Coco escrita por Jupiter vas Normandy


Capítulo 5
Bruxas na Realeza?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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— VOCÊ NÃO PODE FICAR AQUI!

O grito de Coco vindo da escada assustou Kevin, que estava com um pano nas mãos tirando o pó do mostruário na entrada. Kevin sabia que não devia subir para os outros andares do prédio, mas a reclamação o deixou confuso.

— Não posso limpar as vitrines?

— Você não, ele! – Coco sibilou, apontando para o corvo, que a encarou com fria desobediência e bateu as asas em resignação, sem sair do lugar. – Lá para cima, Nanquim. Agora!

O corvo virou a cabeça, como se a cena tivesse deixado de ser interessante. Coco levou a mão ao peito, a boca aberta em uma expressão dramática de ofensa. Tratando-se dela, essa era a pior coisa que alguém, fosse uma pessoa ou animal, poderia fazer.

— Esse… esse… pássaro! Ele está me ignorando!

— Uau. Você xingou um pássaro de “pássaro”? Que boca suja… – Kevin murmurou, voltando sua atenção para a rua. – Eu não acho que ele entende o que você fala.

— Ah, entende sim…

Coco andou devagar, enquanto Nanquim analisava seus movimentos com um aspecto de soberba. Antes que ela se aproximasse, ele alçou voo, passando rente aos cabelos rosa-chiclete da dona, que se abaixou cobrindo a cabeça com as mãos, e subiu voando as escadas.

Um à zero para o corvo.

— Eu odeio essa criatura…

— Sim, sim, eu também acho – respondeu Kevin. Coco cruzou os braços, notando que a atenção dele com certeza estava em outro lugar.

— E desde quando você limpa as vitrines? Por que sempre que eu lhe vejo você está espreitando alguma coisa lá fora? Se for a Pam de novo, eu realmente preciso avisar que isso está ficando estranho.

Kevin encarou Coco com desdém.

— Pare de falar como se eu fosse um perseguidor. Eu não estava seguindo a Pam, estava evitando.

— Ainda imaturo, porém menos assustador.

Kevin ignorou. Coco não estava em posição de julgar maturidade de ninguém. Sabia que ela tinha mais ou menos sua idade, mas havia algo de infantil na falta de seriedade com a qual ela encarava todas as coisas.

— De qualquer forma… Tem um cara lá fora tirando fotos da doceria, e ele não é o primeiro. Vi um ontem, e hoje de manhã tinha dois. O que acha que pode ser?

— Espero que seja para um catálogo de culinária!

— Eu acho improvável que quatro fotógrafos tenham aparecido para tirar fotos da mesma doceria para um catálogo…

— Tem razão. Eu vou perguntar – falou, quase saltitando em direção à entrada e colocando seu chapéu pontudo antes de sair. Assim que abriu a porta, no entanto, Coco mudou sua postura, pondo as mãos na cintura e erguendo o rosto. Perguntou ao rapaz do outro lado da rua o que diabos ele estava fazendo ali e o pobre coitado se atrapalhou nos próprios passos enquanto recuava, quase derrubando a câmera no chão. Coco voltou para dentro da loja e abriu um largo sorriso. – Ele foi embora, acho que não vamos saber o que queria.

— Você fez aquela cara, não fez?

Coco piscou, sem entender.

— Qual cara?

— Quando você parece irritada à ponto de pular no pescoço de alguém.

— Pff, impossível. Eu não tenho essa cara.

— Claro… – disse, cético. “Aquela cara” foi exatamente a primeira impressão que ele viu de Coco quando se conheceram. Alvo daquele olhar bravio, Kevin pensou que realmente teria uma morte miserável: amaldiçoado por uma bruxa entre as paredes lilases de sua doceria artesanal. – E você quase surtou com seu corvo de estimação porque é sua forma de demonstrar carinho?

— Nanquim não é realmente meu! Ele é do meu pai, eu só tenho a Baunilha – defendeu, como se sugerir que Nanquim a pertencia fosse mais ultrajante do que insinuar sua irritação.

Baunilha era a velha gata branca e felpuda de Coco, um animal manhoso e preguiçoso. Toda vez que Kevin olhava, ela estava dormindo na mesma posição tão serenamente imóvel que ele não tinha mais certeza de que o animal estava vivo.

