Assim que abri os meus olhos para o dia que se iniciava, percebi que havia um par de olhos castanhos escuros me fitando amorosamente, como se eu fosse a pessoa mais importante e única do mundo, o que me fez corar sem graça e Benjamin sorriu para mim, antes de acariciar de leve a minha bochecha sem desviar os olhos dos meus.

—Bom dia...Meu anjo. -ele disse fraco e sorri suave antes de deitar a minha cabeça no seu travesseiro, lhe cumprimentando com um selinho de bom dia.

—Bom dia amor. - disse e ele sorriu antes de acariciar a minha bochecha direita, com a ponta dos seus dedos. -Está acordado a muito tempo?

—Um pouco...Tempo suficiente para ver... Tia Alice...Entrando no quarto...Sem cerimônia...Para deixar a sua mala. -ele explicou fraco e sabia só de olhá-lo e ouvir sua voz, que meu marido não estava nada bem.

—Você está mais fraco que ontem. - sussurrei preocupada enquanto olhava em seus olhos.

—Estou...Bem...Melissa.

—Benjamin, amor, por favor...Não tente me esconder como se senti, isso só irá me deixar mais preocupada. -implorei tocando seu rosto pálido e frio com a ponta dos meus dedos.

—Eu sei...Por isso tento evitar...Que fique preocupada...Você já tem...Preocupações demais...Na sua cabeça...E não quero ser mais...Uma delas. -ele disse me olhando culpado e acariciei sua bochecha direita com carinho.

—Você não é uma preocupação Ben. Você é o meu marido, o amor da minha vida, e tudo que desejo é que fique melhor. -expliquei e ele concordou antes de me olhar nos olhos.

—Mel, posso lhe pedir...Algo? - Ben questionou de repente e concordei. -Se eu não conseguir...Me prometa que irá...Tentar ser feliz sem mim...

—Não...Não quero ouvir isso...- sussurrei entre lágrimas interrompendo-o, enquanto ele me olhava nos olhos e segurava meu rosto em suas mãos.

— Me prometa ...Que você irá...Se apaixonar novamente...Que terá uma família...E envelhecerá...Ao lado de alguém...Que ame você...Me prometa que será...Feliz por nós dois. - ele implorou entre lágrimas enquanto me olhava nos olhos.

— Não posso prometer isso...Jamais serei feliz sem você. Benjamin, você é o meu marido, o homem que amo...E não devia me pedir para ser feliz com outra pessoa, que não fosse você...Por favor, não desista de nós, porque não estou desistindo...-implorei entre lágrimas enquanto olhava em seus olhos castanhos escuros.

—Meu amor, não estou...Desistindo de nós...Só que vejo tanta vida, beleza e força...Que a cada dia cresce mais em você... Depois olho pra mim...Que a cada momento...A vida parece me deixar...Seria egoísmo prendê-la a mim...Quando estou...- ele começou a dizer e coloquei meu dedo indicador em seus lábios silenciando-o.

— Eu, Melissa Hastings, recebo a ti, Benjamin Clearwater, como meu esposo. Prometo estar ao seu lado em cada momento da nossa vida, prometo zelar pelo seu povo, que de hoje em diante será o meu povo. Prometo te defender de qualquer um que queira machuca-lo, de hoje em diante deixarei de ser apenas uma mulher, para me tornar a sua companheira para a vida toda. A sua vida, será a minha vida. As suas alegrias serão as minhas alegrias, as suas lágrimas serão as minhas lágrimas e a sua dor será a minha dor, porque hoje, nos tornamos um só para o resto das nossas vidas. - repeti os mesmos votos que disse há dois dias atrás, com a mesma seriedade da primeira vez, sem deixar de olhar nos olhos de Benjamin vendo que lágrimas molhavam a sua face. -Eu te amo Benjamin Thompson e vou ficar ao seu lado até o fim, não importa qual ele seja...Prometo que  serei feliz...Que terei uma família...Que envelhecerei ao seu lado...Porque só me vejo realizado tudo isso com você...O único por quem me apaixonei e vou continuar apaixonada até o fim dos meus dias.

