Bleed Out escrita por Jupiter rousse


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, nos vemos lá embaixo!



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Scorpius Malfoy 

Scorpius entrou no dormitório da Sonserina com uma carranca gigantesca. Foi difícil para Luke Zabini reprimir o sorriso debochado ao vê-lo, sabia que seu melhor amigo estaria puto da vida, ó sim, com certeza. Sentiu um arrepio subir por sua coluna ao lembrar do patrono que chegou na sua casa mais cedo, uma Astoria Malfoy nada contente perguntando o paradeiro de seu filho. Isso para poucos minutos depois descobrir que ele estava em casa, ou pelo menos no que restou dela depois da festa de arromba que o Malfoy resolvera dar em cima da hora.

— Cale a boca - Scorpius rosnou mal humorado, se jogando na cama ao lado. Anos de amizade faziam com que o loiro soubesse muito bem o que aquele sorrisinho na boca do moreno significava. Luke arqueou uma sobrancelha, debochado.

— Eu disse pra você que não seria uma boa idéia dar uma festa no dia antes de voltarmos pra Hogwarts - ele riu colocando os braços atrás da cabeça - E no dia antes dos seus pais chegarem de viagem, tsc tsc, erro de principiante Scorpius.

— Ótimo, parabéns, agora cale a boca 

A primeira coisa que você aprende sendo amigo de Scorpius Malfoy é de que o loiro era extremamente teimoso e orgulhoso, não adiantava discutir ou tentar mudar sua cabeça. E não era nada fácil aturar seus surtos de mal humor, Scorpius ficava realmente intragável. O típico sonserino, Zambini sabia bem, extremamente divertido de se assistir. 

— Ora Scorpius, não fique tão mordido - ele se voltou para o amigo - honestamente, o que você esperava? Que Astoria Malfoy fosse ficar feliz encontrar sua casa destruída e parabenizá-lo? 

— É claro que não - respondeu irritado - Mas ela surtou completamente, exagerada, é isso que ela é. 

— Você destrói a casa, depois de milhares de avisos sobre seu comportamento, perde o expresso Hogwarts e sua mãe é exagerada por te castigar? Realmente, faz perfeito sentido. 

 – De que lado você está Zabini? - Scorpius podia socá-lo, nesse momento. Tirava-o do sério que Luke fosse tão maduro e responsável, quando não estava tão irritado quanto agora, o loiro costumava implicar com o amigo chamando-o de velho. Mas não, não havia nenhum espaço para brincadeiras agora, Scorpius estava ácido. Pura e simplesmente. 

O moreno respirou fundo, ainda deitado confortavelmente na cama, era difícil que Luke perdesse a calma, de maneira geral mantinha sempre uma expressão imparcial no rosto. Enquanto Scorpius era teimoso como uma mula e frio que nem gelo, ele era sereno e indiferente. Talvez esse fosse o segredo de anos de amizade.

 – Ora Scorpius, não seja tolo, só estou dizendo que você sabia que isso não ia dar boa coisa e você fez mesmo assim, agora lide com as conseqüências - e com medo de estar sendo muito duro com o amigo, tentou animá-lo - Não fique assim, você sabe que depois de um tempo sua mãe sempre acaba te liberando. 

— Dessa vez não - o loiro se sentou na cama, estava furioso e podia sentir as ondas de irritação passando constantemente por seu corpo, sem trégua - Eu estou proibido de qualquer atividade que não envolva os estudos, visitas a Hogsmeade estão fora de questão, minha conta no Gringotts foi completamente esvaziada e honestamente é um milagre que eu ainda esteja no time. 

Luke arregalou os olhos, se sentando na cama e ficando frente a frente para Scorpius. Não podia acreditar naquilo. É verdade que brigas entre Scorpius e os pais não eram nada incomum, mas Astoria Malfoy sempre acabava passando a mão na cabeça do filho, nem de perto as punições chegavam a ser assim tão severas. Scorpius revirou os olhos pela reação do amigo, é, sabia que estava fudido. Com um movimento ágil, pegou um maço de cigarro dentro das vestes.

