Amanhecer: Novos Começos escrita por Sarah Lee


Capítulo 2
Calor


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, surpresos em me ver? Espero que não, eu disse que não sumiria '3'
Então eu trago noticias a vocês, sexta será oficialmente o dia de atualização dos capítulos da fic! Então podem ficar tranquilos. ~~ Todos comemora (ノ’з `) ノ ~~
Hoje eu trago um capitulo mais tranquilo, para aquecer o coração de vocês sab, então nos encontramos lá nas notas finais ok?Não quero segurar vocês por mais tempo.
Boa leitura ♥



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O tempo que passei esperando Jacob chegar foi torturante. Era óbvio que eu queria ir imediatamente para a reserva, mas não poderia sair de casa a essa hora da noite com a picape. Seriam precisos muitas explicações para Charlie de manhã. Durante a espera eu pensei em mil e umas possibilidades do que pudesse ter ocorrido, uma pior que a outra. Mas me obriguei a continuar sã, e me concentrar nos títulos dos livros da minha estante, para não surtar de vez. Eu ainda estava no chão quando Jake apareceu.

— Me desculpe por causar isso — Ele falou envergonhado, enquanto se abaixava e me ajudava a levantar. — Vim o mais rápido que pude — Só então percebi que seu short estava mal ajustado na cintura. Ele era mais rápido e silencioso em sua forma de lobo.

— Sem problemas — Minha voz parecia fraca, mas eu não me importava. — Seria pior eu ter descoberto mais tarde — Apertei firme as palmas das minhas mãos antes de perguntar. A minha garganta se fechando com o medo da resposta que eu teria. — Então? O que há de errado?

Ele fez uma longa e interminável pausa. Respirando uma grande quantidade de ar, como para se manter em pé também. — Nós não sabemos... — Eu fechei os olhos com força, de todas as possibilidades o desconhecido era uma das piores. O temor de que nem as lendas, nem o conhecimento médico de Sue, pudessem ajudar Paul. — Ele está acordado, mas não fala ou se mexe direito. Sue disse algo sobre estresse pós-traumático, amnésia e essas coisas. A situação é bem ruim Bella. Não sabemos o que pode acabar acontecendo com Paul.

— Eu tenho que vê-lo — Disse de súbito, eu precisava chegar até ele, não importava como. Se eu era responsável por alguma coisa que tivesse acontecido a Paul talvez eu pudesse ajudar, eu não sabia, só queria continuar em movimento. Se eu parasse, talvez me afogasse no mar de culpa que eu mesma criei. — Vamos agora para a reserva — Peguei sua mão e o puxei para a janela.

— De jeito nenhum! — Jacob disse firme, se afastando de mim. O que acabou me ferindo. Eu só precisava ver meu amigo, garantir que tudo ainda estava bem, e que ele seria o mesmo de antes. Estava prestes a argumentar quando ele me abraçou forte, me calando. — Eu sei como você deve estar se sentindo Bells. E você sabe que eu seria o primeiro a te levar lá se isso fosse acabar com a sua dor. Porque me dói muito te ver assim — Ele me encarou, sombrio. Seus olhos negros de tristeza, me congelando por dentro. — Só que é muito perigoso, por favor, entenda. Nesse momento Paul é um lobisomem que provavelmente não sabe que pode se transformar em um lobo gigante. Tudo pode piorar em apenas um segundo, basta uma lembrança errada vindo à tona. Não me peça para deixar você se arriscar assim, por favor... — A preocupação com a minha proteção foi amarga de um jeito muito familiar, seu olhar triste me segurando no lugar. Talvez eu já tivesse sido imprudente demais, não me preocupando comigo quando há muitas pessoas que o fazem. Eu já tinha estragado coisas o suficiente.

— Certo, eu só… — E não terminei, apenas o abracei de volta. Estava exausta de lutar, de ficar forte por algo. Hoje eu apenas deixaria a tristeza vir, para eu aprender a lidar com ela de uma vez. — Você tem que voltar? — Perguntei no seu peito. Depois que o calor te consome, é difícil lidar com o frio da partida. Era muito mais fácil quando ele estava aqui.

— Posso ficar se você quiser — Ele beijou o topo da minha cabeça. 

— Eu quero. Daremos apoio um ao outro — Eu levantei meu rosto e ele beijou gentilmente meus lábios. 

— Sempre… — Sussurrou quente na minha boca. Mas eu já não estava mais pensando direito.

