Sem Influência escrita por British


Capítulo 12
Capítulo 12 – Encontros e desencontros


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem? Vim matar a curiosidade de vocês e atiçar um pouquinho mais para os próximos capítulos! Tenham uma boa leitura! Nos vemos em breve nos comentários! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788775/chapter/12

O dia de seu encontro com Neji havia chegado, uma sexta-feira à noite, num restaurante balado de Konoha. Antes de ir encontrar com o médico, Sakura passou na casa da família Uchiha para deixar Indra e Ashura com o pai. Os gêmeos dormiriam lá durante todo o final de semana.

— Chegou bem na hora, Sakura. Olá, meus filhos. – Cumprimentou Sasuke na porta.

— Oi, papai. Ela tá atrasada. – Entregaram Indra e Ashura e entraram na casa com suas mochilas depois de abraçarem rapidamente o pai.

— Atrasada pra onde? – Emendou Sasuke.

— Hoje, eu tenho um encontro com Neji. – Informou Sakura, pegando o Uchiha de surpresa.

— Algo romântico? – Perguntou Sasuke tentando se mostrar indiferente.

— Não, só um jantar de bons amigos. Ele reclamou que você é claramente o preferido e pediu alguma vantagem. – Revelou Sakura.

— Hum... Você não precisa ir. Ainda dá tempo de desmarcar e assistir um filme comigo e as crianças. – Propôs Sasuke e Sakura sorriu.

— É uma ideia tentadora, mas não posso. Eu preciso ir, Sasuke. – Afirmou Sakura.

— Você está se esforçando mesmo para me esquecer hein? Mas eu não vou deixar. – Lembrou Sasuke.

— Quando que você facilitou algo pra mim né? Estou acostumada. Por favor, me deixe ir nesse encontro em paz. – Pediu Sakura.

— Só se você me prometer uma coisa. – Rebateu Sasuke.

— O que? – Perguntou Sakura.

— Você não vai beijar esse otário hoje. – Pediu Sasuke.

— Prometo que será só um jantar de dois bons amigos. Está bem? – Disse Sakura.

— Pode ir então. Não vou incomodá-la. Pode sextar. – Liberou Sasuke.

— Você está emburrado... – Reparou Sakura.

— É claro que me chateia te ver com outro, ainda mais sabendo das más intenções dele com você. – Confessou Sasuke.

— Eu estou sem graça, Sasuke. Acho que nunca imaginei ter esse tipo de conversa com você. Relatou Sakura.

— Eu sei que estou constrangendo você. Faço de propósito pra te lembrar do que a gente sente. Eu amo você. – Sasuke reafirmou.

— Eu preciso realmente ir, Sasuke. Boa noite. – Sakura então se virou e foi em direção ao seu carro. Enquanto isso, Sasuke sabia que tinha conseguido perturbar um pouquinho sua ex-mulher.

 

[...]

 

Assim que entrou em casa, Sasuke foi se arrumar. Quando voltou à sala, sua mãe e os filhos estranharam. O Uchiha parecia que ia para esbornia.

— Pra onde você vai todo emperiquitado desse jeito? – Perguntou Mikoto.

— Estou causando boa impressão? – Rebateu Sasuke.

— Papai está bonito. – Disse Indra.

— Correção. Papai é lindo. – Bajulou Ashura e Sasuke riu.

— Obrigado pelos elogios. Era essa a intenção. Respondendo à senhora, minha mãe, eu estou indo no mesmo restaurante que Sakura vai se encontrar com o babaca do Neji. – Informou Sasuke.

— Como você sabe do endereço? – Questionou Mikoto.

— Sakura é digital influencer. Você acha que ela iria a um restaurante sem marcá-lo na publicação dela em uma rede social? Eu já dei uma olhada. Por sinal, é um dos locais que ela mais gosta da cidade. – Disse Sasuke.

— A mamãe não é boa escondendo as coisas. – Reparou Indra.

— Não é mesmo. – Concordou Ashura.

