Isolated escrita por Fanfictioner


Capítulo 6
Água morna e bolhas na banheira


Notas iniciais do capítulo

Estou muuuuito feliz com a recepção de vocês à fic! To amando os comentários, please continuem opinando!
Sou um amorzinho e estou postando duas vezes na mesma semana porque, como disse, estou realmente empolgada com o rumo da fic. Tentando manter capítulos um pouco maiores, mas não grandes demais...
Ai está, aproveitem, nos vemos nas notas finais!



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Madrugada do dia 05 de 15

— Lily, você não pode dormir. Ouviu? Não pode dormir! – pediu, soando meio desesperado.

Colocou Lily sentada no sofá em frente a lareira, aonde ela recostou-se, assobiando de uma maneira pouco sã. James tentava raciocinar o que fazer, mas era como se seu cérebro tivesse sido mergulhado em água gelada, congelado e sem poder pensar direito. Andou pela sala, dando algumas voltas, arrancando mais comentários desconexos e alucinados de Lily. Então a ideia surgiu em sua cabeça de maneira tão súbita que foi como se sempre estivesse lá, esperando ser trazida à tona. A lareira!

Ajoelhou-se aos pés da lareira e, fazendo aquilo que era tão acostumado a fazer para falar com Remo de maneira prática e rápida durante o verão, embrenhou-se no fogo, buscando a lareira da enfermaria. Podia ouvir Lily guinchando atrás de si, pensando que ele iria desaparecer em meio ao fogo.

Conseguia enxergar a sala interna da enfermaria, aonde Madame Pomfrey tinha seus aposentos. A sala estava escura, de maneira que era difícil identificar qualquer coisa. Dois archotes estavam acesos, com luzes bruxuleantes que faziam uma parca iluminação em uma porta ao lado, a qual devia levar ao quarto da enfermeira. Não havia ninguém desperto, mas o desespero de James era o bastante para chamar por ajuda.

— Madame Pomfrey! Madame Pomfrey, por favor! Precisamos de ajuda! Por favor!

James berrou mais de uma vez, chamando a enfermeira pelo nome. Mas era em vão. Ninguém aparecia, nem mesmo houve algum ruído que indicasse que ela acordara. E quanto mais ele chamava e ninguém o respondia, o desespero se avolumava dentro de si. Então ele ouviu um baque surdo.

Virou-se depressa. Os pés de Lily estavam levantados no ar, por trás do sofá, dando a entender que ela caíra de cabeça no chão. Seu coração descompassou, acelerando-se como num susto enquanto ele se levantava para socorrê-la.

— LILY! – correu na direção dela, que piscava, meio desorientada, com a cabeça no chão de pedra. – Mas que merda, Lily! Levanta, vamos!

Ele puxou-a, tentando ignorar o fato de que a camisola dela subira consideravelmente pelas coxas. Não era o momento para esse tipo de pensamentos. Lily ainda ardia em brasas, a poção não estava fazendo efeito?

— Jay Jay, você gosta de mim? – Lily parecia uma criança, num tom meloso

— Gosto, Lily, gosto. Você precisa colaborar comigo, ruiva! Você está alucinando! – com algum esforço, James colocava Lily novamente de pé. Ela segurava a parte de trás da cabeça, aonde batera no chão, claramente sentindo alguma dor.

James a levou de volta para o sofá, aturdido pela proporção que a confusão estava tomando, e pensando se deveria levar Lily até a enfermaria para pedir ajuda. Quando tentou abrir a porta, esta estava trancada. Óbvio! Teriam fechado a saída para evitar que os dois saíssem do isolamento.

Alohomora! — mas a tranca nem mesmo oscilou à menção do feitiço. Certamente McGonagol deveria ter tomado mais precauções do que um simples feitiço de abrir portas.

Voltou para o lado de Lily, comprometido a pensar numa solução o mais rápido possível. Preferencialmente uma que não envolvesse deixar Lily sozinha, já que ela claramente não estava bem. Quando tocou-a novamente no rosto, aferindo a temperatura, Lily fechou os olhos, parecendo muito doente e fora de órbita. Nada mudara, talvez até tivesse aumentado a febre. Não era possível alguém convulsionar a altas temperaturas? Esse pensamento aumentou o pânico que crescia dentro dele desde que notara o estranho comportamento alucinante de Lily, será que ainda tinha algo que pudesse fazer além de esperar? Era difícil pensar racionalmente com o coração pulsando forte ao ponto de ouvi-lo. Sua cabeça estava emaranhada, e o fluxo das ideias era confuso, incapaz de se organizar numa sequência interpretável.