Deitada junto a ele, eu pensei o quanto estava presa nessa armadilha de culpa que eu mesma criei. Nem considerei por um segundo que Jake, ou qualquer um, pudessem estar igualmente tristes com toda essa situação. Fui uma tola e monopolizei a culpa toda como se Paul fosse minha propriedade. Como se ele fosse a minha responsabilidade. Mas no final, todos nós dividimos a mesma dor. Todos tinham suas dúvidas, e o próprio sentimento de que, se tivessem sido mais rápidos, pensado diferente, ou se preparado mais, Paul não estaria desse jeito. Que ele poderia estar bem agora. Fui egoísta ao achar que esse sentimento me pertencia, e estava desesperada em removê-lo de mim. Eu poderia ter piorado tudo no final.

— Me desculpe... — Eu sussurrei para Jake quando já estávamos deitados na cama, mas não tenho certeza se ele ouviu. Apertei meu corpo mais forte junto ao dele, me fazendo derreter com o calor.

Estava contente que meu pai tinha me convencido a usar as passagens antes que elas expirassem, quer dizer que ele já confiava em mim para sair sozinha outra vez. A viagem para Phoenix tinha sido incrível e um pouco dolorosa. Dolorosa na parte das despedidas e de notar o quanto sentia falta da minha mãe, e de como eu ia facilmente abrir mão de vê-la novamente. Inconscientemente me esqueci de todos os problemas que havia aqui em Forks durante a viagem. Como se eles fossem algo já resolvido há muito tempo. Mas agora eu devia voltar para os encarar novamente. Tinha apenas uma semana que as aulas haviam começado e eu já tinha faltado de novo. Mesmo com a permissão de Charlie para faltar, eu ainda me sentia culpada. E fiquei preocupada quando pensei em toda matéria que eu deixei acumular até hoje, e que teria que estudar agora. Eu tinha sorte de que Angela sempre me ajudava a estudar. Se não fosse ela me ajudando a recuperar o tempo perdido, eu provavelmente já estaria reprovada.

A visita na casa da minha mãe foi melhor do que eu imaginava. Eu ficava apreensiva antes, talvez porque sempre imaginei que a visitaria com Edward, ele e um lugar ensolarado como Phoenix exigiriam muitas “desculpas” e histórias inventadas, e eu nunca estive muito confortável em mentir para minha mãe. Principalmente porque ela sempre foi boa em descobrir mentiras. Mas agora estava indo sozinha, o que era um alívio. Sentia que poderia passar um tempo necessário com Renée. Um tempo em que ela poderia me ajudar com minhas dúvidas. Ela perguntaria de Jake, provavelmente, mas ele tinha assuntos para resolver em Forks aquela semana, o que era mais uma mentira poupada. Porém, eu acredito ele e Renée se dariam muito bem. Havia algo muito parecido com a forma como viam o mundo, de um jeito meio infantil, mas sem as conotações ruins que o termo poderia trazer à eles. Era quase como se a inocência e a esperança não pudessem atrapalhar seus julgamentos no final do dia. E eles eram definitivamente mais felizes assim.

Quando os pulinhos e gritaria pela minha chegada acabaram, eu pude aproveitar realmente a companhia dela. E percebi que sentia mais sua falta do que eu imaginava. Phil também estava muito bem, o time da escola que ele treinava estava em época de campeonato, mas ele sempre fazia o possível para aparecer em casa para ver Renée. Eu ainda não tinha explicado toda a situação que envolvia Edward, e ela não me perguntou sobre isso logo de cara. Ela preferiu passar os primeiros dias tranquilamente comigo, me levando à lojas e apresentando exposições. O que eu agradeci imensamente por dentro. Porém, um dia ela me chamou para passear pela cidade, para conversarmos a sós. E eu sabia que a hora havia chegado.

— Bella? — Ela disse enquanto observava distraidamente as areias da praia, e as pequenas ondas que quebravam ali perto. Estávamos sentadas em umas cadeiras próximas ao mar, debaixo de um grande guarda-sol.

Eu suspirei antes de começar, é claro que ela queria ouvir a história toda.

— Por onde eu começo? — Falei mais para mim do que para ela. 

— Me fale do novo garoto —  Ela respondeu, enquanto tomava mais um pouco de seu sorvete. — Jacob o nome dele, certo?

Eu confirmei com a cabeça. — Como posso dizer? Ele se daria melhor com essa praia que eu. Provavelmente amaria esse sol — Pensei em como Jake gostava da praia de La Push, e se gostaria daqui também, apesar de ser mais quente. Não sabia se o corpo de lobo dele suportaria esse calor. — Você definitivamente gostaria dele mãe, é como se… Ele iluminasse os ambientes.

