O Despertar dos Sentidos LIVRO 1 escrita por Shirley Santos


Capítulo 5
4 - Uma Ruiva Aterrissa EM SÃO Paulo




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No aeroporto de Congonhas, aterrissa um avião vindo da cidade do Rio de Janeiro. Ele taxia na pista e demora dez minutos para estacionar no pátio, pois não havia cumprido o horário programado por causa de sua antecipação em chegar. Depois, aguarda cinco minutos para que o reboque auxilie no atracamento da aeronave no pátio.

Os passageiros são autorizados a se levantar e pegar seus pertences no compartimento de bagagem de mão, porém demora mais cinco minutos para que a porta seja aberta e os primeiros passageiros possam sair pela ponte de desembarque.

A última passageira a sair é uma mulher muito atraente, cabelo tingido de vermelho escarlate vibrante, longo na altura da cintura e liso, perfeitamente maquiada, corpo escultural como se frequentasse academia diariamente.

Usa vestido tipo tubinho preto na altura do joelho com decote em V e sem manga. Um dos acessórios é um cinto largo prateado que combina com as sandálias de salto agulha também prateadas e uma bolsa de ombro média branca, unhas dos pés e das mãos perfeitamente decoradas com esmalte vermelho rubi.

Os outros acessórios são brincos de argola fina, grandes, prateados, mais um par de brincos tipo pedra brilhante em outros furos das orelhas bem próximos aos primeiros. Usa também um piercing tipo pedra brilhante bem delicado no lado direito do nariz. Uma pulseira com pingentes de estrelas junto com um relógio pequeno e delicado de aço no braço esquerdo que completa o look. Ouve "Stairway to Heaven" do grupo Led Zeppelin no fone de ouvido acoplado ao celular preto e moderno.    

 

Vídeo da música

 

Simone Andrade é uma mulher totalmente diferente daquela que partiu para sua liberdade onze anos antes. Seus olhos demonstram determinação e confiança que jamais demonstraram anteriormente.

Por onde ela passa com seu caminhar sofisticado, olhares curiosos, invejosos e lascivos a seguem. Ao chegar à esteira de bagagens fica aguardando por suas malas e observa os arredores. Percebe a aproximação do comissário de bordo que lhe atendera durante o voo.

Um rapaz um pouco mais alto que ela, branco, atlético, loiro, de olhos azuis claros quase cinza, perfeitamente uniformizado e que leva consigo uma pequena bolsa azul marinho. Ele começa a conversar com a ruiva fazendo-lhe tirar um dos fones do ouvido.

— Você aproveitou bem sua viagem?

— Sim. Foi agradável. – responde com um sorriso sutil.

— Pergunto isso, pois senti seu nervosismo do momento em que decolamos até o momento em que aterrissamos. –sorri debilmente.

— Estava tão nítido assim? – ela abre mais o sorriso.

— Sim. Aposto que foi sua primeira viagem de avião.

— Exatamente!

— Posso perguntar qual é seu nome? – abre um sorriso de orelha a orelha e olhos brilhantes cheios de lascívia.

— Claro. Meu nome é Simone. E o seu?

— O meu é Maurício. Olha, Simone, já viajei muito e para vários lugares do Brasil, já vi várias mulheres belas, mas nenhuma tão bela como você!

— Aposto que diz isso para todas. – responde rindo divertida pela situação.

— Na verdade, não. – ele desfaz o sorriso ao demonstrar sinceridade em seu olhar — Esta é a primeira vez que paro para conhecer uma passageira.

Simone dá uma gargalhada deixando-o constrangido, então responde:

— Ok! Vou fingir que acredito!

A esteira começa a funcionar, as primeiras malas começam a surgir e ele pergunta ainda encabulado:

— Posso lhe ajudar com sua bagagem?

— Te agradeço muito se fizer isso. – responde sorrindo e piscando um olho para ele.

As malas de Simone são a sexta e a sétima a aparecer na esteira. As duas são gigantes, com rodinhas que auxiliam no transporte e decoradas com cenas de filmes famosos.

— Lá estão minhas malas. – murmura apontando na direção delas.

Eles aguardam a bagagem se aproximar, então ele se abaixa para pegar a primeira, porém sente um pouco de dificuldade por causa do peso.

— Pesadinha essa mala! – exclama rindo.

