Amanhecer: Novos Começos escrita por Sarah Lee


Capítulo 1
Cicatriz


Notas iniciais do capítulo

Ora ora ora. adivinha quem voltou?
Já faz quanto tempo? 84 anos? (mentira foram menos de 2 anos tá). Eu não tenho muito o que dizer, peço desculpas por ter sumido por um tempo, mas sabe como é né, a vida não deixa de surpreender.
Mas o importante agora é que eu voltei, não garanto que para sempre (por que nada é para sempre né amores), mas por tempo o suficiente para eu terminar esse mundo que eu criei e que virou muito mais do que eu esperava...
Então pode chamar de volta os amigos, avisa a titia, a vizinha, e o cachorro para vir me encontrar de novo, grita pra geral que tem capitulo novo de uma fic que você gosta muito, esse momento é seu amada!
Mas agora chega de comemorações, não vou mais segurar vocês. Então nos encontramos nas notas finais ok? Boa leitura xuxuzinhos. (≧ ^—^ ≦)



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Eu senti o calor me abraçando antes mesmo de despertar completamente do sono, Jacob roncava baixinho na minha nuca. Deixei que as sensações chegassem pouco a pouco a mim enquanto eu abria os olhos. A primeira coisa que eu notei foi o braço dele, o que me encheu de uma alegria secreta. Jake havia voltado a se alimentar e a dormir direito, então, como consequência, ele estava maior do que antes, como se isso fosse possível. A segunda coisa que eu notei foi o despertador.

— Droga…— Disse saindo com dificuldade de baixo de seu braço. — Está na hora de acordar — Eu balancei seu corpo com força, mas ele só murmurou algo e virou de lado. Em alguns minutos Charlie viria me chamar para tomar café, já que hoje retorno às aulas, e não seria bom ter um garoto desnudo na minha cama para matá-lo do coração. Mesmo que agora fossemos oficialmente namorados, Charlie ainda tinha um certo receio quanto a garotos na minha vida, e eu não posso culpá-lo, realmente deixei minha relação com Edward ir a um ponto longe de mais da última vez. 

Virei novamente para balançar Jake, se ele não estivesse sempre tão quente eu juraria que estava morto. A luz que entrava pela janela deixava sua pele ainda mais cobreada, pequenas gotículas de suor reluziam de um jeito terrivelmente familiar. Eu até entendia que, por causa do calor excessivo dos lobisomens, era quase insuportável ficar completamente vestido, provavelmente nem eu suportaria continuar perto dele se ele estivesse ainda mais quente. Discutimos muito sobre roupas quando ele começou de fato a dormir na minha cama, - insistência dele - mas uma coisa que eu não abri mão foi seu shorts, havíamos combinado que eles ficariam cem por cento do tempo no corpo dele. Só consigo pensar em quão problemático seria Charlie pegar ele dormindo comigo algum dia, e seria ainda pior se Jacob estivesse com menos peças de roupa. 

Eu não arriscaria a vida dele desse modo, depois de termos passado por tanta coisa, chega de aventuras perigosas.

— Ei!… — Dei tapas no seu rosto, foi tão forte que minha mão saiu machucada. Comecei a ficar seriamente nervosa com toda essa situação.

Eu estava quase que completamente curada, foi “difícil” explicar para Charlie todos meus machucados adquiridos em um único final de semana. A história combinada foi de que eu sem querer peguei em um pedaço de madeira em brasa da fogueira, quando fui pegar um pouco de carvão. Com o susto eu ainda me desequilibrei e cai em cima de alguma pedras, explicando minha mão com a queimadura e meu braço quebrado. As feridas pelo corpo foram mais fáceis de esconder. Meu pai até que acreditou fácil demais nessa história toda, o que foi um alívio, mas não deixo de me sentir irritada por isso.