— Bom, enquanto eu vou lá ferrar com o encontro da sua mãe, vocês obedeçam à vovó e ao vovô quando ele chegar do hospital. Ok? Nada de videogame porque não estão merecendo. Sarada me fez reavaliar áquea chantagem que os dois bonitinhos me fizeram e resolvi voltar atrás. – Informou Sasuke.

— Mas pai... – Indra ia começar, porém Sasuke o interrompeu.

— Não quero ouvir nenhum pio, entenderam? Não vou me deixar levar mais pelas minhas inseguranças. Por isso, quando der a hora de dormir, quero os dois na cama. Mamãe, fique de olho neles! – Pediu Sasuke.

— Eles entenderam o recado meu filho. – Disse Mikoto.

— Isso tudo é culpa da Sarada. – Acusou Ashura.

— O que eu falei sobre reclamações? Agora, fiquem assistindo à TV com a avó de vocês. Qualquer coisa estarei com meu celular ligado, mas espero que vocês colaborem. Ok? – Avisou Sasuke.

— Ok. – Concordaram todos.

 

[...]

 

Quando Sakura chegou ao restaurante a música “Dance Again” de Selena Gomez tocava no interior do estabelecimento. Neji já esperava por ela na mesa e o doutor havia pedido o melhor vinho da casa para ambos tomarem.

— Estava ansioso por sua chegada, Sakura. – Revelou Neji, puxando a cedeira para Sakura sentar-se à mesa.

— Desculpe o atraso. Precisei deixar Indra e Ashura com Sasuke primeiro. – Relatou Sakura.

— Ele sabe sobre o nosso encontro? – Questionou Neji.

— Eu não tenho nada a esconder Neji. Não estou cometendo nenhum crime. – Comentou Sakura.

— Eu sei, mas imaginei que ele ficasse irritado com o nosso jantar. – Respondeu o pediatra.

— Ele não ficou feliz, mas o que importa aqui é a minha opinião. Eu prometi que viria, então estou aqui. Por favor, podemos não falar mais do meu ex por hoje? – Pediu Sakura, olhando o menu.

— Podemos. Melhor nós falarmos do prato da casa. O que acha de pedirmos a sugestão do chef? – Ofereceu Neji.

— Eu acho ótimo! Vamos com o prato do chef por esta noite. – Disse Sakura, fechando o menu e então foi servida com um pouco de vinho.

— Como foi seu dia? – perguntou Neji.

— Tive muito trabalho, mas isso é normal. Imagino que o dia a dia do hospital também não seja fácil. – Falou Sakura, e em seguida bebeu um pouco de vinho.

— Minha vida é bastante corrida por conta do hospital, mas é um trabalho gratificante. Principalmente por que lido com crianças. Sabe, Sakura, eu tenho o sonho de ser pai. – Disse Neji e Sakura quase cuspiu o vinho na hora.

— É um bonito sonho Neji, mas você sabe que eu não quero ter mais filhos, certo? – Informou Sakura.

— Se você me aceitasse, seus filhos seriam como meus. Eu já os vejo dessa forma. – Relatou Neji.

— Eu entendo, mas meus filhos já têm um pai dedicado e amoroso. Eu posso ter milhões de queixas do Sasuke, mas um bom pai ele sempre foi. Por isso, esse lugar não está vago na vida dos meus filhos. Se você está procurando esse tipo de experiência aconselho que invista numa relação com alguém que ainda pode ter mais filhos, que quer isso. – Assegurou Sakura.

— Acho que me expressei mal. Quero ser padrasto deles.

— Tudo bem. Acho que entendi suas intenções.

O jantar continuou, os dois conversaram sobre amenidades que iam desde os planos para as próximas férias, sonhos que ainda gostariam de realizar até como poderia ser um próximo encontro. Sakura sugeriu uma ida à praia, já Neji sugeriu que passassem um final de semana em Niva York sozinhos. No meio da conversa deles, começou a tocar “Souvenir” de Selena Gomez. Então, Sakura o convidou para dançar.

