Invisible Play - Level Up escrita por Douglastks52


Capítulo 11
Determinação Necessária


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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—Vamos ter que ir mais rápido! -Disse Sasesu. -Ela está se distanciando! 

—Ela está indo muito rápido, isso não faz sentido. -Comentou Kurokawa. 

—Pode ser alguma habilidade, não? -Sugeriu Takeda. 

—Não, eu conheço bem a velocidade da Lizzy, mesmo com uma habilidade, isso ainda é demais. -Respondeu Kurokawa. 

—E se alguém estiver carregando-a? -Perguntou Takeda. 

—Não há mais ninguém no mapa. -Respondeu Sasesu. 

—Uma pessoa forte o suficiente para incapacitar alguém do nível de Lizzy pode muito bem ter uma habilidade ou item que lhe permita não aparecer no mapa. -Respondeu Takeda. 

—Ela parou de se mover! -Disse Sasesu. -Não é muito longe daqui. 

O grupo começou a entrar numa zona onde a vegetação ficava progressivamente mais densa: 

—Se estamos assumindo que existe um jogador por trás disso deveríamos ser cuidadosos. -Sugeriu Takeda. -Podem haver armadilhas daqui em diante e eles de certeza sabem que estamos aqui se olharam para o mapa. 

Kurokawa sorriu enquanto abria seu inventário e sacava Eclipse: 

—Espero que você esteja certo, Takeda... 

—Lembrando que a nossa prioridade é encontrar Lizzy! -Afirmou Sasesu. 

De um segundo para o outro, Sasesu, que estava na frente do grupo, foi atingido por algo e arremessado vários metros para trás. Kurokawa e Takeda instantaneamente afastaram-se e começaram a tentar perceber o que tinha acontecido: 

—Eu nem sequer vi o que acertou Sasesu... -Pensou Kurokawa. 

—De perto, vocês são um pouco mais fortes do que esperava. -Disse aquele homem. 

Kurokawa avançou e desferiu um ataque com sua espada no mesmo instante em que ouviu aquela voz. Mas no momento em que lâmina atingiu o local do qual ele tinha ouvido a voz, já não havia nada ali. Takeda rapidamente percebeu a situação e correu até Kurokawa: 

—Fique de costas para mim! -Disse ele se reposicionando. -Vamos cobrir todos os nossos pontos cegos. 

Os dois permaneceram em total silêncio tentando reagir ao próximo movimento do seu adversário. Vários segundos passaram-se, mas a atmosfera tensa não diminuía. Kurokawa percebeu que ainda havia um ponto cego e teve um mau pressentimento: 

—Em cima! -Gritou ele. 

Takeda e Kurokawa saltaram em direções contrárias e a posição onde eles estavam anteriormente foi esmagada por algo: 

—Bons instintos, pirralhos. -Disse a mesma voz de antes. 

Eles olharam e viram um homem alto de postura imponente. A sua camisa regata branca destacava os seus grandes músculos. Ele tinha curtos cabelos negros com vários fios brancos, uma característica também presente na sua modesta barba. Seus olhos negros transmitiam uma aura intensa: 

—Vocês sobreviveram a dois ataques, quer dizer, dois de vocês sobreviveram então vou aceitar isso como uma prova de vossa força e deixar vocês irem embora. 

—Eu também estou vivo! -Retrucou Sasesu aproximando-se depois de finalmente ter conseguido se recuperar do ataque. 

Kurokawa já tinha sobrevivido a muitas batalhas e por isso sua capacidade de estimar a força de pessoas costumava ser bastante precisa. Apenas em alguns segundos observando aquele homem, ele entendeu que caso eles lutassem cem vezes, talvez ele vencesse uma. Mas isso não era um problema, quanto maior o desafio, maior a felicidade em superá-lo: 

—Kurokawa, você vai morrer. -Advertiu Takeda entendendo o que passava na cabeça de Kurokawa. 

—Essa não é uma oportunidade que eu posso deixar passar... -Disse Kurokawa preparando-se para atacar. 

Takeda percebeu que tinha que fazer algo ou a situação não acabaria bem: 

—Senhor! -Interferiu ele. -Você nos atacou duas vezes, você acha que não seria justo nós também podermos te atacar duas vezes?  

—Você é ousado, pirralho. -Respondeu aquele homem. -Mas parece justo. Façam os vossos dois ataques logo e depois deem o fora daqui. 

—Eu fui o único atingido então é justo que eu tenha direito a um ataque. -Disse Sasesu sacando o seu martelo. -Não é nada pessoal, eu só estou irritado mesmo. 

Ele caminhou na direção daquele homem e balançou o seu martelo com toda a força que tinha. Sasesu foi empurrado para trás devido ao impacto, as suas mãos doíam, mas aquele homem não havia sequer se movido: 

—Que tipo de monstro...é esse cara? -Pensou ele. 

Kurokawa sorriu enquanto se aproximava: 

—Minha vez! 

Ele afundou o seu pé no chão, segurou sua espada com as suas duas mãos, concentrou mana no seu corpo inteiro e com toda a sua força fez seu ataque. Eclipse libertou ondas de energia branca e preta que dilaceraram todas as árvores vários metros à frente de Kurokawa. Mas aquele homem manteve a sua postura como se nada tivesse acontecido: 

—Bom ataque, pirralho. Agora desapareçam. 

Kurokawa permaneceu parado encarando-o: 

—Acho melhor irmos embora, não vamos vencer contra esse cara. -Sugeriu Takeda. 

—Não podemos ir embora sem Lizzy! -Retrucou Sasesu. 

