As Duas Versões de Você escrita por RakBlack


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi ^^
Agora com minha outra fanfic finalizada, essa será atualizada com mais frequência. Espero conseguir manter um capítulo por semana, mas não prometo porque minha vida nunca me ajuda kkkkkkkkk
Anyway...
Capítulo curtinho em comparação com os últimos, mas ele era necessário.
Sem mais enrolação
Boa leitura ^^



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— Como é que é? Não! A gente não pode gravar hoje, eu não tô vestida pra isso! – Lunie estava, literalmente, jogada no chão da pequena sala de descanso, sendo “atacada” pelos cachorrinhos fofos de Mu Ziyang, quando o manager do ONER anunciou que todos fariam parte da gravação do vlog diário dos trainees.

Não era realmente diário, já que dependia muito da agenda de todos, o que tornava os vídeos quase semanais, ou quinzenais, dependendo da proposta. Assim como não era sempre que o ONER aparecia, já que tinham seu próprio vlog depois de debutarem, mas aquele era importante: era a primeira vez que o Sunrise apareceria, mostrando como era a convivência com todos, e Lunie não queria que a vissem tão acabada depois de horas ensaiando como louca.

— Mas essa é a parte legal. Pegar a gente mais natural mesmo, sem uma super produção, e mostrando nosso trabalho duro. – Ling Chao estava empoleirado no sofá, bagunçando os cabelos de YueYue enquanto o mais velho só o ignorava e mexia no celular. Ele piscou para Lunie, que suspirou e se deu por vencida. Não que tivessem escolha, já que Bowen tinha a câmera preparada e estava apenas esperando a informação chegar a todos antes de começar a gravação.

Lunie sentou com um dos cachorrinhos sobre o colo e viu Mu Ziyang sentar ao seu lado, pegando o outro, antes de estender um protetor labial com uma cor rosada para a amiga. Ele sabia o quanto não estar bem diante das câmeras a deixaria chateada depois, então ficou feliz por ela sorrir ao ver o objeto em sua frente.

— Eu já disse que você é a melhor pessoa do mundo?

— Não acredita. Ela fala isso pra todos. – Raquel brincou, se jogando ao lado de YueYue no sofá, já que era o único lugar confortável para sentar. Lunie a encarou, indignada, e mandou ela se ferrar pela pilhéria. – Tô zuando, sua besta. Eu sei que seu coração tem um dono só.

Era óbvio que Raquel estaria testando sua paciência aqueles dias, e nem podia culpar a amiga por aquilo, já que tinha sido Lunie a começar. Na verdade, não sabia como em nenhuma daquelas brincadeiras tinha surgido o nome de Ling Chao, mas agradecia por Raquel não ir longe demais.

O que tinha acontecido era bem simples. Depois da sessão de fotos sobre o outono, Lunie e Ling Chao tinham se unido com o propósito de não deixar Raquel e YueYue se esquecerem das fotos super fofas que tinham tirado juntos. Se separados eles eram insuportáveis quando estavam intencionados, juntos, então, quase deixaram os mais velhos doidos. Apenas quando Raquel passou a se vingar nas entrelinhas, quase expondo os sentimentos de Lunie, que ela se deu conta do perigo que corria e parou com as provocações.

Ela só não esperava que a amiga continuasse a perturbando.

Não que Lunie estivesse realmente interessada naquilo. Naqueles poucos dias desde que tiraram fotos, ela estava vivendo quase um conto de fadas. Ling Chao havia se aproximado dela, se importando com seus interesses, pedindo a ela que fosse sua dupla nas poucas aulas que tiveram naquela semana e até mandando fotos de suas artes antes de postar em qualquer rede social.

Não, Ling Chao não era o típico príncipe encantado que chega de cavalo branco e com um buquê de rosas vermelhas. Também não lembrava em nada aqueles CEOs dos romances femininos que faziam sucesso mundo afora. Ele era um moleque bobo, que se comportava como uma criança quando estava com os amigos, mas que também era apaixonado pelo que fazia, e tinha mais facilidade em expressar sentimentos quando pintava ou grafitava. E naqueles cinco dias Lunie estava podendo conhecer cada um dos lados do cara por quem já era perdidamente apaixonada.