— Então devemos marcar isso logo! — Ela falou animada. — Qualquer um que deixe seu olhar brilhando desse jeito deve ser alguém especial — Ela sorriu atrás de seus óculos escuros.

Eu corei na mesma hora, Renée poderia ser muito desatenta no seu dia a dia, mas quando ela consegue focar em algo, nada escapava de sua intuição. Ela era bem mais perceptiva que Charlie, o que me deixava ansiosa com nossas conversas. Ela poderia me ler facilmente, e eu não queria acabar revelando algum segredo que não era meu. Pensei também em como ela olhava para Phil, e como Phil olhava para ela. Uma troca de olhares dos dois poderia iluminar uma cidade inteira, e eu imaginava se era assim que eu olhava para Jacob. Me perguntei também como era quando eu olhava para Edward.

— E foi ele que teu deu esse colar maravilhoso? — Perguntou, ainda animada de mais, me trazendo de volta. Ela encostou de leve na corrente em volta do meu pescoço, que agora representava a aliança que Jacob me dera, ou quase isso. Nós combinamos que era pouco comum os casais darem uma aliança de namoro para o outro hoje em dia, e toda a atenção extra que o anel chamaria seria uma tortura para mim. Então decidi transformar a aliança em um pingente, muito mais estiloso e que me deixava mais confortável ao exibi-lo por aí. Ela combinou muito com a pedra da lua minguante que já tinha nessa corrente. O anel se tornou um lobo prateado uivando para a lua, com a pedra do anel cravada em sua cauda. Jake também fez a sua própria versão da aliança, a transformou em uma tornozeleira prateada que ele usava, e que não atrapalharia ou arrebentaria quando ele se transformasse em um lobo gigante.

— Com ele... não sei… Eu me sinto mais livre, sabe? — Tentei encontrar as palavras certas para descrever a minha relação com Jacob, e de fato, essa parecia ser a mais adequada. Edward era superprotetor comigo, o que me sufocava às vezes. Não que eu me importasse na época. Ele poderia me tirar oportunidades só por achar que isso seria melhor para a minha segurança, e isso me irritava um pouco agora. Não que eu queria ficar fazendo comparação entre os dois, mas devido a tudo ser muito recente, eu acredito que isso seja inevitável.

— Mas é assim que os relacionamentos devem ser, querida — Ela falou séria, me tirando dos pensamentos. — Você deve ser livre para ir e vir, buscar seus sonhos. Mas se é amor verdadeiro, você deve decidir ficar por si mesma, e fazer tudo isso dar certo. Vocês não podem ser como imãs, sabe? Quando um se move o outro se move junto. Amor e liberdade tem que ser sinônimos.

Fiquei calada por um tempo, digerindo a informação. Provavelmente era assim que eu me comportava com Edward, sempre o seguindo. Eu estava sempre girando em sua órbita, já que ele era o centro do meu universo. Quando foi que ser livre se tornou mais importante para mim do que um amor “perfeito”?

— E enquanto ao outro? — Ela riu despreocupada. Mas eu sabia que ela estava atenta a tudo. Se tem uma palavra que descreveria bem Renée é “perspicaz”, ela sempre capta todos os detalhes quando quer. Eu engoli seco. — Quando eu recebi as ligações de seu pai, perguntando o que fazer com uma garota adolescente deprimida, eu quase tive que rir. Ele certamente não sabe lidar com mulheres. — E eu tive que concordar com a minha mãe. Ainda me surpreendia de Charlie ter se casado. Ele pode ser bom em muitas coisas, mas o feminino não é uma delas.

— Ele era meu amor sabe? O amor da minha vida e tudo mais — Disse, envergonhada. Eu queria desesperadamente abrir meu coração de uma vez para ela. Eu precisava da minha mãe como nunca havia precisado antes. — Foi um choque muito grande do jeito que acabou. Sem aviso prévio — Algumas lágrimas se formaram no canto dos meus olhos e eu lutei para afastá-las. E só então eu percebi como isso foi uma atitude cruel. Porém, necessária. De outro modo eu tentaria lutar por ele, e creio que ele sabia disso. — Acho que só estava sendo uma garotinha chorona no final das contas.

— Nó somos todas garotinhas chorosas às vezes querida. E isso nunca deveria ser um motivo de vergonha 

 Ela estava com o olhar ainda mais distante, nas poucas nuvens do céu azul. Imagino que revivendo algumas memórias particulares.

