O Despertar dos Sentidos LIVRO 1 escrita por Shirley Santos


Capítulo 4
3 - Miranda PRODUÇÕES


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem com vocês? A partir deste capítulo, começa uma nova fase na história. Os personagens agora já são adultos. Novos personagens surgem, alguns deles muito importantes para a continuação. Espero que gostem.



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A cidade de São Paulo do ano de dois mil e sete aumentou de tamanho consideravelmente desde que Simone passou por ali onze anos antes. Por este motivo a poluição e os engarrafamentos também aumentaram.

O mês de julho é um mês um pouco mais acinzentado que outros por causa do inverno. São Paulo é famosa pela garoa fria nesta época do ano. As noites desta cidade também tem sua fama, pois, como qualquer outra grande metrópole, São Paulo não dorme e funciona as vinte e quatro horas do dia.

Muitas empresas de grande porte, inclusive multinacionais instalaram em São Paulo e nas cidades que fazem parte da Grande São Paulo suas sedes brasileiras e isso a tornou uma metrópole muito importante no mundo dos negócios.

A Miranda Produções faz parte deste grupo de grandes empresas instaladas ali. É uma das maiores produtoras de filmes, comerciais e vídeos musicais do Brasil. Uma empresa cem por cento brasileira e ganhadora de vários prêmios como Kikito do festival de gramado, Prêmio Comunicação da Associação Brasileira de Propaganda, Profissionais do Ano e muitos outros.

Com espaço físico gigantesco, centenas de funcionários diretos e indiretos como, por exemplo, modelos, atrizes e músicos. Funciona num prédio de seis andares que ocupa um quarteirão de aproximadamente três mil metros quadrados, a maioria das salas são amplas, com boa iluminação externa vinda de grandes janelas com vidros cobertos com película que diminui a intensidade dos raios solares.

Paredes de alvenaria bem estruturada com pintura impecável em tons pastel e um desenho de rolo de filme que parece passear por todas as paredes internas. Quadros com imagens de comerciais, filmes, vídeos musicais e de vários artistas da música, teatro e cinema, tantos brasileiros como estrangeiros, que se espalham por toda parte. Vários vasos de plantas e flores de todos os tamanhos e cores também enfeitam todos os ambientes deixando um leve perfume.

O fundador e proprietário de oitenta por cento das ações da empresa era o Doutor André Augusto Miranda de sessenta e oito anos, cabelo bastante grisalho e bem curto, afrodescendente legítimo, corpo um pouco acima do peso ideal e tão alto quanto um jogador de basquete.

Sempre usou terno e gravata combinando perfeitamente. Um grande diretor, produtor e administrador que começou sua empresa sozinho, quarenta anos antes, mas aos poucos foi ganhando confiança e credibilidade.

Senhor André ou apenas André, que era como gostava de ser chamado, preservava a satisfação de seus funcionários, além da satisfação de seus clientes, por isso seu lema era: "Um funcionário feliz, será um funcionário que produz mais e melhor!". Por isso, sempre valorizou a iniciativa que gerava uma boa ideia.

Abriu um espaço dentro da empresa com recriadoras e pedagogas para as crianças de até seis anos de idade, pois suas mães e funcionárias reclamavam sempre que era difícil colocá-las em uma creche por falta de vaga.

Implantou um restaurante que servia almoços bem equilibrados por uma nutricionista para que os funcionários não necessitassem sair da empresa para almoçar, a não ser que realmente fosse necessário. E neste último ano instalou um espaço de descanso com sofás confortáveis, mesa de bilhar, vídeo game e televisão para a hora do almoço de seus funcionários.

André conhecia todos seus funcionários pelo primeiro nome e conhecia suas famílias, pois, anualmente, promovia uma grande festa de natal com participação de Papai Noel e entrega de brinquedos para as crianças de até onze anos de idade. Por causa destes e outros benefícios todos trabalhavam satisfeitos.

Porém, apesar de estarem todos os funcionários reunidos, este não é um dia de alegria e nem de sorrisos. Há, apenas tristeza em todos os rostos, pois Sr. André havia sofrido um infarto fulminante em sua sala e os médicos tentaram de tudo para salvá-lo, mas foi em vão.

