O Despertar dos Sentidos LIVRO 1 escrita por Shirley Santos


Capítulo 14
13 - Visita NA MANSÃO


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vocês estão? Bom, para escrever, sempre coloco uma playlist para tocar. Me ajuda na inspiração. A música que inspirou este capítulo é da mais poderosa mulher da música. Sim! Ela! A rainha do POP. MADONNA! Então, gostaria que ouvissem enquanto leem este capítulo. Combina, perfeitamente, com o que acontecerá com o Cesar e com o Júlio. Simone está com o coração congelado? Quem sabe? Talvez! Desejo uma boa leitura para todos!



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Vídeo com a música da Madonna

Camila e Júlio conversam na sala da presidência.

— Mila, quero lhe pedir algo.

— Fale, maninho. – diz colocando um relatório sobre a mesa, ao encarar o irmão.

— Quero levar a Simone para jantar em casa. – murmura fitando-a nos olhos.

— Jantar em casa? – pergunta surpreendida com o pedido.

— Sim.

— Você nunca levou nenhuma de suas amigas em casa!

— Eu sei. Com a Simone é diferente. – abre um leve sorriso.

— Sei. Então, deixe-me ligar para casa para avisar a Carmela.

— Por favor, peça para fazerem o melhor jantar que já fizeram na vida! – uni as mãos em súplica.

— Tá. – ri do irmão.

Camila liga para casa, quem atende, como sempre, é Carmela.

— Casa dos Miranda.

— Carmela?

— Sim, senhora. – Conceição entra na sala e ouve Carmela falar.

— Por favor, peça a Conceição que prepare um excelente jantar, pois teremos uma visita muito especial hoje. – a empresária olha atentamente para Júlio.

— Sim. E a senhora tem algum pedido para o prato principal? – indaga encarando a Conceição, fazendo careta para a colega de trabalho.

— Só um minuto. – responde Camila, coloca a mão no fone para não ser ouvida — Está perguntando se tem algum pedido para o prato principal.

— Hum... percebi no jantar de sexta que ela adora culinária italiana. Peça para fazerem Polpettone e Penne ao molho vermelho. Uma salada talvez? Ah! De sobremesa peça também o Tiramisù.

— O quê? Você saiu com ela na sexta? – Camila arregala os olhos surpreendida — Achei que fosse com mais alguma das suas amiguinhas.

— Peça logo que estão esperando! – ele exclama aflito.

— Tá. – ela volta a falar ao telefone — Carmela?

— Sim, senhora.

— Me desculpe pela demora. – Camila fala rindo, olhando para Júlio.

— Sem problemas. Então, qual será o cardápio?

— Será Polpettone, Penne ao molho vermelho, salada de folhas variadas e de sobremesa Tiramisù. – Carmela repete tudo do outro lado fazendo caras e bocas para irritar a Conceição — Ah! Por favor, coloque duas garrafas de vinho que melhor combina com a refeição para gelar. – pede.

— Sim, senhora! Algo mais?

— Renove as flores dos vasos e coloque nossa melhor louça para servir.

— Sim, senhora! Algo mais?

— Não. Muito obrigada, até logo.

— Até, senhora.

— Está satisfeito? – Camila questiona ao colocar o aparelho de volta no seu lugar.

— Sim, mas só uma dúvida, por que nossa melhor louça? – murmura com o olhar intrigado.

— Porque, maninho querido, temos que tratar muito bem a moça antes que descubra o quanto é galinha e desista de namorar você. – ela ri.

— Que namorar o quê?! Não estamos e não vamos namorar. Simone é apenas uma amiga. Agora, se me der licença, vou falar com ela. – se levanta e sai da sala.

— Pobre irmãozinho! – Camila continua rindo — Já foi fisgado pelo cupido e nem se deu conta. – ainda sorrindo, volta sua atenção para o relatório.

 

(***)

 

Júlio passa pela mesa de Diana, que está sozinha, percebe que algo está acontecendo com ela.

— Tudo bem com você, Diana? – pergunta.

— Não é nada, senhor Júlio. – responde tentando esconder seus olhos tristes.

Júlio dá de ombros, entra no elevador que está com as portas abertas, aperta o botão do andar dos estúdios. Quando este abre as portas, encontra o Eduardo e a Ilhane conversando, à espera do elevador:

— Bom dia, Eduardo e.... Ilhane! Você, por aqui?

