Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 2
Encarar a Realidade


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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"Tenho que deixar vocês todos para trás e enfrentar a verdade"

 

Alice Narrando

As coisas desmoronaram de uma forma que eu não conseguia nem entender direito. Tudo o que eu fazia era tentar ajudar Kevin a se sentir melhor, porque eu sabia o quanto era doloroso passar por uma desilusão amorosa, ainda mais no caso dos dois que estavam juntos há mais tempo que eu e Arthur sonhamos em estar.

— Oi. – Fabiana me puxou quando eu saia do meu dormitório. – Cadê o Murilo?

— Até onde eu sei ele não estava aguentando ficar aqui e foi para um dos hotéis da família. Mas... Não é bem isso a verdade.

— E qual é a verdade? Tem a ver com ele e Kevin né?

— Tudo indica que sim. – suspirei. – Como você está?

— Eu tô bem. E você? – ela deu um sorriso amoroso.

— Também. – olhamos para Soph que vinha quase correndo.

— De hoje Yuri não passa. – ela disse animada e sorriu. Tentei sorrir e Fabiana deu uma pequena risada. – Dizem que seu pai e o meu estão se reorganizando para mudar as atividades para irmos embora. Enquanto isso nós estamos ATOA. – ela gritou a última palavra mais animada do que quando disse sobre Yuri.

— Vou ir ficar com Kevin. – avisei a elas e me despedi.

— Ei. – Fabiana me puxou. – Precisa de ajuda?

— Não. Basicamente ele só precisa ter alguém ao lado. Arthur e eu estamos dando conta. E você não é a melhor pessoa... – ergui a sobrancelha.

— Ah é. – ela deu uma risada. – Mas se você quiser conselhos ou algo do tipo. Juro que já coloquei minha cabeça no lugar.

— Não precisa jurar, eu estou vendo. – sorri.

— Sabe que já está chegando a hora de eu ir embora né? – ela fez um beiço enorme, puxei seu piercing a fazendo reclamar.

— Eu sei. Mas realmente não posso deixa-lo sozinho agora. – suspirei. – Kevin é vulnerável demais, ele não pode retroceder a toda mudança que meu irmão trabalhou com ele. Espero que entenda.

— Entendo. É o seu cunhado. É mais importante que eu.

— Drama Fabiana? Não combina com você.

— Aquelas merdas que fiz correndo atrás do Murilo também não. – reviramos os olhos juntas. – Essa cidade é tóxica.

— Não fale mal da minha cidade. E Soph tá te esperando ainda, tchau. – sai andando antes que ela me prendesse em uma conversa interminável.

Murilo Narrando

Abri os olhos e uma luz forte me fez fecha-los de novo. Vagarosamente abri de novo e notei que eu estava em uma cama de hospital.

— Oi, como você está se sentindo? – ouvi a voz de uma mulher. Olhei e vi que era uma enfermeira.

— O que aconteceu? – perguntei no idioma dela. Ela colocou o aparelho para medir minha pressão.

— Você não se lembra? – parecia que ela estava com medo de me falar.

— Não me lembro muito bem, eu estava na sacada do hotel e de repente o meu coração começou a acelerar muito, muito mesmo e parecia que eu estava totalmente sem ar. Depois disso não me lembro de mais nada.

— Você sabe que sofre de transtorno de ansiedade generalizada?

— Sim. Mas desde criança que os sintomas amenizaram, minha psicóloga disse que seria difícil piorar assim.

— Você deve estar passando por algum fator bem estressante. – ela tirou o aparelho. – Sua pressão agora está um pouco baixa, mas vai normalizar.

— Quem me trouxe?

— Um rapaz do hotel. Ele ligou para um parente seu, deve estar chegando.

— Murilo! – Gardan entrou correndo. – Fiquei louco quando me ligaram, como você está?

— Estou bem, calma.

— A médica vai vim daqui a pouco. – a enfermeira disse e saiu.

— Você me deu um susto garoto! Quando soube que você estava vindo para o hospital com taquicardia eu pensei em tanta coisa.

— Desculpa, você nem tem filhos, não devia passar por isso.

— Olá. – uma mulher que parecia ser a médica entrou. – Temos que ter uma conversa séria rapazinho. – ela puxou a cadeira e se sentou ao lado da cama. – Seu quadro é um pouco preocupante. A dosagem do medicamento para baixar sua adrenalina foi além do esperado. – ela encostou-se à cadeira e respirou fundo. – Estou com todos os seus exames aqui, não há nada cardíaco. Realmente é uma ansiedade generalizada que já está comprometendo sua saúde física. Geralmente as pessoas conseguem chegar sozinhas até o hospital... Você precisou ser trazido e nem se lembra direito. – ela ficou me olhando. – O tratamento inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. Vou ter que encaminha-lo a um psiquiatra. – agora ela olhou para o Gardan. – O senhor é pai dele?