—Eu te amo Mel...Me desculpe por perder...A esperança...Por alguns instantes. - ele disse envergonhado e sorri compreensiva enquanto enxugava as suas lágrimas.

—Está tudo bem, minha vida, sempre que perder a esperança, estarei aqui para animá-lo e fazê-lo acreditar que tudo dará certo no final. - disse suave antes de encostar a minha testa na sua. -Você vai ficar bem e vamos continuar a viver a nossa história de amor de onde paramos, ficaremos velhinhos juntos sentados na varanda, olhando nossos netos brincarem na frente da nossa casa...Consegue imaginar?

—Consigo.

—Então agarre-se a essa ideia, quando ficar sem esperança. Me promete que fará isso?

—Prometo. -ele disse e sorriu carinhoso para mim. -Quando foi que você...Amadureceu tanto...E eu não vi?!

—Você acha isso ruim?

—Não...Me acho um homem...De sorte...Por poder ver seu...Crescimento...A minha garota tímida...Está se tornando uma leoa...Ouvi o seu discurso ontem...E ele foi incrível...- ele disse me olhando com orgulho e corei sem graça.

—Não foi grande coisa, Ben.

—Há foi sim...Você se impôs...Em uma sala cheia...De Pessoais sobrenaturais...- ele disse e pisquei confusa, não entendendo do que ele estava falando.

—Sobrenaturais como? Achei que os únicos sobrenaturais fosse você e a sua família.

—Não amor...Bom, acho que...Será uma longa...Conversa. - ele disse suave antes de começar a me contar sobre todos que vieram nos ajudar, assim como os poderes que alguns possuíam, e a cada revelação ficava sem saber o que dizer.

—Eu te assustei...Não foi? Me desculpe. - ele disse preocupado com o meu silêncio, enquanto tentava absorver tudo o que ele havia me contado, associado com o que havia acontecido ontem.

—Não, só estou me lembrando de algumas coisas que aconteceram ontem...Como por exemplo, Edward saber como estava me sentindo, quando o encontrei no corredor que dava acesso aos quartos ou o comentário de Alice...- disse me lembrando das suas palavras e logo soube que precisava ter uma conversa urgente com Alice.

—O que tia Alice...Lhe disse? - ele questionou curioso e pisquei voltando a realidade.

—Nada. - menti e Ben sorriu cansado enquanto me olhava.

—Melissa, você é uma péssima...Mentirosa...Só tome cuidado...Com o que for perguntar...Para tia Alice...Às vezes saber sobre o que vai acontecer...Altera as emoções do momento. - Ben me aconselhou e entendi do que ele estava falando.

—Alice me viu nas visões dela, não foi, Benjamin? Ela me viu no seu futuro.

—Sim. Quando ela viu que meu futuro...Havia mudado...Ela me ligou e tentou me contar...Mas não quis ouvir...Estava preso no meu próprio sofrimento...Para dar ouvidos a ela...A única coisa que tia Alice...Conseguiu falar...Foi que prestasse atenção nos olhos cor de mel...Porque eles...Iria mudar a minha vida...Isso foi um dia antes...Da sua entrevista.- ele disse olhando nos meus olhos enquanto sentia as lágrimas caírem dos meus olhos.- E  você...Com seus olhos cor de mel...Realmente...Mudaram a minha vida.

—Foi você que mudou a minha vida, Benjamim e te amo por isso.

—Eu também te amo muito Mel. -ele sussurrou fraco e me inclinei para beijar seus lábios com carinho.

Ficamos ali deitados namorando e conversando até que ouvimos batidas na porta seguida da voz do meu sogro, perguntando se já estávamos acordados, pois Jacob gostaria de falar conosco. Resignados respondemos que sim antes de me levantar da cama, dando um beijo em Benjamin e seguindo para o banheiro, onde tomei um banho rápido e troquei de roupa antes de abrir para o meu sogro que iria ajudar meu marido a se arrumar, já que ainda não estava pronta para lhe auxiliar nessa tarefa.