— Vergonha de chorar? — Eu ri, nervosa.

— Não. De sentir... — E ela riu também, uma risada contagiante que só a minha mãe consegue dar. A risada que preenchia meu quarto nas noites de chuva, e que espantava qualquer bicho-papão que morasse debaixo da minha cama quando eu era criança. — Essa é a graça de ser jovem — E finalmente me encarava, os grandes olhos azuis por trás dos óculos escuros, parecendo um oceano de profundamente em águas claras. — Amar e ser amada. Ter o coração partido e começar de novo. Porque a vida está aí, só começando  para você querida. Você ainda vai ter muito tempo para se decepcionar e aprender com os erros, chorar por garotos e rir das primeiras experiências. O segredo é você prestar mais atenção nas partes boas. Guardar todas com muito carinho onde, quando necessário, você sempre consiga dar uma espiadinha nelas — Ela estendeu a sua mão sobre a mesa entre nós, e eu a segurei firme. — Para lembrar que, mesmo que difícil, a vida é muito boa no final. Porque enquanto há vida, há possibilidades — E eu lembrei do álbum de formatura que ela tinha me dado de presente. Talvez já fosse hora de eu colocar mais algumas fotos neles, já que ele tinha ficado tão vazio sem as fotos dos Cullen.

— Eu realmente senti falta dos seus conselhos de mãe — E apertei a mão dela com mais força. Como eu havia ficado tanto tempo sem ela na minha vida? Ou estivesse querendo abrir mão dela tão facilmente? Não que Charlie fosse um mau pai, mas tem algumas coisas que só as garotinhas choronas conseguem entender. E felizmente minha mãe é uma dessas.

— Falta o suficiente para considerar fazer uma universidade mais perto de mim? — Ela riu de novo, espantando todos os monstros.

— Talvez... — Eu acabei soltando uma risada também. A abracei apertado, ignorando a sensação ruim que o protetor causava no contato das peles. Eu poderia me acostumar com esse calor no final, e a umidade não seria um problema maior. Ter ela sempre por perto era tentador demais, me transmitia uma sensação de segurança que fazia tempo que não sentia. Também parece que não seria um problema Jake vir me visitar no inverno. Imagino se ele ficaria confortável em estar próximo à um deserto, sem a floresta para abriga-lo. Talvez isso fosse pedir demais. No fim, a menção à universidade me lembrava de uma coisa que eu ainda deveria resolver. Mas que com o desenrolar das coisas, eu ainda não tinha conseguido. Essa conversa sobre minha possível mudança se tornava cada vez mais necessária, e o fim poderia ser igualmente problemático. O que acabava me deixando ainda com mais medo.

No último dia da viagem Renée resolveu me dar mais um presente, o que acabou enchendo meus olhos de lágrimas novamente. Ela havia feito uma colcha com todas as nossas camisetas temáticas, dos lugares que visitamos ao longo dos anos.  Era certamente uma das coisas mais especiais que eu já tinha recebido.

— Obrigada! Deve ter dado muito trabalho — Consegui dizer enquanto a abraçava.

— Para te manter aquecida quando voltar para Forks — Ela estava chorando também. — Para você sentir que eu estou sempre com você, mesmo distante.

O dia estava terminando e eu pensei em como essas “férias” me fizeram bem, parece que eu havia removido um peso das minhas costas. Eu nunca desejei tanto poder preservar o abraço dela com a colcha, para eu levar para Forks também .

A parte mais difícil quando eu estava indo pegar o avião de volta para casa, foi dizer adeus à minha mãe. Mas me animei com o fato que esse não seria um adeus permanente como eu planejava há um tempo atrás. Eu voltaria para vê-la e abraçá-la mais vezes quanto possível, enquanto eu conseguisse. Coisa que encheu meu coração de calor. O calor de Phoenix.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram do cap? O que vocês esperam dessa continuação da fic? Tem algum palpite do que possa acontecer nos próximos capítulos?
Deixa tudo aqui nos comentes gente, eu quero ouvir as teorias de vocês >:D
Inclusive quero avisar de um plano que eu tenho em mente com base no tanto que vocês comentam,por exemplo, liberar cenas extras que eu tenho guardado. Então bora comentar ai gente! E não se esqueçam de marcar para acompanhar a fic e já dar aquele favorito babadeiro!
(Ps: também estou feliz em anunciar que bati o que eu esperava com a minha volta desavisada para essa plataforma uhuuul, agradeço a todos vocês por estarem me acompanhando novamente ♥ ♥ ♥ Beijoas e até o prox cap).



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