— Eu também gosto de você, Jay Jay! – ela murmurou depois de algum tempo em silêncio, deitando a cabeça no braço de James, ainda de olhos fechados.

James se perguntava por que a alucinação de Lily precisava ser tão cruel com seus sentimentos, o que era ainda uma outra preocupação para além de todas as demais que tiravam suas ideias de ordem naquele momento.

 Alguns segundos depois, a respiração de Lily foi ficando mais pesada, quase um ressonar.

— Não! Não, Lily, não pode dormir! LILY! Acorde, aqui, acorde! – ele começou a dar tapinhas no rosto dela, lembrando o que Aluado uma vez fizera com Sirius, quando este bateu a cabeça ao cair da vassoura.

“Ele não pode dormir, Pontas, se tiver tido uma concussão pode ter danos cerebrais se dormir!”

Então, como uma criança aprendendo a ler, um brilho de compreensão perpassou sua cabeça. As memórias de infância de sua mãe cuidando de suas febres, o recente episódio de quase concussão de Sirius. James sabia exatamente o que fazer!

— Vamos, ruiva, levanta! Nós vamos tomar um banho!

— Banho? Com água? – Lily ainda estava alucinando. James notava como ela virava os olhos de um lado para o outro, como que olhando coisas invisíveis, e murmurava palavras ininteligíveis de tempos em tempos.

— Sim, Lily. Banho com água. Vamos encher a banheira dos monitores e tomar um longo banho.

Um banho meio morno meio frio era a solução para os problemas de James. A água mais gelada manteria Lily acordada, enquanto ajudaria a baixar a temperatura da febre. Claro que, banho frio no inverno poderia dar muito errado, mas era a única opção que tinham no momento, e James pedia à Merlin que nada piorasse depois daquilo.

Quando entraram no banheiro dos monitores, o piso de pedra estava frio como a neve do lado de fora do castelo, e as paredes de pedra e azulejos estavam úmidas, deixando todo o ambiente gélido. O ar quente e parado, vindo do quarto com a lareira acesa, entrou no banheiro como uma lufada confortável ao abrirem a porta, mas logo se dissipou, e a diferença de temperatura era tanta que o banheiro dos monitores se manteve inalteravelmente frio.

James ligou as torneiras da banheira, deixando-a encher-se de uma água nem fria nem quente, mas que James sabia que ficaria gelada quando encostasse no mármore que constituía a banheira. As águas coloridas jorravam das torneiras bronzeadas, e as bolhas e espuma surgiam coloridas, como mágica, quando os sachês perfumados que James separara se desfaziam na água.

Poderia ser uma linda cena, se não fosse o momento de preocupação. Os archotes de luz brilhavam nas paredes de pedra e deixavam o banheiro com uma meia luz, indireta e agradável, que não machucava os olhos, dado ser madrugada.

Antes que tivesse tempo de se arrepender da decisão, James começou a tirar as roupas, para não ficar todo encharcado depois. Quando removeu o moletom, sentiu o frio percorrer suas costas, apenas de camisa fina, e estremeceu.  “O tipo de coisas que faço por você, Lily”, pensou, enquanto despia também a calça felpuda e a camisa branca fina, ficando apenas com o calção de dormir.

Lily, sentada em um dos bancos de mármore que se elevavam do chão, observava tudo com o olhar perdido, como se não estivesse realmente ali. Mas quando fez menção de remover sua camisola, James interrompeu-a.

— Não! Uhm... olha só, Lils, não queremos um constrangimento maior do que já vai ser. E por mais que eu queira ver você sem roupa, não vai ser hoje, e nem nessas circunstâncias, okay? – ele riu nervoso, tentando brincar, esperando o tapa que receberia de Lily. Ela, no entanto, gargalhou, achando a maior das graças o fato de James ter, escancaradamente, dito que desejaria vê-la nua. -  Certo, certo... que bom que você não vai lembrar de nada disso amanhã. Vamos logo entrar na água.

