Oráculo escrita por Lumus


Capítulo 3
Capítulo 3: Nova York


Notas iniciais do capítulo

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Quando eu era pequena viajávamos muito, se tornou muito raro estarmos em casa, apenas acontecia em épocas especiais onde à família toda se reunia. Era muito comum irmos para Chicago, tanto que depois nos mudamos pra lá, mas não ficamos por muito tempo, eu acabei não me adaptando ao colégio interno. Sempre achei que éramos sortudos por viajar tanto, conhecer tantos lugares diferentes, culturas, pessoas, mas o que eu não sabia era que tudo aquilo tinha um objetivo.

Tia Mary estava aflita enquanto dirigia, havia me contado que eu iria em um avião particular da família, para evitar ser vista em um aeroporto. Nós passamos os primeiros 10 minutos em silêncio absoluto, o único som que eu escutava era do ar cortando os galhos. Neste instante parei para pensar, na verdade uma retrospectiva de tudo que aconteceu nos últimos dias.

— A um tempo atrás seus pais tinham uma vida muito boa, eram queridos por todos na cidade e em qualquer lugar que fossem. Um dia, eles viajaram para Nova York, estavam obcecados por mitologia, fascinados pelos poderes dados aos grandes reis, queriam entender se tudo aquilo realmente era verdade. Nessa viagem encontraram respostas, mas não para o que foram buscar. Estavam investigando um armazém antigo que achavam ser onde ocorriam ceitas de feitiçaria, lá encontraram uma mulher que não ficou nada satisfeita com as buscas e onde estavam se metendo. Mas algo chamou a atenção dela, sua mãe carregava um bebê…

— Eu? - Interrompi tia Mary

— Sim Ana, você. Ela percebeu a gravidez antes que sua mãe soubesse, e viu o quanto você seria especial, ela sentiu seus poderes sem ao menos você ter se formado completamente. Então ela pediu para tocar a barriga de Diana, e foi aí que disse que em seus 20 anos, tudo iria mudar, que você tinha sido destinada a grandeza e seus pais deveriam ensinar e treinar você até que atingisse essa idade. Depois disso a notícia começou a se espalhar, seus pais ganharam muitos inimigos que queriam sua cabeça e alguns  usufruir dos seus poderes. Mas o que aconteceu hoje Ana… foi cedo demais, não sabemos o que significa, essa mulher tinha um cordão de ouro no pescoço com um símbolo, um oráculo. Você precisa encontrá-la.

— E como que eu vou fazer isso? Nem sei quem ela é. -Perguntei aflita com medo do que viria pela frente.

— Quando chegar em Nova York você vai para um apartamento, é da nossa família, lá tem tudo que precisa, uma pessoa vai te encontrar lá e te dar todas as instruções. Eu sinto muito, muito mesmo, ninguém queria que fosse assim, mas pelo visto isso tudo que tá acontecendo com o mundo tem a ver com você, e principalmente por ter acontecido cedo demais. Sobre as pessoas que estão atrás de você, tome muito cuidado, eles sabem sobre o oráculo, e sobre o significado do céu estar violeta. A pessoa que estará te esperando vai guiar você, ensinar e treinar, vocês irão atrás de respostas juntos. Jamais, em hipótese nenhuma se separem - Ela disse quando o carro estacionou no armazém, seus olhos encheram de lágrimas como se isso fosse uma despedida, talvez realmente fosse.

— Eu te amo, obrigada por tudo, vou ficar bem, quando tudo isso acabar eu volto - Disse e a abracei o mais forte que eu podia. Desci do carro e fui em direção ao avião, haviam quatro seguranças do lado de fora e seis dentro do avião. Entrei e me sentei no último assento, escorei a cabeça no vidro e adormeci.

“Eu estava correndo descalça em uma floresta densa, era lua cheia, quando o ar atingia as folhas das árvores, um som ecoava. Eu estava desesperada, perdida e terrivelmente assustada, meus pés se cortavam a cada galho seco que eu pisava, mas isso não importava, correr me mantinha viva. Enquanto olhava para trás ouvia alguém me seguindo, meu fôlego já não era mais o mesmo, minhas pernas tremiam e por fim eu caí. Os passos foram aumentando não só de rapidez como de som, era alto, como se minha cabeça fosse explodir, e finalmente chegou. Se aproximou do meu ouvido e sussurrou: mostre para o mundo a verdadeira cor dos seus olhos Ana.”

