Oráculo escrita por Lumus


Capítulo 2
Capítulo 2: Violeta


Notas iniciais do capítulo

Oioi, sejam bem vindos! Gostaria de dizer que os próximos capítulos serão maiores e vão começar a responder um pouco mais das perguntas que estão sendo deixadas ao longo da história.

Tenham uma ótima leitura!!



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Eu sentia como se estivesse em um mundo paralelo, meu corpo parecia não funcionar, mas não era como se alguém tivesse tomado conta do meu corpo ou coisa parecida, apenas não era eu, não podia ser. Eu conseguia ver minha família inteira, mesmo ali, caída no chão, sem norte. Alguns me olhavam assustados, outros gritavam em desespero, meus pais me sacudiam na tentativa de que eu voltasse a reagir, mas minha irmã? Sentada na mesa comendo, como se nada tivesse acontecendo, estranho. Enquanto tudo desmoronava, uma palavra saiu da minha boca, um sussurro na verdade:

— Oráculo… - Eu mal consegui ouvir o que tinha acabado de dizer, estava sem forças, mas algo aconteceu, todos pararam, minha irmã se levantou rapidamente, meus pais se levantaram encarando o tio Adam e tia Mary. O que significava oráculo? Eu estava confusa, mas pelo que parecia, todos sabiam o que isso queria dizer, e não parecia ser coisa boa. Meu pai sussurrou algo no ouvido da minha mãe:

— Está na hora Diana, ela está pronta – Ela negava com a cabeça.

— Não, minha menina não, ela só tem 18 anos Tom, não era para ser agora - Ela gritava e chorava, e eu apenas ali, deitada, tentando juntar forças para levantar e entender o que estava acontecendo. Senti alguém se aproximar, era a Mary com uma injeção com um líquido viscoso, assim que começou a injetar fui voltando a realidade.

— Vocês precisam me contar oque está acontecendo! Já chega! Que porra foi essa que aconteceu? Parece que todo mundo sabia, que porra é um oráculo? - Comecei a surtar, mais do que o normal, haviam tirado minha mãe da sala, entretanto ainda conseguia ouvir seu choro. De repente todos se afastaram, a expressão de horror era nítida em todos.

— Ana...seus olhos… - me virei em frente o espelho, o que estava acontecendo comigo? Meus olhos estavam violeta, minhas mãos tomaram meu rosto afim de buscar respostas, mas não seria lá que iria obtê-las.

— Ana meu amor, a gente precisa conversar - Tia Mary me puxou pelo braço me levando em direção ao meu quarto.

— Espera… - Disse e recuei, a televisão da sala estava ligada, a tela estava preta, mas estava no canal do noticiário.

“ALERTA: O mundo entrou em colapso essa noite, não sabemos se foi um vírus ou algum tipo de epidemia. As pessoas estão morrendo, alguns religiosos alegam ser algo místico, outros estão envolvendo divergências politicas em suas justificativas. Mas a verdade é que não sabemos o que está acontecendo e nem o que está por vir. Hoje no centro de Nova York o céu se tornou violeta. Os especialistas estão buscando medidas para entender tal acontecimento, desde já peço que fiquem atentos e que aguardem mais notícias”.

— Que porra é essa? Violeta? Tá de brincadeira, meus olhos mudaram de cor e ninguém parece ta se importando com isso - Comecei a gritar indignada, todos estão paralisados, tio Adam fazia algum tipo de oração mística, ele era um cara estranho. Tia Mary pegou novamente meu braço.

— Ana vamos, eu vou te contar tudo, na verdade já era pra você saber a muito tempo - Disse encarando minha mãe. Segui-a até o quarto e nos sentamos na cama, o silencio pairou no ar, ela buscava palavras para tentar começar e finalmente quebrou o silêncio - Olha, você já deve ter percebido que somos uma família estranha…

— Claro, olha pra mim tia Mary, eu sou uma aberração - Uma lágrima escorreu dos meus olhos e ela segurou minha mão firmemente.

— Você nunca foi aberração Ana, você foi um presente pra essa família! Mas escuta bem o que vou te falar agora. Você precisa arrumar suas coisas, pega tudo que precisar, você vai partir essa noite - Ela se levantou e pegou uma mala em cima do guarda roupa.

— Partir? Pra onde? Não vou a lugar algum até que me dê respostas - Me levantei e ela segurou meu pulso com força

— Você quer respostas? Você terá, mas não aqui. Você vai pra Nova York, esse “dom” que sempre te disseram que foi uma surpresa, mentira Ana. Todo mundo sempre soube, você foi escolhida, e é só isso que eu posso te dizer. Arruma suas coisas, seu voo parte daqui à 1 hora. - Ela disse e desceu sem que eu pudesse dizer nada mais nada.

Eu estava perdida, enquanto arrumava minhas coisas pensava em quanto minha vida tinha sido uma mentira. Minhas habilidades, como eu gostava de chamar, nunca foram um dom, ser chamada de aberração, amaldiçoada. Sabe o que é viver sempre pensando que estão todos contra você? Bem, agora eu tenho certeza. Terminei de arrumar minhas malas e peguei a arma que tinha escondida, comprei de um cara na internet quando as pessoas da cidade começaram a ficarem agressivas com a minha presença. Guardei entre as roupas para que ninguém pudesse ver, se eu iria atrás de respostas, precisaria me defender, nem que seja de mim mesma.  Desci as escadas e todos haviam partido, na sala apenas se encontravam meus pais, minha irmã e tia Mary.

— Ana...eu sinto muito, devíamos ter te contado antes - Minha mãe veio em minha direção.

— Me contar? Contar o que? Porque até agora o que eu sei é que eu fui escolhida, mas para alguma coisa que eu não sei o que é, e eu tenho q ir para Nova York e eu também não sei o porquê. - Respondi sarcasticamente - Olha mãe, já chega, acho que vai ser melhor eu ir mesmo, pelo ao menos não preciso ficar aqui com uma família que mentiu pra mim a vida inteira e que no meu aniversário de 18 anos fez eu me sentir como uma bomba prestes a explodir. Enfim, meu voo sai daqui a 20 minutos, preciso ir. - Caminhei em direção à porta e meu pai segurou meu pulso.

— Eles sabem que você está indo, sabem que a névoa violeta também está nos seus olhos. Eles vão tentar matar você Ana, mas você precisa achar o oráculo, é o seu destino, e ninguém, nem mesmo eu e sua mãe podemos interferir nisso. Toma cuidado meu amor, Mary vai te passar as instruções - Ele disse e me entregou um par de lentes de contato

— Eles quem? Matar-me? Quem quer me matar? Por quê? Que porra tá acontecendo nessa merda de família? - Gritei e tia Mary segurou minha mão

— Sei que é muito para assimilar, sei que sua cabeça deve estar explodindo, eu te explico tudo no caminho, na verdade quase tudo. Vamos Ana, você precisa ir agora! - Concordei com a cabeça e segui para o carro. As pessoas na rua me encaravam, sentiam que eu poderia estar por trás de algo “a maluca saindo da cidade depois da loucura que aconteceu em Nova York”. Abaixei a cabeça e tentei não escutar os murmúrios a meu respeito, eu só queria que um dia eles entendessem e me aceitassem, mas parece eu estava indo de ré contra tudo e todos. Entrei no carro e escorei a cabeça no vidro, só queria que tudo acabasse logo, mas pelo visto, só estava começando.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo,comentem bastante e não esqueçam de clicar para acompanhar a história.



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