— Bom dia. – respondem os dois ao mesmo tempo e Ilhane continua:

— Vim visitar minha irmã!

— Sua irmã?

— Sim. Simone é minha irmã do coração.

— Ah! Entendi. – Júlio abre um grande sorriso — Ela está no estúdio?

— Sim. Acabamos de deixá-la. – declara Eduardo.

Júlio sai do elevador, enquanto os outros entram, se despede de Ilhane, segue seu caminho até chegar à sala de Simone que está com a porta entreaberta deixando o som de uma música um pouco alta sair.

Uma canção que ele conhece bem, "Stairway to Heaven" do grupo Led Zeppelin que está bem no início da canção, olha pela fresta da porta, vê Simone próxima da janela, descalça, com os olhos fechados, balançando os braços com movimentos que acompanham a melodia. Júlio ri ao ver a cena, mas continua apenas observando para ver o que a ruiva vai fazer.

Simone começa a balançar o corpo. Quando a melodia fica mais intensa também intensifica seus movimentos e começa a tocar uma guitarra imaginária. No início do trecho do solo de guitarra, ela começa a sacudir a cabeça, além de pular de um lado para o outro da sala.

Júlio não suporta mais, entra na sala, então começa a imitar ela. Simone sente a presença de alguém, ao abrir os olhos se assusta com o moreno, mas quando o vê fazer o mesmo que ela, dá uma gargalhada, vai até sua mesa e abaixa o volume das caixinhas de som do notebook.

— Ahhhhhh! Por quê? – reclama Júlio.

— Que vergonha você me ver assim, mas estou tão feliz!

— Não sabia que gostava dessa música.

— Pois é. – murmura desligando o aparelho — Gosto de ouvi-la sempre que algo de bom acontece comigo.

— Essa felicidade é por causa da visita da Ilhane?

— Ah... você a conhece?

— Sim. Foi em casa umas duas vezes visitar o Cesar, inclusive é madrinha de casamento deles.

— Ela é minha melhor amiga! Não! Na verdade, é minha irmã! – diz envolvendo-se com os braços, abrindo um sorriso de orelha a orelha.

— Interessante. Ela disse a mesma coisa sobre você.

— Pois, é, mas em que posso ajudar? Acho que não veio falar sobre a Laine.

— Vim convidá-la para jantar. – diz com um sorriso maroto — Mas, desta vez, vai jantar na minha casa!

— Na sua casa? – Simone engole em seco piscando várias vezes. A ruiva se senta lentamente em sua poltrona, tentando digerir o pedido dele.

— Sim! Na minha casa! E não aceito recusa! – um sorriso fascinante brilha nos lábios do moreno, além de deixar a mostra seu entusiasmo em seu olhos.

Simone prende o ar por alguns instantes ao contemplar o sorriso e os olhos brilhantes do playboy, então sussurra:

— Mas...

— Vamos! Você vai gostar!

— Ok. – declara resignada — Que horas é para estar lá e qual o endereço?

— Às oito me parece muito bom. Quanto ao endereço, não se preocupe que vão te buscar.

— Ok. Estarei esperando no hotel às oito.

Júlio sai da sala no mesmo instante em que Eduardo entra, eles se cumprimentam novamente. O moreno se dirige ao elevador muito feliz e vibrante pela aceitação da ruiva.

 

(***)

 

— O que o poderoso chefão veio fazer? – Eduardo pergunta ao fechar a porta, em seguida se senta.

— Você não vai acreditar, Dudu. – Simone murmura ainda atônita pelo convite — Ele veio me convidar para jantar.

— E qual é o motivo dessa carinha? Isso não é surpresa para mim.

— O jantar é na casa dele.

— Uouu! Como?

— É isso mesmo que você ouviu! Me convidou para jantar na casa dele.

— E você aceitou?

— Sim. – choraminga abaixando a cabeça, colocando-a sobre a mesa deixando que uma parte do cabelo rubro cubra seu rosto.

— Será que o Cesar e a Camila vão estar lá?

— Não sei, mas acho que sim. – responde com voz angustiada ao voltar seu olhar para o amigo.

— Nossa! Problemas à vista amiga!