— Mas que merda você fez? - Zabini estava, de fato, boquiaberto. Scorpius suspirou fundo passando a mão no rosto e nos cabelos rebeldes.

— Bom, digamos que além dos jardins ficarem completamente destruídos, de ter um rombo no meio do teto da sala de jantar e de terem destruído a coleção de porcelanas dela, eu estava com uma garota na cama quando ela chegou. 

Luke soltou uma sonora gargalhada, seu amigo era louco, isso era um fato. Se Scorpius soubesse que Zabini fosse rir tanto da sua cara, talvez tivesse pensado duas vezes antes de lhe oferecer um cigarro. 

— Scorpius você é burro ou o que? - Luke revirou os olhos, desacreditado - Como você não me coloca um feitiço de proteção no armário da coleção da sua mãe? Aquelas merdas custam uma fortuna. E, pelo amor de Merlim, os jardins? O xodó da sua mãe são aqueles jardins e você sabe bem disso - ele riu novamente, as vezes parecia que Scorpius tinha um radar para problemas - E eu não quero nem pensar na cara da sua mãe ao te pegar com uma garota na cama, cara, ela deve ter ficado furiosa.

— Primeiro de tudo, eu coloquei sim um feitiço - ele bufou irritado - Mas não se pode confiar em bruxos bêbados, me lembre de confiscar a varinha de todo mundo da próxima vez. Segundo que eu realmente não sei como as coisas ficaram tão fora de controle, talvez tenha exagerado um pouquinho na quantidade de álcool disponível e sobre a garota, até que foi uma boa foda, mas se eu soubesse que ia me causar toda essa dor de cabeça, teria desistido. 

Luke sacudiu a cabeça. 

— Não, você não teria. - Zabini tacou o travesseiro em Scorpius que apenas riu malicioso, dando de ombros. Mas sua risada logo virou um gemido resignado ao se lembrar da pior parte de toda aquela confusão.

— E fica pior que isso - Scorpius colocou o travesseiro sobre o rosto, se preparando pelo o que estava por vir -  McGonagall acaba de me informar que a insuportável da Weasley vai ser minha babá o ano inteiro e posso culpar meu pai por deixar essa velha maluca fazer o que quiser comigo. 

 Foi o que bastou para que Luke Zabini explodisse em gargalhadas, exatamente como Scorpius esperava. Luke não podia acreditar naquilo. Já desconfiava há tempos de que Mcgonagall não batia bem da cabeça, agora ele não precisava de mais nenhuma prova. Grunhindo, Scorpius tacou seu travesseiro na cara do amigo que não pararia de rir tão cedo. 

— Zabini, eu odeio você - resmungou entredentes, voltando a se deitar na cama. 

— Quer dizer então que agora você vai ser vigiado pela Weasley? Será que eu devo oferecer minha cama no dormitório para ela? 

— Eu já estou na merda o suficiente para ganhar uma detenção, mas continue me provocando e juro que vou estuporá-lo. 

Foi com muito esforço que Luke conseguiu controlar sua risada, Scorpius estava realmente furioso. 

— E depois de tudo isso você ainda tem a coragem de falar “na próxima vez”, você não tem jeito mesmo, Malfoy,

 O loiro riu debochado, dando de ombros.

 – Nada que você não saiba - Scorpius estalou a língua no céu da boca - Mas a Weasley vai descobrir já já. 

— O que te leva a crer que Rose Weasley acredita que você tem jeito? - a sobrancelha arqueada de Luke sempre tirava o Malfoy do sério. 

 – Ela com certeza não acredita - riu com escárnio - Mas a menininha de ouro não vai deixar de cumprir ordens da sua querida diretora então, eu vou fazer da sua vida um inferno.

— E que merda você ganha com isso Scorpius? - ele revirou os olhos  - Pare de se meter em confusão, uma vez na vida. 