Como Kevin não se interessava nem um pouco sequer com a quem os animais que viviam na loja pertenciam, ele deu de ombros para a resposta. Foi para trás do balcão, com o pano de limpeza sobre o ombro e Coco se sentou em uma das banquetas, confirmando que não estava no melhor dos humores. Geralmente, ela pulava direto para o balcão. Como um barman de filmes antigos, Kevin resolveu entrar no papel.

— O de sempre? – perguntou. Coco assentiu, desanimada. Ele preparou um extravagante milkshake de chocolate com calda e chantili e todos os complementos a que tinha direito em um copo de 1 litro. Da primeira vez que Coco havia preparado um daqueles ele pensou que era brincadeira, mas, assim como agora, Kevin testemunhou a bruxa acabar com o milkshake em menos de um minuto. Kevin se sentia enjoado só de olhar. Não era muito fã de doces.

— Manda outro. Quero afogar minhas mágoas.

— Dia difícil?

Coco deu um suspiro frustrado, como se de uma hora para a outra o governo tivesse banido todo o açúcar das sobremesas. Kevin lhe entregou o segundo milkshake, cujo canudo ela prontamente descartou e passou a beber do copo com a facilidade de quem bebe água. Ao fim, Coco limpou o chantili do rosto e bateu o copo vazio no balcão.

Kevin estava internamente horrorizado.

— Eu fiz os doces sem graça que você falou – disse ela, pulando o balcão para o lado de Kevin e se abaixando atrás do mostruário. Levantou com três bandejas de chocolates e outros doces completamente não mágicos. – Eles também não funcionaram.

— Funcionaram melhor do que os outros. Eu estava na rua hoje de manhã e várias pessoas gostaram.

— Mas nenhuma veio aqui!

Kevin já a conhecia o bastante para saber que não deveria lhe pedir calma. Em vez disso, apoiou-se no balcão, escolhendo casualmente um dos chocolates. Impressionante. Kevin tinha certeza de que os chocolates estavam normais, bons, até… Mas havia algo diferente. Depois de experimentar as trufas que Coco havia criado, o chocolate normal não parecia mais tão interessante. Talvez, só talvez, Kevin devesse ter pensado melhor antes de provar a receita de uma bruxa tão impulsivamente, mas ele era todo curiosidade e gestos impensados. Desculpe, na verdade curiosidade não o descreve muito bem, é mais um: “E daí? Que raios pode acontecer e que seja assim tão ruim?”

Bom, só para começar, ele, que já não gostava de muitos doces, também não se interessava mais por chocolate. Então sim, provar doces de bruxas pode causar terríveis efeitos colaterais.

— Você não disse que suas amigas gostam de seus doces? Será que elas não viriam aqui? – perguntou, colocando mecanicamente outro chocolate sem graça na boca, apenas para confirmar que continuava sem gostar deles e finalmente os descartar. Coco fez uma careta de desaprovação.

— Minhas amigas não são lá boas clientes… ah, essa não. Uma delas nos achou. Atende ela por mim, ok? Vou me esconder.

Kevin seguiu o olhar de Coco até a entrada, onde uma mulher baixa, mas forte, com jeito de atleta, entrou, usando um longo manto vermelho com capuz abaixado, deixando à mostra os cabelos castanhos encaracolados presos em um alto rabo de cavalo. Parecia apenas um pouco mais velha que os dois, um ou dois anos no máximo. Ela os cumprimentou com um sorriso caloroso ainda atravessando a porta.

— Ela não parece ruim… Coco? – Kevin olhou ao redor, mas sua chefe já tinha sumido. Coco tinha essa mania… Kevin se apoiou no balcão de mármore branco com os braços cruzados. – Posso ajudar?

— A Coco está? Acho que prefiro fazer o pedido com ela.

Apesar do tom simpático da cliente, Kevin abriu um sorriso seco.

— Ela se escondeu lá atrás, mas garanto que eu também tenho as habilidades necessárias para pegar seu pedido. – O tom desinteressado foi acompanhado pelo cardápio que Kevin deslizou sobre o balcão na direção da cliente e o clique de uma caneta aguardando prestativamente para preencher a comanda. Ela não percebeu a ligeira indisposição do atendente, então parecia estar de bom humor.

