Isolated escrita por Fanfictioner


Capítulo 5
James Potter é gostoso


Notas iniciais do capítulo

Oie! Devia ter postado sábado, mas tive uns contratempos e não deu...
Espero que estejam animados, porque eu, particularmente, estou achando muito divertido escrever essa fic.
Bom, não vou mais enrolar... Vejo vocês nas notas finais!



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Dia 04 de 15

Na terça-feira, nem James nem Lily acordaram cedo. O sol entrou pelo vitral da janela entre as camas perto das oito da manhã e James apenas virou-se para o outro lado, sentindo que sua cabeça latejava em uma dor excruciante. Enquanto esperava que o mundo ao seu redor parasse de rodar, apurou os ouvidos, tentando descobrir se Lily já havia acordado. A dor, no entanto, o fez novamente cair em um sono profundo e agitado antes mesmo de conseguir identificar qualquer som.

Não que Lily tivesse feito qualquer som.

Do outro lado da pesada cortina de veludo que separava as camas dela e de Potter, Lily dormia, encolhida como um feto, enrolada ao máximo em todas as cobertas que havia em sua cama, sem se dar conta de que ardia em febre. O sol nem mesmo fez cosquinha em seus olhos, era como se estivesse afundada em algum local muito longe dali, em algum lugar muito quente.

Quente ao ponto de fazer seu corpo arder em brasa. As mãos, os pés, o pescoço, o rosto, até a saliva era quente. Os olhos ardiam, e toda a mucosa interna do nariz parecia pegar fogo, bem como a garganta. Tudo estava tão quente, que chegava a ser um paradoxo cômico o frio que sentia. Tremendo-se inteira, sem saber o que fazer para evitar a sensação de estar mergulhando, sem roupas, no Lago Negro em pleno inverno.

— Senhorita Evans! Ah pelo amor de Merlin! Senhorita Evans, acorde!

Alguém a chamava. Parecia distante, como se precisasse muito esforço para chegar até a voz. O chamado continuou, e sentiu que mãos suaves e firmes, geladas como a presença de um dementador, a seguravam pelos ombros. Lily usou toda uma força, que não soube de onde tirou, para abrir as pálpebras.

Com a vista embaçada pela claridade repentina, e pela própria umidade dos olhos febris, Lily enxergou os contornos de duas figuras. Uma, a seu lado, segurando-a pelos ombros. Uma mulher nova, magra e soterrada em uma roupa esquisita, lembrando uma fantasia de astronauta. A outra figura estava aos pés de sua cama, era alta e mais parruda, com o cabelo escuro e espetado.

Madame Pomfrey aproveitou os segundos de consciência de Lily e lhe enfiou na boa uma colher com um líquido amargo, que Lily engoliu a contragosto, engasgando e tossindo.

— O que...?

— Poção antitérmica. Está com quase 40 graus de febre, senhorita Evans! -  e então a mulher sentou-se em uma cadeira, ao lado da cabeceira da cama de Lily, e uma bacia metálica pairou, flutuante, a seu lado.

Tudo a seu redor parecia perder os contornos, não soando muito mais real que qualquer um dos sonhos que Lily tinha perto da hora de acordar para as aulas. Aqueles que sempre pareciam tão realísticos que a faziam ficar se questionando ao longo do dia. Na beira de sua cama, encarando-a, Potter parecia preocupado, mas Lily não conseguiria ler suas emoções corretamente neste momento. A língua em sua boca parecia pesada e engrolada, e duvidou que seria capaz de falar qualquer coisa.

Era como afundar sua racionalidade em águas muito profundas, qualquer esforço para pensar ou falar parecia além das forças de Lily, e ela só sentia que não conseguia lutar contra o peso em seus olhos, em sua cabeça toda.

Madame Pomfrey colocou um pano molhado e gélido contra a testa de Lily, fazendo com que a menina se estremecesse por inteiro. Os olhos giraram nas órbitas e então Lily novamente apagou, perdendo a consciência.

— Ela está bem?! – James parecia verdadeiramente preocupado. Sua voz estava rouca, e havia um ar adoentado em seu rosto que certamente não estivera ali nem mesmo em sua crise de febre na véspera. – Ela desmaiou!

— Ela ficará bem, Potter. – madame Pomfrey assegurou, embebendo a toalha outra vez no líquido da bacia metálica e torcendo-a antes de reaplica-la no rosto de Lily. – A poção a manterá inconsciente para que o corpo se recupere mais rápido. As toalhas úmidas vão ajudar a febre a baixar logo, e até a hora do almoço a senhorita Evans deverá estar melhor.