—Ei, tio, me deixa te atacar mais uma vez. -Disse Kurokawa totalmente focado no seu oponente. 

—Ei, Kurokawa, essa não me parece uma boa ideia... -Sussurrou Takeda. 

—Ei, pirralho, você acabou de me chamar de tio? -Aproximou-se aquele homem agarrando a cabeça de Kurokawa com uma de suas mãos. -E o que eu tenho a ganhar com isso? 

—Se eu não conseguir te fazer mover, você pode me atacar uma vez. -Respondeu ele sem hesitar com seus olhos queimando com determinação. 

Aquele homem gargalhou: 

—Você é arrogante, pirralho. Não sei se você é idiota ou corajoso, mas gostei da tua confiança. Venha, mas não se arrependa depois. 

Kurokawa respirou fundo, fechou os seus olhos e começou a se concentrar. O que estava a sua frente era apenas mais um dos incontáveis obstáculos que ele teria que enfrentar. Apenas mais uma pedra no seu caminho. Ele agarrou o punho de sua espada com mais força do que antes e balançou com toda a sua convicção. O seu ataque foi forte o suficiente para gerar ondas de ventos e rachar o chão a sua frente. Mas ainda não era forte o suficiente para mover aquele homem: 

—Você conseguiu superar a força do último ataque, impressionante, pirralho. Mas você falhou, chegou a hora de encarar as consequências. 

A determinação nos olhos de Kurokawa não desapareceu por nem um segundo, ele cravou eclipse no chão, abriu seus braços e encarou o seu adversário: 

—Eu estou pronto. 

Aquele homem sorriu, deu um passo na direção de Kurokawa e afundou seu punho no tórax do jovem. Kurokawa foi projetado para trás numa velocidade insana. O seu corpo chocou-se contra diversas árvores, atravessou-as, voou mais alguns metros, bateu contra o chão e continuou rolando até bater em outra árvore: 

—Eu não usei muita força então ele não deve estar morto. -Comentou aquele homem. -Vocês dois, peguem-no e vão para casa. 

Sasesu e Takeda correram na direção de Kurokawa, que aparentemente estava inconsciente, para ajudá-lo. Ao aproximar-se, eles foram interrompidos: 

—Eu estou bem... -Disse Kurokawa. 

Sangue escorria pelo seu rosto, várias de suas costelas estavam quebradas juntamente de um de seus braços. O impacto contra as árvores havia causado vários cortes no seu corpo, inclusive em um de seus olhos. Ele vomitou uma boa quantidade de sangue, utilizou o seu braço funcional para agarrar-se na árvore e levantar: 

—O que você está fazendo? -Perguntou Takeda. -Já não é o suficiente? Você quer morrer? 

—Presta...atenção... -Disse ele caminhando na direção daquele homem. -Ei, mais uma vez...mesmas regras de...antes? 

—Olhe, pirralho, eu não quero te matar. 

—Você não vai. -Disse Kurokawa tirando Eclipse do chão. -Porque eu vou vencer. 

—Tudo bem, eu aceito. -Respondeu aquele homem. -Se você deseja tanto assim morrer, eu vou te dar uma morte honrável pelo menos. 

Kurokawa fechou os seus olhos novamente e começou a pensar. Não conseguir mover um de seus braços diminuía o poder de seu ataque pela metade. Grande parte da sua força e concentração estava sendo usado apenas para ignorar a dor e permanecer consciente. Ele começou a lembrar-se de seus dois últimos ataques na tentativa de entender o que fez errado: 

—Preciso concentrar toda a minha força em um único ponto ao invés de dispersá-la. -Pensou ele. 

—Kurokawa, você vai morrer se falhar, então estamos aqui para te emprestar a nossa força. -Disse uma das vozes presente na sua espada. -Só utilizando força, você nunca será capaz de ganhar isso. Imagine toda a sua mana fluindo para a espada e depois concentre-a toda na ponta. 

Kurokawa respirou fundo mais uma vez, essa não era uma situação que permitia erros, mas a sua confiança nunca foi abalada. Ele abriu os seus olhos enquanto seguia as instruções que lhe foram dadas. E dessa vez, ao invés de balançar a sua espada, ele avançou na intenção de perfurar aquele homem parado à sua frente. A mana de Kurokawa fluiu do seu corpo através de sua espada até explodir contra o corpo de seu inimigo. 

Ele olhou para os pés daquele homem e percebeu que ele havia sido empurrado alguns centímetros para trás: 

—Eu te disse que ia ganhar... -Sorriu Kurokawa perdendo o equilíbrio e caindo no chão inconsciente. 

—O que ele exatamente ganhou com isso? -Perguntou aquele homem simultaneamente confuso e impressionado. -Ele faz esse tipo de coisas com frequência? 

Takeda e Sasesu aproximaram-se para conferir o estado de Kurokawa: 

—Ele está vivo, mas ele perdeu bastante sangue. -Comentou Takeda. 

Enquanto todos estavam distraídos pelo o que havia acabado de acontecer, Lizzy teve tempo de aproximar-se: 

—O que está acontecendo aqui? 

Aquele homem rapidamente percebeu a confusão em que havia se metido: 

—Calma, eu sei que isso parece errado, mas eu posso explicar... 

—Você até pode me forçar a voltar para a casa, mas não pense que eu vou te perdoar por machucar os meus amigos, pai! -Gritou Lizzy furiosa. 

—Calma, “pai”? -Perguntou Takeda confuso. 


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Notas finais do capítulo

Estamos no segundo volume e já dá para ver uma compilação de quase-mortes do Kurokawa. E como assim, "pai"?