Acordei com uma pressão no peito enorme que me fez pular do assento, falhando miseravelmente, pois estava presa ao cinto de segurança. Eu estava ofegante, meu corpo suava e minhas mãos tremiam sem parar, olhei pela janela e percebi que tínhamos acabado de pousar. Fui ao banheiro rapidamente, olhei no espelho e meus olhos ainda estavam violeta, peguei as lentes de contato e coloquei delicadamente. Agora sim, uma garota normal em Nova York. Desci do avião e um carro já estava a minha espera, o motorista não me deu muitas informações, apenas informou que me deixaria no apartamento.

Conhecer Nova York sempre foi um sonho para mim, quando era pequena sonhava vim fazer faculdade aqui, até eu descobrir o poder que tinha. Não posso julga-lo, às vezes agradeço em tê-lo, só às vezes. O carro parou em frente a um prédio, um pouco abandonado por fora, eu esperava um pouco mais. Era em uma rua deserta, tinha três andares e parecia que ia desabar a qualquer momento. Alguém abriu a porta e estendeu a mão para que eu saísse:

— Bem vinda a Nova York gatinha - Um sorriso sínico e irônico me aguardava, e incrivelmente gostoso, se controla Ana.

— Isaac Owen, puta merda, era só o que me faltava - Gritei com raiva e o empurrei para que pudesse sair. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, tia Mary se superou se queria me irritar.

— Calma aí linda, não precisa vim com grosseria, vim aqui para te treinar e te proteger, e o que mais você quiser de mim… - Disse com o mesmo sorriso sarcástico.

— Não preciso da proteção de um imbecil - Disse, peguei minhas malas e fui em direção à porta.

Isaac Owen era minha paixão no colégio, mas não na minha cidade. Quando eu tinha 15 anos me mandaram para um colégio interno em Chicago, nos conhecemos lá. Ele era capitão do time e eu como sempre nos clichês, a nerd com espinhas. Até que um dia eu estava na biblioteca até tarde, e ao sair o encontrei chorando no fim do corredor, me aproximei e ele me abraçou, a partir dali sabia que as coisas iam mudar. Começamos como amigos, mas ele não queria que fosse público no colégio, o capitão com a nerd? Jamais. Então nos encontrávamos no fundo da quadra, comíamos juntos, jogávamos e um dia ele me beijou. Começamos a namorar, desta vez publicamente, o que gerou intriga entre as meninas que eram obcecadas por ele. Seis meses depois, peguei ele com Jennifer Falt nos amassos no nosso lugar, atrás da quadra. Na época eu surtei, chorei por semanas, mas ele? Na outra semana assumiu o relacionamento com ela. Aquilo me devastou tão profundamente que meus pais decidiram me tirar do colégio, e eu voltei a estudar em Sanctum.

— Acha que vai entrar como sem chave - Ele disse caminhando em minha direção com as chaves entre os dedos. Ele parou e começou a me encarar, ou melhor, analisar.

— Tá olhando o que? - Perguntei e ele sorriu

— Você mudou tanto Annie - Ele sempre me chamou assim, desde que namorávamos, no começo eu odiava, mas depois virou como um apelido carinhoso, era a única pessoa no mundo que me chamava de Annie.

— Não me chame assim! - Disse e peguei as chaves de sua mão, abri a porta e dentro era exatamente como era por fora, abandonado. Tinha apenas um colchão no chão, uma cozinha abandonada e um banheiro meio nojento.

— Não se preocupe, aqui é onde vou te treinar, onde vamos ficar é dois andares acima. - Ele disse e o acompanhei em direção ao elevador, apertou o botão três e esperamos subir. Estávamos colados demais, me afastei um pouco para evitar tamanho desconforto. Estávamos passando pelo segundo andar, e o elevador parou, na verdade desligou. Estava tudo escuro, agarrei a mão dele e que acendeu a lanterna do celular.

— Eles estão aqui Annie...

 


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Notas finais do capítulo

Oioi, comentem bastante e não se esqueçam de clicar para acompanhar a fic. Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo....



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