— Ora, você não acha mesmo que vou aturar a Weasley no meu pé o ano inteiro, acha? - aquela punição era ridícula e não iria ficar de braços cruzados sem fazer nada.

— E me diga, brilhante Malfoy, o que você vai fazer? - o tom de deboche na voz do moreno era visível, daquelas que apenas um sonserino seria capaz de fazer. 

— Eu vou atormentá-la tanto que Rose Weasley vai implorar para McGonaggol desistir dessa idéia louca.  

Luke sabia muito bem que Scorpius estava prestes a piorar muito as coisa. Mas, como ele bem sabia, não adiantava discutir com a teimosia do loiro. Algumas coisas você só aprende na marra. 

— Eu não sei porque você acha que fazendo mais merda você vai se livrar das merdas que você já tem - Luke respirou fundo, inconformado - Só tenta não ser expulso do time de quadribol, ok? Ou ai você realmente vai fuder as coisas. 

 – Vai dar tudo certo Luke, confia em mim - o sorriso malicioso em seu rosto não poderia ser maior. Completamente despreocupado, Scorpius se recostou confortavelmente em seu travesseiro. Amanhã começarão as aulas e ele apostava que em menos de uma semana já teria feito Rose Weasley perder a cabeça. 

[...]

Poções era a única matéria que ele ainda tolerava na escola. Se Scorpius não tivesse tão mal humorado por aquele castigo estúpido, ele provavelmente estaria minimamente feliz de começar o ano com poções. Se. Claro, porque nada o deixaria feliz sabendo que passaria o dia inteiro ao lado de Rose Weasley. Nem mesmo irritá-la. Bom, talvez isso, melhorasse levemente seu humor. 

Havia trocado poucas palavras com Luke antes de tomar banho, o amigo sabia bem que não seria esperto tentar conversar com ele nesse estado. Scorpius estava atrasado, não que ele ligasse, é claro. Pelo contrário, andava calmamente pelos corredores abarrotados de alunos que, ao contrário dele, pareciam com pressa. Com sua veste amarrotada jogada de qualquer jeito em seus ombros, a gravata frouxa em seu pescoço e os primeiros botões de sua blusa abertos, Scorpius era realmente um pedaço de mal caminho. Isso sem falar no cabelo platinado e rebelde que caía perfeitamente sob seus olhos cinzas, a barba por fazer e o sorriso frio que já eram mais do que suficientes para atrair uma porção de olhares femininos. Mas o sonserino estava de tão mal humor que apenas ignorou todas as investidas, por enquanto.

Depois de uma eternidade andando, finalmente chegara até a maldita sala de poções. Maldita porque ele sabia exatamente o que o esperava ao entrar naquela porta. 

— Senhor Malfoy, quinze minutos de atraso no primeiro dia? McGonagall adorará saber como o Senhor começou o primeiro dia, sente-se imediatamente e menos cinco pontos para a Sonserina.

Para manter as aparências de quem não liga, Scorpius apenas deu um sorrisinho sarcástico. Internamente, ele queria gritar e socar alguma coisa, de preferência os idiotas dos grifinórios que riam baixinho. Ou talvez alguns sonserinos que ousaram reclamar. 

Também em voz baixa, claro. Como se esses covardes fossem falar algo em voz alta

— Quanto ao resto de vocês, essa poção não vai se fazer sozinha, o que estão esperando? 

O burburinho cessou e todos voltaram a se concentrar nas poções que aparentemente já haviam começado. Scorpius passou rapidamente os olhos pela sala, achando Luke sentado ao lado de Albus que, pelo sorriso sarcástico que dava em sua direção, já sabia da história. Scorpius revirou seus olhos para o Potter, mas alargou o seu sorriso ao ver a cara enfurecida da Weasley, que estava sentada bem na frente deles. Estava certo, aquilo seria minimamente divertido. De forma relaxada, jogou a mochila no chão e, então, sentou-se ao lado dela. 