Tinha ficado desconfiada no começo? Sim. A aproximação alheia tinha lhe surpreendido e a feito recuar, já que ele parecia uma pessoa diferente da que estava convivendo com ela até então. Mas era completamente boba por aquele homem e não conseguiu dar o troco como via a amiga fazer com YueYue.

“Trouxa” era uma palavra muito usada pelas amigas para descrevê-la, mas quem poderia culpá-la?

— O meu tem um dono só mesmo, diferente de você que dizia amar um e sonhava com outro. – Raquel a fuzilou com o olhar, pronta para responder à altura, mas não teve tempo, já que Lin tinha se jogado no colo de YueYue e acabou no dela também, forçando-a a dar atenção para ele.

— A JieJie sonhava com quem? – a pergunta de Lin soou bem inocente, mas a expressão dele mostrava que ele estava com intenção de entrar na brincadeira. – Eu aposto que era com o LaoYue. – ele cantarolou, recebendo um tapa de leve de YueYue e de Raquel ao mesmo tempo. – Ai! Que violência.

— Chega, chega! Vamos gravar de uma vez. Cadê a Letícia e o Taoo?

— Aqui! – os dois estavam subindo as escadas juntos, o que fez Lunie os encarar com desconfiança. – Relaxa que aqui é só amizade, tá? – Letícia conhecia o lado protetor da líder e fez questão de sentar ao seu lado.

— É bom que seja mesmo. Um rumor de namoro na empresa já é o suficiente, né? – a voz de Ling Chao encarava a bagunça que tinha feito nos cabelos de YueYue com bastante interesse quando disse aquilo, com uma voz que soava desinteressada.

Bowen era conhecido por ser um manager bem calmo e amigável, mas até ele estava perdendo um pouco a paciência com a demora a começarem a gravar de uma vez, então não deixou o assunto se estender e explicou como as coisas funcionariam mais ou menos.

Além de apresentar as novas trainees da empresa, a ideia do vídeo era que um desafio fosse proposto para cada uma, como um tipo de trote de boas vindas. Os desafios estavam escritos em papeis diversos dentro de um potinho. Quem conseguisse responder certo mais perguntas sobre a empresa poderia escolher o desafio, enquanto as outras duas teriam que sortear. Os desafios não seriam gravados naquele dia, visando gerar mais conteúdo para os fãs, que esperariam pelos vídeos que viriam.

Para a surpresa de Lin e Taoo, Bowen os incluiu na brincadeira, os fazendo sentir na pele o que tinham proposto para as amigas, já que tinham sido eles a escrever os desafios, pensando que já estariam livres de pagar prendas por estarem na empresa por mais tempo.

— Só vamos parar de sofrer quando a gente debutar, é isso?

— Sim! – Ling Chao, Mu Ziyang e YueYue responderam em uníssono.

E que os jogos começassem.

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Lunie estava cansada. Seu dia de ensaios tinha sido exaustivo e parte de sua noite tinha sido tomada por um compromisso com um manager da IQiyi para acertar a participação dela e de Letícia em um programa de competição. Aquilo poderia ter sido discutido por telefone, mas uma assinatura era necessária e ela tinha passado um bom tempo se deslocando até o escritório da emissora apenas para aquilo, antes de ser liberada e voltar para o dormitório.

Seu cansaço, entretanto, pareceu se esconder em um lugar distante em sua mente quando entrou em seu quarto e olhou o cronograma do dia seguinte. Ela poderia ver Ling Chao e ensaiar com ele, o que já a deixava assustadoramente disposta de um jeito que nem conseguia explicar.

Eles não se viam desde o vídeo com a brincadeira, já que o mais novo precisava cumprir suas aulas na faculdade, mas nos próximos dois dias poderia aproveitar da companhia dele, conversar, ensaiar, tocar... Seu coração batia descompassado cada vez que pensava no que poderiam fazer juntos, praticamente sozinhos na sala de ensaio.

Estava tão ansiosa que só se deu conta que tinha mandado um “te vejo amanhã” para ele no WeChat, quando o som da mensagem sendo enviada a despertou. Quis se bater por ser tão impulsiva de vez em quando, mas logo deixou pra lá. Não tinha nada de mais naquela mensagem também. Não precisava se martirizar por tão pouco.