— Uma das coisas que eu acho mais legais desse restaurante é o espaço da pista para dançar. Concede-me esta dança, Neji? – Disse Sakura.

— Será um prazer. – Respondeu o médico, indo acompanhar a Haruno até a pista onde eles começaram a dançar coladinhos.

— Eu realmente aprecio a sua companhia, Neji. – Afirmou Sakura.

— Eu estou muito feliz que você tenha me chamado para esse encontro. – Confessou Neji, encarando Sakura. O médico estava pronto para beijá-la, quando Sakura se afastou.

— Melhor voltarmos para a mesa. – Pontuou Sakura, quase correndo de volta para seu lugar.

— Deixei você desconfortável? – Perguntou Neji, tentando saber onde tinha errado.

— Acho que ainda não estou pronta para esse tipo de envolvimento. – Disse Sakura nervosa, suas bochechas estavam coradas de vergonha.

— Por quê? – Neji questionou, mas antes que Sakura desse qualquer resposta ele sentiu uma mão em seu ombro.

— Guardaram o meu lugar? – Perguntou Sasuke com a cara mais lavada do mundo ao aparecer no restaurante.

— O que faz aqui Sasuke? – Sakura estranhou.

— Você não foi convidado. – Respondeu Neji.

— O restaurante é público. Não preciso de convite, Neji. E Sakura eu vim fazer companhia a vocês. Imaginei que estivesse um tédio e vim emprestar um pouco do meu carisma para melhorar a sua noite. Me agradeça depois, Sakura. – Sasuke então piscou para a ex-mulher e puxou uma cadeira para se sentar.

— O que eu tinha falado pra você deixar a gente em paz hoje? – Disse Sakura.

— Você me disse para deixar você vir pra cá em paz e eu deixei. Vocês tiveram aproximadamente 35 minutos sem a minha presença. Mas eu quero participar do resto dessa noite. Pensei que você disse que daria chances iguais a nós dois. – Lembrou Sasuke.

— Tá bom, Sasuke. Pode ficar. Podemos terminar o jantar como três adultos, não? – Perguntou Sakura.

— Eu ajo como um homem adulto, mas tenho dúvidas sobre o seu ex-marido. – Respondeu Neji, tentando manter a compostura.

— Eu sei me comportar, Sakura. Aliás, vou pedir ao garçom o mesmo prato de vocês. – Disse Sasuke, chamando o garçom em seguida para fazer seu pedido, enquanto isso, Sakura e Neji trocaram um olhar preocupado com o restante do encontro.

Durante o restante do jantar, Sakura tentou impedir que Sasuke e Neji brigassem, mas parecia impossível. Se um falava que preferia A, o outro dizia que B era melhor por milhões de motivos. Uma hora a Haruno ficou com dor de cabeça de ver os dois discutindo mais do que seus filhos pequenos e simplesmente levantou dizendo que ia ao banheiro, mas, na verdade, pagou a conta e foi embora sozinha.

— Senhores, a senhora Haruno pediu para avisar aos senhores que ela não vai voltar. E não precisam se preocupar com a conta, pois ela já deixou tudo pago. – Informou o garçom.

— Ela o que? – Revoltou-se Sasuke.

— Ela não suportou nenhum de nós dois. – Riu Neji.

— Pelo menos, estraguei a noite de vocês. – Gabou-se Sasuke.

— Não importa, Sasuke. O que você fez hoje só prova o quão imaturo você é. Não sabe lidar com o fato da sua ex ter outra opção para namorar. – Disse Neji.

— Eu discordo. Tenho certeza que Sakura sabe muito bem que ela me ama e só foi embora para não deixar você constrangido. – Rebateu Sasuke.

— Fique com as suas certezas. Eu vou pra minha casa. Não quero perder meu tempo com você, Uchiha. – Disse Neji, se levantando para ir embora.

— Nem eu quero perder meu precioso tempo com você Hyuuga. – Afirmou Sasuke, também se levantando para ir embora.

 

[...]

