Marcados escrita por CM Winchester


Capítulo 4
Capítulo 3




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— Consegue? - Dean perguntou sem tirar os olhos dos zumbis.

— Me deseje sorte. - Respondi antes de correr para as escadas.

Consegui encontrar um saída de emergência. Passei facilmente. Escorreguei para o chão e corri para a minha moto. A liguei e acelerei em direção à rua. Agora tinha uns 20 zumbis em volta do shopping.

Buzinei chamando atenção deles. Acelerei fazendo a volta no quarteirão e voltei buzinando de novo.

Finalmente eles resolveram me seguir enquanto controlava a moto para não ir muito rápido, dois quarteirões depois acelerei e fiz a volta, quando retornei estavam todos nos carros.

— Tudo pronto? - Perguntei parando ao lado do carro de Dean, Daryl estava no volante.

— Poderíamos pegar mais. - Ele resmungou. - Mas acho que devemos ir.

Apenas assenti antes de acelerar. Quando chegamos a comunidade era de madrugada. Eles abriram os portões e começamos a descarregar as coisas.

— Você foi muito corajosa. - Ergui meus olhos para Daryl.

— Sou ágil e pequena, fácil fugir de situações problemáticas.

— Aquele cara. - Ele acenou na direção de Tom que estava nos encarando. - Não parece gostar de mim.

— E você não parece se importar.

— E não me importo mesmo, mas gostaria de saber qual o motivo.

— Por que não pergunta a ele?

— Por que acho que o motivo é você.

— Não sei do que está falando.

— Ele é seu namorado?

— Eu tenho cara de quem namora moleque? - Perguntei e ele sorriu discretamente.

— Não. - Assenti antes de voltar a mexer nas mochilas.

Assim que finalmente me liberei caminhei em direção a casa, tudo que precisava era um banho e dormir.

Mas é claro que Tom não deixaria.

— O que você estava conversando com o caçador?

— Desde quando te devo satisfação? - Retruquei.

— Você é minha! - Ele gritou chamando a atenção das pessoas que estavam acordadas.

— Se olha no espelho garoto! Babaca. - Resmunguei tentando passar por ele que segurou meu braço.

— Larga ela. - Daryl se aproximou com Dean e Glenn.

— Escuta aqui idiota, essa mulher aqui é minha... - Gargalhei chamando atenção de todos para mim. Nunca fui de sorrir, muito menos gargalhar. Não depois de tudo que aconteceu comigo.

Mas não consegui. Foi espontâneo. Gargalhei jogando a cabeça para trás.

— Você é pirado. - Falei ainda sorrindo e ele me encarou. Pela primeira vez vi fúria em seus olhos. Mas não me preocupei.

— Você é minha!

— E vai me obrigar? Me amarrar ou pagar alguém para me segurar para você abusar de mim? Por que só desta forma para conseguir algo. - Ergui a cabeça o encarando nos olhos. - Lembra o que aconteceu com quem tentou fazer isso da última vez? - Acertei minha cabeça em seu rosto.

Minha testa latejou, mas vi o sangue jorrar do seu nariz quebrado.

Ele levou a mão até meu pescoço, mas dei um tapa facilmente. Tentou pegar a arma, mas fui mais rápida e segurei sua mão. Tentou me socar, desviei e o empurrei.

Sabia que Tom era faixa preta no caratê assim como eu. Tentei acertar, ele bloqueou. Tentou me acertar e eu bloquei.

Chutei sua perna e ele caiu no chão, mas saltou ficando em pé sem esforço algum.

Todos nos encarando.

Estávamos juntos desde que tudo isso começou. Foi um dos primeiros que se juntou ao grupo. Parecia irreal que ele fosse ficar obcecado por mim e hoje estaríamos lutando na frente de todos.

Saltei nele o derrubando facilmente, seu braço preso entre as minhas pernas, forcei seu braço o fazendo reclamar de dor.

— Sinto muito Tom, mas isso vai custar caro.

Dean se aproximou correndo e agarrou o braço livre de Tom o amarrando com uma corda, larguei seu braço e meu irmão foi rápido em amarrar seu outro braço. Ele ergueu Tom e o levou para uma sala que usávamos para prisão quando era necessário.

Fiquei sentada no chão tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Uma mão apareceu na minha frente e encarei os olhos azuis do dono dela.