Ele também riu, tentando aliviar a tensão do momento. Seus pés arderam no momento em que encostaram no primeiro degrau da banheira, lhe dando a sensação de facas cortarem sua pele. Começara a se perguntar se precisava, realmente, entrar junto com Lily naquela água gelada, mas o pensamento da menina adormecendo com a água na altura do pescoço, podendo afogar-se, lhe deu mais calafrios do que a água, e então, como um bom grifinório, ele continuou a entrar na banheira.

Quando a água chegou na altura de suas coxas, James precisou respirar profundamente para suportar a brusca mudança de temperatura. De fato, não era uma água gelada, mas como o inverno fazia a temperatura do ambiente ficar negativa, qualquer água que não fosse quente fazia parecer um mergulho no Lago Negro. Continuou entrando, e quando a água cobriu seus quadris, chamou Lily, com um aceno, para juntar-se a ele.

Vacilando um pouco, ela veio até a borda da banheira, hesitando ao pisar no degrau, como o próprio James fizera.

— Está muito frio. Eu estou com frio, James. E minha cabeça dói. – ela choramingou, fazendo James sentir pena. Muito provavelmente ela não estava mais alucinando, mas com certeza estava ainda muito mal e sem a consciência perfeita do que acontecia, do contrário já teria surtado e expulsado James dali aos gritos.

— Não está tão frio, Lily, eu prometo. É a sua febre que está alta. Você precisa entrar na água, para melhorar logo. Vai ser rápido, eu juro. Logo você vai se deitar e a dor de cabeça e o frio vão passar. Vem aqui comigo, isso. – pediu, em um tom muito leve, falando baixo, incentivando-a quando Lily tremia de frio e hesitava em continuar andando até a parte mais funda da banheira.

O lado mais fundo, aonde James estava, fazia a água bater no umbigo de Lily, a camisola encharcando e flutuando de um jeito fantasmagórico na água da banheira. Havia assentos de mármore naquela parte, aonde James sentou-se e, pegando-a pela mão, puxou Lily em sua direção.

— Não quero molhar o cabelo. Vou ficar doente. – foi o primeiro lampejo de consciência que Lily mostrou, fazendo James ficar mais calmo e, ao mesmo tempo, querer rir pela preocupação dela em adoecer quando já fervia de febre por estar doente.

— Não vai molhar. Accio varinha! — e ela voou até sua mão. Com outro aceno e sacudida na varinha, apontando para Lily, ele fez os cabelos ruivos se amontoarem no topo da cabeça numa espécie de coque, bem malfeito. James sorriu constrangido. – Nunca fui especialmente bom nesses feitiços domésticos, Lily, sinto muito.

Ela não parecia genuinamente incomodada. Era como se estivesse muito distante de tudo que acontecia ali, com a cabeça em qualquer lugar que não fosse o banheiro dos monitores. James deixou a varinha sobre o piso de mármore, do lado de fora da banheira. De alguma maneira conseguira se acalmar e, ali, naquele momento, até a água não estava mais fria, mas morna e agradável. Agora que Lily não parecia mais fora de si em alucinação, ele começava a relaxar.

— Sente aqui. - Indicou o lugar ao seu lado no banco, ao que Lily acenou negativamente

— A água vai passar do meu pescoço se eu me sentar aí – o comentário fez James se sentir estúpido. Claro que passaria! Lily era consideravelmente mais baixa do que ele e, ali a água da banheira alcançava um ponto entre seus ombros e seu pescoço, oscilando com as marolas da água conforme se mexiam.

— Quer uhm... – nunca imaginou que se sentiria embaraçado por sugerir isso à ela – bom, ahm.. pode se sentar, ahm.. – e, roxo de vergonha, indicou suas pernas, confortavelmente soltas na água da banheira.

Fosse pela alucinação, pela carência que qualquer doença gerava, ou fosse por ela realmente querer aquilo, James não saberia, Lily aceitou, muda, e sentou-se no colo dele, deixando que ele passasse um braço por suas costas para apoiá-la. Ficaram ali, em silêncio, aproveitando a água morna. Algum tempo passou até que James começou a molhar as mãos e, gentilmente, passar a água pelo rosto de Lily, numa tentativa de abaixar a febre alta dela.  

Se fosse em qualquer outro momento, qualquer outra circunstância, qualquer outra garota, James sabia que não estaria ali, calmo, apenas com as mãos nas costas dela. A ideia desse pensamento o fez corar de vergonha. Com Lily era diferente.