Mas no fundo eu estava grata por Jake estar aqui, seria muito mais complicado superar todo o trauma com Victoria quase matando a mim e a Paul há alguma semanas atrás. Inclusive, seria difícil dormir sabendo que eu fui a causa do Paul ainda estar em coma na casa de Emily. A presença de Jake aqui deixa tudo mais fácil, estou quase boa em ficar a salvo agora.

Só era tão estranho todo esse calor sobrando quando eu tinha finalmente me acostumado com o frio. Era inevitável pensar nele, principalmente agora que eu tenho tempo para pensar direito. Edward havia sido a razão da minha existência por tanto tempo, que eu ainda demoraria para superá-lo totalmente. Mas a boa notícia era que agora o nome dele, ou dos outros Cullens, não me feria mais, posso me concentrar apenas nas lembranças dos momentos bons, e pensar neles com carinho. Faz tanto tempo que eles se foram, que eu nem tenho certeza se me lembro direito de como eram suas vozes. - Bem, era o que você queria, não? Mais um tempo e será realmente como se você nunca tivesse existido. -  E pensar nisso não me fez sentir nada aliviada.

Por outro lado, eu ainda estava me acostumando com esse lance todo de lobisomens e suas peculiaridades, era uma coisa muito nova e “diferente” para mim. Eu sabia que tinha que tomar cuidado com o humor dele, para não acontecer algum acidente. Mas na realidade, isso nunca foi uma preocupação para mim. Não consigo pensar em um mundo que Jacob Black poderia me ferir, fisicamente falando. Mas desde que começamos a namorar o humor dele nunca esteve tão bom, é o que Sam e a matilha sempre ressaltam. 

Continuava presa em meus pensamentos quando Jake se virou se espreguiçando, finalmente consciente e, com um movimento rápido, me agarrou de volta para seu abraço.

— Só mais cinco minutos assim... — Ele sussurrou grave no meu ouvido, e eu senti um arrepio percorrer meu corpo.

— Prefere dar bom dia pessoalmente para Charlie então? — Respondi suspirando, com um toque provocativo na voz.

— Ok, já levantei — Ele me deu um beijo rápido no rosto e pulou da cama. Seu sorriso iluminando o ambiente enquanto se espreguiçava de novo.

Enquanto ele procurava uma camiseta que servisse, para aparecer casualmente na minha porta e me levar para meu primeiro dia de aula, eu sem querer fiquei reparando nos seus músculos.

— Hum… Você gosta do que vê? — Ele me pegou de surpresa, e com um sorriso divertido flexionou o peitoral para mim.

— Só estava pensando que meu namorado tem mais seios do que eu agora — Respondi provocativa, tentando ao máximo disfarçar minhas bochechas vermelhas.

— Ei! Pois então vamos comigo comprar meu primeiro sutiã — Ele correu para cima de mim, me segurando em um abraço de urso e me fazendo dar um gritinho de susto. Estávamos rindo, e me toquei que fazia muito tempo que eu não me divertia assim, muito tempo mesmo. Parecia que, assim como Forks, minha vida tinha sido encoberta por uma nuvem escura e densa. Ainda bem que o sol surgiu novamente.

— Bella? — Meu pai gritou da escada. Eu olhei alarmada para o Jacob, mas ele já estava pulando silenciosamente pela janela. — Está tudo bem? Parecia que tinha alguém aqui com você.

— Não foi nada — Eu quase gaguejei na resposta, mas já tinha ficado boa em dar desculpas para meu pai. — A Angela me mandou uma mensagem super engraçada, eu não consegui segurar o riso — Depois que eu disse isso um brilho surgiu no olhar de Charlie, o que me fez ficar um pouco mais constrangida do que já estava.

— Bem, não queria atrapalhar — Ele continuava sorrindo quando se virou para fechar a porta. — Vai precisa de carona para a aula hoje? — Disse como se fosse algo casual, que eu sabia que não era nada casual.

— Não, Jacob quer me levar, as aulas dele voltam hoje também — O sorriso de Charlie aumentou ainda mais, o que me tentou a perguntar. — Alguma coisa errada pai?