— Você estava no café da manhã no horário, Malfoy - a ouviu resmungar entre dentes - Se perdeu no caminho que você faz há sete anos? É tão difícil assim pro seu cérebro funcionar? 

Scorpius fechou o punho. Merlin, Weasley se esforçava para ser tão irritante assim, não é possível.

 – Ora ora Weasley, eu sou tão bonito assim que você precisa ficar de olho em mim no café? - rebateu sem jamais desfazer seu sorriso debochado. Teve que se controlar para não rir de verdade, afinal ela ficava hilária com o rosto vermelho de raiva. 

— Não sei onde você estava ontem, Malfoy, mas para a minha infelicidade, Mcgonagall me transformou na sua babá e isso implica que eu preciso ficar de olho em você - sorriu sarcástica antes de completar - Ainda que me cause indigestão olhar para essa sua cara feia no café da manhã. 

Nada o deixava mais irritado do que as respostas atravessadas que sempre pareciam estar na ponta da língua dela, Weasley não perdia uma sequer. E claro que as risadas, muito mal disfarçadas, de Luke e Albus não ajudavam em nada no seu humor. Humpf. Grande amigos que eu fui arrumar. 

 – Ora Weasley, eu sabia que você tinha probleminhas, mas não sabia que chegava ao ponto de distorcer a realidade.

 Ela riu sarcástica. 

 – Acho que o único com problemas aqui é você Malfoy ou você não chamaria a sua situação atual de problema? - Scorpius queria azará-la até tirar aquela expressão esnobe de seu rosto - Afinal não sou eu que estou proibida de ir a Hogsmead, sendo sujeita a supervisão 24h ou quase perdendo a minha formatura, não é mesmo? 

Eu. vou. matá-la.  

— Senhorita Weasley, Senhor Malfoy, vocês podem se concentrar na poção de vocês? Ou tem algo que vocês queiram compartilhar com a turma?

 Rose ficou vermelha, de vergonha dessa vez, jamais havia sido chamada atenção em sala. Maldito seja o Malfoy. Ela estava tão desconfortável que isso quase foi o suficiente para o Malfoy deixar de lado a discussão de segundos atrás. Quase. Ora, não podia perder uma oportunidade de ouro daquelas. Scorpius abriu um sorriso malicioso e fez sua melhor cara inocente.

— Claro professora, desculpe, eu só estava dizendo gentilmente a Weasley que não tenho interesse em sair com ela, mas parece que ela está tendo problemas em aceitar isso. - Scorpius fez questão de frisar bem a última parte, alargando ainda mais o seu sorriso ao escutar as risadas da turma. 

 Os olhos da Weasley estavam tão arregalados que podiam saltar de seu rosto.  

— Seu filho da…

— SENHORITA WEASLEY! - a professora estava horrorizada - Nem se atreva a terminar essa frase! E você, Senhor Malfoy, mantenha sua vida amorosa para você mesmo, está bem? E VOLTEM A FAZER SUAS POÇÕES, PELO AMOR DE MERLIN!

Foi quase impossível controlar a turma depois daquele comentário e Malfoy podia sentir o quão irritada a Weasley estava, ela tremia de raiva.  

— É guerra que você quer, Malfoy? - ela sussurrou de maneira tão ameaçadora que Scorpius se surpreendeu, quem diria que a princesinha Weasley seria capaz de ficar tão descontrolada assim - Você não faz idéia no que você está se metendo.  

— Tem uma solução muito simples, Weasley - ele a encarou com um sorriso de canto - Desista do castigo. 

— Malfoy eu realmente não sei o que passa nessa sua cabeça oca - ela parecia prestes a socá-lo - Eu não tenho o menor interesse de passar meu último ano presa a você, pelo contrário, preferia ir para o inferno. Mas McGonagall foi bem clara, ela não vai ceder.  

— Veremos, Weasley. 