James concordou, embora tenha continuado aos pés da cama de Lily, observando-a em sua febril inconsciência. Lily era bonita mesmo naquelas circunstâncias. Seu cabelo ruivo parecia ainda mais vivo agora, pois o rosto de Lily, avermelhado pela alta temperatura, parecia refletir e fortalecer a cor dos cabelos da menina. James não via as esmeraldas que eram os olhos de Lily, mas sabia que, quando ela acordasse, os olhos esquadrinhariam tudo, confusos e, ainda assim, intensos.

Era fácil gostar de Lily. Embora não tivesse uma beleza fora do comum, James se sentia absurdamente atraído por tudo na colega. Dos cabelos às curvas que o uniforme não escondia, passando pela boca bem desenhada, que ela geralmente usava para soltar alguns impropérios a James. E como se tudo isso não fosse suficiente, Lily era muito inteligente, era determinada de uma maneira que beirava a obstinação, e uma bruxa magnífica. Era generosa, porque conseguia ver o lado bom de quem nem mesmo merecia, à exemplo de Severo Snape, e era uma garota forte!

Demorou um tempo até que James resolvesse sentar-se em sua cama e apenas esperar que a enfermeira fosse atende-lo. Phineas, sua coruja serra-afiada, pousou no peitoril externo da janela em arco atrás de sua cama e piou alto, esperando que James abrisse o vidro para ela.

“A cara de Sirius ter mandado você aqui” e riu, pensando em como o amigo realmente estava empenhado em ajuda-lo.

A coruja estendeu a pata em que havia uma carta amarrada, e deu bicadinhas nos dedos de James, pedindo comida.

— Desculpe, não tenho nada aqui. No corujal deve ter alpiste para você. – acarinhou as costas da coruja, que não ficara nada feliz em saber que não comeria ali, naquele momento.

Tão subitamente quanto chegara, a coruja se foi, piando alto e deixando claro seu desagrado com James, que ria e tentava abrir a carta.

— Potter, vamos. Não tenho o dia todo. – Madame Pomfrey chamou, impaciente. James largoua carta de mão, ao menos temporariamente, e foi em direção à enfermeira. Ela checou a temperatura, que estava controlada, além de todos os demais procedimentos que fizera na véspera, levando algum tempo a mais para ser minuciosa. – Está indo bem. A poção que ministrei está agindo bem, e as feridas em sua garganta não devem ser piores que as da senhorita Evans. A febre vai continuar, mas não acho que vá chegar a esverdear... vamos aguardar.

Então estendeu as poções para James e passou recomendações que ele deveria repetir para Lily quando esta acordasse, tanto sobre os remédios quanto sobre condutas que devia seguir.

— Ela deve comer bem, pois está fraca. As feridas na garganta cresceram bastante, e estou fazendo o que posso. Vamos esperar que a febre se mantenha controlada, e que a senhorita Evans não alucine e não tenha episódios de fumaça até quinta. Se isso for possível, acredito que ela terá passado a pior parte e deve se recuperar logo. Eu mandarei um patrono mais tarde para saber se está tudo bem, e amanhã estarei de volta.

James concordou com tudo, prestando bastante atenção por estar genuinamente preocupado com Lily. O sangue-puro de James certamente o fazia mais resistente à varíola de dragão, já que boa parte de sua família já tivera a doença. Mas Lily, sendo trouxa, estava completamente desprevenida.

De repente, James observou que esse pensamento era nojento e racista, parecendo muito com as razões dos Comensais da Morte para justificar a pureza de sangue, e teria ficado refletindo sobre essas questões muito mais profundamente se Madame Pomfrey não tivesse girado nos calcanhares, perto da porta, e chamado sua atenção.

— Ah, Potter! Eu ia me esquecendo! Black passou em minha enfermaria hoje mais cedo e me pediu que lhe entregasse isso. Disse que era bem urgente. Não imagino como um espelho possa ser urgente quando o senhor tem o banheiro dos monitores à sua disposição, mas de qualquer modo... aí está! – e entendeu à James um espelho pequeno, aparentemente simples e comum

— Obrigado, Madame Pomfrey. Sirius falava sério, é bem importante... sabe como é, pentear bem esse porco espinho. – e gesticulou, indicando seu próprio cabelo rebelde, enquanto pegava o espelho que ela lhe estendia.

