Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 1
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Boooa Leitura ♥



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“As vezes a distância é a única forma de encontrar a paz”

Alice Narrando

Acordei e mal cheguei ao refeitório e minha mãe me chamou para conversar. Não sabia o que ela poderia querer falar, então fui rápido movida pela minha curiosidade.

— Seu irmão... – vi que ela estava com os olhos inchados.

— O que aconteceu com o Murilo? – nem a deixei terminar de falar.

— Ele vai passar um tempo fora.

— O QUE? Fora onde? Como assim?

— Calma Alice. A gente não vai falar onde. É fora do País e foi ele que pediu e quis assim. Ele precisava disso. Ele não conseguia mais ficar aqui e você viu isso antes de ontem.

— E se ele der outra crise sozinho? Você acha mesmo que é certo o seu filho menor estar sozinho em outro País? Isso não existe.

— Tem um parente do seu pai que vai estar como responsável por ele. Vinicius nem dormiu mexendo com isso.

— Não está certo mãe! O Murilo tem que ficar aqui!

— Alice ELE QUIS IR. Se quiser confirme com ele quando ele entrar contato porque ele vai entrar. Não estamos escondendo o garoto do mundo não.

— Do mundo não, mas do Kevin sim! – a encarei com raiva. – Vocês o mandaram para longe por causa dele não foi?

— Não mandamos para lugar algum. Ele quis ir. Quantas vezes vou precisar repetir isso?

— Murilo não iria querer ir para longe do namorado. Ele o ama muito. – ela respirou fundo ao ouvir minha declaração.

— Vocês insistem em falar de amor como se fossem adultos sábios. – sua respiração ficou ainda mais pesada. – Bom... Aceite ou não, é isso. É o melhor nesse momento e é assim que vai ser. Só entenda.

— Algum motivo teve... Vocês não aceitaram os dois. Com certeza.

— Vai insistir nisso?

— Vou. Isso é um absurdo!

— Tá bom. Então me diz quem aceitaria o Kevin Alice? – olhei em volta pelas mesas e não vi o tatuado. Foi aí que me liguei que ele, como o mais esperto, já devia saber dessa novidade.

— Alguém que consegue dar segunda chance as pessoas. – a respondi e fui até o dormitório dele, não estava então decidi ir ver no do Murilo e acertei em cheio. Lá estava ele deitado na cama dormindo.

— Keh... – o chamei com carinho o balançando devagar. Ele acordou assustado e me olhou com tristeza. – O que aconteceu? – Arthur chegou na porta e pela sua cara não havia dormido bem.

— Estávamos juntos na ponte e quando descemos nossos pais nos esperavam. Eu briguei com o meu porque ele chamou o Vinicius. Enquanto isso ele e seu pai ficaram trancados na sala do Gustavo. Quando saíram ele arrumou as coisas e foi embora. Achei que ele só ia para o dormitório dos... – ele engasgou e começou a chorar. Eu o abracei.

— Minha mãe não quer dizer para onde ele foi. – olhei Arthur, ele sempre sabia de tudo também.

— Não sei. Pensei que ele podia estar em casa... Mas, não está.

— Como tem certeza? – questionei intrigada.

— Eu fui até lá.

— Conseguiu sair?

— Se eu não estourar a cara de ninguém ainda tenho passe livre. Ajudei a construir isso aqui.

— Você é louco? Podia ter pegado a doença.

— Usei máscara. – ele ficou me olhando. – Você se importa?

— Mais que deveria. – voltei a olhar Kevin. Ele estava lendo algo em seu celular. Vi que agora seus olhos expulsavam ainda mais lágrimas. Ele deixou o celular cair em seu peito e eu o peguei, lendo a mensagem do meu irmão.

— Ele já diz “te amei” no passado. – ele observou quando se acalmou. Passei o celular a Arthur.

— Seu pai e o meu fizeram alguma chantagem com o Murilo! Que idiota. Por que ele não me falou? Mas QUE IDIOTA! A gente daria um jeito no que fosse.

— Não é isso. Ele quis ir. Tá bem claro nessa mensagem. – olhei para Kevin.

