Marcados escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capítulo 2




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Acordei cedo como todos os dias, fiz minha higiene e vesti uma calça marrom com bolsos nas laterais, regata cinza, camisa xadrez de azul e preto, parka verde militar e coturno marrom mais comprido atrás. Comi um pedaço de pão antes de sair.

Para minha total surpresa todos me esperavam no escritório.

— Hum... Desculpem a demora.

— Nós que acordamos mais cedo. - Rick respondeu e assenti.

— De quem é a criança? - Perguntei observando a menina nos braços de Carl.

— Minha.

Não perguntei sobre a mãe. Era uma história fácil de imaginar. Pela idade da criança veio ao mundo no meio do apocalipse. Eles não deviam ter recursos para salva-la.

— Um de cada vez ok? - Entrei no escritório.

Então foi assim os minutos seguintes, cada um entrava e falava o que fazia antes e no que era bom. Estavam limpos e mais arrumados. Por fim entrou Daryl carregando sua inseparável besta nas costas.

— Então... Daryl, não é? - Perguntei.

— Isso é ridículo sabia?

— Pode ser. Bom, é um caçador óbvio.

— Como sabe?

— Usar uma besta não é para qualquer um. Você é o mais fácil. Não preciso ouvir você para saber que quer sair nas buscas. Me parece o tipo de cara que não gosta de ficar preso.

Ele ainda estava sujo e com os cabelos bagunçados de um jeito sexy, os olhos penetrantes azuis. A barba por fazer. O colete com asas. Tudo nele chamava atenção.

— Errei?

— Não. - Respondeu de má vontade.

— Ok. - Levantei e segui para a porta. - Sean cuida dos muros, Dean das buscas e sobre cuidar da casa... Isso não precisa de alguém para explicar como funciona. Somente sobre abastecimento. Quem cuida da parte da comida sou eu. Tenho uma ficha com cada membro das casas para poder dividir a comida igualmente. Mais tarde levarei tudo que precisam ou pode me procurar por lá depois.

— Está bem. - Rick respondeu.

— Temos algumas galinhas e porcos que tivemos a sorte de encontrar. Mas nada que vá durar muito com o número de pessoas que temos.

— Sei o que é isso. - Rick falou. - Daryl pode tentar caçar.

O caçador não se importou de disfarçar o olhar mortal que lançou a Rick.

— Duvido que ache alguma coisa. - Lancei um olhar para o portão. - Nunca mais vimos um animal vivo, mas boa sorte. - Virei as costas e sai caminhando.

Segui para a ala hospitalar, criamos um lugar mais limpo e adequado para atender pessoas feridas. Fazia uma semana que não tínhamos ninguém ferido o que já era um grande avanço.

— O que achou deles? - Tom perguntou enquanto eu olhava o estoque.

— Acho confiáveis. Mas só saberemos quando sairmos em alguma busca. - Não tirei os olhos dos objetos a minha frente.

Faltavam bastante coisas para atender pessoas feridas.

— Você vai sair com eles?

— Sim, como sempre.

— Mas é arriscado! Não gosto deles. Principalmente do cara da besta.

— E quem pediu sua opinião?

— Vi o jeito que ele olha para você.

— Olhar? Quem disse que Daryl estava me olhando?

— Eu! Eu vi Julie. Os olhos passando pelo seu corpo.

— Deixa de bobagem Tom. - Respondi de mau humor. Já estava cansada dele tentando mandar na minha vida.

Sai da ala hospitalar e caminhei até o grupo de buscas. Dean estava com um mapa na mão explicando para Rosita, Abraham, Sasha, Tyreese, Daryl, Michonne, Maggie e Glenn.

— O que está faltando? - Meu irmão perguntou assim que me aproximei.

— Muita coisa. - Respondi lançando um olhar para os céus. - O inverno está prestes a chegar de novo. Você sabe que é mais difícil sair com a neve.

— Sim. Você já me deu a lista de comida, roupas. Só falta dos remédios.

— Irei junto. - Olhei o mapa a minha frente. - Terá que ser uma viagem longa. Já verificamos todos os lugares mais próximos. - Apontei os pontos vermelhos que marcavam os lugares que já havíamos passado, os pontos azuis os lugares infestados de zumbi.