Madame Pomfrey deu de ombros, num sinal de indiferença e então saiu, com sua bandeja cheia de frascos de poções vazios flutuando atrás de si. James teve o bom senso de esperar que a enfermeira saísse para, então, demonstrar o verdadeiro interesse no espelho. Imaginava que, se Sirius mandara que lhe entregassem, então era sério o assunto que queria conversar com Pontas.

— Sirius! Sirius, você está aí? – sussurrou para o espelho, esperando não acordar Lily. Ninguém respondeu, e ali James apenas via seu próprio reflexo, bem adoentado. Insistiu, falando mais alto e chegando em um tom próximo a um grito. – Sirius! Almofadinhas! SIRIUS!

Lily se mexeu em sua cama, fazendo James pensar que a acordara. Mas então ela permanecia tão dormente quanto antes, seu rosto brilhava com o suor febril que se formava, fazendo James sorrir numa mescla de afeto e preocupação.

— Não é algum tipo de assédio ficar olhando outra pessoa dormir?

James saltou de susto. Pelo espelho, agora, se via um rosto sorridente e iluminado, os olhos azuis apertados pelo riso, e os cabelos pretos e compridos compondo parte da cena. Era possível identificar que Sirius estava no dormitório da grifinória porque a bandeirola do Puddlemore United, time de quadribol para o qual Remo torcia, era visível no canto do quarto, e o dossel vermelho de outra cama, provavelmente a de Pedro, estava fechado.

— Que susto! Não acho que seja, e mesmo assim, estava só checando como ela está.

— Sei! – havia um riso malicioso no rosto de Sirius

— Ela está bem mal, Almofadinhas. Madame Pomfrey falou que talvez ela tenha feridas, e que se a febre não baixar logo, Lily pode alucinar. – não notara que estivera realmente tão preocupado, mas quando falava com Sirius sua voz subira alguns tons além do normal, e percebeu que segurava a respiração.

Sirius ficou em silêncio por um momento, realmente preocupado.

— Ei, relaxe, tudo bem? A ruiva vai sair dessa, e logo menos vai estar pela escola, lhe xingando novamente. Queríamos saber como você está, veado.

— Estou até bem, tive febre no primeiro dia, mas Lily cuidou de mim. Bom, um pouco apenas. – Sirius o olhou com descrença, um sorriso brincando em seu rosto. – Certo, ela me deu um remédio. Mas desde ontem Madame Pomfrey vem todo dia pela manhã e me dá poções novas. Estou indo bem.

— Entenda, Pontas, a Lily só não quer ter que ocultar um cadáver! – pode ouvir a risada de Aluado através do espelho. – Ele chegou naquele ponto de apaixonado em que a Lily dá um remédio para ele, e ele nos conta como “cuidou de mim”. – Sirius falseou a voz, numa péssima imitação de James.

A conversa durou mais alguns minutos, e James até mesmo usou o espelho para mostrar aos amigos as adaptações que a sala dos monitores passara para recebê-los. Sirius fez piadas sobre como deveria ser, para James, estar tão perto da ruiva nas horas em que ela ia tomar banho, e James corou, constrangido. Quando os elfos trouxeram o almoço, James se despediu dos amigos, dizendo que outra hora os chamaria de novo.

Não estava, todavia, com fome. Lily ainda dormia, mais serena do que antes, e seu rosto parecia menos vermelho, o que significa, pensou James, que a febre diminuiu. Ele abriu a carta que Phineas lhe trouxera, de casa, com notícias de seus pais, preocupados e carentes de informações.

James era filho de pais velhos, então nada mais justo que dar-lhes a devida atenção. Euphemia e Fleamont tinham sido grandes aurores do Ministério da Magia, mas alguns anos após o nascimento de James tinham se aposentado e virado pais em tempo integral, dedicando-se ao único filho. Abriu, sobre uma das escrivaninhas, um bom pedaço de pergaminho e redigiu uma resposta, de tamanho satisfatório, para enviar aos pais, contando sobre os últimos dias, seu estado de saúde e a companhia de Lily Evans no confinamento na sala dos monitores. Selou-a e deixou pronta pra entregar à Madame Pomfrey na manhã seguinte, para que esta deixasse com Phineas, no corujal.

Lily acordou algum tempo depois, quando James já almoçava, sozinho. O rosto estava amassado pelas inúmeras horas deitada, mas em geral parecia saudável. A febre passara completamente, e a face não estava mais avermelhada, embora parece grudenta e um pouco suada. Ela sentou-se à mesa parecendo constrangida, e James sorriu em retorno, acolhendo-a.