— Nem você acredita nisso. – Arthur discordou.

— Não sei. – respirei bem fundo – Pode ser que os meus pais colocaram pressão para ele terminar e ele quis ir embora. A decisão de ir embora foi realmente dele... Mas isso porque Murilo sabia que para conseguir terminar com você teria que inventar alguma coisa e ele não ia aguentar partir seu coração pessoalmente. Seria mais fácil de longe.

— Isso só mostra que além de tudo ele é covarde.

— Sem, ele é. – concordei. – Olhando do seu ponto de vista de quem está sofrendo. Quem está de fora consegue ver que tem que ter muita coragem para se mudar apenas por não conseguir ver a pessoa que você ama sofrer.

— Só queria ele aqui comigo. – ele voltou a chorar e eu o abracei de novo.

— Eu devia te odiar sabia? – perguntei ainda abraçada a ele.

— Por quê? – ele se afastou e me olhou.

— Por sua causa ele não está mais aqui! A gente nunca se separou. Não sei viver sem o Murilo.

— Vamos ter que aprender juntos, porque eu também não sei.

— Eu estou aqui, podem contar comigo. - Arthur falou com carinho.

— Não me deixem sozinho nos próximos dias, por favor. Apesar de tudo eu não quero deixar de cumprir minha promessa a ele. Não quero deixar meu pior lado falar mais alto.

— Isso é impossível. Quando abrir seu coração não pode fecha-lo de novo e ele o abriu de uma forma impossível de fechar. Você é luz agora e não vai voltar para a escuridão. O sofrimento vai passar com o tempo, não precisa escondê-lo com as sombras.

— Espero que esteja certa. – ele me olhou com esperança.

— Estou. Agora vamos tomar café, vem.

— Quero ficar aqui sentindo o cheiro dele. O dia todo. Deixa-me viver esse luto. – deixamos Kevin e saímos. Pensava o que havia acontecido. E acho que Arthur também.

— Vou falar com o meu pai. – o olhei.

— Ele estava bem nervoso ontem. Se ele tiver algo a ver com essa ida de Murilo eu acho melhor você não bater de frente Alice. – peguei meu celular que havia vibrado.

“Perdão por não despedir de você maninha. Cuida dele pra mim, por favor. Não deixe ele voltar a ser aquele diabo de antes. E pense um pouco e lute por Arthur...Dói demais quando deixamos uma chance de estar tão feliz assim com alguém escapar. Estou decolando, não posso falar para onde vou se não ele dá um jeito e vem atrás de mim. Estou fazendo isso tudo por ele. Um dia talvez ele entenda. Te amo muito. Assim que trocar de número eu te ligo.”

Mostrei a Arthur. Não tinha como não mostrar. Ele me olhou por alguns segundos após devolver o aparelho.

— E eu estava certo. Quando ele diz que fez por Kevin ele entrega a minha suspeita.

— Por que é tão incomodo dois garotos juntos?

— Acho que para o seu pai o que pega mais é o caráter duvidoso do Kevin. E o meu quer o meu irmão como cria dele e não amando alguém seja quem for. Nenhum dos casos acho que é preconceito. Eles só uniram as vontades.

— Estou com nojo do meu pai. Nem vou falar com ele mais.

— Isso pode até ser uma forma de amolecer o coração dele.

— Os dois não mereciam isso. – reclamei ainda revoltada.

— A gente também não merecia. – ele me olhou triste e eu estranhei agora ele estar demonstrando emoções. – Kevin talvez esteja de alguma forma pagando pelos erros.

— Até quando vamos ficar negando o que sentimos? – o encarei e mordi minha boca um pouco nervosa.

— Não estamos negando. A gente sente, sabe e assume. Só não dá. Nunca deu. – meio que concordei gestualmente e tomei café em silêncio. Agora só me restava esperar a ligação do meu irmão.

Murilo Narrando

Um primo do meu pai me esperava do aeroporto, como não o conhecia ele estava com um papel escrito o meu nome. Assim que o vi me aproximei. Ele tinha mais ou menos a idade do meu pai, barba por fazer grisalha e o cabelo bagunçado. Notei o sorriso grande no rosto, ele parecia bem simpático.