Era diferente na relação, já que ela nunca se prestaria ao papel de uma ficada com James, era diferente no sentimento, porque sabia que jamais conseguiria apenas ter algo ali, rapidamente, e ignorar tudo que sentia há tanto tempo por Lily.

Era diferente, principalmente porque, cada vez mais, James sabia que estava começando a amar Lily Evans. E amar era cuidar de diversas maneiras. Principalmente ali, durante aquela febre que a fizera delirar e ter tantas reações emocionais diferentes.

— Posso? – perguntou, indicando o peito dele. Ao que James assentiu, tentando levar todo o momento com naturalidade. Sentia o coração acelerado, embora há um tempo deixasse de estar em pânico. Lily se aconchegou melhor no colo dele, deixando a água morna cobrir sua camisola quase por inteiro, e deitando a cabeça nos ombros de James.

Ele continuou molhando o rosto dela ocasionalmente, num silêncio confortável que nenhum deles parecia querer quebrar. Perguntou-se quanto tempo levaria para que a poção fizesse efeito e Lily saísse correndo dali, aos berros, depois de estapeá-lo e azará-lo com quinze feitiços diferentes.

— Obrigada. Por estar fazendo isso por mim.

Por um momento, James pensou que ela tinha voltado a alucinar, mas quando virou a cabeça para olhá-la, os olhos verdes de Lily, tão profundos como ele gostava de admirar, não estavam perdidos. Ali, abertos e bem atentos, os olhos de Lily encaravam uma das torneiras do banheiro, provavelmente muito constrangidos para virarem-se diretamente para James.

— Não é nada, Lily. Gostar também é cuidar. Não é como se eu fosse te deixar arder em febre e morrer sozinha.

— Você só não quer ter que esconder um corpo depois, eu sei... – e James riu baixinho, pensando em como Lily e Sirius eram parecidos e seriam bons amigos. Quem sabe esse isolamento todo aproximasse as relações em geral.

A camisola de Lily, branca e encharcada, parecia mais transparente agora, e James não foi especialmente habilidoso em desviar o olhar, ou não tentar observar os contornos dos seios da menina, escondidos pelos bordados e debruns do tecido. Ele deu uma leve suspirada, que o silêncio do banheiro fez soar mais alto e, de repente, estava muito corado, encarando o mármore. Lily não comentou nada, embora tenha claramente sentido os olhos dele em si. O silêncio, de repente, tinha se tornado constrangedor.

James pensava que, o pior de tudo aquilo, era o fato de ser tão bom. Era bom sentir a pele de Lily contra a dele, sentir a água morna e cheia de bolhas e sais os envolvendo, ver tão de perto o cabelo ruivo dela, observar, em meio a semiescuridão, as sardas mais visíveis em torno do nariz de Lily. O pior era ser tão bom e saber que ela não lembraria das coisas que tinham acontecido quando a poção baixasse sua febre, porque seria tudo parte de uma semiconsciência de alucinação febril.

— Como se sente? – perguntou, baixinho.

— Doente. Mas mais consciente. As coisas parecem mais reais, e não um sonho borrado agora. – ela devolveu, no mesmo tom, bem calma. – Meus olhos estão pesados. Será que a febre diminuiu?

James inclinou-se na direção dela e encostou sua boca na testa de Lily, como sua mãe costumava fazer quando ele era criança. Ainda estava quente, mas sensivelmente menos do que antes. Queria que aquele momento ali durasse mais do que só a baixa de uma febre.

— Está melhorando. Você não está mais fervendo, pelo menos. – ambos deram risinhos sem humor.

O silêncio veio outra vez, e Lily se aconchegou mais, nem um pouco intimidada pela proximidade. James a envolveu em um abraço, o corpo dela quente por baixo da roupa de dormir encharcada. Ficaram ali por mais um tempo, até quando a espuma já estava quase acabando.

— Deveríamos sair. A água vai esfriar e não queremos que você piore. – ele murmurou, tocando de leve o pescoço dela, sinalizando que precisava se levantar. Lily assentiu, levantando a cabeça do ombro dele, ainda permanecendo em seu colo.

Então, antes que James pudesse ter previsto, pego completamente desprevenido, Lily o beijou. Não foi nada excepcional, ou extremamente intenso. Ela tocou de leve sua bochecha e, quando ele se virou em sua direção, ela o beijou. Era leve e suave, os lábios dela estavam quentes, e James podia sentir um pouco do gosto amargo da poção antitérmica na boca dela.