Deixei os dois sozinhos no quarto antes de seguir para a cozinha, para tomar o meu café da manhã e aproveitar para saber se as equipes já estavam prontas para a sua partida, mas antes que pudesse chegar ao meu destino encontrei Alice parada no correndo sorrindo, como se estivesse à minha espera.

—Vi que você queria falar comigo...E então? Quais são as suas perguntas? - ela questionou empolgada enquanto vinha para o meu lado e encaixava seu braço ao meu, antes de me conduzir em direção a cozinha.

—Eu realmente tinha várias perguntas, mas Benjamin me disse que saber das coisas antes delas acontecerem, podem alterar as emoções do momento. - disse enquanto andávamos e ela sorriu concordando.

—Talvez sim, talvez não...Mas acho que algumas coisas são melhores se não soubermos de antemão. - Alice disse suave e parei no meio do corredor e ela fez o mesmo.

—Só preciso saber uma coisa Alice, apenas isso. Se não quiser falar, basta apenas balançar a cabeça sinalizando sim ou não.

—Tudo bem. - ela disse sorrindo empolgada em responder as minhas perguntas.

—Benjamin vai ficar bem? -questionei aflita e ela sorriu feliz antes de balançar a cabeça concordando, ver sua afirmativa me levou as lágrimas antes de abraça-la com carinho.

—Obrigada, Alice.

—De nada. Vocês dois serão muito felizes juntos...Terão uma vida linda e longa ao lado um do outro. - ela segredou no meu ouvido enquanto ainda chorava em seu ombro.

—É tudo que preciso saber Alice, para ter forças e seguir em frente. - disse agradecida a ela assim que nos separamos e enxuguei minhas lágrimas em seguida.

—A sua força, coragem e luz, me lembra alguém que estou louca para conhecer...Mas ainda irá demorar um pouco para isso. - ela disse frustrada por ter que esperar e a olhei confusa antes dela rir. -Deixa pra lá, no momento certo você irá entender, agora vamos para a cozinha, afinal precisa se alimentar antes de tomar decisões importantes.

Alice fez questão de preparar meu café da manhã, ela até arrumou a mesa para duas pessoas com todas as iguarias que encontrou pela cozinha e o seu zelo comigo, me deixou novamente comovida, mas assim que fiz menção de começar a tomar o meu café ela me proibiu.

—Ainda não, só mais alguns minutos. - ela pediu me olhando antes de desviar seus olhos dos meus e virar para a porta de entrada da cozinha, onde vimos Benjamin entrando na mesma enquanto era amparado pelo seu pai.

—Benjamin, você devia estar na cama descansando e não andando por ai. - disse preocupada me levantado da cadeira em que estava sentada e indo ajudar Elliot.

—Disse isso a ele, mas meu filho me ignorou e se levantou sozinho. Então, achei melhor ajuda-lo, antes que se machucasse. -Elliot explicou e concordei enquanto passava o braço livre de Benjamin pelo meu ombro.

—Mel, sou pesado demais...Para você...- ele sussurrou para mim e revirei os olhos enquanto o levávamos em direção à mesa da cozinha. -Além do mais...Preciso andar um pouco...E estou cansado...De ficar deitado.

—Genioso igual a mãe. - Alice segredou suave e Elliot sorriu antes dela pegar Benjamin no colo, nos deixando surpresos com a sua ação. Afinal, ela era tão pequena e delicada para carregar alguém, grande e pesado com meu marido era.

—Às vezes me esqueço o quanto meus parentes são fortes. - Elliot disse surpreso e respirei aliviada, por não ser a única ali surpresa pelo que tinha visto.

—Isso é porque seu coração é bondoso e gentil, não conseguindo nos ver de outra forma, Elliot. - Alice disse suave após ter ajudado Benjamin a se sentar, em uma das cadeiras que estavam a mesa.