Eu consegui convencer Jacob e a matilha a voltarem para a escola também, agora que a ameaça vampira foi totalmente exterminada de Forks, não havia mais desculpas para os lobos ficarem o dia todo em patrulhas intermináveis, ou saltando de penhascos. Eles podiam passar algumas horas por dia se dedicando aos estudos.

— Nada não... — E ele finalmente estava de saída.

Comi meu café da manhã com muito esforço, o sorriso de Charlie voltou quando fomos comer, e eu já estava ficando incomodada com toda essa história. Quando Jacob buzinou na entrada da minha casa, eu fiz questão de sair o mais rápido possível.

— Jake! — Eu corri até ele, dei um beijo rápido e já subi apressada na moto. Meu pai não gostava da ideia de Jacob ter uma moto, às acha perigosas demais. Mas ele nunca admitiria isso, é claro. Ele gostava mais de Jake e sua moto do que um Edward com carro de novo. — Alguma notícia nova? — Isso já havia se tornado um hábito, perguntar por Paul pela manhã. Faziam mais de dois meses que ele estava em coma, e ninguém sabia ao certo quando, e se, ele acordaria. Ou como estaria seu corpo ou personalidade. Jake simplesmente fez o “não” costumeiro com a cabeça, e seguimos viagem.

Eu havia decidido encarar esse assunto de frente, apesar de Sam ter me garantido que estava tudo bem, que não foi minha culpa. Eu não conseguia tirar isso da cabeça. Se eu estivesse melhor preparada eu poderia ter feito mais. Porém, de nada adianta ficar chorando pelo passado, entendi isso de maneira forçada. Irei assumir as responsabilidades necessárias quando Paul acordar, e até lá, eu nunca fui uma pessoa muito religiosa, mas já havia pedido a um Deus ou dois para acordarem logo ele, e que ele volte a ser quem sempre foi.

Os caminhos até a escola são rápidos e silenciosos, pois não dá pra conversar em cima de uma moto em movimento. Jacob insiste em me deixar uma rua antes da escola, ele diz que não gosta de chamar atenção. E apesar de ele já ter aparecido lá algumas vezes, eu decidi não contestar isso, talvez ele se sinta muito diferente agora. Com certeza ele chamaria mais atenção do que antes. Nos despedimos e eu posso me dirigir para a sala de aula.

Os dias na escola estavam voltando quase ao “normal”, eu havia voltado a conversar com Angela, Mike, Eric e Jessica, e a amizade deles nunca havia me feito tão bem. Com o tempo, os rastros dos Cullen haviam se apagado por completo ali, e sempre que Jessica fazia um comentário indevido, Angela tratava logo de censurá-la. Minha amizade com ela havia crescido de uma forma surpreendente, acabei encontrando nela muito de mim, e foi inevitável viramos boas amigas. Ela é uma das pessoas que eu com certeza quero levar para a vida. Era incrível como eu estava limitada aos Cullen quando havia tanta gente incrível por aí.

— O que você acha? — Angela me perguntou um dia. — Flores ou estrelas para o baile de formatura? — Ela analisava dois desenhos na mesa.

— Não entendo o motivo de escolher isso logo agora. Ainda temos muito tempo pela frente — Eric debochou. Angela e Eric haviam assumido um namoro nas férias, quando ele foi trabalhar na livraria do Senhor Weber e eles acabaram se aproximando. Realmente foi um casal estranho que havia se formado, mas quem sou eu para julgar casais estranhos. Desde que Angela estivesse feliz, eu a apoiaria em tudo. E ela estava mais feliz ultimamente.

Já Mike parecia ter descoberto um estilo próprio agora, estava fazendo o tipo esportista, talvez para chamar a atenção de Jessica, mas a mesma já não estava mais interessada nele.

— Eu prefiro o tema de estrelas, deixa o de flores para a primavera — Falou Jessica. 