Estão reunidos no cemitério do Morumbi, o caixão já está sendo carregado por seis homens distintamente vestidos para ocasião. Eles caminham em direção ao túmulo da família onde já se encontra enterrada a esposa de Sr. André, senhora Débora Neves Miranda, dedicada dona de casa de pele muito branca, olhos azuis claro, cabelo castanho claro e liso, era mais jovem que Sr. André dez anos e havia falecido por causa de um câncer de mama diagnosticado tardiamente.

O corpo de André é acompanhado por amigos, colegas de trabalho, vários fãs de sua obra e toda imprensa paulistana, além dos únicos parentes vivos, Júlio filho caçula que está abraçado a sua irmã Camila.

Júlio Miranda, mulato de trinta anos, cabelo cacheado castanho escuro não muito curto sempre bem arrumado com gel, olhos negros, barba bem feita, corpo atlético, tão alto quanto o pai. Sempre usa roupas despojadas que demonstra sua total falta de interesse em assuntos sérios, um playboy incorrigível.

Camila Miranda Guedes, mulata de trinta e dois anos cabelo longo na altura da cintura negro e cacheado, olhos negros, rosto com maquiagem impecável. Um pouco mais baixa que o irmão e um corpo escultural que causa inveja em muitas de suas funcionárias. Sempre usa roupas provocantes para causar ciúme no marido, mas este não é o momento e nem o local para tais provocações, por isso veste um terninho preto discreto.

O primeiro da fila que carrega o caixão do lado direito é Cesar Henrique Guedes que não mudara muito suas feições desde seu último encontro com Simone, apenas seu corpo que está um pouco mais malhado. Além de marido de Camila, ele também é o vice-presidente administrativo da empresa.

O segundo da fila é seu melhor amigo João Paulo Ribeiro, vulgo JP, que também não mudara nada suas feições desde a época em que convivia com Simone. Além de ser o melhor amigo de Cesar, ele também é o vice-presidente comercial e sócio da Miranda Produções com dez por cento das ações.

Logo atrás deste, o terceiro a carregar o caixão é Flávio Medeiros Silva, um rapaz de vinte anos, pele branca, cabelo raspado, olhos castanho claro, corpo magro, um rosto que demonstra a alegria de sua juventude, sempre usa terno bem engomado e gravata, apesar de sua profissão não necessitar deste tipo de vestimenta, pois é o mensageiro da empresa.

Do outro lado do caixão, o primeiro da fila é Ricardo Martins, que tão pouco mudou desde a época em que era namorado de Simone, a única diferença é o cabelo curto. Agora, é vice-presidente financeiro da Miranda e também sócio com dez por cento das ações.

O segundo homem é Doutor Moacir Alencar que aparenta ter a mesma idade que Sr. André, calvo em sua totalidade, de estatura baixa e corpo acima do peso ideal e barriga levemente protuberante. Tem um bigode bem cuidado que esconde parte dos lábios e usa óculos discreto. Ele é advogado e melhor amigo da família de André.

Por último, mas não menos importante está Gustavo Donizete dos Santos, de vinte e um anos, cabelo loiro curto, olhos verdes, pele branca com várias marcas de cravos no rosto. Não anda tão arrumado como seu amigo Flávio, pois deve usar uniforme em seu trabalho, afinal é o segurança e porteiro da Miranda, por isso sua profissão exige essa vestimenta, porém neste dia está muito bem vestido como o amigo.

O enterro ocorre sem qualquer tipo de problema. Depois da descida do caixão na cova, são feitas as últimas homenagens ao morto, às últimas condolências são dadas aos familiares, a multidão começa a se desfazer sobrando no túmulo apenas Camila, Júlio, Cesar, JP, Rick e Dr. Moacir, este último, depois de limpar a garganta e esfregar a testa com a mão direita murmura:

— Sei que é muito difícil falar sobre o assunto agora, dona Camila, porém é necessário.

— Então fale, Dr. Moacir. – sussurra Camila ao enxugar uma lágrima enquanto olha para o caixão coberto de flores.

— É necessário que nos reunamos para falar sobre as últimas vontades de seu pai.

— Em breve nós ligaremos para o senhor, Dr. Moacir. – responde Júlio antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. — Agora, pode nos deixar, por favor.