— Isso! Me deixa mais preocupada! – Simone faz uma careta para ele.

— Ok! Desculpa! Quer saber, vamos trabalhar e quando for umas quatro da tarde te levo em casa, te ajudo a se arrumar, porque hoje, minha amiga, você será a mulher mais poderosa do mundo! Isso te garanto!

 

(***)

 

O dia passa, logo chega a noite e na mansão dos Miranda Carmela, Conceição e Juliana estão atarefadas com os últimos preparativos do jantar quando a porta abre e Camila, Cesar, além de Júlio, entram. Carmela logo os vai saldá-los:

— Boa noite.

— Boa noite, Carmela. – Camila responde, em seguida pergunta ansiosa — Como está tudo?

— Está quase pronto, senhora.

— O que está quase pronto? – questiona Cesar seguindo para o bar, pega uma dose de whisky.

— O jantar. – murmura Camila olhando para Júlio.

— E o que tem de mais o jantar? – insiste e bebe o primeiro gole.

— O Júlio convidou alguém para jantar conosco. – responde querendo esconder que sabe quem é a visita.

— Isso mesmo! Dona Carmela, poderia pedir ao Justino para buscá-la, o endereço é este. – Júlio entrega um pedaço de papel para a governanta.

— Finalmente, o cunhadinho vai trazer alguém aqui? – Cesar fala após beber outro gole de sua bebida — Quer dizer que é sério essa namoradinha? Vou para o quarto, querida, preciso tomar uma ducha para relaxar.

Cesar sobe as escadas levando consigo o copo sem deixar que Júlio lhe responda. O moreno olha para Camila que dá de ombro.

— E qual o nome da moça, senhor? – pergunta Carmela.

— O nome dela é Simone, está escrito no papel. Agora, são sete e meia, eu disse estariam lá para buscá-la às oito, então pede para ele ir agora.

— Sim, senhor.

Carmela segue para a cozinha, passando pela mesa de jantar vê Juliana arrumando o móvel com os olhos entristecidos, então murmura baixo para ninguém mais ouvir, além de Juliana:

— Não te disse? Não se pode apaixonar-se por patrão.

— Sei disso. Sei disso. – sussurra tentando disfarçar a tristeza.

 

(***)

 

Os minutos passam, uma hora depois dos três terem chegado, estão reunidos no sofá da sala conversando, quando a campainha toca. Júlio se levanta eufórico:

— Ela chegou! Ela chegou!

— Calma, maninho! – Camila ri do irmão.

— Como estou? Estou bem? O meu perfume está muito forte?

— Quanta besteira por uma fulaninha. – resmunga Cesar revirando os olhos.

— Você está perfeito! – declara Camila sem se importar com o comentário do marido, se aproxima do irmão para arrumá-lo — Lindo! E maravilhoso!

— Você é suspeita para falar isso. – Júlio sorri.

Dona Carmela passa por eles para abrir a porta e o moreno exclama, um pouco irritado:

— Depressa, Carmela! Não a deixe esperar!

— Já disse para acalmar-se, ou ela vai perceber. – Camila dá um leve tapa no peito do irmão.

Júlio respira fundo várias vezes tentando se acalmar. Cesar começa a rir do cunhado, se levanta para pegar outra dose de whisky, enquanto fala com desdém:

— Nossa! Até parece que vai vir uma deusa aqui em casa.

— Cale sua boca!

Antes que Júlio pudesse continuar, Camila cutuca o irmão chamando a atenção dele para a entrada de Simone na sala.

A ruiva usa o vestido que Eduardo lhe comprara no shopping, junto com as sandálias e a carteira que ele escolheu para combinar, além de brincos de argola grandes e prateados, gargantilha de brilhante e cabelo solto bem alinhado. Com uma maquiagem perfeita para noite, porém sem exageros.

Ao vê-la, Cesar leva um susto que o faz engasgar com o whisky que bebia, ao que Camila o socorre, enquanto Júlio vai ao encontro de Simone para cumprimentá-la, sem se importar com o que acontecera com o cunhado.

O moreno pega a mão direita da ruiva, a beija como um perfeito cavalheiro:

— Boa noite, Simone.

— Boa noite, Júlio. – responde com um sorriso tímido nos lábios.

— Está deslumbrante, como sempre! – exclama admirando o visual da ruiva.

