Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 18
Capitulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas lindas...Venho aqui trazer mais um capitulo. Eu sei que o ultimo capitulo não foi fácil e eu estou sem estrutura alguma para responder os comentários agora, por que também amo BeWard e foi muito dificil seguir este caminho, mas continuem comentando, me deixem saber a opinião de vocês, que muito em breve, vou responder a todos .
Acreditem, as lagrimas deles são as minhas tambem.
No mais.... Preparem os lencinhos, respirem fundo e embarquem comigo aqui.
Bjs



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O fogo tem uma característica singular.  Ele consome quase tudo o que toca. E Bella se pegou desejando que aquelas chamas que dançavam a sua frente, pudessem consumir sua dor, extinguir seu sofrimento.

Durante a cerimonia de cremação, Bella se sentia anestesiada, como se assistisse a tudo de fora, inerte, se não fosse pelo buraco negro em seu coração que parecia sugar suas energias, minando tudo por dentro. Ela também podia sentir os braços de Theo a sua volta e piscou lembrando a forma como insistiu para que o filho não fosse a cerimonia, com receio do que isso pudesse fazer as suas memorias, mas Theo surpreendendo-a mais uma vez com sua maturidade precoce, convenceu-a, alegando que gostaria de estar presente na despedida do pai, argumento este, que ela não soube refutar. 

Charlie e Renne chegaram a casa de Bella, tão logo a notícia se espalhou. Jasper e Alice também não ficaram para trás, mesmo Alice entrando em seu oitavo mês de gestação. Emmett e Rosalie, largaram seus compromissos, embarcando no primeiro avião disponível, completando o pequeno limite permitido para o funeral.

Enquanto as chamas, misturadas em tons de vermelho e laranja, faziam seu trabalho, Esme foi amparada, Bella rodeada e Alice cercada de cuidados.
Foram as piores e mais longas três horas que já viveram.
Um soluço rompeu no local e eles se entreolharam buscando a direção. Todos ali já haviam chorado, juntos e separados, cada um vivendo a dor da perda do luto, lamentando pela partida inesperada.
No canto da ampla sala, Carlisle encarava a janela, os ombros tremendo, os soluços preso a garganta, com o choro reprimido.
— Carlisle. Esme murmurou com a voz condoída ao notar de onde o som vinha. Todos os olhares voltando-se a ele que permanecia de costas.
Jasper foi o primeiro a se mover de onde estava, caminhando em silencio e abraçando o sogro, sendo seguido por Theo. Charlie e Emmett imitando-o na sequencia.
As mulheres, se unindo em um abraço no canto, ao ver a dor que eles carregavam no peito.
.......................

O dia seguinte a despedida amanheceu sombrio e sem vida, ou ao menos foi assim que Bella enxergou ao abrir os olhos e ser atingida mais uma vez com a verdade. Agarrando-se aos lençóis da cama, ela se deixou levar mais uma vez pela imensidão de lagrimas que pareciam multiplicar dentro de si.
— Bella. Posso entrar? A voz de Renne encheu o quarto, seguida de três batidas consecutivas. Passando as mãos pelos olhos e cabelos desalinhados, Bella tentou se controlar, tomando varias e longas respirações. 

— Entra mãe. Pediu sentando-se na cama. A voz rouca e a garganta arranhando.
— Bom dia filha. Como se sente? Renne falou com voz afável e preocupada e Bella ergueu os ombros em sinal de derrota, arrancando um suspiro de Renne que sentou-se ao seu lado na cama.
— Por que não toma um banho antes de descer? A família de Edward esta la embaixo para se despedir, só falta você. Renne informou e Bella suspirou sem forças. Ela havia acabado de acordar, mas sentia-se exausta.
— Esta bem. Concordou e Renne saiu do quarto para lhe dar privacidade.
— Ela acordou? Charlie perguntou interceptando a esposa no corredor, que chorosa abraçou o marido.
— Ela esta destroçada Charlie. Não sei como vai conseguir superar isto.
Charlie apertou a esposa em seus braços, preocupado.
— Ela vai encontrar uma maneira Renne. Só precisa de tempo e apoio.
— Eu não quero deixa-la assim, acho melhor ficarmos mais alguns dias. Renne negou se soltando.
— Sim, é claro. Como você achar melhor. Concordou de imediato. 
Eles desceram lado a lado.
Lavínia estava deitada no peito de Alice que acariciava seus cabelos enquanto um desenho tentava distrai-la.
Rose conversava com Esme, Emmett e Jasper, que mantinha um olhar preocupado sobre a esposa. 
Carlisle, mais uma vez se mantinha sozinho no canto da sala, encarando um ponto fixo do lado de fora.
— Carlisle. Charlie se aproximou notando o foco de sua observação.
— Ele esta ali, parado, a vários minutos.
Theo, sentando em um canto do jardim, encarando a garagem, esperando, como se a qualquer momento Edward fosse voltar.
— Vou falar com ele. Charlie decidiu tocando o ombro de Carlisle, deixando com ele a decisão de acompanha-lo ou não.
Os rostos se virando na sala, ao passo que os dois caminhavam para a porta.— Nós podemos nos juntar a você? Charlie perguntou e Theo ergueu o olhar, encontrando os dois avos de pé, esperando uma resposta. Tomando um tímido aceno como aprovação, Charlie sentou-se de um lado ao passo que Carlisle, sentou-se do outro.