— Sim. Claro. – depois de dar um longo suspiro se vira e caminha em direção à saída.

— Por que, Júlio? Por quê? – sussurra Camila com voz embargada pela emoção.

— Estava na hora dele ir. – Júlio a abraça e beija seu cabelo. — Por favor, não fique assim. Vamos embora.

Ela consente com a cabeça, os dois começam a andar em direção à saída, seguidos de perto por Cesar e JP, deixando Rick olhando o caixão por alguns segundos, em seguida também segue para a saída.

É decretado luto por três dias na empresa, deixando suas atividades totalmente paralisadas por este período. O quarto dia é uma terça-feira que amanhece dia claro e sem qualquer nuvem no céu, a Miranda Produções reabre suas portas e todos voltam a seus postos de trabalho.

A sala de reuniões é bem espaçosa, posicionada bem no centro uma grande mesa oval de madeira, dez poltronas aparentemente confortáveis, uma das extremidades da mesa encontra-se em frente à porta e a outra extremidade em frente a uma parede com uma televisão de última geração.

Encostada do lado direito da entrada uma escrivaninha com algumas revistas, dá um toque mais descontraído ao ambiente, ao lado uma mesinha com jarra de água, garrafa de café e alguns copos.

Uma reunião está sendo realizada às nove da manhã com os integrantes da junta diretiva, ou seja, os irmãos Júlio e Camila, ela porque é a atual vice-presidente de produção, Cesar, JP e Rick. A reunião é presidida pelo Doutor Moacir, quem vai fazer a leitura do testamento do Doutor André.

Outra pessoa que está presente nessa reunião é Diana dos Reis Martins, assistente e braço direito de Camila. Afrodescendente de traços finos, sempre com maquiagem discreta, cabelo cacheado preso com um coque, sempre veste terninhos sóbrios e bem comportados. Além de ser amiga e pessoa de confiança de Camila, Diana é casada com Ricardo Martins com quem tem um filho de um ano e meio chamado Benjamim Martins.

Após uma breve explanação do Dr. Moacir sobre a vida e obra de seu amigo íntimo e de sua imensa tristeza pela perda, ele finalmente lhes informa os últimos desejos de Dr. André:

"— Meus oitenta por cento das ações da Miranda Produções e todos os outros bens materiais que possuo serão divido igualmente entre meus dois filhos, porém a presidência da Miranda deverá ser controlada por Camila, assim ela deverá ficar à frente de todas as decisões da empresa. Sinto que meu filho Júlio não está preparado para tal responsabilidade, pois não se interessa por nada relacionado à empresa. E deixo um recado para você Júlio. Espero que com minhas palavras, agora, depois de minha morte, elas o façam refletir sobre suas ações, deixe de brincadeiras, deixe de ser um playboy sem nenhum tipo de preocupação com sua vida íntima e profissional, ajude sua irmã. Afinal, agora vocês só tem um ao outro."

— E estas são as últimas palavras de seu pai, Dona Camila. – conclui Dr. Moacir.

— Muito Obrigada, Dr. Moacir. – ela sussurra com a voz embargada, olhos marejados, então limpa a garganta e continua — Bom, já que o último desejo de meu pai é que eu seja a nova presidente, é com tristeza que deixo meu cargo de vice-presidente de produções para cumprir este desejo dele. Assim, teremos que contratar um novo vice-presidente de produções.

— Meu amor, se quiser eu posso me encarregar disso – diz Cesar — Tenho um amigo...

— Não! – interrompe Camila abruptamente — Eu mesma vou escolher o novo executivo, esse profissional é primordial para a continuidade de nosso trabalho e essa contratação deve ser feita o mais breve possível.

— Sim. E não podemos nos esquecer de que já temos trabalho pendente para realizar. – declara JP.

— É por isso que vou tratar deste assunto imediatamente. – diz Camila com a voz mais suave — Algo mais, Dr. Moacir?

— Isso é tudo, dona Camila.

— Então, acredito que podemos dar por encerrada esta reunião. – murmura Camila, em seguida pega a mão direita de Dr. Moacir — Quero agradecer mais uma vez o senhor, Dr. Moacir, por estar sempre do nosso lado, principalmente nesse momento.

— Claro, dona Camila. – responde sorrindo para ela — Pode contar comigo para qualquer coisa que necessite.