Era uma grande encomenda e Kevin já imaginava o porquê da insistência em falar com Coco. Conhecia aquele tipo de cliente de empregos anteriores. Ao final, ele disse o valor e perguntou o nome da cliente, que piscou estática com incredulidade.

— Você não me conhece?

— Eu sei quem você é, só não sei seu nome.

É claro que Kevin a conhecia! Quem não? Toda semana havia uma matéria no jornal ou na televisão sobre como a caçadora cruzava todos os reinos exterminando lobos cruéis e livrando pequenas cidades de tais algozes. Todas as matérias se referiam à ela como Chapeuzinho Vermelho, e podia ser aceitável no começo, quando ainda era uma criança, mas com certeza não era mais. Kevin se recusava a olhar para uma mulher de quase 25 anos e chamá-la por:

— Chapeuzinho Vermelho. – Ela falou.

Ridículo. Por que a Terra do Nunca era cheia daqueles nomes?

— Não, seu nome de verdade.

Ela inclinou a cabeça com um olhar curioso.

— Você é um Forasteiro? Não sabe como as coisas são aqui? Esse é o meu nome de verdade para você, amigo.

Ele suspirou, desistindo. Anotou o pedido sob o nome de “Vermelha”.

— Esse não é meu nome.

— É quase.

— “Quase” quer dizer que não é – retrucou, ríspida, tirando seu machado da cintura e repousando-o no balcão como uma ameaça muda, mas seus olhos eram brincalhões. Parecia uma veterana tentando pregar peças em um calouro. Kevin acompanhou o movimento com calma, a expressão inalterada. Infelizmente para ela, Kevin nunca foi muito paciente para brincadeiras.

— Coco, sua amiga tem um machado – falou, sem tirar o olhar desinteressado da cliente, sabendo que Coco podia ouvi-lo na sala ao fundo. – Acho que estou sendo ameaçado. Posso chamar a polícia?

— QUAL É O SEU PROBLEMA? – Se Kevin parecia alheio, Coco irrompeu pela porta como a criatura mais irritada do mundo, o olhar fixo sobre a “Chapeuzinho Vermelho”. Kevin disfarçou o sorriso pegando alguns suspiros do mostruário, sentindo-se a plateia de um show. – Eu já disse para você parar com isso!

— Você sai por aí ameaçando muitas pessoas, Vermelha? Uh, que feio… – Kevin comentou casualmente, levando outro suspiro à boca. A cliente apenas ouviu estática enquanto Coco continuava o sermão.

— É por causa disso que fomos expulsas de três restaurantes e agora a Cindy não sai mais com a gente! Você não é uma superstar só porque virou uma caçadora, tá?! – Finalizou apontando com desgosto para o machado. – E tira isso do meu balcão, você mata lobos com isso, que coisa!

“Chapeuzinho Vermelho” permaneceu quieta até o sermão acabar e o silêncio durou apenas alguns segundos. Então ela sorriu com empolgação e abriu os braços, capturando Coco, menor do que ela, em um abraço esmagador. Coco deu tapinhas nervosos no braço dela tentando sinalizar que não conseguia respirar, mas foi ignorada.

Kevin soltou os suspiros e já estava com o telefone na mão para chamar a polícia, certo de que “Chapeuzinho Vermelho” a estava matando (e também o mataria se tentasse intervir, então Kevin, sabiamente, não moveu um músculo na direção das duas), mas logo Coco foi libertada, apoiando-se no balcão enquanto recuperava o fôlego. Do outro lado da linha, a voz perguntou sobre a denúncia.

— Caçadores são loucos. – Kevin comentou, sem tirar os olhos da cena.

Tá, mas e quem não é?— A voz riu. Kevin desligou o telefone. O departamento de polícia do País das Maravilhas era inútil na maioria dos casos, e a doceria ficava um pouco depois da fronteira oficial, mas ainda era jurisdição deles, vai saber por quê.