Terminou de se preparar para dormir e nem se preocupou por sua mensagem não ter sido visualizada, já que não demorou a pegar no sono.

O arrependimento por não ter dado a devida importância para aquilo se abateu sobre Lunie no dia seguinte.

Apesar de saber que  Ling Chao poderia estar apenas atrasado por causa da aula, ou algo do tipo, ela se sentiu bem mal por não encontrá-lo na sala de ensaio assim que chegou. Na verdade ele atrasou bem mais do que normalmente atrasaria e, quando chegou, apenas disse uma desculpa rápida antes de começar a se alongar.

Mesmo com um sentimento estranho na boca do estômago, Lunie deixou aquilo passar e decidiu se focar no que precisavam fazer.

Mas tudo só parecia desandar com cada minuto de ensaio, cada olhar desviado e cada sorriso não correspondido.

Não que o que estava ruim não pudesse piorar.

Sempre podia.

Quando tinha sorteado o papel que dizia “dançar uma música com alguém do ONER”, ela não pensou duas vezes em escolher Ling Chao. A música, por outro lado, tinha sido uma sugestão de Letícia, entre risos bobos, que logo fora aceita pelo mais novo. Mi Amor era uma música lenta, gostosa de dançar e com uma pegada latina, o que condizia com o país de origem de Lunie. Obviamente não tinha sido aquele o motivo que fez Letícia escolher a música, mas os dois concordaram, e a coreógrafa não demorou a montar uma rotina bonita e fácil para que eles aprendessem em pouco tempo.

— Mas essa parte é meio esquisita, né? – Ling Chao se mostrou hesitante quando Jiho demonstrou sua parte da coreografia. Lunie já tinha uma ideia geral de como eram os passos que faria, e não entendeu o motivo para tanta temeridade dele. Não era como se precisassem se beijar (e ela tinha que se repreender mentalmente toda vez que pensava que era uma pena).

— A música é sobre despedida, certo e errado, é normal que tenham alguns toques para que haja ruptura. Como uma história. – a coreógrafa estranhou o comportamento de Ling Chao, ainda mais pelo passo ser apenas um abraço que Lunie daria nele, com ele de costas para ela.

Ele suspirou e olhou de soslaio para Lunie, que tinha os braços cruzados e estava um pouco afastada.

— Eu só acho um pouco demais, sabe. Ainda mais por ser a primeira vez que o público vê uma colaboração nossa. – ela abriu a boca para responder, mas percebeu que ele falava com Jiho, já que continuou, olhado diretamente para a coreógrafa. – Por enquanto somos só colegas de trabalho... Quem sabe mais pra frente, se a gente virar amigos.

O chão de Lunie sumiu no momento em que as palavras saíram da boca de Ling Chao. Toda aquela cumplicidade que ambos pareciam ter adquirido naqueles dias pareciam escapar como fumaça por entre seus dedos e, se não fosse por um compromisso com o público, ela teria deixado aquela sala de ensaio e toda aquela coreografia de lado.

— É só ignorar isso e dançar. Eu não vou refazer essa rotina por causa de falta de amizade, criança. – a coreógrafa estava resoluta e Ling Chao acabou concordando com os passos que ela tinha proposto.

Eles ensaiaram com ela, separados, algumas vezes, para só então começarem a praticar como uma dupla. Ambos não conseguiam se soltar, e aquilo comprometia a coreografia de uma forma extrema, mas Jiho não desanimou, os fazendo repetir aquilo por horas a fio, quase sem descanso. Quando finalmente conseguiram uma performance boa o suficiente para gravar, Jiho não pensou duas vezes antes de pedir que eles se arrumassem e fizessem a gravação naquele mesmo dia.

Não queria correr o risco de deixar para outro e vê-los travados mais uma vez.

— Nossa, finalmente! Pensei que vocês me dariam menos trabalho, mas olha... – a coreógrafa comemorou ao terem material suficiente para mandar para a edição. – Estão liberados. Vejo vocês amanhã.

Lunie demorou a recolher suas coisas, esperando que quando fosse sair, estivesse sozinha, mas acabou quase esbarrando em Ling Chao quando se virou, com a pequena mochila nas costas.