Seu coração estava tão disparado que chegava a doer a intensidade com que batia contra as costelas. Segurou Lily levemente pela cintura, aproveitando a mão que ainda a apoiava nas costas, anestesiado demais pela surpresa do momento para ser capaz de fazer qualquer outra coisa. Passou pela sua cabeça o questionamento de se aquilo não seria algum tipo de assédio, dado que meia hora atrás Lily não estava em seu juízo perfeito.

Mas então ele ignorou e apenas focou na sensação maravilhosa que era a boca de Lily contra a sua, e todo o corpo dela tão perto de si. Não durou muito, aquele momento, e tão logo tinha se separado dele, Lily saltou de seu colo para a água da banheira, chamando por ele, com um sorriso doce, para saírem.

James não soube se foi proposital ou não (provavelmente não, mas ele gostava de pensar que tinha sido), mas Lily saiu da banheira primeiro e, à meia luz, ele pode comtemplar os contornos dela sob a camisola branca molhada (agora mais transparente). Lily era inconscientemente sensual, um pensamento que o deixou ainda mais atordoado. Antes que pudesse ficar em uma situação desconfortável, James saiu da água, sentindo o frio do ambiente o atingir.

Lily batia o queixo, enrolada no roupão de monitora, ainda vestindo a roupa molhada. James fez o mesmo, e ficaram ali, se aquecendo, ocasionalmente olhando um para o outro, num silêncio até confortável.

— Uhm, eu... – e indicou a própria roupa, dobrada sobre um aparador

— Ah, claro! – Lily corou um pouco. – Vou pegar uma roupa seca e me trocar lá fora.

Ela saiu, deixando James sozinho, e com uma felicidade tristonha no coração pelos acontecimentos recentes. Algum tempo depois ele bateu na porta, perguntando se podia sair para o quarto, e Lily respondeu que sim. Estava pendurando seu roupão e o pijama úmido no secador de roupas, e parecia menos febril do que antes. Ignorando a possibilidade de ela simplesmente berrar com ele, James andou em sua direção e colocou a mão em sua testa, aferindo, pela milésima vez nas últimas horas, a temperatura.

— Parece que está baixando, a febre, eu digo. Você devia tentar dormir um pouco, como eu também vou fazer. Madame Pomfrey vem pela manhã e vai poder cuidar melhor de você.

— Sim. – ela concordou com a cabeça, ainda abatida e a feição doente. – Minha garganta está ardendo, pelas feridas. E meu nariz parece que vai pegar fogo, sinto como se quisesse espirrar o tempo todo. – James a encarava com uma expressão de pena, realmente sentindo muito por toda a situação.

Cada um se dirigiu para sua cama, e James combinou de deixar a cortina de veludo aberta, para que ele pudesse ver caso Lily tornasse a passar mal. O relógio de pulso de James indicava que era perto das 03h30 da madrugada.

— Pode me chamar se precisar. Vou estar aqui ao lado. – Lily sorriu com a ternura preocupada dele

De primeiro, Lily não disse nada. James deitou-se, encarando o teto da sala, sentindo-se muito confuso, além de doente. A sensação dos lábios de Lily ainda presente, por mais que ele tentasse não pensar naquilo. Era o único beijo que desejara desde o meio do sexto ano, e agora que acontecera, a ideia de como tudo seria pior com Lily depois dele fazia seus pensamentos doerem em culpa.

Sem dúvidas ela o acusaria de assédio ou qualquer coisa do tipo, se se lembrasse do ocorrido, e ele não sabia se conseguiria lidar com aqueles sentimentos. Não tivera, nunca, a intenção de ser invasivo com ela em momento algum, e tudo que fizera fora pensando em socorrê-la, mas então aquele beijo... Gostava demais de Lily para seu próprio bem. Foi então que ela murmurou, baixinho, e James não soube dizer se foi consciente ou não.

— Obrigada James, de verdade.


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Notas finais do capítulo

Eita bagaceira!
Agora vai ou será que não?! O que acharam desse momento Lily e Potter na banheira?
Lembrando que Voldemort puxa o pé de quem não comenta, viu? Espero as reviews de vocês!

P.S.: será que eu não estou merecendo uma recomendação não, hihihi? Pensem com carinho!!!



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