Chapeuzinho Vermelho enchia Coco de perguntas quase sem pausa para respirar. “Há quanto tempo! Por que você parou de aparecer? Soube do fulano e da fulana? Te mostrei a última foto do meu cachorro?” e, por último, como se tentasse passar despercebido entre a torrente de frases aleatórias, estava a pergunta que esperava fazer desde que entrara:

— …então você sabe como é, os doces são para o aniversário da minha avó, vai ter um monte de gente lá, então que tal se eu pagar com divulgação para a sua loja?

Kevin estreitou os olhos, sem nem tentar disfarçar o desdém.

— Por que essa proposta não me surpreende?

Vermelha não lhe deu a mínima atenção e Kevin imaginou que, sem querer, tinha descoberto como ficar invisível. Um poder que usaria, com toda a certeza, para o mal! Então Coco estendeu a mão para ele, querendo ver os pedidos encomendados, e os planos malignos de Kevin foram por água abaixo. Ele não estava invisível, apenas estava conversando com uma pessoa muito mal educada.

— Rá. Sem chance. – Coco respondeu, vendo a lista que Chapeuzinho Vermelho esperava obter de graça.

— Coco, ela é praticamente sua avó também!

— Você sabe que ela é diabética, né?

— Você não faria um favor desses, somos amigas há quanto tempo?

— Com essa insistência, eu diria que nunca foram… – Kevin murmurou para Nanquim, ao seu lado, que havia retornado, e o corvo grasnou em concordância. Por que os amigos, aqueles que deveriam apoiar, eram sempre os que esperavam algo às custas do outro?

— Pensa bem, isso seria ótimo para a sua doceria, porque eu estaria fazendo divulgação para você e você sabe como todo mundo me adora. Sabe quantos seguidores eu tenho no Instagram?

Coco lançou a Kevin um olhar impaciente, como se dissesse “eu não falei?” Suas amigas eram péssimas clientes. Por isso mesmo não avisara a nenhuma delas sobre a loja. Espera…

— Como você soube da doceria? – Coco perguntou.

— A doceria que você propositalmente escondeu da gente? Estava em todas as notícias.

Coco e Kevin se entreolharam, sem entender, voltando a encarar a cliente com evidente confusão. Chapeuzinho Vermelho suspirou, pegando seu celular e abrindo uma notícia na tela.

— Parece que a família real vai ganhar um novo membro e você sabe como funciona, vasculharam a vida inteira da coitada.

— “Bruxas na Realeza? Conheça a futura princesa Rapunzel e sua família de bruxas…” – Kevin começou a ler, a matéria traçava todas as pessoas relacionadas com Rapunzel, que recentemente havia noivado com um dos príncipes.

— Ei, essa é minha prima! – Coco apontou para a foto da Rapunzel.

— E essa é você. E a doceria. Bom, pelo menos descobrimos a razão dos fotógrafos… – Kevin se interrompeu, percebendo um detalhe muito mais importante. – Espera um pouco, como a Rapunzel pode ser sua prima? Para isso, você teria de ser filha… – continuou rolando a notícia, passando pelas outras parentes excêntricas da futura princesa, até encontrar a que queria – dessa maluca aqui.

Coco espiou por cima de seu ombro e sorriu.

— É. Ela é minha mãe.

Kevin soltou o celular no balcão, encarando Coco com seriedade. Na notícia, a foto aberta de Vênus Dulcedomme, a Bruxa da Casa de Doces.

— E você… não pensou em me dizer… antes de eu aceitar trabalhar aqui?

— Achei que soubesse!

— Como eu saberia?!

Coco desviou os olhos dele para a Vermelha e depois novamente para ele, sem entender a surpresa. Fez um gesto vago indicando a doceria como se isso fosse sinal suficiente.

— Isso não conta, qualquer pessoa pode querer abrir uma doceria!

— Kevin, o sobrenome tá na placa da entrada.

Com as mãos cobrindo o rosto, Kevin murmurava toda a sua incredulidade.

— Sua mãe é a vilã maluca perseguidora de crianças perdidas, Coco!

— As crianças invadiram! E ela nunca tentou matar nenhuma delas, só que só quiseram ouvir o lado das crianças!

