Isolated escrita por Fanfictioner


Capítulo 4
Sem pastilhas, Evans!


Notas iniciais do capítulo

Oioi queridos!
Como estão? Se cuidando? Espero que esteja tudo bem!
Faz algum tempo que eu sumi, estive de luto pela perda de um parente, mas agora retomei a fic com ânimo, e estou bastante empolgada... pretendo postar mais uma vez essa semana, que acham?
Vejo vocês nas notas finais, boa leitura!



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Dia 03 de 15

Quando James acordou na manhã de segunda-feira, seus lençóis estavam úmidos de suor e sua pele parecia grudenta e oleosa. Tinha ficado febril outra vez, pelo visto. Sentia-se adoentado, meio lerdo e com um peso na cabeça, mas também sentia fome, de maneira que não sabia se devia continuar deitado ou levantar-se e ver se os elfos já haviam trazido o café da manhã.

Demorou um pouco até que resolvesse por seus óculos e, de fato, se levantasse em direção ao banheiro. A porta estava trancada, e ouviu Lily gritar que estava já saindo. Sentou-se no sofá, pouco animado para qualquer coisa, até mesmo para implicar com ela.

— Bom dia, Potter... como se sente? – perguntou ela, educadamente, enquanto pendurava sua toalha no aquecedor

— Doente. Eu tive outra febre? – parou sob o umbral da porta do banheiro, esperando a resposta de Lily

— Não sei, não o observei... eu dormi a noite toda. Aliás, obrigada pela luminária que fez ontem à noite. – James agradeceu, num misto de surpresa e leve desapontamento.

— Entendi. Não foi nada, venho já para tomar café.

Não era como se Lily fosse mal educada com ele, mas também não esperaria que ela fosse admitir que gostara da gentileza. No entanto, ficara levemente desapontado quando Lily dissera que não prestara cuidados a ele durante a noite. Ela parecera preocupada na noite anterior, não parecera?

Após o café, James ganhou alguma cor, e parecia menos ruim do que quando acordara. Lily não conversou muito, e pela primeira vez Potter também não fez questão de puxar assuntos, já que sua cabeça latejava ocasionalmente. Mesmo estando sem aulas, cada um seguiu para suas atividades, de um jeito que a sala ficou quieta como se estivesse vazia. Lily espalhou seus livros e pergaminhos sobre uma das escrivaninhas, se debruçando sobre um trabalho incompleto de feitiços, enquanto James deitou-se com uma prancheta aonde riscava as táticas de quadribol, anotando fluxos e jogadas que gostaria de treinar com o time.

 Madame Pomfrey apareceu para verificá-los por volta 11h da manhã, vestindo uma roupa engraçada e de muitas camadas, além de haver uma bolha transparente enfeitiçada flutuante envolvendo sua cabeça. O que o risco de contaminação não fazia, não é mesmo?

Carregava uma bandeja com frascos de poções que Lily não sabia identificar, e algo semelhante a uma varinha, que nem mesmo James já tinha visto.

— Bom dia, senhor Potter, senhorita Evans. Conforme professora Minerva os avisou, eu virei todos os dias para ver como estão evoluindo. Como passaram a noite?

Lily disse que apenas dormira normalmente como de costume, mas que se sentia um pouco cansada, e com os olhos ardendo. James, no entanto, relatou o episódio de febre e pediu que uma poção antitérmica fosse deixada com ele, para emergências.

— E não havia na bandeja? – James e Lily negaram – Ah, Merlin, mas que cabeça a minha! Desculpe, Potter, vou trazer mais tarde. Agora deixe-me ver sua garganta e sua febre.

James sentou-se em uma cadeira, de frente para e enfermeira, e abriu a boca. A mucosa da garganta estava irritada, segundo Madame Pomfrey, o que era um sinal de que a doença estava progredindo rápido.

— Pode ser que sinta uma queimação na garganta, Potter. E pelo nível da coisa, eu diria que no máximo até quarta-feira você estará cheio das manchas vermelhas que falei. Vou ministrar duas poções para tentar conter a infecção e evitar que o senhor tenha episódios de fumaça.

— Desculpe, episódios de fumaça? – Lily perguntou, confusa com a situação

— O ardor seguido de fumaça que pode sair das narinas... eu avisei, não avisei? – ambos concordaram e Lily explicou sua curiosidade em entender. Madame Pomfrey apenas concordou com a cabeça e pareceu ignorar. - O St. Mungus enviou a Hogwarts dois de seus novos aparelhos de medir temperatura, você será nossa cobaia, Potter.

James riu, mas quando viu a enfermeira pegar, na bandeja, o objeto semelhante a uma varinha, percebeu que não era uma mera brincadeira. Era uma espécie de bastão, fino, com uma ponta arredondada transparente, e fazia Lily lembrar-se de uma antena de televisão, não que James ou Madame Pomfrey fossem entender a referência, se ela comentasse.

A enfermeira encostou a ponta transparente contra a têmpora de James e manteve o bastão sustentado por alguns segundos, então uma fumaça branca, sem cheiro nem temperatura, flutuou da ponta do objeto e fez exibir a temperatura de James. 37,7º Celsius. Era febre outra vez.

— Infelizmente, Potter, não acredito que você consiga mais do que algumas horas sem febre por dia durante essa semana... a infecção vai simplesmente ir avançando até que seu corpo reaja. Por isso estou ministrando as poções antígenas.

Então ela estendeu a James um frasco com o antígeno da doença, e dois outros com as poções para evitar os episódios de fumaça, indo examinar Lily em seguida.

Embora ainda sem febre, e aparentemente melhor que James, Lily tinha a doença mais agravada. A garganta estava muito avermelhada, de modo que a enfermeira logo perguntou se Lily não estava sentindo dores para engolir.

