Miss Slasher escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 2
Medo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo maior (como prometido) onde apresento parte dos personagens principais. Boa leitura!



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Na manhã seguinte, uma aglomeração se forma em frente à academia Campbell. Atrás de uma faixa amarela escrita “CENA DO CRIME NÃO ULTRAPASSE” na entrada, curiosos espiam o interior do estabelecimento bastante agitado, porém não por clientes malhando como de costume e sim por policiais.

 A xerife Cassid Hooper não demorar a chegar ao local, em sua viatura. Ela passa pela multidão, pedindo licença, e em seguida, por debaixo da faixa.

— Bom dia, Xerife Hooper — diz Kevin Nakata, um novato asiático de vinte e dois anos bastante entusiasmado. Ele possui um bloco de notas em uma mão e uma caneta na outra, além de um sorriso no rosto.

— Nem tanto, rapaz — a mulher fala, não estando de bom humor como o jovem. Ela tira os óculos escuros de aviador e pendura no bolso da camisa. — O que temos aqui?

— Assassinato — ele responde e lê o bloquinho de papel, repassando as informações. — A vítima é Justine Friedkin, dezoito anos. Ela trabalhava aqui, no último turno, como atendente. Foi morta depois que a academia fechou, por volta das 23h, no vestiário. — E aponta com a caneta para o lugar. Ambos vão até lá. — Quem a encontrou foi outra funcionaria, do turno da manhã.

— Coitada. — Cassid lamenta assim que vê o corpo da moça com os órgãos para fora. O chão e as paredes de azulejo, que antes eram brancos, agora estão vermelhos, cobertos de sangue. Um membro da perícia tira fotos da cena. — Ela tem a idade da minha filha. As duas deviam se conhecer.

— É bem possível — diz Kevin. — A Elena está participando do Miss Redlake, né? — Hooper assente. — A Justine também, ou melhor, estava. Eu sei disso porque minha irmã é uma das concorrentes. Mas voltando ao homicídio, a vítima teve o tendão do pé direito cortado. O assassino fez isso pra ela não fugir. Depois a estripou, abrindo-a do peito até a virilha. Ele provavelmente usou uma faca de caça pra isso, mas a levou junto com celular da garota.

— Encontraram digitais, fio de cabelo, uma pegada? — A xerife pergunta.

— Nada. — Ele balança a cabeça em negativa. — Parece até que ela foi morta por um fantasma.

— Não, foi só um crime bastante premeditado. Já verificaram as câmeras de segurança?

— Sim. As gravações da última semana foram apagadas.

— E a porta da entrada ou a dos fundos? Estavam abertas ou com sinais de arrombamento?

— Fechadas e intactas.

— O assassino conhecia Justine e tinha acesso fácil ao local. Pode ser alguém que trabalha ou frequenta aqui.

— Ou que seja próximo da vítima.

— Exatamente. Quero que interroguem todos que possam ter tido contato com ela: funcionários e clientes da academia, parentes, amigos, namorado atual ou antigo, colegas de classe, e inclusive meninas concorrendo à miss.

— Pode deixar.

— Em todos esses anos trabalhando na polícia de Redlake, eu nunca vi um crime tão brutal.

— Eu sei. Não é emocionante?!

***

 Elena Hooper encara o próprio reflexo ao ser prensada contra o espelho do minúsculo provador, que agora parece menor ainda com Zoe ali, tentando fechar a parte de trás de seu vestido azul marinho.

 A adolescente combinou de se encontrar mais cedo com Zoe, antes do horário da escola, na alfaiataria da família da amiga, os Shyamalan — os únicos indianos da cidade —, para ver se a vestimenta que usará no Miss Redlake precisaria de algum ajuste. Sua mãe, Cassid, lhe deu carona até a loja, localizada no centro comercial. A mulher, que gostaria de acompanhar a filha em tudo que envolvia o concurso, precisou seguir para o trabalho por conta de uma emergência.

— Desisto — Zoe diz ao não conseguir subir o zíper da roupa da outra garota. — Vai ter que falar pros meus pais arrumarem isso.

— Espera, eu engordei? — Elena pergunta indignada. Subitamente, ela arregala os olhos, apavorada. — Merda.

— O quê? — A indiana indaga intrigada.

— Lembrei que minha menstruação tá atrasada há mais de duas semanas.

— Merda. Mas você não usou camisinha com o Dylan?

— Usei! Só que nenhum contraceptivo é cem por cento eficaz.