Nanquim grasnou e agitou as asas, parecendo concordar. Crianças terríveis! Kevin apontou para ele, o olhar desconfiado.

— De quem é esse pássaro, Coco?!

Naquele momento, pareciam ter invertido as personalidades. Kevin estava agitado, mas Coco observava com indiferença. Ela deu de ombros.

— Você surtou com a minha mãe, acho melhor não contar do meu pai.

Longe de tranquilizá-lo, a resposta omissiva apenas o deixou mais curioso.

Quem é…?

— Eu posso pegar a encomenda de graça ou não? – Vermelha interrompeu, recuperando o celular.

— Não, não pode, ela já disse que não pode. – Kevin falou, sem tirar os olhos da chefe. – Ele é uma figura conhecida?

— É, ele tem meio que uma fama… Mas é inofensivo.

— Ah, como a sua mãe?

— Isso! – Coco sorriu, ignorando o tom ácido na pergunta. – Os dois são pessoas muito tranquilas.

— Me empresta esse celular de novo, Vermelha, eu preciso pesquisar quem é!

Ela estreitou os olhos, sem a menor consideração pela curiosidade de Kevin, e voltou a atenção para Coco.

— Então, você também faz a entrega, né? É no próximo domingo, por favor, não esquece, eu prometi os doces.

O olhar intenso de Coco sobre a “cliente” calou os dois, e o único som no lugar vinha das unhas batendo no balcão enquanto Coco tamborilava ansiosamente os dedos. Quando Kevin a chamou para resolver a questão de sua amiga, ela entrou no salão gritando, mas o silêncio aborrecido dela com aquela insistência insinuava um alerta muito maior do que os gritos.

Oh, sim. Era aquela cara.

— Eu acho que você deveria ir… – Kevin murmurou.

— É… Acho que posso encomendar em outro lugar.

Kevin suspirou.

— Ou você pode pagar a Coco. Parece que você se esforça para não entender o problema, Vermelha.

— Ah, tá bom! Eu vou continuar com você porque já conheço seu trabalho. – Ela concordou, ainda inquieta com o silêncio de Coco.

— Do jeito que você fala, parece até que pagar é um favor…

Coco não disse nada até ela pagar e deixar a doceria, apressada. Ainda fazia aquela cara quando olhou para Kevin, e por um instante ele se perguntou se também a irritara de alguma forma. Deveria sair e ir atrás da Vermelha? Porque a caçadora de lobos era bem menos assustadora do que ver Coco séria.

Mas o aborrecimento não durou muito. Ela pegou a lista encomendada, e seu semblante anuviou, abrindo um sorriso suave ao começar a planejar o trabalho. O clima na doceria, que segundos atrás parecia tão denso, desapareceu com a mesma fragilidade daquele sorriso sutil.

— Conseguimos nossa primeira cliente! – Ela piscou, comemorando. – E conseguimos fazer ela pagar!

— Você que conseguiu. Sem dizer uma palavra, você assustou a “supercaçadora de lobos”. E quer me convencer que sua família é inofensiva!

— Não enche, Kevin.

— Me diz quem é o seu pai, eu juro que não vou surtar! Não consigo pensar em outra coisa agora, eu fico obcecado com facilidade, é um problema crônico!

— Conto outro dia. Agora nós temos trabalho.


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Notas finais do capítulo

Esse cap veio hoje mais para informar que eu vou demorar a postar o próximo (como se não tivesse demorado para postar esse...). O lance é que eu decidi me dedicar um pouco mais a "Coco", que, eu confesso, só escrevia essa história quando tava triste kkkkk Mas agora eu resolvi trabalhar com "Coco" no NaNoWriMo, aquele evento mundial de escrever 50.000 palavras no mês de novembro. Eu realmente vou tentar, mas para escrever tudo isso a qualidade vai sair terrível, então não vou atualizar nada até janeiro, quando eu vou revisar o texto (porque em dezembro eu estarei me recuperando de novembro, não vou mexer na história não kkkkk)
Torçam por mim, é meu primeiro ano no NaNoWriMo! Hoje eu consegui escrever as últimas 1.317 palavras desse capítulo, uhuuuuu! (ainda tá abaixo da meta, mas já é mais do que eu costumo escrever normalmente).