— Sim. Eu sei. – responde também rindo, então se abaixa para pegar a segunda — Por isso lhe agradeço muito.

— Pelo visto, você gosta muito de cinema, não é? – Maurício pergunta colocando a mala no chão, arrumando-a para puxá-la.

— Eu amo cinema. – ela faz o mesmo com a outra mala — Principalmente, porque sou formada na área.

— Então é cineasta?

— Pode-se dizer que sim, mas ainda não tive nenhum projeto idealizado por mim. – responde caminhando em direção à saída ao lado dele. Chegando ao saguão, murmura tentando pegar a mala que está com ele — Agora pode deixar comigo.

— De forma alguma! Vou acompanhá-la até a saída. Agora, posso fazer outra pergunta?

— Sim. – responde, depois vira o rosto do lado contrário dele e revira os olhos.

— Você é comprometida? Ai, que besteira a minha! Com certeza é comprometida!

— Infelizmente, não. – Simone volta sua atenção para ele.

— Mas, como isso pode ser possível? Não existem homens no Rio?

— Sim. Existem. Eu é que não quis ficar com nenhum. – responde fazendo charme com o cabelo.

— Então, você é muito exigente?

— Com certeza!

Eles finalmente chegam à saída principal, próximo do ponto dos táxis, Simone se irrita com a luz solar, coloca os óculos de sol que carrega na bolsa.

— Agora, com certeza parece uma atriz de cinema! – diz Maurício, então assovia para chamar atenção de um taxista — Mais uma pergunta, Simone.

— Nossa! Você gosta mesmo de perguntar. – ela dá uma risadinha.

— Qual seu número de telefone? Sabe, para marcar um jantar e conversar.

Simone respira fundo, olha envolta pensando no que irá dizer, enquanto o taxista pega suas malas e as leva para colocar no porta malas. Em seguida, abre a porta e aguarda Simone entrar, então finalmente ela se pronuncia:

— Sabe de uma coisa! Acho que vou deixar por conta do destino nos reunir uma próxima vez.

— Ah! – Maurício exclama, enquanto a vê caminhar em direção ao táxi, até que dá um grito — Simone!

Ela se vira e ele fala:

— Você é o avião que eu daria de tudo para poder pilotar!

Ela sorri, joga um beijo e faz charme com o cabelo ao se virar, em seguida entra no táxi. Confere as horas no relógio, "São dez horas, não posso demorar, a entrevista na produtora que Dudu trabalha, é às quatorze horas", reflete.

— Para aonde, Senhora? – pergunta o taxista.

— Para o Real Hotel, aqui está o endereço. – Simone lhe entrega um pequeno papel.

O motorista olha o papel e lhe devolve, em seguida dá partida no carro e saí. Simone dá uma olhadinha para traz e percebe que Maurício ainda está parado olhando para ela dentro do táxi. A ruiva se vira e sorri balançando a cabeça, "Homens. São todos iguais.". Depois volta seus pensamentos na entrevista, "Espero que o Dudu tenha falado muito bem de mim, eu preciso desse trabalho.".

 

(***)

 

Ao chegar no Real Hotel, Simone entra, tira os óculos, segue em direção à recepção para se registrar.

— Por favor, tenho uma reserva. – murmura para a recepcionista.

A recepcionista é uma moça de aparência jovem como Simone, com cabelo loiro platinado preso com coque no alto da cabeça, maquiagem perfeita, além de estar perfeitamente uniformizada. Ela olha para Simone e pergunta com desdém:

— Qual seu nome, senhora?

— Senhorita Simone Andrade!

— Só um momento, por favor.

Enquanto a recepcionista olha em seu arquivo no computador, Simone observa todo o local. A recepção é ampla, possui dois sofás grandes um de frente para o outro do lado esquerdo à entrada, mais quatro poltronas do outro lado, uma mesa com várias revistas e jornais entre os dois sofás, pintura levemente desgastada pelo tempo e mais ao fundo, próximo ao elevador, um balcão com três computadores sendo usados por duas pessoas.

A ruiva percebe a aproximação de um rapaz moreno, cabelo castanho escuro e curto, os olhos também castanhos, da mesma altura de Simone, perfeitamente uniformizado parecendo ser o gerente do local, ele parecia auxiliar um dos usuários dos computares. Ao chegar bem perto dela, sorri:

— Bom dia! Seja muito bem-vinda à cidade.