— Parente do pai e responsável por ele.

— É muito sério o que estou dizendo, se ele não seguir o tratamento corretamente é bem capaz de estar aqui no hospital no mínimo toda semana.

— Sim, vou providenciar as consultas.

— Você faz uso de drogas Murilo? – fiquei olhando pra ela com vergonha de responder. – Se usar cocaína você está acelerando o processo do transtorno.

— Não, não uso. – respondi rapidamente.

— Maconha pode te levar a um quadro depressivo. Você não pode ter contato com drogas Murilo, quem tem qualquer transtorno mental precisa redobrar o cuidado com drogas e álcool.

— Álcool também?

— Sim, porque ele te dá um pico de euforia, mas quando cai vem um quadro depressivo. Isso em todo mundo, mas em você é em maiores proporções.

— Interessante. – talvez fosse a hora de pensar em parar de beber pra caralho.

— Pelo que vejo você é um garoto sábio e está de acordo com o tratamento e vai colaborar. –ela sorriu.

— É para o meu bem. – suspirei. – Odeio essas crises.

— Fico aliviada. É importante que saiba que você não vai melhorar da noite para o dia e que ainda que com os medicamentos e a terapia você pode vim a ter alguma crise maior, mas não pode desistir. Combinado?

— Sim. – sorri amistosamente. Ela voltou a olhar Gardan.

— Vou preencher os papéis, vou indicar ótimos profissionais. – ele assentiu e ela saiu dizendo que voltaria logo.

— Liguei para o seu pai. – ele falou sério. – Foi difícil convencê-lo a não pegar um avião e vim pra cá.

— Por que ligou pra ele?

— Queria saber qual problema você tinha! Ninguém para no hospital do nada.

— Mal cheguei e só estou te dando trabalho.

— Estou tendo a experiência completa de ter um filho. – ele deu uma risada.

— Ainda não. Falta muita coisa.

— Vinicius e eu decidimos algo... Você com certeza não vai gostar.

— Ele não está mandando o Kevin vim pra cá não né?

— Kevin é quem? Seu ex namorado né? Porque você se encheu de esperança.

— Mentira.

— Errou. Mas você não pode ficar sozinho.  – o interrompi.

— Não quero dar mais trabalho a você.

— Não vai dar. Um dos funcionários de maior confiança do hotel vai ficar com você no seu quarto a noite toda. Inicialmente ele vai te distrair. Não é para ele ficar lá de segurança. É pra você relaxar um pouco.

— Vou relaxar estando com um cara que nem conheço. Excelente.

— Então, vocês terão muitos assuntos e muita coisa pra contar.

— E por ser de maior confiança aposto que é um ancião. Até que será legal ouvir as histórias do vovô. Mas me preocupa que eu que tenha que trazê-lo passando mal.

— Você é mesmo cheio de gracinha né Murilo?

— E ainda assim sou cheio de problemas. Imagina se não fosse.

— Aqui estão. – a médica chegou com os papéis e quinze minutos depois fomos liberados.

— Não acredito que eu vim de roupão. – falei ao levantar da cama, nem havia reparado nisso.

— Agradeça por ele ser enorme e tampar tudo. O hotel investe em qualidade.

— Se eu ouvir mais alguma coisa sobre a infraestrutura ou vantagens desse hotel eu me jogo do último andar. – ele deu uma risada enquanto entravamos em seu carro.

— O mensageiro reportou ao superior dele que não passou todas as informações a você. Você chutou o cara de lá né?

— Lógico. Sem sombra de dúvida.

— Pois é, agora acho que você deve um pedido de desculpas porque foi ele quem te trouxe.

— Que? Como assim?

— Você é um convidado ilustre, sabe disso. Ele está “por sua conta”, ele ainda está na função dele, mas se você precisa o seu pedido ou ligação é direcionado a ele.

— Mas ainda não entendo.

— Ele é o nosso funcionário de maior confiança. – ele me olhou e parecia querer rir. Que idiota.

— Agora eu acho que devo desculpas em dobro.

— Eu acho mesmo que você deve. – ele afirmou e enfim riu.

 

 


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Notas finais do capítulo

Para as apostas que o Murilo iria se afundar em coisas erradas, infelizmente perderam. :(
Tenho que dizer algo que já disse antes, amo tanto a Fabiana. Acho que o erro da perseguição com Murilo foi perdoável né?! Aos poucos ela volta a ser aquela Fabi do inicio.
Amanhã vai ter post ♥



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