 

Quando chegou em casa, Sasuke sorriu com a visão que teve. Mikoto, Fugaku, Indra, Ashura e Sakura estavam assistindo a algum filme dos Vingadores juntos.

— Por que veio embora sem falar nada? – Perguntou Sasuke, sentando-se ao lado da ex-mulher no sofá.

— Eu não queria me aborrecer. Decidi passar o resto da noite com meus filhos, os únicos homens que me amam nesse mundo. – Disse Sakura, comendo pipoca.

— Sakura comentou o papelão que você fez no restaurante, Sasuke. – Comentou Mikoto.

— Estou surpreso com você, Sasuke. – Admitiu Fugaku.

— Só fui lutar pelo que é meu. – Afirmou Sasuke.

— Alguém avisa pro Sasuke que eu não sou objeto? – pediu Sakura.

— A mamãe não é objeto. – Disseram Indra e Ashura juntos.

— Eu sei. Só foi jeito de falar. – Defendeu-se Sasuke.

— Sinceramente, estou cansada do seu jeito de falar, de agir, de pensar. – Disse Sakura.

— Esse é o seu modo educado de dizer que prefere o Neji? – Questionou Sasuke.

— Gente, melhor vocês conversarem no escritório. Estão atrapalhando o filme. – Sinalizou Ashura.

— Vamos? – Pediu Sasuke e Sakura assentiu.

— Vamos. – Respondeu a Haruno.

No escritório, os dois se sentaram no sofá, um de frente para o outro.

— É isso Sakura? Você prefere o Neji? Foi por isso que foi ter um encontro com ele? – Perguntou Sasuke.

— Não é isso. Mas eu não gostei de você ter ido lá. Só mostra que não confia em mim. Eu falei que não ia deixar ele me beijar e mesmo assim você foi estragar o meu jantar. – Reclamou Sakura.

— Parte de mim acha que você gosta do Neji mais do que como amigo. – Confessou Sasuke.

— Eu me sinto atraída por ele sim. Era isso o que você queria ouvir? – Rebateu Sakura.

— Quer namorar o Neji?

— Não sei! Sasuke, meu Deus! Você não tá me deixando avaliar a situação. Eu disse que eu preciso de tempo.

— Você não tem medo de me perder?

— Sinceramente, não. Eu já te perdi uma vez, sei o quanto dói, mas me reconstruo. Quando eu tinha 18 anos e fiquei sozinha nesse mundo não tive você nem ninguém. Agora você tá apavorado com a ideia de me perder. – Respondeu Sakura.

— Porque eu já perdi alguém e não quero passar por isso nunca mais. – Revelou Sasuke, se referindo a Karin.

De repente, a discussão virou silêncio. Os olhos de Sasuke estavam marejados e Sakura sentiu que sua colocação foi infeliz, então ela abraçou o ex-marido.

— Independente do rumo que nossa relação como homem e mulher tomar, eu nunca vou abandonar você. Também não planejo morrer tão cedo pra te deixar viúvo. – Disse Sakura.

— A Karin também não tinha esses planos, mas mesmo assim me deixou. – Comentou Sasuke abraçando Sakura.

— Me dói te ver assim. – Relatou Sakura.

— Eu amo você, Sakura.

— Eu acredito no seu amor, mas você sabe que não tava legal antes nosso casamento.

— Eu sei, Sakura. Mas vamos tentar? Vamos fazer isso por nós e pelos nossos filhos? – Pediu Sasuke.  

— Eu adoraria, mas ainda não tenho certeza. Por favor, não me force a dar uma resposta agora por que provavelmente seria não. Melhor eu ia embora. – Afirmou Sakura, então se levantou, em seguida se despediu dos filhos e foi embora dormir sozinha em casa.

 

[...]

Antes de ir dormir, Sakura pegou seu telefone e ligou para Neji. Antes de discar seu número, reparou que havia três ligações perdidas do pediatra para ela, então resolveu ligar o mais rápido possível para se desculpar.