— Obrigada. – responde Simone com sorriso débil nos lábios.

— Aqui está sua chave, o quarto é o quinhentos e um. – diz a recepcionista entregando-lhe a chave do quarto — Mas, primeiro, necessito que preencha essa ficha e assine.

— Sim. Claro.

Simone começa a preencher o papel, depois de alguns minutos o gerente pergunta:

— Está na cidade a passeio ou a trabalho?

— A trabalho. – murmura sem qualquer vontade de responder a pergunta — Aqui está a ficha. – Simone entrega o papel para a recepcionista, pega a chave e segue em direção ao elevador puxando suas duas malas.

Assim que ela entra no elevador, o gerente exclama para a recepcionista.

— Uma jovem senhora lindíssima!

— É senhorita. – responde guardando a ficha no arquivo.

— Hum... é mesmo?! – ele deixa a mostra um olhar lascivo e um sorriso maquiavélico.

 

(***)

 

O quarto de Simone é simples, o banheiro fica do lado esquerdo de quem entra, com box e uma pia grande, a cama de casal com lençóis brancos fica do mesmo lado do banheiro, dois criados mudos em cada lado da cama com um abajur sobre cada um.

Mais ao fundo, colada a janela que tem vista para uma boa parte da cidade, uma pequena mesa quadrada com duas cadeiras, um pequeno vaso de flor violeta sobre o móvel, de frente para a cama pendurada em um suporte de parede, uma TV de quatorze polegadas não muito moderna.

Ao chegar no quarto Simone se joga na cama e abraça o travesseiro sentindo sua suavidade, rola de um lado para o outro da cama com ele abraçado, "Nossa! Estou tão cansada, mas não posso nem pensar em dormir, preciso me refrescar, está tão calor hoje que nem parece inverno.".

A ruiva se levanta, abre as malas, tira de dentro o secador, chapinha, necessaire com as maquiagens, um notebook e coloca tudo sobre a mesa. Também tira outra necessaire que contém produtos de higiene pessoal e coloca em cima da pia do banheiro. Depois tira as sandálias, quando está pensando em entrar no banheiro seu celular toca e ela vai até a cama para pegá-lo:

— Alô!

— Simone?

— Oi, Dudu! Como você está? Acabei de chegar no hotel! – responde emocionada em reconhecer a voz do amigo de faculdade.

— Estou mal por você, aconteceu um probleminha.

— O que foi, Dudu? – fecha a cara.

— É que já escolheram o novo assistente de produção ontem, no finalzinho da tarde.

— O quê? Como assim? Você me garantiu que esse cargo seria meu.

— Pois é, mil desculpas, mas me pegaram de surpresa também. Nem deixaram falar que você estava vindo do Rio para a entrevista. E vou te dizer mais, depois de falar com alguns colegas, ficou muito claro o motivo dessa recusa em fazer uma entrevista com você.

— O que foi? O que você ficou sabendo?

— O presidente se recusa a contratar mãe solteira para cargos mais importantes, já te falei que ele é um homem preconceituoso e machista. Tanto, que tenho que esconder minha sexualidade feminina, senão me despedem.

— É, você já tinha falado. Mas e agora, o que vou fazer? – questiona exasperada.

— O que você combinou com a Rosilene? Quantos dias você pode ficar por aqui?

— Combinei com a Rose que ficaria no máximo uma semana, se desse tudo errado.

— Então, fica esses dias, vamos ver o que encontramos para você. Mais tarde passo no seu hotel. Vamos jantar, pensar em uma estratégia para encontrar algo para você, pode deixar que eu pago a conta, afinal minha melhor amiga está na cidade. Depois de tanto tempo sem nos vermos quero colocar a fofoca em dia, amor.

— Ok, sua fofoqueira! – Simone responde depois de conter o riso — Não perderia esse jantar por nada no mundo! Beijos e até mais tarde.

— Até.

Ainda olhando a cidade pela janela, Simone desliga o celular, senta na cama, desanimada e triste.

— O que vou fazer agora. – murmura em voz alta. — Bom, não posso e não vou desanimar. Tenho que arrumar um trabalho e já. Hum... já sei. Vou aproveitar e dar uma olhada na internet nos sites de busca e no meu e-mail também.