— Eu acho que o vídeo não ficou perfeito, me desculpe. – aquela era a primeira vez no dia que ele falava diretamente com ela, sem ser por um passo errado ou para arrumar uma formação. Em sua cabeça, Lunie queria que ele se desculpasse por muito mais do que um vídeo que não tinha ficado incrível. Ela queria entender o motivo de ter voltado a ter o tratamento de um “colega de trabalho”, como ele mesmo disse. Para piorar Ling Chao nem ao menos a olhava, preferindo encarar as próprias unhas. – Acho que você devia ter chamado outra pessoa. – ela o ignoraria, mas não conseguiu apenas passar por ele. Ao menos seria educada.

— É, na próxima eu chamo o Ziyang, não precisa se preocupar. – Lunie engoliu a vontade de chorar que estava em sua garganta quando ele concordou com um aceno da cabeça. – Eu já vou... Boa noite.

E saiu dali, esperando não cruzar com ninguém até estar no conforto de sua cama e, principalmente, bem longe de Ling Chao.

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— Eu só queria entender o porquê, sabe? Ele não pode só ser um idiota... Eu não posso ter sido tão cega pra me apaixonar por um babaca. – Lunie estava sentada em sua cama e tinha as mãos no rosto, tentando segurar a vontade imensa de chorar. – Se ele só tivesse me ignorado, eu ficaria triste, mas uma hora isso passava. Mas ele me deu esperanças... Ele queria brincar comigo?

Sabia que era em vão tentar conter o choro, já que as lágrimas não paravam de verter de seus olhos e escorrer por suas bochechas, mas precisava tentar. Não que tivesse algum problema em chorar em frente às amigas, mas sim porque não achava que Ling Chao merecia qualquer lágrima.

Letícia se abraçou à Lunie, enquanto Raquel apenas observava a amiga chorar. Não era boa com aquela coisa de consolar pessoas, então fez seu papel apenas com palavras mesmo.

— Eu queria dizer que não, mas eu tive a minha cota de frustrações com o ONER, então só posso dizer pra você respirar e seguir em frente. Você sabe que eu sou a pessoa que mais torcia pra ver vocês juntos, mas se ele é um idiota com você, é porque não merece o que sente por ele, então o melhor é erguer a cabeça e deixar ele de lado.

Lunie não sabia como a amiga podia ser tão controlada e fria. Ela até mesmo conseguia brigar com YueYue, mesmo ele tendo destruído a imagem perfeita que ela tinha dele. Não era a toa que muitos tinham medo dela, mesmo que no fundo Lunie soubesse que aquele jeito era apenas um jeito que ela tinha achado para se proteger.

— Como você fez? Como deixou de gostar do YueYue? – a pergunta veio entre soluços. Queria saber para ver se conseguiria fazer o mesmo e arrancar Ling Chao de seu coração.

Ele não a merecia.

Pelo menos era o que repetia em sua mente, como um mantra.

Esperava se convencer.

— E quem disse que eu deixei? – a resposta da mais velha apenas fez Lunie desabar ainda mais. – Eu amo aquele idiota, mas ele não precisa saber disso. Ele nunca vai gostar de mim, ou confiar em mim, ou me achar boa o suficiente, então eu o afasto. Dói pra caralho, mas eu sei que não é nem perto da dor que você tá sentindo.

Lunie concordou, se deixando ser engolida por um choro não mais contido. Não sabia se conseguiria agir como a amiga. Por mais orgulhosa que pudesse ser, seu coração era uma maria mole quando se tratava de Ling Chao, e ser fria com ele não era algo que pensava conseguir com qualquer facilidade, mesmo que já tivesse feito aquilo em outras situações.

Mas podia tentar.

Seu coração merecia que tentasse.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Me deixem saber ^^
É, gente... Ling Chao deu bola fora de novo...
Eu tenho um pouco de dó da Lunie, mas também tenho dó dele. Não que eu possa explicar o motivo kkkkkkkkkkk
Será que esses dois vão conseguir se resolver?
Será que Lunie vai perder o interesse?
Será que Ling Chao realmente não gosta da Lunie?
Muitas perguntas... E vocês só vão saber se continuarem acompanhando kkkkkkkkkkkkkk
Bjs e até o próximo capítulo ^^



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