O ano letivo estava se encaminhando para o fim, e isso assustava a todos nós. Antes, eu havia planejado toda a minha vida - ou quase vida -, em torno de continuar junto do Edward. Mas agora que eu tenho realmente escolhas, fico perdida no que gostaria de fazer a seguir. E ainda tinha o assunto do Jacob, nós não tivemos ainda “aquela conversa” do que fazer, é meio óbvio que eu teria que sair de Forks para cursar alguma faculdade, mas ainda assim, queria saber como ele reagiria. Levar um namorado para a faculdade nunca esteve nos meus planos antes, mas agora, sinto que muita coisa é possível.

— Definitivamente o das estrelas — Respondi, pois ela ainda esperava a minha resposta. — E essas coisas precisam ser planejadas com antecedência Eric — Principalmente porque Angela e Jessica faziam parte da comissão de formatura. — Nem todo mundo é como você que deixa tudo para a última hora — Disse enquanto jogava uma batata frita em sua cabeça.

— Mas sempre dá certo pra mim — Ele se gabou, enquanto pegava a batata de seu colo e comia com satisfação.

— É, mas no final quem tem que te socorrer no meio da noite com as perguntas do trabalho de biologia sou eu! — Angela falou debochada, empurrando o rosto do Eric.

Após a aula eu ando mais algum tempo para o ponto de encontro com Jake, e ele já estava lá, me esperando junto a um grande sorriso.

— Como foi a escola? — Ele gritou, me dando um abraço logo depois. 

— Divertida até. Angel estava fazendo alguns preparativos para a formatura e eu ajudei — Falei enquanto subia na moto.

— Formatura? É verdade, esse ano é seu último na escola — Só então percebi o que eu tinha deixado escapar. Queria ter um pouco mais de tempo para me preparar para essa conversa, apesar de não ser nada de mais. Mesmo assim, o olhar de Jake deu uma leve escurecida, e ele virou o rosto para frente para eu não perceber.

— Alguma coisa em mente? — Perguntei um pouco nervosa, o dia havia começado tão bem, eu não queria que nada desse errado por hoje. Mas ele não me respondeu, ou eu não o ouvi, pois já estávamos correndo pela estrada até a reserva.

Chegamos na casa de Emily rapidamente e nem eu, nem Jacob, tocamos mais no assunto. Talvez eu tivesse essa conversa quando ele chegasse na minha casa de noite.

— Bella! — Emily gritou da varanda, ela estava regando sua pequena horta particular.

— Também é bom te ver Emily — Jacob disse sarcástico, mas divertido.

— Você eu vejo todo dia — Ela veio ao meu encontro e me deu um forte abraço.

O rosto de Emily definitivamente era uma coisa linda, mesmo que a cicatriz tentasse atrapalhar. Mas depois da nossa última conversa, eu passei a achar que a cicatriz a deixava ainda mais bonita.

Há um tempo atrás, quando haviam passados só alguns dias da luta com Victoria, eu a encontrei de noite na sala, estava lendo um livro.

— Ainda acordada? — Ela fechou a capa puída e me olhou, a cicatriz dela reluzindo na luz do abajur.

— Não tenho mais expectativas para dormir — Admiti derrotada. Apesar de Jacob me ajudar com a maioria dos pesadelos, ainda há dias que os piores surgem. E nem ele é capaz de me salvar. — Decidi tomar um copo de água para ver se ajudava.

— Venha... — Ela riu. — Deixa que eu te preparo um chá — Antes que eu pudesse dar alguma objeção ela já estava se levantando para pegar a chaleira.

Emily sempre age de um jeito tão maternal com todos nós, eu não tenho dúvidas que ela será uma grande mãe algum dia. Ficar com ela me dá ainda mais saudades de Renée, e culpada eu lembro que tenho de visitá-la logo. Seus email estão ficando impacientes, e ainda não a atualizei de tudo sobre Edward, ela apenas sabe o que ouviu do meu pai, ou seja, nada muito amigável.

