiro tatuado sair da visão dele.

— Encrenqueiro? Esse é o Murilo. O que você tá falando é demoníaco mesmo.

— O que ele aprontou? – ele me olhou preocupado.

— Ele me deixou decepcionada mais uma vez. Achei que ele estava sendo legal e como sempre... Quebrei a cara.

— Não são conclusões da sua cabeça? Conversa com ele. – ele bateu em minha perna e sorriu. – Sei que o garoto é terrível, mas nem sempre ele está errado.

Fiquei pensando naquilo e em dúvida se ia ou não seguir o conselho do meu pai.

Murilo Narrando

Estava no clube com a minha família e meus amigos e o meu namorado. Era para eu estar feliz, mas infelizmente eu não estava.

— Gosto da sua prima Sophia, ela parece ter um carinho grande por você. – Eliot falou olhando a morena.

— Diz isso por que não a viu surtando quando eu fiquei com ela e a irmã. – ele riu.

— Arthur não tá conseguindo ficar confortável perto da gente. – consertei meu corpo na espreguiçadeira.

— Ele é irmão do meu ex namorado, é normal né?

— Vou tentar bater um papo com ele. – ele sorriu e saiu. Por ser Arthur eu nem me preocupava.

A seguir veio o natal. Estava conversando com meu tio Gu quando vi alguém abordar Eliot. Precisei de quase cinco minutos para sair do lugar e chegar até eles. Não acreditava que ele estava ali. E muito menos acreditei no que ele fez depois.

Depois de sair da biblioteca eu lá fora na área da piscina mais perto da floresta em um canto e Arthur estava comigo.

— Cadê o Eliot? – ele perguntou olhando as pessoas espalhadas um pouco a frente.

— Minha mãe o puxou para apresentar para alguém. – respirei fundo. – Arthur... A última conversa que eu tive com ele eu disse que ele só lidou com o meu lado bom, que ele nunca presenciou nenhuma crise minha e que não estaria preparado pra isso. Olha o que ele acabou de fazer. – passei a mão no rosto nervoso. – Sempre fui injusto com ele. Sempre. Fui muito egoísta, insensível, um idiota. Nunca me coloquei no lugar dele.

— Murilo você saiu daqui porque não queria que ele sofresse. Você fez tudo pensando nele, para de falar assim. Você se sacrificou por um bem maior. Sabe disso.

— Arthur... – Giovana chegou perto da gente. – Antes de Kevin sair com Diana ele me ameaçou, mandou eu não ficar conversando com Murilo. Tive que vim pedir sua ajuda para entender a atitude dele, só você o entende.

— Não sei. Mas eu faço ele contar.

— Obrigada! – ela deu um sorriso de alivio. – Eu não fiz nada.

— O que você acha que pode ser?

— Talvez ele esteja com medo dela dizer algo que te faça ter alguma crise. Sei lá, Kevin é doente. Vamos pra perto do pessoal.

Não demorou muito tempo e Kevin voltou. Estávamos todos juntos lá fora. Todos mesmo, todos nossos amigos e amigas.

— Kevin por que você trocou de roupa? Ficou com vergonha de parecer um pintinho? – Soph perguntou o olhando.

— Não, tomei banho. – os meninos fizeram uma expressão de surpresa.

— Você não fez isso! – Ryan exclamou o olhando. – Você não transou com ela! – não acreditava que essa era a forma dele de resolver as coisas. A garota apareceu com o irmão e ela entrelaçou os braços no pescoço dele e iria beija-lo, mas ele a tirou.

— Sua maluca psicopata do caralho. – ele reclamou a olhando. Ela mostrou algo em seu celular pra ele.

— Vou verificar amanhã, se tiver algo errado eu te mato.

— Não vai dizer que esse jeito dele o deixa mais sexy ainda? – Yuri a perguntou.

— Estou cansada de dizer isso. Ele nem liga mais.

— Queridos vou me despedir, já vou deitar. – meu vô disse ao chegar perto da gente.

— Aquilo é você amanhã, você tá ficando velho pai. – falei para meu pai apontando para meu vô Mark.

— Não estava com saudades das suas gracinhas Murilo. – ele respondeu e sorriu.

— Você faz tanta falta Muh. – Lari me agarrou por trás. Depois dela todos disseram o mesmo.

— Nota 7.5 para a emoção de vocês. – observei Arthur chegando perto de Kevin.

— Sei que você não queria que ela voltasse pra mim. Queria fazer Murilo te defender e assim o namorado brigar com ele. Você não tem vergonha? – ele perguntou em um tom de voz nem muito baixo e nem alto.

— Que tipo de joguinho é esse?

— Não é jogo Kevin. Só estou pensando com a sua cabeça.

— Você acha que se eu quisesse fazer os dois brigarem seria tão indiretamente? Mas agora que você me deu a ideia... Vou fazer todos os casais brigarem.

— Não você não vai fazer isso. Ai no fundo tem uma parte de você que ainda gosta dele. Eu estava com medo de não restar nada de humano em você, de realmente você ter se tornado o monstro que você finge ser. – de repente Kevin foi pra cima do Arthur o enforcando. Ninguém se meteu, o Arthur era o dobro do Kevin, então ele se defenderia se quisesse.

— O que tá acontecendo? – meu pai perguntou se aproximando.

— Um momento em família, nada de mais. – ele soltou o irmão.

— É pra isso que tá treinando? Pra bater nele?

— Não. Pra não apanhar dele.

— Espero que apanhe. Só pra ver você perder essa pose. – ele piscou para o Kevin e voltou para onde estava.

— São amigos agora? – perguntei para Alice.

— Muito. – Arthur se aproximou da gente e Kevin veio atrás dele.

— Você sabe que eu estou certo né? Você se tortura por ainda o amar.

— Por que você faz teorias sobre o meu comportamento Arthur?

— Não consigo mesmo me livrar de você o que posso fazer?

— Podemos conversar? – Eliot perguntou com uma voz não muito boa.

— Claro. – nos afastamos deles.

— Vim aqui pra que Murilo? – ele me olhou se forma séria.

— Não estou entendendo.

— Você me larga com seus parentes, quando está com seus amigos não se importa em me colocar na conversa e o principal se aquele garoto chega a sua atenção é toda para o que ele fala, o que faz... Entendo que ainda sinta algo por ele, mas eu mereço um pouco de respeito. Você não acha?

Não tinha como discordar dele. Mas nesse momento a única pessoa que eu amei estava perto de mim e isso me deixava completamente sem razão, sem noção e sem limite. Eu precisava lembrar que Eliot estava ali. Só que a única coisa que eu pensava agora era que tudo que eu mais queria era ter uma oportunidade de conversar a sós com Kevin.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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