— Obrigada.

Todos se levantam, Camila sai da sala de reuniões e caminha pelo corredor do andar administrativo em direção a sua nova sala. Cesar e Diana a seguem, então Cesar volta a falar sobre o assunto da admissão do novo executivo.

— Meu amor, como você é a nova presidente não terá tempo para esses por menores de contratação, me deixa resolver isso. Como ia dizendo tem um amigo meu...

— Já disse que não, Cesar, eu mesma vou escolher o novo executivo. – ela fala irritadiça, então para e se volta para Cesar com olhar curioso – Por que tanta insistência com este seu amigo?

— Por nada. Apenas quero te ajudar.

— Muito obrigada. – responde depois continua a caminhar — Mas eu quero escolher porque ele ou ela irá chefiar a área mais importante desta empresa.

Eles finalmente param em frente da sala da presidência e Camila se volta para sua assistente.

— Diana, peça para senhora Lourdes o telefone da agência de empregos que somos clientes e passa a ligação para mim, vou informar-lhes sobre as minhas exigências para a contratação do novo executivo.

— Sim, Dona Camila. – murmura Diana — Porém, tenho uma dúvida.

— Pode perguntar.

— A senhora vai subir para ficar na sala da presidência. Quer dizer, não irá mais ficar no quinto andar, na produção?

— Isso mesmo.

— Então, vou ficar longe da senhora? – questiona com tristeza em sua voz.

— Não. Você também vai subir comigo, vamos acomodá-la ao lado da senhora Lourdes. Ela é uma excelente secretária, mas está prestes a se aposentar, então enquanto ela aguarda completar o tempo necessário ser atingido, poderá lhe ensinar as tarefas administrativas para que você possa continuar me ajudando.

— Muito obrigada, dona Camila! – exclama abrindo um grande sorriso.

— Agora, por favor, faz a ligação para mim.

— Agora mesmo! – responde Diana transparecendo ainda mais sua felicidade em poder continuar a trabalhar com Camila, então continua sua caminhada pelo corredor para chegar à mesa de dona Lourdes.

— Agora, espero que com isso a discussão sobre a contratação tenha terminado. – murmura Camila voltando-se para Cesar.

— Ah... meu amor! Não estava discutindo. – fala aproximando-se dela e lhe abraçando com sorriso malicioso nos lábios — Queria apenas ajudar.

— Por favor, aqui não, amor. – a empresária fala se esquivando dos carinhos dele e entra na sala.

Ele à segue, fecha a porta, ataca Camila agarrando-a, beijando-a no pescoço e depois sua boca. Ela se deixa levar pelo desejo por alguns segundos, mas o empurra e fala seriamente:

— Já disse que aqui não é lugar para isso.

— Você fica me provocando com esse vestido e quer que eu não faça nada. Assim não há cristo que resista! – dizendo isso ele a agarra de novo e a beija cheio de desejo.

Desliza seus lábios para o pescoço de sua esposa, ao mesmo tempo que percorre com uma das mãos o corpo dela, que se deixa levar pelo instinto e também o acaricia. Cesar começa a levantar a saia do vestido, enquanto sussurra próximo ao seu ouvido:

— Você demonstrou tanta determinação e rigidez durante a reunião, mas, principalmente agora, sabe que te adoro sendo tão poderosa.

— Cale a boca e me beije! – ordena Camila começando a soltar a gravata e a desabotoar a camisa de seu amado.

O executivo a agarra com fúria, a beija desesperadamente, a encosta contra a mesa de madeira escura, começa a deslizar sua mão na coxa de sua esposa até chegar em sua intimidade e com dedos atrevidos começa a afastar a calcinha rendada.

O telefone toca e eles se assustam, cada um tenta se recompor da melhor forma possível. Camila atende o telefone depois do terceiro toque:

— Sim.

— Dona Camila?

— Sim. Pode falar, Diana. – responde Camila pigarreando e apontando o dedo indicador para Cesar com um olhar de reprovação.

— A ligação que me pediu.

— Sim. Pode passar.

Depois de alguns minutos de conversa com o gerente de recursos humanos da agência, Camila finalmente declara:

— Então, o senhor entendeu todas as minhas exigências para este cargo? – aguarda a resposta — Muito obrigada. – desliga o telefone e volta sua atenção para Cesar — O que você achou das minhas exigências.