— Oi, Sakura. - Disse Neji assim que atendeu ao celular.

— Oi, Neji. Sinto muito pelo encontro ter dado errado. – Desculpou-se a Haruno.

— Imagino que Sasuke esteja enlouquecendo com medo de te perder. No lugar dele, acho que faria a mesma coisa. É claro que não gostei da presença dele, mas entendo a situação. Sua saída foi uma medida inteligente. – Comentou Neji.

— Eu não quero magoar nenhum de vocês dois, mas depois de hoje percebi que um de nós vai sair com o coração despedaçado. – Concluiu Sakura.

— Seria uma honra ter o meu coração partido por você. – Respondeu Neji e Sakura riu.

— Viu isso em “A Culpa é das Estrelas”, né? – Disse Sakura.

— Tá passando na televisão agora. Achei bonitinho repetir. – Admitiu Neji.

— Qual o canal? Vou assistir também. – Disse Sakura ligando a TV.

— No canal 103. – Respondeu Neji.

— Pronto. Vamos assistir a esse filme juntos pelo telefone? – Propôs Sakura.

— Acho que é uma maneira agradável de terminarmos nosso primeiro encontro. – Disse Neji.

— Acho que sim. Neji...

— O que Sakura?

— Eu quero que você saiba que é muito especial pra mim. – Disse Sakura.

— Você também é pra mim. – Afirmou Neji.

[...]

 

Itachi acordou após sonhar com Karin mais uma vez. Antes de se levantar, ele encarou o rosto sereno de Izumi adormecido ao seu lado. Ele então fez um afago em seus cabelos, levantou, tomou um banho, entrou no closet de seu quarto e no fundo de uma gaveta ele pegou uma pasta com todas as folhas que faltavam do diário da falecida ruiva. Para si mesmo, o Uchiha disse que precisava revelar toda a verdade para Karine.

No caminho para o hospital, Itachi mandou uma mensagem de texto para Karine pedindo que ela fosse assim que chegasse à sua sala.

— O que o senhor deseja? – Perguntou Karine sentando-se à frente de Itachi na sala dele.

— Contar a verdade. Acho que finalmente estou pronto. – Disse Itachi.

— Sério? Até que não demorou muito. – Surpreendeu-se Karine.

— Eu sonhei com Karin essa noite e ela me dizia que estava na hora de parar de fugir, de mentir. Também estou cansado de enganar as pessoas que amo e acho que pra começar preciso dizer a você o que aconteceu. Afinal, você é a irmã dela e merece saber tudo sobre aquela época. – Começou Itachi.

— O que aconteceu? – Perguntou Karine.

— Você havia me perguntado sobre como era o relacionamento da Karin com Sasuke, se ela tinha vontade de se separar e eu disse que sim, mas isso não é tudo. Sua irmã não amava mais o Sasuke na época da morte dela e planejava fugir. – Revelou Itachi.

— Fugir pra onde? – Questionou Karine.

— Para algum lugar onde Sasuke não pudesse encontrá-la.

— Ela disse isso a você?

— Ela não só disse, como planejava fugir comigo, mas eu não tive coragem. – Confessou Itachi.

— Com você? – Surpreendeu-se Karine.

— Eu a Karin nos apaixonamos.  Quando ela se mudou para casa dos meus pais com Sasuke e Sarada, eu já não morava mais lá. Estudava fora da cidade e só vinha nos finais de semana, mas nos aproximamos muito nesse tempo. Quando notei o que sentia, eu resolvi parar de vir para casa nos finais de semana e voltar só nas férias. Karin notou e me perguntou o motivo da mudança, disse que sentia minha falta, mas que eu estava mais distante. Então eu me declarei para ela. – Revelou Itachi.

— E qual foi a reação dela à sua confissão? – Indagou Itachi.

— Ela me beijou e disse que sentia o mesmo. Acho que o meu coração nunca bateu tão rápido e tão forte quanto naquele dia. Era tão errado, mas não consegui evitar e a beijei. – Lembrou-se Itachi.

