Marcados escrita por CM Winchester
Observei as pessoas a minha frente. Construindo seus lares. Carregando comida para nos abastecer. Era um futuro incerto. Mas estávamos lutando por isso.
Foi com muito suor e sangue que conseguimos construir muros em volta das casas. Nos deixando protegidos de futuros ataques de zumbis. Andrômeda era a comunidade que criamos. Meu irmão mais velho Sean, um ex militar com 30 anos e muita experiência em armas e construções. Meu irmão mais novo Dean, um ex jogador de futebol americano com 20 anos e muita agilidade e força. E por fim eu. Uma ex médica de 25 anos. Quando tudo isso começou tinha me formado fazia pouco tempo, mas tinha inteligência e coragem para enfrentar qualquer situação.
Por isso era a líder desse grupo. Contávamos com 20 pessoas, entre elas homens e mulheres, nenhuma criança.
— Julie? - Lancei um olhar para Sean em cima do muro.
Ele mantinha seu cabelo curto, ainda no estilo militar, a mesma postura. Segurava uma AK. Os olhos azuis me avaliando. Do outro lado do muro Dean, com seus cabelos rebeldes, mesmo com uma AK tinha uma postura descontraída.
— Pessoas se aproximam.
— Derek e Sebastian estão com eles?
— Não.
— Quantos?
— 13 pessoas. - Dean respondeu.
— Formação! - Segui até o portão enquanto todos se colocavam em cima dos muros.
As armas apontadas para os visitantes. Já sentimos na pele o que era a maldade do mundo. Às vezes eu preferia os zumbis do que certas pessoas. Encontramos com estupradores e canibais, loucos.
— Abaixem as armas! - Sean mandou apontando sua AK para os visitantes.
Dean me encarou me dando a permissão, abri o portão e sai encontrando nossos visitantes.
Seis mulheres, Seis homens, um garoto e um bebê quase imperceptível em seus braços.
Pareciam ser fortes, mas estavam quebrados. Podia ver isso claramente. Desidratados.
Girei meu dedo a cima da cabeça sabendo que todos menos Sean e Dean abaixaram as armas, meus irmãos estavam um de cada lado do muro. Avancei até eles com passos firmes.
— Andrômeda? - Um deles perguntou.
— Esse é o lugar. - Respondi colocando as mãos na cintura. - Agora me digam como conhecem?
— Encontramos dois rapazes. - Estendeu a mão.
Vi o brilho do metal entre seus dedos, avancei com a mão estendida e agarrei o colar de Derek. Ele também era ex militar. Era bom, mas não tão bom quanto meu irmão. Virei entre os dedos a plaquinha com seus dados gravados.
— Onde?
— Há um quilômetro daqui. Não conseguimos ajudar. Ele já estava mordido. - Assenti antes de me afastar.
Confiando em meus irmãos virei as costas a eles e retornei aos portões, nos longos 5 passos pensei nas possibilidades. Eles pareciam ser fortes. O garoto usava o chapéu de xerife, apostava que pertencia a um deles.
Guardei o colar no bolso de trás da calça jeans e virei para eles.
— Sejam bem-vindos a Andrômeda. - Empurrei os portões.
Avancei para dentro. Eles me seguiram com as armas abaixadas, metade das pessoas ergueram as armas os cercando. Eles estavam encurralados. Dean saltou do muro e fechou os portões.
— Baixem as armas. – Mandei, todos obedeceram menos Sean. - Sou Juliety. Seria bom fazer as apresentações.
— Sou Rick e esses são Carl, Judith, Michonne, Daryl, Glenn, Maggie, Sasha, Tyreese, Carol, Rosita, Abraham, Eugene e Tara.
— Estão na estrada há muito tempo?
— Desde que isso começou. - Daryl respondeu ainda segurando a besta.
— Não. Vocês se mantiveram bem em algum lugar por determinado tempo. Caminhando sozinhos não estariam em grande número.
— Perdemos bastante pessoas pelo caminho. - Rick respondeu. - Conseguimos um lugar, mas... Fomos atacados.
— Uma horda?
— Não. Pessoas. Se titulava como Governador.
— Me diga que ele está morto e ficarei muito feliz em arrumar um lugar para vocês. - Sean resmungou.
— Eu o matei. - Rick respondeu. - Vocês já o conheciam?
— Sim. - Sean respondeu de novo. - Um babaca que tentou nos prender há muito tempo. Conseguimos escapar, mas perdemos muito.
— Vocês estão em um número bom. - Glenn olhou em volta.
— Começamos com 50 pessoas quando fugimos, mas... Fomos perdendo pessoas. Encontrando pessoas novas. Perdendo mais uma vez. Sofremos muito na mão de vários desgraçados. - Expliquei. - Até que encontramos esse lugar e conseguimos construir muros. Quando se está todo mundo em pânico, ninguém lembra dos materiais de construção. Achamos o lugar parcialmente arrumado somente terminamos de construir.
— Você é a líder aqui?
— Nós três somos. Sean e Dean. - Apontei para os meus irmãos que estavam ao meu lado.
— Vocês parecem ter muita tecnologia aqui. - Eugene comentou olhando em volta.
— Temos um gênio da eletricidade. Com baterias e luz solar conseguimos alguma coisa. Não é muito, mas temos comida quente pelo menos.
— Estamos nos encaminhando para um banho quente também. - Dean respondeu sorrindo.
Seus olhos em Rosita. Lancei um olhar e ele se controlou ficando sério.
Passei um dedo na boca enquanto observava eles.
— Andrômeda é dividida por três grupos. - Ergui os dedos. - O grupo que cuida do lugar o deixando organizado, cada pessoa tem um dever, limpar a casa, cozinhar, todas essas obrigações básicas de higiene e de alimentação. Segundo grupo: O que cuida da organização das ruas e dos muros, sendo vigia e mantendo a ordem aqui. Tudo que temos é dividido corretamente pelas pessoas, ninguém pega a mais a não ser que tenha mais membros na mesma casa. Terceiro e último: Os que saem e se arriscam fora dos muros. Procuro mantê-los descansados aqui dentro, mas eles sempre podem ajudar nas construções ou treinamento das pessoas. Na rua procuramos alimentos, roupas e pessoas para ajudar.
— Se ficarem terão que seguir as regras, trabalhar duro e se respeitarem. - Sean falou. - Temos regras de conduta. Respeitar as mulheres em primeiro lugar. Somos unidos. Temos lealdade em primeiro lugar. Em batalha um protege o outro e ajuda os que não sabem se defender.
— Nós já conhecemos isso. - Daryl respondeu.
— Então só resta vocês decidirem se vão ficar ou não. - Dean retrucou.
Eles se olharam até que assentiram.
— Ficamos. - Rick respondeu.
— Tom? - Falei.
O rapaz rapidamente se postou ao meu lado. Sempre prestativo.
— Quer que eu os leve para a casa vaga no final da rua?
— Fale com Sabrina para arrumar as duas casas vagas no final da rua. Não poderão ficar todos na mesma casa.
— Sim senhora. - Sorriu antes de se afastar.
Sean revirou os olhos.
— Me sigam. - Falei.
Caminhamos pela pequena comunidade que contava com 10 casas, 6 ocupadas e 4 vagas ainda.
— Essas serão as casas. Tomem um banho, se alimentem e amanhã conversaremos sobre o que vão fazer.
Os deixei para trás. Assim que cheguei ao meu escritório tirei o colar do bolso. Passei os dedos pelas letras gravadas e suspirei.
Esse é o preço do fim do mundo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!