— Obrigada. Você também está muito bem.

— Boa noite, Simone. – diz Camila ao se aproximar dos dois, depois que Cesar se recupera do engasgo — Realmente, você está muito bem.

— Boa noite, Camila, obrigada. – as duas se cumprimentam com um beijinho no rosto uma da outra.

Cesar permanece paralisado, olhando para Simone dos pés à cabeça sem acreditar no que seus olhos veem.

— E você, Cesar? Não cumprimenta nossa convidada? – Camila questiona estranhado a atitude do marido.

— Sim. – responde ao se aproximar deles — Boa noite, Simone!

— Boa noite, Cesar. – a ruiva cumprimenta com um aceno de cabeça, tentando esconder seu nervosismo.

Camila convida a todos para se sentarem no sofá. Quando Júlio dá passagem para Simone percebe algo diferente:

— Você tem uma tatuagem nas costas?

— Sim. – a ruiva puxa o cabelo para frente deixando o desenho ser visto — São minhas asas!

— Posso ver também? – Camila volta sua atenção para a convidada.

— Claro. – Simone se vira para mostrar e Cesar acaba vendo também, o que o faz engolir em seco.

— Pela parte que posso ver, é muito bonita. Mas até aonde vai o desenho? – Camila demonstra sua curiosidade latente.

— Até um pouco abaixo da cintura. – arruma o cabelo na posição anterior.

— E você tem mais alguma tattoo? – Júlio questiona levantando uma sobrancelha com um sorriso malicioso.

— Não. Essa é a única e, sinceramente, não tenho vontade de fazer outra. – ela sorri para Júlio.

Eles sentam nos sofás, Camila ao lado de Cesar tentando segurar o marido que não se recuperou totalmente do susto. Júlio ao lado, bem próximo, de Simone segurando sua mão, então a anfitriã oferece uma taça de vinho para a convidada, que aceita. A empresária inicia a conversa falando sobre os projetos da empresa para que todos relaxem.

A conversa dura vinte minutos, Simone explicando alguns dos detalhes que está preparando. Júlio e Camila admiram seu entusiasmo pelo trabalho. Cesar apenas a observa, então sua imaginação começa a lhe pregar peças, os dois sozinhos na sala, ele a beijando, acariciando seu corpo, fazendo amor com sua amada.

Porém, ele pisca várias vezes para desfazer-se da imagem de sua imaginação fértil, começa a reparar nos gestos de Júlio para com a Simone, sente no fundo do seu ser que o playboy é um obstáculo perigoso que está querendo ficar entre os dois, "Você não vai se meter com ela, Júlio. A Simone é minha!", reflete.

Dona Carmela entra na sala anunciando o jantar. Todos seguem para a mesa. Camila senta-se na cabeceira, Cesar do seu lado direito, Júlio do seu lado esquerdo e Simone ao lado do moreno.

Os pratos são postos a mesa com suas iguarias. Quando a ruiva vê qual é o tipo de cardápio do jantar, fica maravilhada e murmura:

— Adoro este prato.

— Eu sabia que ia gostar! – Júlio sorri — Foi feito especialmente para você.

— Realmente, o Júlio pensou em tudo! – exclama Camila.

Simone leva o primeiro garfo com o alimento à boca, depois de saboreá-lo exclama fitando Camila:

— Está uma delícia! Dê os parabéns à cozinheira!

— Eu darei. – responde Camila — Agora quero saber de algumas coisinhas. Você, realmente conhece o Cesar desde a escola?

Simone olha para Cesar, franze o cenho estranhando a pergunta, começa a se preocupar com o que poderá dizer:

— Sim. Nos conhecemos desde aquela época.

— Então, quero saber de algo, mas quero que seja sincera comigo. – ela dá uma garfada no alimento com Simone aguardando a pergunta e engolindo em seco. Antes de colocá-lo na boca, Camila conclui — O Cesar era tão mulherengo como é hoje?

Todos olham com espanto para a morena.

— O que foi? É uma simples pergunta. – indaga depois de engolir o alimento.

Simone não se contém e cai na gargalhada:

— O Cesar? Mulherengo? Você deve estar de brincadeira?

— Por quê? – Júlio pergunta intrigado fitando Cesar, em seguida volta seu olhar para Simone.