— Desculpe a hora, o estado... – ele fez um gesto, interrompendo-a. Não se importava com absolutamente nenhuma das desculpas de Lily. – O que é o almoço hoje?

— Eu tinha salada, alguns sanduíches, suco de abóbora, e frutas cristalizadas. Mas Madame Pomfrey disse que você precisava comer bem, e como perdeu o café, não faço ideia do que tenha aí... – indicou a bandeja coberta que os elfos tinham deixado para Lily.

Lily puxou a cobertura para um lado e encontrou uma refeição que poderia ser sua janta. Seu estômago não pareceu gostar muito, dado que não sentia fome, mas se obrigou a comer. James a fez companhia em todo o processo, e até contou algumas piadas que a fizeram rir. Terminado o almoço, ele então repassou a Lily todas as orientações da enfermeira, indicou-lhe as poções que a pertenciam na bandeja, e até um pedaço de pergaminho que se dera ao trabalho de fazer, contendo os horários das medicações.

— Segundo Madame Pomfrey você pode voltar a ter febre hoje. Ficarei de olho.

— Não precisa, Po... James. – ela se corrigiu, quando James torceu o rosto em uma careta. – Obrigada, mas não precisa se preocupar, não vou dar trabalho.

O sorriso de Lily era meio triste, e não era preciso saber legilimência para entender que os pensamentos dela eram todos muito triste sobre sua doença. James observou a vagareza com que ela escovou os cabelos algum tempo depois do almoço, ainda em sua camisola de pijama. Lily tinha o olhar perdido, claramente pensando em outras coisas naquele momento. De fato, Lily também não fez muito mais do que ler, sentada no sofá, e falou bem pouco, fazendo a tarde ser bem monótona e deprimente.

Influenciado pelo humor da menina, James não foi exatamente produtivo naquela tarde, avançando muito pouco em sua pesquisa de Runas Antigas, e em certo momento até mesmo desejou poder voltar às aulas de Slughorn, as que mais odiava, e isso o fez pensar em quão entendiado e desanimado estava.

O patrono de Madame Pomfrey surgiu na sala antes da janta, fazendo Lily levar um susto. James riu, e depois de discutirem brevemente sobre como se sentiam, estavam prontos para responder à mensagem da enfermeira. Lily pedira que James enviasse uma resposta única pelos dois, extremamente constrangida.

— Uhm... quer que eu fale como você está? Tem certeza? – e ante a expressão chateada de Lily, apressou-se em acrescentar. – Não que tenha algum problema, óbvio! Mas é que você geralmente não gosta que eu faça as coisas por você... tem algum problema.

Ela negou, claramente incomodada com a conversa, e James apenas não insistiu, querendo evitar uma discussão. Tão logo o patrono foi enviado, o jantar foi trazido, com sopas e assados que cheiravam muito bem, e o assunto anterior foi esquecido. As conversas eram amenas, e à medida que iam encontrando familiaridade de gostos, iam evoluindo em debates muito agradáveis.

— Então você nunca provou Hidromel? – Lily negou. – Nem uísque de fogo? – ela balançou a cabeça novamente, rindo. – Ah meu Merlin, Lily! Eu preciso lhe levar a Hogsmeade para tomar um bom shot de uísque de fogo! E sem lacrimejar, eim?!

Ela riu, embora não tenha dito nada que indicasse que recusava o convite.

— Não sou muito de bebidas, James. Prefiro ficar sóbria e bem consciente do que estou fazendo. Já tive experiências hum... embaraçosas! – e de repente ela estava rindo absurdamente da expressão de espanto de James.

— Ah não! Agora eu preciso saber! Lily certinha Evans já tomou um porre? – o choque não poderia estar mais refletido

Lily ria, corada e constrangida, já meio arrependida de estar expondo episódios de sua vida assim.

— Ah, porre mesmo não... mas verão passada, hum... meio que eu fiquei mais alegre do que o normal, e talvez tenha dado em cima de algumas pessoas. Inclusive as que não devia.

James abriu uma gostosa gargalhada. Sua mente fervilhava em imaginação de uma Lily muito descontraída, andando vacilante e flertando com vários garotos. Por um momento a ideia o deixou enciumado, então ao voltar os olhos para Lily, e vendo seu embaraço, o riso retornou à sua cabeça, pensando que devia ter sido um momento mais engraçado do que sensual.

Algum tempo depois, cansados e abatidos pelas dores no corpo, especialmente na garganta, tanto Lily quanto James se recolheram, tomando suas poções e deixando a lareira acesa para diminuir o frio. Uma nevasca caía forte lá fora, e os ventos gelados açoitavam Hogwarts fazendo um uivo quando passavam pelas torres altas. Em meio à esses sibilos frios, adormeceram.