 Elena e Dylan saíram por um mês. Atletas não fazem o tipo da jovem, mas ele foi insistente e gentil, além de possuir um ótimo senso de humor e um sorriso irresistível. Dylan sabe exatamente o que dizer a uma garota e como tratá-la, parecendo ter uma receita secreta para conquistar qualquer pessoa do sexo oposto. E com Elena não foi diferente. Ela lhe deu seu número do celular e os dois trocaram mensagens por dias, conversando até de madrugada, antes de começarem a sair e ele a levar para lugares que nunca tinha ido. Tudo parecia perfeito, um sonho adolescente, e como todo sonho, uma hora acordamos dele.

 Depois que Elena perdeu a virgindade com Dylan, o rapaz foi ficando frio, arrumando desculpas para não saírem e mandando poucas mensagens até se reduzirem a nenhuma. Após questioná-lo virtualmente, ele a bloqueou. Decidindo confrontá-lo pessoalmente no colégio, Dylan, na frente dos amigos, fingiu que não a conhecia. “O filho da puta só queria tirar a minha virgindade”, Elena concluiu por fim. “Pra quem só tira nota A, você foi bem burra. Eu te avisei que ela era um galinha”, Zoe comentou.

— Não sofre por antecipação. — A indiana acalma a amiga. — Depois a gente vai passar na farmácia e comprar um teste. Mas antes me ajuda a colocar o meu vestido.

 Assim como Elena, Zoe está participando da competição de beleza. Caleb que lhe falou para se inscrever, achando que, caso ela vença, vai fazer bem para imagem dele, o zagueiro do time da escola, estar namorando a menina mais bonita da cidade.

  De costas para amiga, Zoe tira a blusa, ficando apenas de sutiã.

— O que é isso? — Elena indaga sobre uma marca roxa na parte de trás do ombro da outra garota.

— Nada — ela responde. — Eu devo ter batido sem querer em algum lugar. Quer saber? Depois eu provo esse vestido idiota. Tenho muito tempo pra isso. — E veste a blusa. — Seu caso é mais importante.

 E as duas vão à farmácia próxima à academia Campbell.

***

 De joelhos diante da privada, Olivia Carpenter — ou Liv para os íntimos — prende os cabelos cor de fogo num coque, e toma coragem antes de enfiar o dedo médio e o indicador na goela. Não é primeira vez ao fazer isso — e nem a última —, porém, apesar de estar ficando mais fácil para vomitar, ela odeia a sensação do ato: a ânsia, o suco gástrico queimando a garganta quando é expelido e o gosto amargo que permanece na boca depois, o abdômen doendo de tanto forçá-lo...

 Contudo, esse é seu castigo por não ter resistido ao cheiro daquele monte de panquecas no café da manhã, mesmo a dor do estômago vazio falando mais alto, além da fraqueza.  A ruiva já estava há vários dias sem se alimentar e quando isso acontece, ela perde o controle e devora tudo o que vê pela frente no momento em que desiste de lutar contra a fome. Então Olivia bota tudo para fora ao se sentir culpada e em seguida, decide não comer mais até tudo se repetir num clico vicioso.

  A jovem sempre foi gorda desde a infância, incluindo maior parte da adolescência. Entretanto, no último verão, decidiu que as coisas seriam diferentes dali para frente ao se inscrever no Miss Redlake e prometer a si mesma que ficaria magra antes do dia do concurso. Ela perdeu trinta quilos num curto espaço de tempo e chegou ao peso que almejava. Com isso, sua autoestima aumentou a ponto mudar completamente o guarda roupa e usar vestidos curtos, apertados e decotados que jamais imaginou servirem-na um dia.

 De volta às aulas, Liv deixou de ser invisível e passou a ser notada por todos do colégio, principalmente por Dylan, o capitão do time de futebol americano com quem está saindo há duas semanas. Ela nunca ficou com um cara, portanto, acha estranha a ideia de ser desejada por alguém, ainda que o sentimento seja bom. Como isso é muito novo, a garota inexperiente decidiu ir devagar com o atleta e não transar com ele por enquanto. O rapaz, aparentemente compressivo, concordou.

 Olivia conquistou o que qualquer uma da sua idade poderia querer — um corpo bonito, popularidade e o rapaz mais desejado do colégio — e não deixará algumas panquecas estragarem tudo. Ela leva os dois dedos à boca e os introduz na garganta.

***

  O silêncio no quarto de Violet é quebrado no instante em que o alarme do relógio sobre o criado mudo dispara, marcando 7:00. A adolescente, deitada de bruços em sua cama, desperta e estica o braço esquerdo para o relógio, batendo com força o botão que desativa o barulho irritante. A quietude retorna ao recinto e Violet sorri aliviada. Seu cabelo castanho curto e desgrenhado cobre os olhos ainda fechados.

 De repente, a porta se abre, e Laura, entra no cômodo. A mulher está usando seu uniforme de enfermeira e com o cabelo preso num rabo de cavalo, como de costume. Violet nem lembra como sua mãe fica vestindo outras roupas sem serem aquelas, ou com o cabelo solto, afinal só a vê de manhã e não é todo dia.