— Já decidi o lugar.

— Você é medica? - Glenn perguntou.

— Sim.

— E por que a médica sai em um grupo de buscas ao invés de ficar e cuidar do pessoal daqui?

— Por que há mais chances das pessoas se machucarem saindo daqui do que ficando aqui. E... Tem mais chances de voltarem vivas se eu estiver junto.

— O ego é inflado.

— Observa isso caçador. Olha isso aqui. - Mostrei em volta de nós. - Construímos isso com suor, sangue e lágrimas. Já passei por muita coisa. E tenho a capacidade de salvar vidas. Metade das pessoas daqui deve a vida a nós. - Sinalizei Dean e eu. - E a Sean.

Maggie e Glenn se entreolharam.

— Nada do que nós passamos. - Daryl respondeu.

Senti meu rosto esquentar de raiva.

— Foi fácil viver correndo por ai, passar fome, ver seus amigos sendo devorados por canibais, ser estuprados, ser torturados. Foi fácil como viver em um contos de fadas. - Revirei os olhos. - Antes de julgar, conheça a história.

— E sabe atirar?

— Julie? - Dean sorriu. - Ela é uma ótima médica, atira muito bem, luta melhor ainda, sabe usar arco e flecha como ninguém. Ela é o tipo que sabe tudo.

— Você é meio suspeito para falar irmão. - Resmunguei não querendo chamar atenção para mim.

Tudo que usava diariamente era um coldre na perna com uma pistola, o arco e flecha usava só quando saia para fora dos muros.

— Vocês são irmãos? - O caçador perguntou.

— O que achou que fossemos? - Dean perguntou sorrindo e o caçador respondeu dando de ombros. - Sean, Julie e eu somos irmãos.

Passei pelo galpão dos suprimentos e verifiquei as coisas antes de pegar o essencial para entregar nas duas casas.

— Tudo bem? - Dean perguntou quando encontrei com ele na hora do almoço.

— Só arrumando as coisas.

— Está com uma cara.

— Tom me irritou. Disse que o Daryl estava me olhando.

— Sinto informar irmã, mas ele está olhando.

— Não estava não.

— Estava. - Ele sorriu. - Sorte a dele que não sou ciumento.

— Vai arrumar o que fazer. - Retruquei antes de seguir para a cozinha.

Os dias seguintes foram de adaptação do novo grupo a nossa comunidade. Arrumei o coldre na coxa com a arma. Verifiquei a munição. Depois coloquei a aljava com as flechas nas costas e o arco.

Sean parou a moto a frente do portão e desceu. Todos pararam para observar a cena, estavam arrumando suas coisas em dois carros.

— Se cuida lá. - Ele falou e assenti antes de subir na moto.

Coloquei meu óculos aviador e sorri.

O portão abriu e acelerei a moto, era a melhor sensação de liberdade.

Chegando perto da cidade estacionei e esperei os outros descerem dos carros.

Peguei uma flecha e arrumei no arco, comecei a avançar pelas ruas com o grupo ao meu lado.

Fiz sinal com os dedos para Dean e ele assentiu. Ele ergueu a mão para o pessoal atrás dele e depois seguiu comigo até a farmácia do outro lado da rua.

Enquanto eu batia no vidro ele observava a rua.

Nenhum barulho. Entrei apontando a flecha, mas estava vazio. O lugar estava destruído. Tinha três zumbis mortos. Abri a mochila e coloquei tudo que era preciso. Maggie e Glenn entraram logo depois.

Assim que enchemos duas mochilas saímos para a rua. Seguimos para o shopping. Desta vez tinha uns 10 zumbis. Dean me encarou e assenti.

Ele abriu a porta deixando os zumbis saírem. Acertei três flechas enquanto ele acertava os outros com as balas, sua arma tinha silenciador. Por fim o último saiu na minha direção. Saltei no ar girando e acertando um chute o jogando dentro do shopping de novo.

Usando a faca Dean acertou sua cabeça. Entrei para verificar se estava tudo seguro. Então depois todos avançaram.
Corremos pelo local para pegar tudo que era preciso.

— Temos problemas. - Glenn murmurou olhando para a porta.

Uns 10 zumbis estavam se agrupando nela.


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