— Oi, você deve estar muito cansado. – ele disse enquanto íamos pegar minhas coisas. Tentei soar o menos chato possível.

— Estou, muitas horas de voo. – comentei.

— Ah, meu nome é Gardan. Como já deve saber eu e seu pai somos primos. Não tenho visitado Torres, mas ia muito quando vocês eram pequenos. Como está Alice, deve estar encantadora, ela sempre foi tão linda.

— Está bem. Linda. – eu não sabia o que dizer e estava cansado, frustrado e tenso demais pra forçar simpatia.

— Os olhos dela continuaram amarelos iguais do seu pai ou mudaram a cor?

— Continuaram. Super amarelos. – eu tenho certeza que ele estava me achando estranho, esquisito... Mas eu não conseguia. Simplesmente não dava. Pegamos as bolsas e fomos até o estacionamento, ele enfim ficou em silêncio, acho que desistiu de tentar uma conversa comigo.

— O trânsito aqui vai parecer assustador para você. – ele disse quando entramos no carro. – É muito intenso dentro da cidade por ela ser turística, mas fora fica mais tranquilo. Mas como você ficará no hotel não fugirá muito disso. O seu pai não me contou muito sobre sua vinda, é a passeio, estudo...

— Ainda não sei. Só queria sair de lá.

— Problemas? – sua voz ficou mais suave e ele me olhou enquanto parávamos em um engarrafamento.

— O pai do meu namorado não aceitava o nosso namoro. – comecei optando por não dar desculpas nem fugir da verdade. Ele pareceu surpreso e ficou alguns segundos em silêncio.

— Desculpa... Isso tudo é muito novo pra mim. Hoje se relacionam pessoas do mesmo sexo, homem vira mulher e vice versa, às vezes você tem um corpo e não se vê daquela forma... Assim... Tento sempre me atualizar e aceitar que as coisas mudaram. Mas como um quarentão solteiro sem filhos, é um pouco complicado. – ele disse meio atrapalhado. – E claro, fico triste por vocês dois. Mas isso era motivo suficiente para largar tudo?

— Você conheceu meu pai quando adolescente? – ele concordou. – Antes desse namorado eu era igualzinho a ele. Nunca havia sentido nada por ninguém. Não ia conseguir ficar lá.

— Seu pai sempre foi muito impulsivo, você o puxou nisso pelo visto. – ele me olhou e sorriu. Depois voltou a encarar a estrada e virou em uma rua mais estreita. – Vou te dar essa noite e o dia de amanhã para descansar e aproveitar o hotel e então vou te levar para conhecer os pontos turísticos mais famosos. Você vai precisar se distrair. Topa?

— Sim, vai ser legal. – falei de primeira.

— Não é só porque está sofrendo o meu convite viu? Iria me oferecer para ser seu guia turístico de qualquer jeito.

— Obrigado. – dei um sorriso tentando ser grato.

— Tenho muita consideração pelo seu pai, ele é um grande homem. É difícil alguém não gostar dele né? – sua risada soou pura. – Ele deve ser uma figura de super herói pra você né?

— Nem tanto. Na verdade eu e ele não nos damos muito bem.

— O que? – parecia muito espantado. – Qual motivo?

— Ele nunca confiou em mim e ele julga muito esse meu namorado, que no caso agora é ex. – suspirei ao lembrar o ultimo fato.

— Se ele não confiou em você algum motivo tem... O que aprontou? – torci o nariz.

— A minha irmã sempre precisou de cuidados por causa do problema neurológico dela e nem sempre ajudei.

— Hoje você pode não entender Murilo, mas se ele agiu com você de tal forma é porque foi para o seu bem. Só assim você iria aprender. Aposto que agora você se preocupa muito mais com a sua irmã... Não é verdade? – ele me olhou de canto. Paramos em frente ao enorme hotel. Já era noite e havia muitas luzes. Ele mal abriu o carro e dois concierges saíram da portaria e vieram pegando minha bagagem e levando para a recepção.

— Bom descanso. O mensageiro vai te levar até seu quarto e te auxiliar em tudo que precisar. Qualquer coisa peça para me ligarem. Durma bastante viu?