— Uma moeda pelos seus pensamentos! — Ela me assustou enquanto ria. E de fato, segurava uma moeda de vinte e cinco centavos.

— Onde achou isso? — peguei a moeda da mão dela, realmente curiosa para saber de onde ela havia saído.

— Estava perdida por aqui — Ela respondeu. — Mas vamos lá, quero seus pensamentos agora — Um brilho de curiosidade surgiu em seus olhos, e eu tive a leve impressão que estava sob o olhar de um lobo.

Eu hesitei um pouco em falar, era algo pessoal e doloroso demais. Mas se havia alguém que eu pudesse discutir sobre assuntos de lobisomens, e que me entenderia por completo, esse alguém era Emily.

Eu engoli seco antes de começar. — Quero saber como você consegue... Lidar com as dores, o medo de que algum dia Sam possa não voltar mais para casa — A sala parecia bem mais sombria agora, só a chaleira se atrevia fazer barulho. Emily ficou surpresa por mim momento, o rosto escurecendo como a noite. — Eu considerava que os lobos eram quase imortais, mas depois do que aconteceu com Paul, eu tenho um medo de se repetir com Jacob — Me abracei na cadeira, a dor me fazia sentir zonza, e parecia que a temperatura da sala tinha descido vinte graus.

Foi então que Emily me deu o mais sincero dos sorrisos, e podia jurar que aquele sorriso tinha a mesma temperatura do corpo dos lobisomens, pois me aqueceu de dentro para fora. — Você consegue confiando Bella... — Ela segurou a minha mão com delicadeza, e de súbito me deu vontade de chorar. — Você consegue se confiar que eles sabem o que estão fazendo, e se o que estão fazendo é algo que valha a pena morrer por, se for o caso. Você consegue tendo fé, eles não são seres indestrutíveis, são humanos como nós, por dentro. Nós não podemos viver com medo de que algo afete às pessoas que amamos, nós temos, não, devemos, aproveitar todos os momentos bons com eles. E guardar no coração. Que para quando forem realmente embora, podermos respeitar suas memórias apropriadamente — A chaleira começou a apitar, quebrando a noite e o meu coração. — A morte não tem que ser temida — Ela apertou a minha mão mais forte. —  Acho que foi um velho sábio da tribo que disse uma vez. “Para a mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte”.

— Mas e as cicatrizes? Como fazemos para lidar com elas... — Olhei instintivamente para a minha mão queimada, e depois para a minha cicatriz de mordida no outro braço. Cicatrizes que me lembravam de momentos tão difíceis da minha vida. Porém, as cicatrizes a que eu me referia agora eram mais profundas, não podiam ser vistas a olhos despreparados.

— Cicatrizes não são nada menos que marcas da nossa história — Ela acariciou ternamente seu próprio rosto, o que me deixou sem reação. — Elas nos lembram de erros passados, pessoas, coisas que aprendemos e que vivenciamos. Não devemos ter vergonha delas, temos é que buscar forças nelas, pois quem nunca se machucou, não viveu de verdade — Ela segurou delicadamente a minha cicatriz de queimadura, e colocou uma caneca na minha mão. O calor do chá era reconfortante, assim como a própria Emily.

Foi então que, a partir daquela noite, eu tinha algumas certezas. Eu trataria de viver o máximo possível por todos aqueles que sacrificaram algo por mim, e não teria vergonha do que já passei, pois foi por causa de tudo isso que eu me tornei quem eu sou hoje. E também, de que Emily estaria sempre ocupando um lugar especial em meu coração.

Passamos todo aquele dia na casa de Emily, Jacob falava animado com Sam sobre algo na TV, enquanto eu conversava com Emily na cozinha. Falei também sobre a minha formatura e de como conversar isso com Jake, e ela me alertou de fazer isso o mais rápido possível. Que poderia ser difícil no começo, mas a minha consideração pelos sentimentos dele deviam vencer o medo, não importa o quanto difícil fosse a conversa.