—Vocês fazem parte da minha família, tia Alice e jamais poderia vê-los de outra forma. - meu sogro disse amoroso e Alice sorriu feliz se aproximando dele, antes de ficar na ponta dos pés para beijar a sua bochecha com carinho, deixando meu sogro corado.

Me sentei ao lado de Benjamin e começamos a tomar o nosso café, antes de terminarmos ele pediu ao seu pai que reunisse na sala de estar Emmett, Edward e Ethan, pois queria lhes pedir algo antes de falar com Jacob.

Após o café da manhã, Alice carregou Benjamin no colo em direção à sala, acomodando-o no sofá da sala antes de nos deixar a só na sala e me sentei ao lado do meu marido.

—Acho que isso é seu. - disse suave fazendo menção de tirar a medalhinha que estava em meu pescoço, para entrega-la ao seu dono que segurou as minhas mãos me impedindo de concluir o meu desejo.

—Você ainda precisa...De proteção, amor...Além do mais...É a forma que encontrei...De estar perto de você...Quando precisar de mim. - ele explicou e concordei com a cabeça antes dele se aproximar de mim devagar e acariciar seu nariz com meu de olhos fechados, se afastando de mim para me olhar nos olhos.

—Porque você sempre faz esse carinho em mim? - questionei curiosa e ele sorriu suave voltando a acariciar seu nariz com o meu, antes de beijar a sua ponta.

—Porque preciso...Sentir seu cheiro...Seu calor...É uma necessidade básica...Dos meus dois lados. Porque? Você não gosta? - ele questionou preocupado enquanto se afastava de mim para ver meus olhos.

—Eu gosto, por isso estou perguntando. - disse suave antes de acariciar seu nariz com o meu o que lhe fez rir suave. - E eu tenho cheiro de que, querido?

—Canela...Antes de se casar comigo...Agora...Canela e avelã...Avelã é o meu cheiro. - ele explicou cansado e fiquei preocupada, em possuir o cheiro de algo que tecnicamente seria letal para ele.

—Mas o cheiro da canela pode te matar...Meu cheiro não te machuca?

—Não amor...Ele jamais...Me machucou. - ele assegurou e respirei aliviada fazendo-o sorrir antes de me beijar com carinho, mas nosso beijo foi interrompido por um pigarrear leve.

Assim que nos separamos corei sem graça por sermos surpreendidos aos beijos por sua família, não ajudou em nada o meu constrangimento ver Emmett sorrindo maliciosamente para nós. Envergonhada, me sentei a uma distância aceitável enquanto Benjamin olhava feio para o tio.

—Tio Emmett...Não. - Benjamin pediu sério e ele revirou os olhos antes de parar de rir. -Obrigado por terem atendido...O meu chamado...Gostaria...De lhes pedir um favor... Principalmente ao tio Emmett e ao Ethan.

—Qualquer coisa irmão. - Ethan disse suave em pé ao lado de Emmett e Edward.

—Quero que protejam a minha esposa...Se necessário...Virem à sombra dela...Não a deixem sozinha...Em hipótese alguma. - ele pediu e virei surpresa para vê-lo, afinal não havíamos conversado sobre isso.

—Não preciso de guarda costas, Benjamin. E você deveria ter me consultado, antes de tomar uma decisão dessas.

—Precisa sim Melissa...Leticia me quer morto...- ele disse em um sussurro enquanto me olhava angustiado. - Se ela fizer algo contra você...Será pior do que a morte...Pra mim.

—Acho que estamos presenciando, a primeira discussão de casados deles...Quem será que vai ganhar? Que tal se fizéssemos uma aposta? - ouvi Emmett questionar empurrando de leve o ombro de Ethan e de Edward que revirou os olhos.

—Não sou de cristal, Benjamin, tenho certeza que posso me defender muito bem sozinha. - disse séria e ele me olhou apavorado com a hipótese de me ver desprotegida.