— James! JAMES!

James acordou em um pulo, atordoado, tateando a mesinha em busca dos óculos e da varinha, hábito adquirido do pai. Tentando acostumar a vista à meia luz do quarto, viu o contorno de Lily, de camisola. Havia uma coberta enrolada em seu pescoço e firmemente segura pelas mãos da menina na altura do peito, caindo por suas costas como uma capa de viagem. O fogo crepitando na lareira proporcionava uma claridade que o permitiu enxergar o rosto de Lily quando ela se virou de lado, estava esquisito e parecia fora de órbita.

— O quê? O que foi, Lily? – tomara um susto com o despertar brusco, e sentia seu coração galopando contra o peito, como se quisesse correr para fora de si

— A aula, a aula de McGonagall. Vamos! – chamava-o, sua voz estava distante e parecia perdida

— Aula? Que aula, Lily? Estamos sem aula! E de quarentena! É madrugada, Lily! – exasperou, sentando-se reto, encarando-a no escuro, sonolento e irritado por ter sido acordado.

— Aula, James. De dragões! E precisamos evitar que Severo coma todo aquele bolo sozinho!

Bolo? Dragões? Snape? Do que, por Merlin, Lily estava falando?

Incomodada pela demora de James em segui-la, Lily puxou-o pela mão, forçando-o a se levantar. Foi então que James sentiu, Lily estava ardentemente quente. Soltou a mão da menina e imediatamente colocou contra a testa dela, sentindo-a queimar.

— Não temos aula, Lily. Nem tem bolo. Tem, sim, você ardendo em febre. Não tomou a poção antitérmica? – de repente, James começou a ficar nervoso e preocupado. Todo o sono se esvaíra, estava completamente alerta.  – Lumos Maxima!

A luz irrompeu da ponta de sua varinha e pairou como um globo no teto da sala, iluminando tudo e permitindo James correr até a bandeja de remédios.

— UAU! Você é muito bom nisso, Potter!

— Poção, Lily! Foca! Você tomou sua poção?! – ele berrou, puxando os frascos de poções, desesperado atrás da correta

— Poção? Não tomei. Ou tomei? Tomei. Não. – Lily parecia brincar com as palavras como se gostasse de ouvir seus sons.

Aturdido, James achou o frasco. Era apenas uma poção comum, e não a que Madame Pomfrey dera à Lily pela manhã. Ainda assim, era algo.

— Aqui! Aqui, Lily, beba isso! - correu em direção à ela.

— Isso? É hidromel? – a voz de Lily estava completamente diferente, parecia bêbada, distante

— É, Lily. Hidromel. Bebe. – e segurou Lily pelos ombros, derramando a poção na boca dela, quase a força.

Lily bebeu tudo, fazendo careta pelo gosto. James estava realmente nervoso, Lily estava muito doente, e pior, estava sem a enfermeira ali para socorrê-los.

— Você me enganou. Isso não é hidromel! – então ela ficou em silêncio, como que pensando. – Mas eu nunca bebi hidromel, então não sei o gosto... hidromel é ruim, não é, Jay?

Era maluquice! Lily estava fora de si! Nunca nem mesmo o chamara de James, começara a fazê-lo na véspera, e agora inventara Jay?! James precisou de força no braço para continuar segurando Lily quando ela jogou a cabeça para trás, como que desmaiada.

— Lily! Lily não durma!

— ...

— LILY!

— Você é muito gostoso, James Potter. Sabia? – e gargalhou, jogando seu peso ainda mais contra o braço de James.

Ouvir um elogio daqueles teve o efeito oposto do esperado em James. Ao invés de ficar feliz, animado, bobo ou, até mesmo, excitado, James ficou nervoso e com medo. Porque um elogio daqueles, na madrugada, vindo de Lily Evans ardendo em febre só significava uma coisa: Lily estava alucinando!


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Notas finais do capítulo

Eita que agora deu ruim! Ou não, kkkk
O que acharam da Lily alucinando? E desse James responsável?
Sei que esse capítulo ficou excepcionalmente grande, o dobro da média dos capítulos, mas também serve de teste. O que vocês preferem? Capítulos mais longos e com mais eventos, ou dividir os acontecimentos em capítulos menores?
Vejo vocês nos comentários, seus lindos!
E lembrem! Voldemort puxa o pé de quem não comenta, viu?!



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