— Não sei, será que vamos encontrar uma pessoa tão capacitada como você? – responde pensativo e passando o dedo indicador no lábio inferior.

— Espero que sim, não posso desempenhar as duas funções sem que uma delas saia prejudicada, neste caso, nenhuma das duas podem ser prejudicas. O gerente me disse que vai publicar no site pessoal da agência, além de outros sites de busca de emprego no máximo até ao meio dia. Marcará as entrevistas para amanhã, se caso não encontramos irá prorrogar o dia das entrevistas para depois de amanhã.

— Nossa! Mas será que vamos conseguir que seja tão rápido assim? – questiona arregalando os olhos.

— Sim, temos urgência, afinal mesmo com a morte de papai a Miranda não pode parar. Temos muitos trabalhos para realizar. Aliás, eu ainda não entendi e não me conformo com a morte dele.

— Como assim? – Cesar junta as mãos sobre a mesa.

— Desde que a mamãe morreu, doente de câncer, ele se tornou um homem saudável, fazia exercícios regularmente, tinha uma boa alimentação, ele realmente se preocupava muito com a saúde por causa da idade, você sabe disso. Até parou de fumar e olha que foram quarenta anos fumando dois maços de cigarro por dia. Então, de repente tem um infarto. É muito estranho. – Camila começa a balançar a cabeça em negativa na última frase.

— Eu sei que ele se cuidava, mas já estava em uma idade avançada, trabalhando muito. Ele tinha uma carga muito pesada de responsabilidades aqui. O coração não resistiu. – declara passando os dedos da mão direita na testa.

— Não sei, acho tudo muito estranho.

— Vamos deixar este assunto triste para traz, Ok? O que quero saber agora é, o que a minha presidente deseja fazer, ou melhor, ordenar? – fala em tom de brincadeira e sorrindo maliciosamente.

— Primeiro, deixe de piadinhas, seu bobo! Será que o Júlio já foi embora?

— Acho que sim, percebi que ele ficou muito pensativo durante a leitura do testamento, será que se comoveu com as palavras de seu pai?

— Boa pergunta! Espero que com isso torne-se mais responsável. De qualquer forma, vamos vê-lo mais tarde. Vou para casa agora, estou cansada, não quero ficar mais aqui por hoje, vou ter muito o que fazer amanhã. Você vem comigo? – ela fala ao se levantar e segui em direção ao marido do outro lado da mesa.

— Não posso. Tenho que resolver algumas coisas que ficaram paradas durante o luto. – responde um pouco amuado, mas logo levanta uma sobrancelha e mostra um sorriso maroto. — Nos vemos mais tarde?

Camila se despede com um beijo provocante e fala com os olhos brilhando maliciosamente:

— Sim, vamos nos ver mais tarde. – sai da sala seguida por Cesar.

 

 

(***)

 

Júlio passeia pelas instalações da Miranda. Primeiro vai até o quinto andar onde ficam os estúdios de produção, observa tudo nos mínimos detalhes e se lembra da primeira vez que seu pai o levou para a empresa. Tinha dez anos na época, ficou maravilhado com todas aquelas coisas e todo aquele ambiente. Aquele foi o melhor dia da sua vida, já que seu pai não tinha tempo para ficar com ele.

Com tristeza, lembra-se do motivo de se tornar um playboy, era mimado pela mãe e tinha tudo o que queria menos o que precisava, ou seja, seu pai ao seu lado. Por este motivo não tinha vontade de fazer mais nada além de gastar o dinheiro do pai com festas, mulheres e bebidas.

Voltando seus pensamentos para o presente, passeia por todos os espaços da empresa tentando imaginar seu pai passeando pelos locais, conversando com as pessoas, fazendo aquilo que mais gostava na vida que era dirigir os comerciais e todos os projetos que passaram pela Miranda.

Antes de sair da empresa, pensa "Quero ser algo melhor. Não quero mais noites de farra. Preciso cuidar da Camila. Ela precisa de mim. Vou deixar de ser este imprestável.". Com estes pensamentos segue para a garagem no subsolo e sai da Miranda dirigindo seu carro tipo hatch médio, esportivo e vermelho.


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