— Tudo bem? - Daryl perguntou.

Aceitei sua mão, mas a larguei assim que estava de pé. Virei as costas e caminhei sem falar nada.

Na manhã seguinte vesti uma calça bege com bolsos nas laterais, regata branca encardida de tanto usa-la, camisa verde militar, óculos aviador e meu coturno marrom.

Parei ao lado do portão, alguns soldados estavam segurando Tom que estava desamarrado. Ele me observava.

Tinha os olhos vermelhos e a cara com hematomas roxos que eu deixei.
Dean parou um carro qualquer na frente do portão.

— Suprimentos para alguns dias, roupas e um mapa com todos os pontos marcados para você ter uma vantagem.

— Vai me banir?

— Você escolheu isso.

— Eu te amo.

— Há uma fina linha entre amor e obsessão e você acabou de ultrapassa-la. Então entra no carro e some daqui. Estou te dando a chance de ficar vivo...

— Então acha que vai mexer com a minha irmã e vai ficar por isso mesmo? - Sean apareceu furioso.

O rosto vermelho, passos largos. Segurou Tom pelo colarinho o puxando para ficar cara a cara com ele. Tom não respondeu.

— Fico feliz que ela tenha te deixado com essa cara detonada. Mas... Fico triste que ela tenha compaixão pelas pessoas. Devia mata-lo. - Ele o enfiou dentro do carro sem cerimônia ou delicadeza. - Suma daqui e se eu o ver novamente vai ser a última coisa que você verá na vida. - Fechou a porta do carro com força.

Dean abriu o portão e Tom me lançou um olhar e antes que alguém esperasse ele sacou a arma que tinha dentro do carro e apontou para mim. Um segundo de distração. Outro segundo e ele tinha uma flecha atravessada no crânio.

Virei assustada para Daryl atrás de mim, estava abaixando a besta.

— Tudo bem? - Assenti.

— Limpem isso. - Falei antes de me afastar.

Passei o resto do dia trancada no escritório verificando o estoque das coisas.

Já tinha verificado, mas estava fazendo de novo para ter algo em que focar.

Quando a noite chegou fechei o escritório e segui para casa. Para minha total surpresa, Daryl estava me esperando.

— Queria saber como está? Deve ter sido um trauma para você...

— Na verdade não. Não tenho medo da morte ou quase morte. Tenho medo de virar zumbi. Só isso que me manteve viva e lutando até hoje.

Ele ficou em silêncio me observando. Nem sabia por que estava falando isso com ele.

— Não te vi o dia todo.

— Não quis sair. Apesar de toda a loucura, estou triste.

— Sinto muito por tê-lo matado então.

— Não por isso. Estou triste por ele ter deixado a loucura tomar conta.

— A rejeição de uma mulher pode fazer isso às vezes.

— Você tem senso de humor.

Um sorriso pequeno apareceu, seus olhos ficaram mais fechados. Era tão lindo.

Em todos esses anos eu nunca encontrei alguém como Daryl.

— Quer entrar?

— Seus irmãos...

— Sean deve estar nos muros, Dean procurando alguma mulher. Velhos costumem não mudam. Nem mesmo com o apocalipse. - Abri a porta e entrei.

Ele hesitou por um segundo antes de entrar, fechei a porta e ele tirou a besta das costas a colocando em pé na parede. Olhou em volta observando os detalhes da casa simples e sem muita frescura, afinal eu morava com dois homens. Tinha algumas roupas espalhadas no sofá.

As peguei observando se eram sujas ou limpas.

Limpas. Levei para o quarto o deixando sozinha na sala.

— Quer comer algo? Tem sanduíches. Para ser sincera, sou péssima na cozinha.

— Quem cozinha?

— Sean. E cozinha muito bem.

Abri a geladeira e peguei as coisas para fazer os sanduíches. Ele ficou um tempo em pé até que por fim sentou-se. Comemos em silêncio. Ele não gostava de falar.


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Notas finais do capítulo

Quem quiser dar uma olhada tem capitulo novo em Filhos da noite 3 - Ascensão (HUSH HUSH) e postei o final de Sobrenatural 2 - Escuridão (Teen Wolf). Feliz Pascoa a todos. Muito chocolate. Amor. Suade. União. BJS CM Winchester



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