—Meu anjo, por favor...Sei que pode...Se defender sozinha...Mas você é tudo pra mim...E não quero correr... O menor risco de perdê-la...Porque fui descuidado...Prefiro pecar pelo excesso de zelo...Do que pela omissão. - Benjamin implorou entre lágrimas enquanto me olhava nos olhos e segurava a minha mão. -Saber que está protegida...Me deixará mais tranquilo...Sei que errei em decidir algo...Sem lhe consultar...Mas estou fazendo isso...Por amor a você.

—Não gostei de saber que tomou uma decisão que diz respeito a mim, sem me consultar antes, mas entendo o seu posicionamento...E se isso irá lhe deixar mais tranquilo, aceito sem questionar que os rapazes se tornem minhas sombras, sem ofensas rapazes.- disse olhando para os dois enquanto me desculpava.

—Obrigado...Por entender, Mel...- Benjamin começou a dizer aliviado e o interrompi.

—Só irei concordar com isso, com a condição de que será a primeira e última vez que tomará uma decisão que diz respeito a mim, sem me consultar previamente. Estamos entendidos? -questionei olhando em seus olhos a espera da sua resposta e ele sorriu sem desviar os olhos dos meus.

—Estamos...Entendidos.

—Ótimo. Mas e o Edward? - questionei confusa por perceber que Benjamin, ainda não havia dito o porquê de tê-lo chamado.

—Como o tio Edward lê mentes...Ele ficará ao seu lado...Para ajudá-la a saber previamente se os lobos...Que vierem até nós...Estão ou não do nosso lado.

—Quer dizer que ao em vez de ter duas sombras, terei três?

—Basicamente. - ele explicou e suspirei resignada antes de concordar com a cabeça, afinal era uma decisão inteligente.

— É uma decisão coerente e muito bem pensada. - disse séria e ele concordou suave antes de voltarmos a nossa atenção a sua família, que nos esperavam terminar de conversarmos, ou como disse Emmett, termos a nossa primeira discussão de casados.

—Paguem. - Edward disse sorrindo enquanto estendia a sua mão direita aos dois que estavam ao seu lado.

—Não acredito que o Ben, deixou a Mel ganhar?! Ele nunca perdeu uma discussão na vida, a palavra final sempre foi dele... O imprinting realmente é capaz de mudar os lobos. - Ethan disse chocado enquanto tirava uma nota novinha do bolso da frente de sua calça jeans colocando-a na mão do seu tio.

—Poxa Ben, você me fez perder cinquenta dólares...Que decepção. - Emmett disse triste antes de colocar o dinheiro na mão de Edward.

—Que coisa feia. Deixa a tia Esme saber, tio Edward e tio Emmett, que vocês andam apostando de novo, sobre a vida dos outros. E não foi isso que lhe ensinei, Ethan Harry. - Elliot disse sério olhando para os três.

—Você nem devia reclamar Elliot, afinal ganhou uma nota na última vez que apostamos. -Edward disse olhando para o meu sogro que concordou sorrindo.

—E não esqueça que além da grana, ele ganhou um filho. - Emmett disse malicioso e todos olharam para o meu sogro que corou sem graça.

—Agora já chega, vocês estão falando demais.

—De que filho vocês estão falando? - Ethan questionou curioso olhando dos tios para o pai.

—Edward e Emmett apostaram que jamais sairíamos de férias, pois seu pai e eu éramos viciados em trabalho. Então, aproveitamos que Ária já havia organizado tudo para o seu casamento e viajamos para a Riviera Francesa, para aproveitar nossos últimos momentos juntos antes dela se casar...E o resto você já sabe. -minha sogra explicou assim que entrou na sala e cumprimentou seu marido com um beijo suave nos lábios.

—E o que fez...Com o dinheiro...Que ganhou da aposta, papai? -Benjamin questionou curioso enquanto olhava para os pais.