— É sério isso? Ele? Mulherengo? – pergunta apontando para Cesar deixando-o envergonhado — Posso dizer a verdade, Cesar? – a ruiva questiona, enquanto que ele fica paralisado com os olhos arregalados — Bom. A verdade, Camila, é que não tinha garoto mais bobão na minha turma como ele! Tímido e indeciso! Era uma criança grande! Até tinha uma menina, amiga nossa, que gostava dele, mas sabe o que ele disse quando finalmente a garota teve coragem de se declarar? "Não podemos ficar juntos para não perdermos nossa amizade.". A menina, é claro, ficou arrasada, mas continuou sua vidinha, algum tempo depois esqueceu ele e começou a namorar. E... acredito que ela está muito bem hoje.

Júlio, atento a tudo que a ruiva dizia, sorri com o canto direito da boca, quase imperceptível. Cesar, por sua vez, fica aliviado com a resposta dela, porém se lembra muito bem da escola e sabe que, na verdade, a ruiva falou dela própria.

— Então, se ele era assim. Como ficou deste jeito? – Camila pergunta apontado para Cesar com a mão direita aberta para cima e a testa franzida.

— Eu só encontro uma explicação. – Simone começa a falar seriamente — São as más companhias. Se me lembro bem, JP já dava seus primeiros indícios para a vida de galinhagem naquela época. Já o Rick, sempre foi galinha mesmo, acho que desde que nasceu.

— Eu sabia. – Júlio murmura — Desde que eles apareceram, sabia que eram da pior espécie.

— Você não pode falar nada, cunhadinho! – finalmente Cesar se pronuncia — De nós todos, você é o pior!

— Júlio? Você também? – pergunta Simone fitando Júlio com reprovação.

— Sim... quer dizer... não...

— Tá vendo, Simone! – interrompe Cesar com olhar arrogante — Ele é o pior de nós por que simplesmente jamais vai confessar! Pode estar pronto para ser colocado na guilhotina, mas não confessa.

— Cale a boca, Cesar! – Júlio fala rispidamente — Simone! Sim, sempre fui um canalha com as mulheres. Peço perdão para vocês duas por dizer isso, mas é verdade, porém isso está mudando! – Júlio pega a mão de Simone e a beija como fez antes — Desde que conheci você, não sinto vontade de conhecer ou estar com outra mulher.

Simone fica encabulada com as palavras de Júlio, com sorriso tímido nos lábios abaixa a cabeça. Cesar se morde de ciúme ao perceber o galanteio de Júlio para ela. Camila percebe o olhar de raiva do esposo para o irmão, então muda de assunto. Começa a perguntar para a convidada sobre a filha dela, a partir daí a conversa e o jantar ocorre sem maiores problemas.

Ao final da sobremesa, todos voltam para sala, continuam a conversar sobre assuntos variados. Então, depois de mais alguns minutos, Simone murmura ao se levar do sofá:

— A conversa está muito boa, mas já está na hora de ir.

— Não! Fica mais um pouco! – pede Júlio, também se levantando.

— A verdade é que estou cansada e tenho muito trabalho amanhã.

— Sim. Estamos todos cansados. – Camila se levanta do sofá — Adorei sua visita e gostaria que viesse mais vezes.

— Adorei visitar vocês. Prometo vir outras vezes.

— Vou te levar para casa. – Júlio pega a chave do carro que se encontrava sobre a mesa de centro.

Simone se despede de Camila com um aperto de mão e um beijo no rosto. Se aproxima de Cesar para se despedir, paga em sua mão, ele a puxa suavemente para se aproximar mais dela, então Simone beija seu rosto.

As peles se tocam, os dois sentem o profundo desejo de estar juntos, de tocar um ao outro, muito mais do que apenas esse simples beijo. Porém, se separam lentamente e trocam olhares que só aumenta o desejo um do outro.

Simone se vira, vai em direção à saída seguida de perto por Júlio, com o olhar triste de Cesar acompanhado seus movimentos, até que ela some de seu campo de visão. Quando a porta se fecha Camila exclama:

— Você teve ou tem algo com ela!

— O que está dizendo? – Cesar retruca ao tirar o paletó, já começando a subir as escadas.

— Tem sim! Tenho certeza disso! Principalmente, depois desse jantar! – responde seguindo-o um pouco irritada.