A ruiva se levanta, pega seu notebook na mesa, voltando a sentar-se na cama, o liga, coloca o modem e começa sua busca por uma nova oportunidade. Porém, tem que interromper suas pesquisas, pois sente um vazio no estômago e ouve o ruído da fome que, finalmente, percebe que sentia. Liga para recepção, pede um lanche para comer no quarto. Enquanto aguarda sua refeição, volta para o computador e a internet.

Alguns minutos passam, batem em sua porta, ela abre, com um sorriso sedutor o gerente lhe aparece segurando a bandeja com o lanche.

— Sua refeição, senhorita!

— Muito obrigada. – ela responde pegando a badeja das mãos dele.

— Necessita de mais alguma coisa? – pergunta segurando a porta para ela não fechar — Talvez, um cobertor de orelha para mais tarde? – diz olhando para a cama dela.

— Ora! Vê se te enxerga! – Simone explode batendo a porta na cara dele — Era só o que me faltava!

A ruiva volta para a cama e enquanto devora sua refeição continua sua busca pela internet por um trabalho.

 

(***)

 

Na Miranda Produções, JP, Rick e Cesar estão reunidos na sala de Cesar. A sala do executivo, assim como a dos outros dois, é simples. Uma mesa de madeira do lado direito da entrada com duas poltronas a frente dela e outra atrás, uma pequena janela onde se vê pouco da cidade. Um computador moderno, um telefone e vários papéis sobre a mesa, nenhum enfeite nas paredes.

Eles estão reunidos elaborando estratégias para conseguir novos trabalhos, eis que JP faz um comentário irônico:

— Sua patroa estava muito decidida hoje, irmão.

— Realmente, nunca vi a Camila agir assim com você, Cesar. – comenta Rick e com sorriso sarcástico acrescenta — O que você andou aprontando, hein?

— Ela finalmente te pegou traindo? – indaga JP rindo do amigo.

— Que isso meus amigos! – responde Cesar cinicamente — Eu nunca traí minha mulher!

— Nós te conhecemos, irmão. – murmura JP — Sabemos muito bem que você não perdoa nenhum rabo de saia.

— Assim como vocês dois, não é verdade? – retruca Cesar apontado com o indicador para os dois.

Seus dois amigos se mexem desconfortavelmente nas suas respectivas poltronas, JP começa a tossir nervosamente, Rick limpa a garganta pigarreando.

— Ok! Vamos mudar de assunto. Mas, então, o que acontece com sua digníssima esposa e nossa atual presidente? – finalmente Rick murmura com olhar inquisidor.

— Não sei, ela está estranha sim, concordo com vocês, mas não entendi nada. E sabem do que mais, ela disse algo que me deixou preocupado.

— O que te disse? – JP pergunta com olhos brilhando pela curiosidade.

— Ela disse que não entende porque seu pai morreu. Disse que ele era uma pessoa que sempre cuidava da saúde, se alimentava bem e tudo mais. E tenho que concordar com ela, ele era realmente um homem muito saudável.

— Então? – Rick cruza os braços.

— Pelo que entendi, ela não acredita que o pai morreu de um simples infarto.

— Será que ela está pensando que alguém assassinou o Sr. André?

— Não sei, JP. Ela não me falou mais nada, mas que ela estava estranha, realmente estava.

— Sem querer mudar de assunto, o que ela resolveu sobre o novo executivo? – Rick pergunta tentando disfarçar que realmente queria mudar de assunto.

— Ela falou com o gerente de RH da agência, as entrevistas começam amanhã.

— E ela disse se vai contratar um homem ou uma mulher para o cargo? – JP pergunta em tom de nojo para com a palavra homem e depois em tom de desejo para com a palavra mulher.

— O que, JP, já quer fazer seus galanteios para a nova executiva?

— É que não podemos perder a prática, Rick! – ele ri.

— O quê? Você nem sabe se ela é do seu gosto.

— Como assim do meu gosto, Ricardo?

— Ah, você sabe muito bem! Você só sai com modelos estilosas. Sabe do que estou falando, cara!

— Vocês dois estão especulando demais. – interrompe Cesar rindo dos comentários dos amigos — Ela não foi específica quanto ao sexo do novo executivo, apenas disse que tem que ser muito bem preparado. Isto quer dizer que pode ser contratado um homem.

— Ah não, irmão! Camila quer ser a rainha absoluta da Miranda! Temos que ter um jardim mais florido para encantar nossos olhos e corações.

— JP, nós já temos um jardim muito florido, aqui. – Cesar retruca.