— Um pouco... há uns dias na verdade. Mas pensei que seria só uma gripe por conta do inverno e vinha tomando pastilhas.

Madame Pomfrey a repreendeu com gosto.

— Esses remédios trouxas não fazem efeito na varíola de dragão, senhorita Evans. E poderiam ter reações muito ruins com as poções que estou lhes dando! Só tome o que EU mandar daqui por diante!

Lily bufou, contrariada, mas concordou, sabendo que não havia outra opção. A enfermeira ainda comprovou que os olhos ardendo já eram o primeiro estágio dos episódios de fumaça, e obrigou a monitora a tomar variados tipos de poções.

— Eu diria que não há como evitar que haja a queimação nasal, senhorita. Seus sintomas foram mascarados por essas pastilhas que andou tomando – o desgosto era nítido na voz. – Vamos torcer para que não agrave para o empalidecimento verde. E vou pedir que as dietas dos senhores sejam reforçadas em ferro!

Com um aceno de varinha, Madame Pomfrey fez os frascos de poções voarem até as bandejas de James e Lily, respectivamente, e o medidor de temperatura voltou à bandeja da enfermeira.

— Eu mandarei recados ao longo do dia. Se algo piorar, falem comigo pela lareira, ou mandem um bilhete. Bom dia, Potter, Evans. – e, de repente, a enfermeira tinha ido embora.

Tão subitamente quanto a enfermeira tinha saído, Lily Evans começou a chorar. Primeiramente em silêncio, olhando para o nada, e deixando as lágrimas rolarem; mas depois da primeira respirada funda, Lily passou a soluçar e chorar alto, fazendo James ficar nervoso e com pena da menina. Não sabia se devia chegar perto, ou não; se devia dizer algo, ou não... Lily Evans era uma garota muito imprevisível, o que reprimia um pouco as iniciativas de James.

— Isso é tã... tão hor... ho... horrível! – ela murmurou, soluçando. – Eu es.. es..tou com me... medo, Po... Potter!

Foi então que James percebeu que ela queria ser consolada. Sentou-se ao lado de Lily, no sofá, e puxou-a em sua direção em um abraço (puramente fraternal, ele mentalmente acrescentou, tentando se convencer disso). Lily continuou chorando por algum tempo, ocasionalmente comentando quão preocupados seus pais estariam, ou seus medos com o que passaria com a doença.

— Está tudo bem, Lily. É normal ter medo, é normal ficar preocupada... mas Madame Pomfrey está cuidando de tudo, e tenho certeza de que logo estaremos bem... – ele colocou, acariciando os cabelos de Lily.

Aquilo durou mais algum tempo, até os elfos domésticos trazerem o almoço, e uma bandeja com alguns frascos de poção antitérmica. James recebeu o almoço, deixando Lily à vontade para ir se limpar no banheiro. Tentou, sem muito sucesso, subornar os elfos para trazerem mais comida, nos intervalos das refeições, e quando Lily sentou-se à mesa, James já estava servido e almoçando.

— Obrigada, Potter. Desculpe o incômodo. – murmurou, constrangida e sem olhá-lo nos olhos

— Ei... vamos ficar confinados 15 dias aqui, não é como se precisássemos dessa animosidade, Lily... já tem drama o bastante com febre, narizes fumaçando e tosses. Estou aqui para o que precisar. – E deu uma piscadinha que Lily não poderia negar que fora sexy e atraente.

Não que esses pensamentos passassem pela cabeça da monitora da grifinória, óbvio!

— Estou aqui para você também, Potter. – sorriu

— Poderia me chamar de James? Só escuto seu “Potter” durante todo esse tempo, e sempre parece cheio de ódio... – brincou, deixando o fundo de verdade claro.

Fazia algum tempo que James tentava se aproximar de Lily, como amigo. Fazê-la conhece-lo melhor, ver que ele podia ser uma boa companhia. No fundo, para além dos demais sentimentos afetivos e amorosos, James tinha muita admiração pela menina, e desejava há tempos que ela pudesse ser mais próxima.

Lily pareceu ponderar.

— Posso tentar. Se você parar de flertar comigo a cada segundo! – reclamou, colocando força demais para cortar um pedaço de carne, deixando claro o quanto desgostava daquilo.

James riu, bebericando seu suco de abóbora.

— Ei, já faz mais de 12 horas que não flerto com você!

— Acho que é um recorde! Só pode ser a varíola de dragão corroendo seu cérebro! – ela debochou, fazendo uma careta, arrancando mais risos de Potter

— Vou me esforçar, ruiva... se você parasse de ser tão maravilhosa, inteligente e atra... certo, certo. Era brincadeira, mas já parei! Desculpe! – ela fechou a cara, e James imediatamente interrompeu-se.

Pelo resto da tarde, cada um esteve entretido em suas atividades. James estudou transfiguração e exercitou alguns feitiços, enquanto Lily aprofundou suas anotações de herbologia e continuou a ler seu livro de introdução à medibruxaria. Ocasionalmente eles conversavam alguma amenidade, e James até mesmo segurou algumas de suas piadinhas/flertes. Logo o jantar foi servido e eles conseguiram partilhar um debate sobre quadribol, embora por pura educação de Lily, já que não tinha hábito de acompanhar o esporte, e ambos se recolheram cedo, após doses de poções para febre, que agora não atacava mais apenas James, mas Lily também.

Por um momento, havia uma trégua subentendida naquele dormitório de isolamento.


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Notas finais do capítulo

Esses dois eim? Finalmente uma trégua!
Quanto tempo será que dura?
Voldemort vai puxar o pé de quem ousar não comentar, eim? Kkkkkk
Vejo vocês nos comentários!
Beijinhos!!!!



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