— Por falar nisso, por que não me disse que ela viria aqui?

— Por quê? Ela não pode vir aqui? O que tem entre vocês? E não me venha dizer que são apenas amigos de escola porque essa não cola mais!

— Quer saber, Camila! – responde ao entrar no quarto seguindo direto para o banheiro — Pense o que quiser! Não vou mais discutir com você! Vai dormir e me deixe em paz!

Cesar se tranca no banheiro, encara seu reflexo no grande espelho sobre a pia por alguns instantes, fecha os olhos se lembrando do momento em que viu Simone entrar na sala com aquele vestido, se lembra de sua boca com batom vermelho parecendo um rubi, começa a imaginá-la sozinha com ele naquela mesma sala, beijando-a, tocando-a, fazendo amor com a sua amada. Abre os olhos e sussurra em voz muito baixa:

— Simone... Simone... te desejo demais! Quero tanto estar com você! Quero demais te beijar, te amar! Tenho que atrapalhar de algum jeito essa relação que o Júlio quer ter com você. Você é minha.

Cesar tira a roupa, entra no box, abre a torneira do chuveiro o máximo possível para que a água fique gelada, "Tenho que esfriar a cabeça! Simone, você está me deixando louco!".

 

(***)

 

Quando o carro de Júlio para na frente do hotel de Simone, o moreno murmura:

— Você ficou calada o caminho todo. Por quê?

— Por nada. Só estava pensado. – responde sem olhar nos olhos do playboy.

— Quero te agradecer por não falar nada sobre o que aconteceu entre você e o Cesar para Camila. – ele pega a mão dela, a beija, fazendo-a fitá-lo.

— Não tem o que agradecer. Não quero estragar o casamento de ninguém. Não estou aqui para isso!

— Eu sei disso, mas depois de vê-los juntos hoje e, principalmente, depois da despedida de vocês, sinto que você ainda o ama, não é verdade?

Simone desvia seu olhar para o lado de fora do carro novamente, permanece por alguns segundos com o olhar perdido, então dá um longo suspiro:

— Não posso mentir para você. Ele realmente mexe com os meus sentidos, mas luto contra isso firmemente.

— Sim. Também senti sua luta. Por saber o quanto é difícil para você estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo, não vou mais forçá-la a ficar próxima dele, por qualquer que seja o motivo. Pelo menos, enquanto você estiver em processo de adaptação.

— Obrigada. – Simone volta seu olhar para ele e sorri timidamente.

— Imagino que deva ser muito difícil deixar de sentir algo assim.

— Sim. Está difícil, mas estou aos poucos vencendo-o. Logo não o sentirei mais.

— Quero te ajudar com isso, se você aceitar, é claro. – diz ao abraçar o banco de Simone com o braço direito, além de se aproximar dela — Desejo, de todo o coração, que consiga esquecer este sentimento.

— Agradeço que se sinta assim. – responde ao olhar fixamente nos olhos dele.

Júlio acaricia o cabelo da ruiva com a outra mão, aproxima cada vez mais seu corpo ao dela, deixando-a sentir sua respiração quente,"Te desejo tanto, mas será que é recíproco? Será que devo beijá-la? Poderia fazer maravilhas com você!", reflete, então o moreno a beija suavemente. Ela retribui o beijo e o abraça. "Não! Não quero que seja assim. Não quero fazer com você o que faço como as outras. Também não quero que fique comigo para esquecer os outros! Desejo algo especial!", ele pensa, se afasta, encara os olhos da ruiva:

— Não quero assim. Quero que você me aceite de coração, sem ser apenas para esquecer um sentimento.

— Eu sei. É assim que quero também. – Simone sussurra.

— Então, vamos com calma. Sem atropelar nada, certo?

— Certo.

Os dois se despedem com outro beijo suave e doce, ela sai do carro e entra no hotel, enquanto ele vigia sua entrada:

— Simone...você acaba de ganhar mais um admirador! Vou fazer de tudo para que esqueça do Cesar ou de qualquer um!


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Notas finais do capítulo

Concordam que a música combina?! E, agora? O que a ruiva vai fazer? Qual será a próxima atitude do Cesar, do Ricardo e do Júlio? Espero que estejam gostando. Ah... Vem mais confusão por aí!



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