— Você está bem? Carlisle quis saber, olhando de Theo para Charlie.
— Meu pai e eu tínhamos combinado de irmos pescar com o Senhor e o vovô Charlie, sabia?
— Teria sido legal. Eu gosto de pescar. Charlie comentou.
— Eu disse isso a ele. Theo falou continuando a encarar o nada.
— Pescar? Não era uma má ideia. Carlisle complementou.
O silencio os envolvendo mais uma vez.
— Sabe de uma coisa Theo? Não tem problema chorar, e ate ficar bravo com a situação, se esta é uma maneira de amenizar a dor que esta sentindo. Mas, não deixe de colocar isso para fora do seu coração, esta dor que você esta sentindo precisa sair, só assim, você vai se sentir melhor. Charlie aconselhou.
— Isso é muito injusto vô. Theo começou.
— O que é injusto? Charlie voltou a perguntar, levando-o a desabafar.
— Meu pai não deveria ter morrido. Ele salvava a vida das pessoas. Por que os médicos não puderam salvar a vida dele? Continuou a questionar com o rosto vermelho, a respiração suspensa e rápida, colocando para fora a pergunta que lhe atormentava, desde que soube da noticia.
Charlie ergueu a mão dando leves tapinhas nas costas do neto, que se se virando para Carlisle, questionou diretamente a ele.
— Por que Vô? Quis saber.
— Theo, o que eu posso afirmar com certeza é que os médicos fizeram tudo o que podiam. Carlisle respondeu incerto e abalado. As lagrimas tentando ganhar espaço.
— Então de quem é a culpa? É de Deus? Foi Ele quem resolveu levar o meu pai? Voltou a questionar com raiva. O desabafo se misturando as lagrimas. _ Logo agora que meu pai estava... Ele parou tomando uma respiração.
— Ele estava sendo legal? Charlie o incentivou. Quanto antes ele colocasse sua raiva para fora, melhor seria.
— Mesmo durante a pandemia eu estava gostando de ficar em casa. Nós brincávamos em casa de brincadeiras bobas, pescamos, fizemos dança no tapete, assistimos um monte de filmes na televisão. Por que agora Vô? Por que Deus não quis deixar ele ficar com a gente agora que estava tudo bem?
Charlie ouviu o desabafo do neto, sentindo seu próprio coração esmagar no peito.
— Desculpa Theo. Eu queria ter as respostas para todas as suas perguntas, mas infelizmente, eu não tenho. Charlie começou com a própria voz embargada e Theo passou a mão sobre os olhos secando as lagrimas, com uma raiva contida. _ Seu pai era um bom homem Theo, de caráter, honesto, trabalhador e você sempre vai ter motivos para se orgulhar dele. 
Carlisle olhou de Theo para Charlie, emocionado ao ouvir as palavras sobre o filho.
— Mas eu tenho uma pergunta para você também, e quero que pense nisso com calma, esta bem? Theo acenou em silencio. _ O que você acha que seria melhor Theo? Seu pai partir daquela maneira, brigando o tempo todo com sua mãe, longe de vocês, de tudo o que importa? Ou ele partir deixando para traz, boas lembranças como as que você está me contando agora? Theo ficou calado, encarando o avô materno, enquanto a pergunta martelava em sua mente. — Sabe, esta dor que você esta sentindo, um dia mesmo que demore um pouco, um dia vai diminuir. Em algum momento, ela vai se tornar suportável, e pouco a pouco, ela vai se transformar em saudade, por que nunca vamos esquecer a pessoa que ele. Não poderíamos. Mas, se eu pudesse chutar, eu diria que o Edward, de onde estiver agora, com certeza esta grato por ter tido tempo de consertar as coisas, por ter tido tempo de deixar boas memórias na família dele. Eu tenho certeza que ele esta grato por você e sua irmã, por que ele amava vocês, e por tudo que teve a oportunidade de viver.
Theo que ate então apenas ouvia a tudo em silencio, abraçou o avô materno, molhando a camisa dele com as lagrimas de dor e saudade, mas com o inicio, uma pequena ponta de aceitação.
Carlisle, parado ao lado dos dois, também chorava. As palavras de Charlie o inundando com verdades que ele havia buscado.
Bella, que havia interrompido seus passos no parapeito da porta, chorava segurando-a em suas mãos. Cada palavra dita ali, adentrando seus ouvidos, perpassando como uma seta, lançada diretamente ao seu coração.
Charlie não fazia ideia. Mas suas palavras para confortar o neto, atingiam a todos ali em cheio, por que dentro deles haviam os mesmos questionamentos, as mesmas duvidas, as mesmas indignações.
Ele ergueu a cabeça ao ouvir soluços vindo da porta. Renne, abraçada a Esme e Rosalie, Jasper e Emmett pensativos, Alice apertando a sobrinha nos braços, chorosa e emocionada.
Todos também queriam saber o motivo dele ter sido arrancado desta maneira, e como um balsamo, as palavras de Charlie soavam, sinceras e verdadeiras, como se pudessem dar uma direção, uma luz no mio da escuridão que se encontravam. 
Por um segundo, Bella se permitiu vislumbrar o sorriso de Edward com os filhos em um momento diário em casa, e em meio a tristeza da perda, a dor do luto e saudade dolorosa que esmagava seu peito, a frase se instalou ali, como um lembrete: eles foram abençoados por ter Edward em suas vidas.


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Notas finais do capítulo

Digam-me tudo, não me escondam nada....
Ate a proxima gente



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