— Muito obrigado mesmo, desculpa todo esse trabalho.

— Para com isso, deixa de ser bobo. – nos despedimos e eu coloquei óculos escuros que estava pendurado em minha blusa para entrar. Sei muito bem que eu iria ser considerado o playboy filho de um dos donos que veio lá da puta que pariu, então que assim me vissem mesmo.

— Olá, boa noite. – o mensageiro me abordou falando minha língua quase que fluentemente, com um pouco de sotaque, o que denunciava que ele era dali. – Vou leva-lo até sua suíte. – entramos no elevador que era diferente, um pouco clássico, todo de vidro com uma faixa de mármore preto na parte de baixo e no chão e em cima cheio de luzes. Ao sairmos passamos por um corredor e ele logo abriu uma porta. – É a maior suíte do hotel. – ele disse enquanto acabava de abrir a porta. - Como pode ver há luzes no chão que acendem ao caminhar durante a noite, para que não seja necessário acender a luz geral do quarto. – entramos quase juntos.

— Da hora. – respondi olhando para o chão. Não sei bem se ele entendeu.

— Todos os apartamentos são de última geração, com tecnologia de ponta, equipados com tablets para que solicite serviço de quarto. – ele mostrou o aparelho. – E utensílios novos para smartphone. – ele mostrou os pequenos pacotes. - A cama é king size e os travesseiros podem ser trocados conforme sua necessidade. – ele pareceu notar que agora eu estava com uma expressão de tédio. Ele iria começar a falar sobre quantos algodões tinha o lençol ou sobre serem totalmente esterilizados, mas fiz sinal para ele pular essa parte. – Imagino que deva estar cansado, mas tenho que te mostrar tudo, é rápido. – assenti. – Bom... – ele foi andando e eu o segui. Era realmente muito grande. – Aqui tem banheira, caso tenha alguma dificuldade com ela é só chamar. Aqui... - ele abriu a cortina. – É a sacada e área para jantar. Ali é a sala de estar, lareira e biblioteca.  – não via a hora daquilo acabar. – O senhor ainda tem um terraço privativo.

— Não sei pra que eu usaria, mas tudo bem. – falei sem pensar.

— Então... Devo dizer que os vidros são de cristal, o que o impede de ouvir o barulho do trânsito, por exemplo, dando a impressão de estar em um lugar muito distante da cidade. Podendo assim relaxar. Não precisa se preocupar com barulho algum já que as paredes também têm recurso acústico. – estava começando a perder a paciência. Eu iria chutar aquele cara dali a qualquer momento. – Ainda é importante que saiba que é proibido fumar dentro do quarto e cômodos, se o fizer irá acionar essas... – ele apontou para o teto, não o deixei continuar falando.

— Sei o que acontece. – respondei com o meu péssimo humor.

— Sim. O café da manhã é servido em um determinado horário, mas o senhor pode descer a hora que quiser e será servido ou se preferir peça serviço de quarto.  Assim também será com as outras refeições.ele começou a falar mais rápido, deu até dó. – Temos inúmeros serviços, você deve conhecer o Palace da sua cidade é quase a mesma coisa, spa, academia muito bem equipada, sauna, jacuzzi, salão de jogos, cinema, enfim... – o interrompi mais uma vez.

— Só isso? – perguntei impaciente.

— Limpeza do quarto é feita diariamente e no horário que o senhor preferir. A mesma coisa com a lavanderia. Havia mais coisas para lhe acertar, mas vejo ser primordial deixar para depois, o mais importante é o seu bem estar. Bom descanso. – ele saiu rapidamente. Mas voltou antes de fechar porta. – Ah, já ia me esquecendo, é essencial que o senhor se sinta bem recebido, por isso há um champanhe no gelo, frutas e chocolate na mesa da sala de estar. – fui andando até ele.

— Ok, Eliot. – peguei na pequena placa dourada em sua camisa. – Agora tchau. – o empurrei levemente e fechei a porta. Mal entrei e o telefone do meu quarto começou a tocar.