 Desde que seu marido, David, morreu de infarto há um ano, Laura segura as pontas sozinha, fazendo horas extras ou cobrindo turnos dos colegas. Por conta disso, ela vive para o trabalho, passando o dia todo fora, voltando para casa apenas para dormir um pouco e tomar banho.  Seus filhos, Violet e Scott, sugeriram trabalharem também e assim a ajudarem nas despesas. A mulher se negou, dizendo que eles precisam focar nos estudos. Porém, a verdade é que, apesar da rotina exaustiva, Laura prefere se manter ocupada, evitando pensar na morte do esposo, e a dor que isso traz.

— Bom dia — ela fala com a filha e se aproxima da janela, afastando as cortinas. A luz do dia invade o dormitório, incomodando Violet, que mergulha o rosto no travesseiro. — Tô indo pro hospital. Já fiz o café da manhã e tem dinheiro em cima da bancada pra você e o seu irmão comerem algo na janta. Vê se não se atrasa pra escola. Te amo. Tchau.

— Tchau — Violet diz sonolenta e com preguiça, num gemido baixo, quase inaudível.

 Laura desce as escadas, pega as chaves e a bolsa, e se dirige à entrada. Ao abrir a porta, dá de cara com Natalie Plaza, ou Nat como gosta de ser chamada, parada em pé na varanda. Ela é conhecida na vizinhança como “a latina que mora no final da rua”.

— Bom dia, senhora Argento — Nat fala. — Desculpa eu parecer meio bizarra surgindo do nada na frente da sua casa. Eu juro que ia apertar a campainha, mas a senhora abriu a porta antes e...

— Tá tudo bem — a mulher diz. — Só estranhei você ter vindo mais cedo. O Scott nem saiu do banho.

— É que, não sei se vocês souberam, mas uma menina do nosso colégio, a Justine Friedkin, foi morta.

— Meu deus, que horror. Eu já cuidei da avó dela. Como é que vão contar isso pra uma idosa doente?

— Pois é. E a polícia não tem ideia de quem é o assassino.

— Eu já tô atrasada, então fala pro Scott e a Violet irem direto pra casa depois da escola. Não quero os dois andando por aí enquanto não pegam esse maluco.

— Pode deixar. Quais são as chances da senhora fazer a autópsia da Justine?

— Zero. Eu sou enfermeira, Natalie, não médica legista.

 Assim que Laura vai embora, Nat entra na casa dos Argento e dispara até o andar de cima.

— Scott, para de tocar uma e sai daí! — Ela bate com força repetida vezes na porta fechada do banheiro. — Tenho que te contar um negócio.

— Já tô saindo! — O rapaz responde numa voz abafada.

 Scott e Nat são amigos desde o primeiro ano do ensino médio, época em que os dois começaram a ter aulas de inglês juntos. Ela sentava atrás dele, e por ser tagarela, sempre tentava puxar assunto. O garoto, no entanto, não costumava dar muita atenção. As coisas mudaram quando, certo dia, Natalie soltou: ”Eu sei que você é gay. Eu tenho um radar e ele apitou desde a primeira vez que te vi”.

 Scott não é assumido e naquele tempo não conhecia outros gays para conversar sobre assuntos que só alguém como ele iria entender, pelo menos até aquele momento. Nat é lésbica assumida, então a partir dali, ambos construíram uma grande amizade, tornando-se confidentes um do outro.

— Dá pra falar baixo? — Violet indaga ao sair do quarto e aparecer no corredor, mal humorada.

— Bom dia, Miss Simpatia — Natalie fala em um tom irônico.

— Nossa, você já tá aqui? — A adolescente pergunta à latina, incrédula. — Parece até que mora nessa casa.

— Com sua “ótima” hospitalidade, fica difícil querer sair daqui.

  Violet não vai muito com a cara de Nat, pois a considera folgada demais. Ela odeia a garota entrando na casa sem avisar ou pegando comida da geladeira sem pedir, mesmo que seu irmão tenha dado tal liberdade, afinal, há limites para tudo.

 Impaciente, Violet revira os olhos. Ignorando a amiga do irmão, se aproxima do banheiro ocupado.

— Anda logo, Scott! — Ela bate na porta que, em seguida, se abre liberando uma novem de vapor.

— Quanto estresse! — Scott surge no corredor vestindo um roupão branco.

— É porque não foi você que ficou estudando até de madrugada pra prova de biologia. — Violet rebate.

— Pensei que era a TPM gritando.

— Idiota. Eu espero que não tenha usado toda água quente.

— Pode tomar banho tranquila. — Ele diz a irmã, e se volta para Natalie. — O que você queria falar?