— Sasuke sabe? – Questionou Karine.

— Não, ainda não. Depois desse primeiro beijo, eu disse a ela que era loucura, que minha família jamais aceitaria que ela se separasse de Sasuke para ficar comigo. Também tinha Sarada que era só um bebê de dois anos na época. Precisava ter uma mãe.

— Ela se acovardou então?

— Nenhum de nós queria arriscar o que estava em jogo. 

— E o que estava em jogo?

— Para ela, a segurança financeira. Para mim, o amor da minha família. Sasuke não olharia na minha cara nunca mais se eu roubasse a esposa dele. Meus pais sentiriam vergonha de mim.

— Então você rejeitou Karin?

— Sim, eu evitei ligações, mensagens, cartas, tudo. No entanto, eu precisava visitar meus pais nas férias e os trinta dias que eu passava em Konoha a cada seis meses eram enlouquecedores pra mim.

— Como ela agia quando você estava em casa?

— Na frente dos outros, só conversava. Quando estávamos a sós, ela me pedia para fugirmos. Nunca aceitei. Eu tinha mais coisas a perder do que ela. – Confessou Itachi.

— Quando Karin morreu Sarada tinha 4 anos. Então vocês ficaram praticamente dois anos se amando em segredo?

— Era uma tortura. Eu tentava me relacionar com outras pessoas na faculdade ou no trabalho, mas nada durava. Era tudo insignificante perto do que Karin representava. Eu me perguntava sempre por que fui gostar logo da mulher do meu irmão.

— Imagino a culpa que você sentiu. E o que aconteceu no dia do acidente?

— Bom, antes desse dia, aconteceram coisas importantes.

— Que coisas?

— Nas minhas últimas férias antes da morte dela, Karin me disse que estava determinada a deixar o Sasuke. Eu disse a ela que mesmo terminando o casamento nós não poderíamos ficar juntos, então ela brigou comigo, disse que eu não a amava. Jurei o contrário. Então, ela me beijou e nós fomos flagrados por minha mãe. Dona Mikoto ficou furiosa, deu sermão em nós dois e, obviamente, contou tudo a meu pai.

— Nessa época Sasuke não desconfiou de nada?

— Ele sentia Karin distante, mas jamais se passou pela cabeça dele uma traição. Ainda mais me envolvendo.

— E o que seus pais fizeram quando descobriram vocês?

— Meu pai pediu que eu não voltasse mais pra casa por um tempo e ameaçaram cortar a mesada que dava para Karin por ela ter assumido Sarada como filha. Fui embora de lá no dia seguinte, inventei que um amigo tinha insistido para fazermos uma viagem e aí abandonei Karin.  Era minha família ou ela.

— Imagino que ela tenha ficado muito triste.

— Sim, Karine. Sua irmã passou a beber depois disso. Ela se apoiava no álcool como uma bengala emocional. E aí aconteceu o dia do acidente após algum tempo.

— O que aconteceu nesse dia? Sasuke mesmo não sabe explicar por que ela pegou o carro bêbada.

— No dia do acidente, Sasuke e Karin brigaram porque ela não prestou atenção em Sarada e minha sobrinha caiu da escada, quebrando o braço. Após a briga, ela começou a beber. Então, ouviu uma conversa de minha mãe no telefone comigo, na qual eu dizia que tinha vindo visitar um amigo que estava aniversariando, mas que não passaria por lá para evitar Karin. Então, ela resolveu pegar o carro para ir atrás de mim.

— Mas como ela sabia onde você estava?

— Em cidade pequena todo mundo se conhece, Karine. Foi só ouvir o nome do meu amigo que Karin sabia exatamente em que endereço me achar. No meio do caminho, ela me ligou, mas eu não atendi.

— Então ela morreu sem falar com você?

— Não exatamente. Ela deixou uma mensagem na caixa postal. E o que mais me dói é que ela sofreu o acidente porque se distraiu da estrada enquanto deixava aquela bendita mensagem pra mim. – Respondeu Itachi emocionado com a lembrança.