Rose gostaria de não estar numa sala de aula para que pudesse azará-lo e arrancar a força aquele maldito sorriso arrogante. Bufando de raiva, se virou para frente e tentou se concentrar na poção. Se o Malfoy queria se arrastar para o fundo do poço, ótimo, mas que não a levasse junto. E de preferência que nunca saísse de lá também.  

Scorpius olhou por cima do ombro para os amigos, que o olhavam completamente desacreditados com o que ele havia acabado de fazer, o sonserino apenas deu de ombros e o brilho nos seus olhos cinzas só indicava que ele havia apenas começado. 

[…]  

O resto do dia havia sido um inferno. Scorpius Malfoy tinha um dom, não era possível que um ser humano fosse tão irritante daquela forma. O dia inteiro ele passara perturbando-a, o dia inteiro com piadinhas, comentários desgostosos, provocações, um dia inteiro de Scorpius Malfoy. Rose se sentia no inferno. Sonhara com seu último ano por tanto tempo e não conseguia acreditar que ele estava arruinado.  

Não que Rose estivesse desesperada para sair de Hogwarts, pelo contrário, a ruiva amava verdadeiramente aquele castelo com todas as suas forças. Sentiria falta dali. Ir embora seria difícil, mas ao mesmo tempo a idéia era animadora demais para ela. Um universo inteiro de possibilidades, um mundo completamente novo para descobrir e, claro, seu tão esperado curso para se tornar auror. Mas nem ao menos pensar em seus sonhos parecia tirá-la da raiva que estava sentido. Era injusto demais. Ora se Scorpius Malfoy havia feito sabe-se lá o que, porque ela tinha que ser punida? Não fizera nada! Não tinha absolutamente nada a ver com isso. “A senhorita devia ficar feliz por considerá-la tanto”. Rose sentia-se muitas coisas, mas feliz não era nenhuma delas. 

A ruiva suspirou fundo, esse era o único momento do dia que passara sozinha, graças a Merlin, nunca ficara tão feliz por uma ronda antes. Estava cansada, era verdade, mas pelo menos podia apreciar o silêncio do castelo que por vezes a deixava nervosa, mas hoje, a deixava grata. Nada de barulho, nada de Malfoy. Apenas ela, sua varinha e os quadros, que em sua maioria, já descansavam visto que era tarde da noite. 

 Estava quase terminando o quinto andar quando foi surpreendida por um barulho vindo de um armário de vassouras a poucos metros dela. Ela não podia acreditar que no primeiro dia de aula, havia alguém fora da cama depois do toque de recolher. Realmente, os alunos de Hogwarts não cansavam de surpreendê-la. Se há meio segundo atrás estava extremamente aliviada por estar sozinha, agora ela amaldiçoava a monitora da corvinal que ainda não havia voltado de férias. A única coisa que Rose odiava sobre ser monitora era pegar alunos em situações, hm, constrangedoras. E pelo o barulho que ouvira, com certeza, se tratava de uma dessa situações. Era extremamente desconfortável, ainda mais sozinha.  

Rezando para que não fosse ninguém que conhecesse, o que deixaria a situação ainda mais constrangedora, Rose abriu a porta do armário com um floreio de varinha. E toda a vergonha que sentia foi substituído em questão de segundos por um sorriso satisfeito. 

 – Ora ora ora… O que temos aqui? - veementemente animada com a sua descoberta, Rose fez questão de erguer sua varinha ainda mais perto do casal - Fora do dormitório depois do toque de recolher e ainda por cima numa situação dessas? 

A garota, que estava apenas de sutiã, a olhava aterrorizada enquanto tentava cobrir seu corpo com as mãos. Já o Malfoy estava com uma expressão de ódio que apenas fez com que o sorriso de Rose se alargasse mais, lidaria com ele depois. Os olhos de Rose foram meticulosos olhando a menina de cima a baixo, Abbie Jones se não lhe falhava a memória, sextanista. 

— Como estamos apenas no primeiro dia, vou deixar essa passar com um aviso apenas Jones - Rose fez cara de poucos amigos, mas a garota estava tão chocada que não conseguia sequer agradecê-la - Até porque acredito que seu mau gosto já seja punição o suficiente, agora anda, antes que eu mude de idéia. 