— A Zoe mandou uma mensagem no grupo das candidatas do Miss Redlake... — Nat começa a contar sobre o assassinato de Justine. Violet, prestes a entrar no banheiro, para e encosta no batente, ouvindo atentamente a fofoca.

 Natalie se inscreveu no concurso, o que foi um choque para as outras nove — agora oito — participantes e o resto do colégio já que ela é uma garota um tanto masculina: vive com o cabelo preso num coque, usa somente calças — suas preferidas são as largas — e sapatos sem salto, como tênis ou botas do tipo coturno.

 Entretanto, a latina não está levando a competição tão a sério como a maioria, afinal, aquilo não passa de uma brincadeira feita com Scott. O rapaz apostou que se ela ganhasse, ele sairia do armário, e se ela perdesse, teria que usar roupas femininas até o final do ano.

— Uma estudante estripada, uma cidade pequena, um assassino anônimo... — Scott diz no momento em que a amiga termina de falar. — Acho que alguém assistiu Pânico demais.

— Isso é sério, Scott! — Violet entra na conversa. — Poderia ter sido um de nós no lugar da Justine.

 Scott e Violet são gêmeos, sendo ele o mais velho por quinze minutos de diferença. Contudo, ela se considera a mais madura, tomando para si a responsabilidade de cuidar da casa e do irmão desde que o pai deles faleceu e a mãe começou a trabalhar o dobro.

— Ah, você ainda tá aí? — Nat questiona. — Pensei que ignorasse o que eu falo.

— Só o que é irrelevante, ou seja, noventa e nove por cento — ela responde. De repente, a campainha toca. Violet se volta para o irmão. — Vai atender.

— Não — o rapaz se nega —, acabei de tomar um banho quente. Posso pegar um resfriado. Além disso, eu tô de roupão.

 A adolescente encara Natalie, que solta:

— O quê? Eu não moro aqui. Vai lá você.

 Irritada, Violet desce as escadas para o andar inferior e ao abrir a porta, se depara com Olivia.

 Olivia e Violet são melhores amigas desde pequenas. Por morarem uma de frente para a outra, seria impossível não se tornarem próximas. Elas costumavam fazer tudo juntas, no entanto se distanciaram desde que a ruiva se inscreveu no Miss Redlake, e ainda mais quando começou a sair com Dylan.

 Violet não entende Liv querer competir para saber se se encaixa em um padrão de beleza estabelecido pela sociedade, ou estar saindo com um babaca que só reparou nela depois de magra, e que eventualmente irá descartá-la como um objeto quebrado igual fez com outras meninas da escola. Apesar de tê-la avisado, a amiga não lhe deu ouvidos.

— Oi, Vi — a ruiva a cumprimenta. — Soube o que houve com a Justine?

— Aham. A fofoqueira da Natalie acabou de contar.

— Que “surpresa”. Bom, os meus pais estão saindo da cidade hoje. Eles vão ver minha avó, que sofreu um derrame e acabou sendo internada. Eu não vou junto por causa do concurso, então queria saber se posso passar esses dias aqui. Não quero ficar sozinha em casa com um psicopata à solta.

— Nossa, sinto muito pela sua avó. Espero que ela melhore. E é claro que você pode ficar aqui.

— Obrigada! — Olivia a abraça.

***

 A Redlake High School está mais agitada que o usual. Além de alunos caminhando de um lado para o outro, há algumas viaturas policiais e vans de jornais parados em frente ao lugar. Repórteres, olhando diretamente para as lentes de seus respectivos cameramans, informavam ao mesmo tempo num vozerio sobre o caso de Justine, indicando que o colégio atrás deles é o que a moça morta estudava.

 Um carro preto e luxuoso, entretanto discreto, estaciona próximo do local. Quem dirige o automóvel é Anthony Craven, o prefeito da cidade, acompanhado de sua filha adolescente, Margot, sentada no banco do passageiro.

— Desce logo — ele fala. — Não quero que esses urubus da imprensa me vejam.

— Tá bom — ela diz num tom de tédio. — Quando eu sair da escola, te aviso pra vir me pegar.

— Eu não vou te buscar. Tenho um monte de coisa pra fazer por causa dessa menina que morreu, a Judith.

— É Justine. E como assim você não vai me dar carona pra casa?! Tem um homicida por aí!

— Exatamente por isso eu vou estar ocupado, cuidando pra que peguem esse psicopata o mais rápido possível.

— Você sempre tá ocupado.

— Deixa de drama, Margot. Você não é criança. Consegue cuidar de si mesma e pedir um uber.

— E torcer pro motorista não ser o assassino.

— Já chega. — Anthony estica o braço e abre a porta da garota. — Sai.

— Eu queria que você tivesse morrido no lugar da minha mãe. — Margot desce do veículo e bate a porta com força.

— Também te amo.


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Notas finais do capítulo

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