— O que dizia na mensagem? – Questionou Karine.

— É melhor você mesma escutar. – Itachi então mostrou a gravação que ele tinha feito da mensagem.

“Itachi, você vai me ignorar até quando? Eu sei que você está em Konoha se escondendo de mim novamente. Eu só quero que você saiba que já decidi. Não faz sentido viver sem você. Por favor, me encontre na frente da casa do seu amigo. Vamos acertar os detalhes da minha fuga. Sasuke não precisa saber de nós. Sua família não precisa saber de nós. No meu diário, eu deixei uma carta escondida para o Sasuke. Ele vai entender que eu te amo. A gente não pode ignorar mais esse amor. Por favor, Itachi, não deixa eles...”, disse Karin quando foi interrompida pelo som de uma batida.

— Ela morreu enquanto gravava a mensagem pra você? – Disse Karine incrédula, chorando ao ouvir a mensagem e Itachi assentiu.

— Eu sou o culpado. Como ela tinha ligado várias vezes e eu não tinha atendido, resolvi atender quando ela me ligou de novo, mas não era ela. Alguém tinha chamado socorro para o acidente e ligou para o número de emergência dela que, por acaso, era o meu. Voei para o hospital assim que me ligaram. Quando cheguei lá, disseram que o estado era grave e que precisavam fazer uma tomografia. Fiquei esperando o resultado e aí o Sasuke, mamãe e papai apareceram junto com Sarada.

— Sasuke não estranhou sua presença no hospital?

— Sim, muito, mas ele sabia que eu estava na cidade porque minha mãe tinha contado. Eu expliquei que cheguei primeiro porque era o número de emergência do telefone da Karin, mas o meu irmão não sabia a razão dela ter colocado meu número lá.  No entanto, a gente não teve muito tempo para interrogatórios na época. Logo, o médico chegou e disse que não tinha mais nada que pudesse ser feito. Então nos contou sobre a morte cerebral.

— Imagino a sua dor e do Sasuke. – Disse Karine.

— Sasuke desmaiou na hora que recebeu a notícia. Sarada começou a chorar vendo o pai desacordado, e eu entrei em estado de choque. Só chorei quando fui me despedir dela antes de autorizarmos a doação de órgãos. – Relatou Itachi.

— Por que você não quis contar a verdade pro Sasuke? – Questionou Karine.

— Pra que? Ele só sofreria mais. Meus pais concordaram que era melhor Sasuke não saber das intenções de Karin de fugir. Manchar a imagem da mãe de Sarada.

— Mas a Sakura é a mãe da Sarada.

— Mas nessa época esse era outro segredo escondido debaixo do tapete. Não tinha o que fazer. Eu sofri calado, vi Sasuke chorar a morte da Karin por anos e com o tempo as coisas foram amenizando.

— A Karin menciona o diário na sua mensagem. Foi por isso que você o encontrou? – Perguntou Karine.

— Sim. Como Sasuke estava ocupado com o velório e o enterro, eu fui em casa e encontrei o diário. Estão aqui as páginas que você estava procurando. – Mostra Itachi.

— Posso ler em casa e tirar cópias pra mim? – Pediu Karine.

— Pode. – Consentiu Itachi.

— Assim vou conhecer melhor os sentimentos de minha irmã. Obrigada por dividir essa dor comigo. – Agradeceu Karine.

— Isso não é tudo, mas acho melhor eu te contar o resto outro dia. – Disse Itachi.

— Ainda tem mais coisas? – Questionou Karine surpresa.

— Tem segredos que eu guardo sobre Karin que nem os meus pais sabem. Mas vou esperar você ler as páginas que faltam do diário para que você entenda melhor o que eu vou te contar depois. Vai mais fácil para você digerir. – Garantiu Itachi.

— Ok. Só uma coisa Itachi: Você nem o Sasuke são culpados pela morte da Karin. Uma série de acontecimentos infelizes a tirou de nós.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sem Influência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.