— Eu sei, eu sei, mas temos que renová-lo sempre, certo, Rick?

— Claro! Concordo plenamente com você. – Ricardo ri.

— Ok! Vamos parar de especulações por hoje, está tarde e minha maravilhosa esposa, me aguarda. Amanhã continuaremos com nosso trabalho e com as especulações.

Todos saem da sala falando sobre as "flores" da Miranda Produções.

 

(***)

 

As horas de pesquisa passam rapidamente, então Simone recebe um e-mail de um site de busca, com uma vaga que poderá lhe interessar, começa a ler, seu rosto se ilumina com a notícia, começa a bater palmas e fala alegremente:

— Finalmente! Um trabalho a minha altura, com esse salário vou poder fazer pela minha filha tudo o que sempre desejei. Esse trabalho vai ser meu. Tenho certeza!

Subitamente, o telefone toca:

— Alo!

— Senhorita Simone? – a recepcionista fala.

— Sim.

— O Senhor Eduardo à espera na recepção.

— Nossa, ele já chegou, mas que horas são?

— São exatamente dezenove horas e trinta e um minutos.

— A hora passou que nem percebi! Diga a ele que já estou descendo.

— Sim, Senhorita.

Simone desliga o telefone e murmura:

— Mas realmente a hora passou que nem vi. Nem tomei banho ainda. Bom, apesar de que me sinto linda e cheirosa. Vou assim mesmo, do jeito que cheguei. – ela coloca as sandálias, desliga o computador, pega sua bolsa e sai.

Eduardo Amorim Alves, vulgo Dudu, um verdadeiro carioca da gema, tem um sotaque inconfundível, cabelo negro e cacheado não muito curto, olhos cor de avelã, pele morena, barba bem feita, usa óculos discreto, corpo esguio e um pouco mais alto que Simone.

A ruiva passa pela recepção, fuzila o gerente com um olhar gélido, ele abaixa a cabeça envergonhado, então ela vê o amigo, seu rosto se ilumina de alegria e corre para abraçá-lo.

— Quanto tempo, Dudu! Já se passou um ano desde que voltei para o Rio depois que terminei o curso na AIC. E você não mudou nada, a não ser pelas roupas, dá uma volta para te ver. Está muito charmoso com está roupa social discreta.

— Pois eu diria discretíssima, amiga! Você conhece meu estilo! Mas, sabe como é, no meu trabalho tenho que ser uma pessoa comum e discreta. – fala sorrindo – Mas você também está maravilhosa, dá uma volta para eu te ver.

Simone dá uma gargalhada e faz o que ele pede.

— Uau! Uma ruiva maravilhosa pousou em São Paulo para arrasar corações! Está malhando, não é? E como está a Ângela?

— Estou malhando, mas não em academia, apenas corro nas areias da praia e uso aqueles aparelhos de ginástica de uso público, mas faço com moderação, não quero ficar marombada. Quanto a minha Anjinha está muito bem! Ficou triste por causa da viagem, mas entendeu que era para o nosso bem. Agora... vamos sair logo daqui.

— Por quê? Ah, já sei, está com vergonha de mim, amiga? – ele faz biquinho como se estivesse ressentido.

— Deixa de ser besta! – dá um tapinha no braço do amigo – Você é meu melhor amigo, seu tonto. Tenho dois motivos para sair logo daqui.

— E qual é o primeiro?

— O primeiro, é que tem pessoas aqui que acha que qualquer cantada me conquista! – responde em voz alta olhando para o gerente que volta a abaixar a cabeça envergonhado.

— Bom. Não entendi nada, minha flor, mas e o segundo motivo?

— Estou morrendo de fome. – murmura voltando a olhar para Eduardo e sorri — Comi apenas um lanche logo depois que você me ligou, desde então, não comi mais nada. Fiquei a tarde toda no computador vasculhando a net por um trabalho e acho que tenho uma boa notícia.

— Ok. Você me conta tudo no restaurante porque o que quero agora é relembrar nossa época de faculdade, de todas as nossas loucuras, colocar a fofoca em dia. Meu carro está estacionado na frente do hotel.

O carro de Eduardo é um gol ano 2000 na cor vermelha, de duas portas e simples. Eles entram no carro, partem em direção ao centro da cidade.

 


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram da transformação da Simone? Não se esqueçam de curtir. Beijos.



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