— Os seus músculos já estão se atrofiando, se ficar muito preocupado vai atrofiar o cérebro também. – falei tentando não rir.

— Você é um imbecil Murilo, podia ser alguém da recepção.

— Sabia que seu primo te ligaria assim que me deixasse aqui né pai? Ou eu sou mesmo burro? Então, o que foi?

— Vá modificar seu número amanhã. Você conseguirá trocar mensagens assim que conectar a internet do hotel, mas não pode receber nem fazer ligações. – ele não deixou nem que eu respondesse. – O meu primo irá te passar notas em dinheiro para que você não precise ficar usando o cartão e não corra o risco de o bloquear pelo banco achar ser tentativa de fraude, aqui do abrigo eu não vou conseguir resolver isso. Murilo, você não está em Torres. Não encare as pessoas, não procure briga, não dê em cima de namorada de ninguém e respeite as leis, Gardan irá te passar tudo o que é proibido ser feito. Tente não atrapalhar os outros hóspedes e trate bem os funcionários, eles não têm culpa se você está sofrendo.

— A recepção no hotel sempre é feita dessa forma? Eles ficam quase meia hora enchendo a porra do saco falando coisas que ninguém quer saber! Fala pro tio Gu mudar isso porque é chato pra caralho!

— Os hóspedes em sua maioria não são adolescentes irritados e afetados e estão sim interessados no que as comodidades que ELES ESTÃO PAGANDO tem a oferecer. Você está aí de graça não se esqueça disso.

— Eu não pedi pra nascer seu filho.

— Murilo, você vai se comportar?

— O que você espera que eu faça? Coloque fogo no hotel? Não vai dar certo porque tem censor de incêndio.

— Como você está? – sua voz mudou completamente.

— Ainda não tive tempo de pensar. Na verdade algodões egípcios e cristais até que me parecem bem mais interessantes.

— Vou conversar com ele agora. Quer que eu diga alguma coisa? - fiquei um tempo em silêncio. Ele não podia estar fazendo isso comigo.

— Tudo o que eu tinha pra dizer eu já disse em uma mensagem antes de decolar. Não vou manter contato pai.

— Ainda é muito recente, você vai pensar melhor. Agora vá descansar, esse voo foi longo. Boa noite, sua mãe está louca de saudade já, nem avisei que ligaria porque sabe a choradeira que ela arrumaria.

— Você não aguenta vê-la chorando né? – dei uma risadinha.

— É, você sabe que não. – sorri, mesmo que ele não estivesse vendo. O amor dos dois era algo que eu sempre admiraria. Nos despedimos e eu fui tomar banho. Já que tudo aqui era a prova de som coloquei uma música bem alta. Mais uma vez a tática de não ouvir os meus pensamentos. Quando sai coloquei o roupão que estava pendurado no banheiro e tive que admitir, era muito macio e gostoso. As linhas douradas e as iniciais brilhantes do hotel me fez sentir vontade de tirar uma foto. Peguei a taça, coloquei o champanhe e tirei a foto na sacada, fechei os olhos, cobri o rosto com a taça e dei um sorriso fechado... Não dava para fingir estar bem, eu só queria mostrar onde estava e não meu estado meu estado emocional. Um segundo depois...

“Estou feliz que chegou bem. Por favor, fala comigo. Não me ignora como disse que iria fazer. Vou te pedir todos os dias para mudar de ideia, eu não vou desistir você sabe disso. Te amo Murilo, te amo muito e hoje me arrependo por não ter dito isso mais vezes.”

De repente mesmo com todo vento que batia em meu rosto eu comecei a me sentir sufocado. Aquela sensação novamente. Sabia que receberia inúmeras mensagens como essa então o impedi de falar comigo, bloqueado. E a sensação cresceu, segurei no ferro branco com força e sabia que dali em diante eu só tinha uma opção que era conseguir me controlar ou eu estaria completamente fodido.


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Notas finais do capítulo

Será que Kevin não irá desistir mesmo?! E Alice e Arthur "se aproximando", agora com o sofrimento do irmão dele acho que abre uma brecha para essa guerra de mágoa dos dois. Enfim... Até o próximo ♥



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