Sem pensar duas vezes, a lufana disparou pelos corredores com o resto de suas vestes na mão, se se sentiu ofendida nem ao menos demonstrou. Rose se permitiu rir depois que a menina fora embora, se virando para o Malfoy. Apesar de estar sem camisa e displicentemente encostado na batente da porta, Scorpius não exibia um pingo de vergonha sequer. 

 – Isso tudo é ciúmes, Weasley? - Malfoy arqueou uma sobrancelha com um risinho presunçoso, poderia estar puto da vida, mas não deixaria demonstrar - Não sabia que era tão possessiva e achei que tivesse deixado bem claro hoje na aula que não quero sair com você.  

Em um corredor vazio sem ninguém para dedurá-la era tentador demais estuporá-lo ali mesmo. Ou talvez socá-lo.

 – Você se acha muito engraçadinho, não é Malfoy? - ela lhe lançou um sorriso maldoso - Vamos ver se você vai achar graça de passar a tarde de amanhã limpado a sala dos troféus.

— Então ela fica livre com um aviso enquanto eu recebo uma detenção? - sua voz saiu fria e arrastada, mas sua irritação era visível. 

— Bom, para começar ela não infernizou o meu dia - a ruiva cruzou os braços com a mesma expressão furiosa de antes - E se você quer falar de injustiças porque não começa com o fato de você ter mentido para a sala inteira? 

O loiro riu com escárnio.

— A monitora chefe da grifinória está realmente admitindo dar uma detenção por pura vingança? O nome disso é abuso de poder, Weasley. 

 – Acontece Malfoy - rebateu, começando a perder a paciência - É que devido a situação que eu te encontrei eu poderia e deveria aplicar uma detenção. Se eu escolhi aliviar para Jones, o problema é meu, mas eu não acho que ela vá reclamar para alguém. Logo é a sua palavra contra a minha e não creio que você esteja em bons lençóis com a diretora, não é mesmo, Malfoy? 

— Isso não vai ficar assim, Weasley - rosnou entre dentes, sua voz estava carregada de desprezo, mas isso não pareceu incomodar nem um pouco a ruiva. Rose sentia-se vingada. 

— Malfoy, me poupe de suas ameaças baratas e faça o favor de colocar uma camisa. 

Revirando os olhos, Rose Weasley deu as costas para ele, deixando-o ainda mais furioso. Numa explosão de raiva, Scorpius socou a parede. 

 Merda de garota irritante. ARGH. 

 Seu dia havia sido insuportável por causa dela. Rose Weasley parecia um robô programado para fazer exatamente aquilo que todo mundo espera dela. A aluna perfeita, a monitora perfeita, o exemplo de comportamento. Aguentá-la sendo malditamente inteligente o dia inteiro o tirou do sério, aquele olhar de superior como se ele fosse insignificante demais para sequer ocupar o tempo dela, o tirava do sério. E no único momento que finalmente se viu livre de Rose Weasley, que estava descontando toda sua raiva e frustração nos amassos é claro que ela tinha que aparecer. Bufando de raiva, Scorpius voltou para o dormitório, sem transar, com a mão doendo e pensando em mil e uma maneiras que ele poderia tacar Rose Weasley da torre de astronomia.


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Notas finais do capítulo

Sabe, eu realmente fico me perguntando se alguem realmente lê isso aqui ou se eu fico tagarelando sozinha kkkk seja como for espero que vocês tenham gostado e estejam todos bem nessa quarentena do inferno (eu certamente estou enlouquecendo com essa porcaria de ensino a distancia......... sem comentários)

Bom, Rose e Scorpius vão ser assim. Explosivos. Implicantes. Provocativos até o último suspiro. Confesso, um clichê que eu amo. Espero que vocês fiquem curiosos para o próximo! Até logooooo *-*

Beijinhos



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