—Criei uma bolsa de estudos, para financiar a faculdade das crianças do orfanato em que cresci. Transformei um momento de descontração entre nós, em uma porta de entrada para a educação superior, para aqueles que sairiam do orfanato sem uma perspectiva...Além de ajudar os outros ganhei um filho maravilhoso, um lembrete permanente das férias incríveis que passamos na Riviera Francesa. - Elliot disse olhando para Ethan que sorriu amoroso para os pais.

—Tenho até medo de perguntar...O que vocês dois aprontaram...Ano passado, quando foram passar...O final de semana...Nas montanhas. -Ben disse e sua mãe sorriu suave enquanto olhava para o filho.

—Acho melhor...Você não perguntar. - Edward disse franzindo a testa e Elliot olhou para a esposa.

—Leah, você não devia ficar pensando nisso perto de alguém que lê mentes. - ele a repreendeu com carinho.

—O que é bom precisa ser relembrado e revivido, querido. - ela segredou suave para o marido que corou sem graça enquanto riamos.

—Depois o papai fica dizendo, que não sabe pra quem puxei. -Ethan segredou olhando para a mãe que revirou os olhos enquanto ainda riamos.

—Pelo jeito que estão rindo, a piada devia ser muito boa. - Jacob disse sorrindo ao entrar na sala e nos ver rindo.

—Você não faz ideia. - Emmett disse rindo maliciosamente enquanto olhava para todos da sala.

—Tio Jake...Papai...Nos contou...Que gostaria de conversar conosco...O que houve? - Ben questionou preocupado olhando para Jacob.

—Enquanto vocês dormiam, me transformei para saber se a patrulha que mandei antes de chegarem aqui, havia achado algum rastro dos seus irmãos de bando que fugiram de La Push.- Jacob explicou enquanto olhava para Benjamin.

—O que eles disseram? Eles encontraram os lobos refugiados? - questionei esperançosa enquanto olhava para Jacob e Benjamin segurou a minha mão direita.

—Sim, eles conseguiram encontrar alguns deles e suas famílias. - ele disse sorrindo e respiramos aliviados ao ouvirmos a boa notícia.

—Mas? -Benjamin questionou sério sem desviar os olhos de Jacob, que ficou triste de repente, denunciando que as noticias não eram tão boas assim.

—Muitos deles estão fracos e machucados...Houve uma batalha para defender seu território, depois que tiramos seus avós de La Push...Muitos não resistiram aos ferimentos enquanto fugiam...E nenhum deles tem noticias sobre Seth e sua família...Sinto muito. - Jacob disse com dor enquanto olhava de Benjamin para a sua família.

—Eu preciso...De ar...-Benjamin sussurrou com dor soltando a minha mão antes de se levantar do sofá, mas fraco como estava ele acabou perdendo as forças.

Ele só não caiu no chão porque o puxei novamente para o sofá antes de abraça-lo com carinho, enquanto meu marido chorava de dor em meu peito, pela perda dos seus irmãos de bando. Ninguém ousou dizer uma palavra naquele momento, todos ficamos ali em silêncio ouvindo os lamentos de dor de Benjamin, que sussurrava vários nomes desconhecidos para mim, antes de se entregar novamente a dor.

Uma dor que durou o dia inteiro se estendendo até a madrugada, quando desmaiou de exaustão em meus braços e Emmett o levou para a cama.

Deixei meu marido adormecido com seu tio, antes de sair decida do quarto com o celular de Benjamin em mãos. Entrei no banheiro que havia perto da sala, tranquei a porta e liguei o secador de cabelo, impendido assim que todos os seres sobrenaturais que estavam na casa me ouvissem, antes de procurar um número especifico na agenda, achei que o encontrei tive que esperar pacientemente na linha até que fosse atendida.

—É bom saber que ainda está vivo, priminho. Odiaria saber que os efeitos de ter seu posto de alfa roubado, me tiraram a chance de ver a vida sumindo dos seus lindos olhos castanho escuros. -Leticia disse maldosa antes de sorrir do outro lado da linha.