Quando Jake me deixou na porta, para logo mais eu encontrá-lo no meu quarto, Charlie já estava me esperando na sala.

— Ei, querida. Eu encontrei isso aqui — Ele pegou as duas passagens aéreas que eu tinha ganhado dos Cullen, as para ver minha mãe na Flórida. — Ela estão para expirar, então.... Eu gostaria de saber se você não pretende usá-las? — Ele estava cauteloso quando falava, apesar de ter passado um bom tempo Charlie ainda não tinha certeza do quanto poderia falar dos Cullen para mim.

— As passagens... — Eu fui e as peguei com carinho. — Eu estava mesmo pensando em ir visitar Renée no próximo mês — Não consegui conter o sorriso, eu havia me esquecido totalmente desse último presente.

— Eu acho que você deveria ir logo, ela deve estar louca para te ver — Ele me motivou.

— Irei resolver tudo então — Me virei para ir embora. — E já que tenho duas posso ver se mais alguém quer ir comigo, talvez Jacob ou Angela — Eu gritei a última parte na porta do meu quarto, não queria saber a reação do meu pai com isso. Apesar de já ter uma ideia de qual seria.

Eu esperei Jake sentada na minha cama, com a janela já aberta. Porém, ele estava demorando para chegar, e acabei ficando com medo que o assunto da formatura o havia aborrecido de alguma maneira. Enquanto o tempo ia passando, eu ficava cada vez mais preocupada, pensando se devia ou não ligar para ele. Poderia ter acontecido algo na reserva também, nunca se sabe.

Enquanto eu estava presa nos meus pensamentos, meu telefone tocou. Fui correndo para atendê-lo e a voz grave na outra linha já me deu certeza de quem era.

— Onde você está? — disse baixinho, para meu pai não ouvir caso estivesse por perto.

— Bella, aconteceu uma coisa... — Jacob hesitou por um momento, o que fez meu coração acelerar. — Eu não tenho certeza se deveria te contar agora, mas imagino que você gostaria de saber o mais rápido possível — A cada pausa eu ficava ainda mais nervosa, o sangue parecia me faltar no corpo. Por alguma razão, eu temia pelo meu amigo.

— É o Paul? — O ar me faltava, Jacob estava mudo no outro lado da linha. — O que aconteceu?

— Sim, é o Paul... — Ele suspirou fundo, parecia preocupado e nervoso também. — É que... Ele acordou Bella.

Deve ter sido o tom de voz que ele usou, ou como ele contou a notícia. Mas o fato de Paul ter acordado não me deixou aliviada como eu esperava. Algo estava errado.

Eu não senti quando meus joelhos cederam.


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Notas finais do capítulo

Acho que partindo de mim, que não esperava nem 100 leituras na primeira história, chegar aqui avisando vocês que eu alcancei 7mil leituras nesse meio tempo, é algo surreal. De verdade, agradeço muito.
Agradeço a quem continuou me lendo durante minha primeira caminhada conturbada, de quem nunca deixou de visitar a minha historia mesmo depois de tanto tempo, e quem está me encontrando agora para continuarmos o projeto. A minha vida continuou, eu conquistei tantas coisas, e espero do fundo do meu coração que vocês também tenham conquistado. E mesmo com essa loucura que está rolando agora no mundo, e da loucura que a vida costuma ser, eu me achei na obrigação de vir tentar trazer um pouco de conforto para vocês que sempre me apoiaram. (Inclusive a você leitor fantasma, mas eu espero saber pelo menos seu nick daqui para frente, então vamos comentar ai.).
Garanto para vocês que nunca deixei de escrever, e tem muita coisa guardada aqui comigo! Vou me organizar mais nos próximo dias e tentar manter vocês atualizados de tudo.
Vou me despedir agora, mas isso não é mais um adeus, ok?
Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta!



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