—Não é o Benjamin que está falando, Leticia. -disse friamente e ela sorriu surpresa do outro lado da linha.

—Hora, Hora, por essa não esperava...Então, você deve ser o segredinho muito bem guardado do meu priminho?! Não acredito que o Ben se envolveu novamente com uma qualquer?! Será que ele nunca vai aprender? - ela questionou fingindo preocupação com o primo do outro lado da linha e revirei os olhos.

—Não sou uma qualquer Leticia, sou a mulher dele e não vou mais admitir, que continue machucando meu marido e muito menos seus irmãos de bando. Se é uma guerra que você quer pelo lugar de alfa na tribo Quileute, será uma guerra que terá. - disse furiosa e ela gargalhou alto, como se não acreditasse no que estava falando.

—Você não tem força ou autoridade para me impedir, garota. Você deve ser mais uma idiota, com quem meu primo transa sem compromisso, que acabou caindo de amores por ele...Alguém medíocre e sem importância.

—Se sou alguém medíocre e sem importância como você acaba de dizer, como saberia que Benjamin é o alfa da tribo Quileute e que você, a priminha invejosa, roubou o lugar dele? - questionei desafiadora e ela perdeu o ar por um instante.

—Você só saberia se fosse...- ela sussurrou em choque do outro lado da linha e a interrompi.

—Pois é, priminha querida...Sou o imprinting do seu priminho. -disse vitoriosa e ela sorriu alto o que me deixou confusa, afinal havia conseguido desestruturá-la minutos atrás.

—Você pode até ser o imprinting do meu priminho, mas não tem autoridade para me impedir. A única pessoa que poderia fazer isso é o Benjamin, que está a cada dia mais fraco, acho bom começar a pesquisar um bom serviço funerário, priminha. -ela me aconselhou maldosa e respirei fundo, tentando me manter fria e no controle da situação.

Até que uma ideia maluca surgiu em minha cabeça.

Uma que me ajudaria a descobrir onde Leticia estava, o que nos permitiria planejar melhor o ataque contra ela.

—Você está certa, mas se pensar um pouquinho mais, existe outra opção ou melhor, outra pessoa que tem todo o direito de ser o alfa na ausência do Benjamin. - disse sugestiva e ela rosnou louca de raiva, em seguida ouvi a zoada de coisas sendo quebradas.

—Esse cretino não faria isso. - ela gritou com raiva assim que parou de quebrar as coisas que provavelmente estariam ao seu redor. -Ele não pode ter engravidado você...Não vou permitir que essa criança nasça, está me ouvindo?

—Isso é o que veremos Leticia. Vou esperar ansiosa pela sua presença no bebê chá, que dia fica melhor para você? -questionei desafiadora e ela rosnou furiosa.

—Vejo você em três dias e não se preocupe, porque levarei alguns balões coloridos e um lindo presente, para o meu mais novo priminho amado. - ela rosnou com raiva e sorri triunfante.

—A sua atenção me comove. Seria muito incomodo se trouxesse balões azuis? Ben e eu vamos ter um menino, só não conseguimos ainda decidir o nome. Tem alguma sugestão? -questionei fingindo estar interessada na sua opinião.

—Vou...Pensar em algo. Nós vemos em três dias. - ela rosnou com raiva antes de desligar o telefone na minha cara.

Em seguida comecei a pensar na loucura que havia acabado de fazer, que poderia custar a minha vida, mas só de lembrar a dor pela qual meu marido estava passando por ter seu lugar roubado e saber da morte dos seus irmãos de bando, fui dominada por uma coragem e força desconhecidas antes de desligar o secador e sair do banheiro indo em direção a sala de jantar onde todos estavam reunidos, menos Benjamin que estava no quarto dormindo.

—Eu sei onde a Leticia está. - disse com o telefone de Benjamin nas mãos e todos viraram surpresos para me ver.

—O que foi que você fez Melissa? - Edward questionou preocupado enquanto me olhava e suspirei antes de contar a todos o que havia acabado de fazer.