O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 37
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, que promete fortes emoções.
Queria agradecer a todos os comentários lindos que recebo a cada capitulo, e você leitor fantasma, apareça. Adoro conhecer gente nova.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Assim que estacionei o carro na garagem de casa, após um dia estressante de trabalho,

meu celular pessoal tocou anunciando uma mensagem nova, tirei meu cinto de segurança antes de pegar o celular e ler a mensagem da minha namorada, avisando que havia chegado bem em casa e que havia se divertido, o que me deixou feliz, em seguida enviei uma mensagem em resposta, antes de sair do meu carro e ativar o alarme. Entrei em casa e cumprimentei a todos com um beijo, subi para o meu quarto e tomei um banho antes de jantar com a minha família. Durante o jantar, meu sobrinho Arthur, filho caçula de Ária, estava todo animado enquanto nos contava sobre o dez que tirou em matemática, e a sua empolgação nos fez rir.

—Acho que posso ter um grande futuro como matemático. - Arthur disse pensativo enquanto apoiava seu queixo em sua mão direita, como se pudesse vislumbrar o seu futuro.

—Achei que quisesse ser médico como os seus avôs e seu padrinho, filho. - Henry disse confuso enquanto olhava para o filho caçula.

—É quero papai, talvez possa ser matemático médico, o que acham? - meu sobrinho questionou e foi impossível não rimos da sua ideia. - Será que o dindo vai ficar chateado por escolher ser matemático médico ao em vez de só médico?

— Claro que não meu amor e você pode ser o que quiser, não existe limites para os sonhos. - Ária disse amorosa e beijou a testa do filho caçula. - Depois do jantar, podemos ligar para o seu dindo e dizer a ele que você quer ser matemático médico, o que acha da ideia?

—Eu adorei. - Arthur disse sorrindo saudoso, afinal Ethan havia viajado para um congresso de quatro dias na América do sul.

Depois do jantar fomos para a sala para mais uma noite de jogos em família, algo que sempre fazíamos quando meus sobrinhos estavam em casa, e o jogo da vez era quem sou eu. Ária estava praticamente ficando louca para adivinhar qual animal era, arrancando risadas da família inteira, quando meu celular começou a tocar em cima da mesa de centro, fazendo todos me olharem feio e corei sem graça.

Sempre que ficávamos em família tínhamos uma única regra,  não usar o celular, que ficava sempre em cima da mesa de centro, quando o telefone de alguém tocava ele até poderia atender, mas devia colocar cinquenta libras no “cofre das crianças”, que pertencia aos meus sobrinhos e ficava na cozinha ao lado do pote de biscoitos caseiros, sempre cheio dos amanteigados feitos por Stella.

—Benjamin, você acabou com o meu momento, estava quase acertando...- Ária reclamou e me desculpei sem graça antes de pegar o meu celular pessoal de cima da mesa, vendo que era uma ligação de Mel.

—Me desculpem, mas preciso atender é a Mel. - disse saudoso e todos sorriram enquanto minha irmã mais velha tirava a carta da testa para ver que animal era e gemeu frustrada, o que fez todos rirem.

— Não acredito que eu era um lêmure. Porque não me deram a dica de que era um dos personagens do filme Madagascar, família? - Ária questionou indignada e todos riram, afinal todo mundo sabia o quanto minha irmã era competitiva.

—É só um jogo meu amor. - Henry disse carinhoso antes de puxar minha irmã para o seu colo, beijando a sua testa com carinho fazendo-a esquecer de sua veia competitiva.

—Tio, o senhor está nos devendo. - Arthur disse e Charlie concordou me fazendo rir.

—Eu sei meus amores, pago vocês assim que terminar de falar com a minha namorada, tudo bem? - questionei e eles concordaram antes de ir em direção a porta que havia na sala, a qual dava acesso ao jardim de inverno que pertenceu a minha bisavó.

—Oi minha linda, estava com saudades. - disse apaixonado e percebi pela respiração de Melissa do outro lado da linha, que havia algo errado. -Amor, o que aconteceu? Você andou chorando?

Antes de explicar o que estava havendo comecei a ouvi-la chorar, o que fez minhas mãos tremerem por ouvir a minha fêmea sofrer e não poder estar ao seu lado.

—Meu anjo, por favor...Não chora...- sussurrei com dor e senti as lágrimas molharem a minha face, pois a dor dela sempre seria a minha dor. -O que aconteceu, meu amor? Você está machucada?

—Não estou machucada, pelo menos não fisicamente... Me desculpe, não devia ficar chorando ao telefone com você, que não sabe como se comportar ao ver uma garota chorando. - ela sussurrou tentando se fazer de forte assim que parou de chorar.

—Não quero me acostumar a vê-la chorando, se pudesse te protegeria de tudo e todos.

—Eu sei Ben, e o fato de querer me proteger de tudo é o que mais amo em você, mas terá momentos na vida que sairei magoada ou triste como agora, mas saber que estará ao meu lado é o melhor consolo que posso ter.- ela disse ainda com a voz chorosa.

—Sempre vou estar ao seu lado, não importa o que aconteça. - disse preocupado enquanto prestava atenção na sua respiração, tentando notar se ela ainda estava chorando e decidi que precisava abraça-la, que precisava ter certeza de que Mel estava realmente bem. -Eu vou até você, preciso saber se está realmente bem.

—Não precisa meu amor, estou bem.

—Melissa, me peça qualquer coisa menos isso. - sussurrei angustiado por ela me impedir de vê-la.

—Estou bem, juro. Não precisa se preocupar. - ela assegurou e gemi a contra gosto.

—Sempre vou me preocupar com você porque te amo Melissa, nunca se esqueça disso.

—Eu também te amo Benjamin e nunca vou me esquecer. - ela jurou, mas ainda queria saber o que havia acontecido para que Mel me ligasse aos prantos.

—Melissa, o que aconteceu? Porque me ligou chorando? - questionei preocupado com o coração acelerado em antecipação ao que Mel iria me falar.

—Contei pra minha família sobre o nosso namoro e foi pior do que imaginava. Prefiro não lembrar as coisas horríveis que o Theo me disse... - ela sussurrou com a voz chorosa e meu corpo tremeu de raiva, ao saber que ela estava sofrendo novamente por culpa do irmão mais velho.

Havia insistido com Melissa de que gostaria de estar ao seu lado quando isso acontecesse, mas ela fez questão de contar sozinha e concordei a contragosto, pois não brigaria com ela por isso, só não imaginava que as coisas sairiam do controle ao ponto de fazê-la chorar dessa forma.

—O que o Theo falou pra você? -sibilei fechando a mão esquerda em punho com força, tentando controlar a raiva que crescia dentro de mim e fazia meu corpo esquentar.

Quem eles pensavam que eram, para fazerem a minha fêmea chorar?

Melissa não estava mais sozinha para não ter quem brigasse por ela, agora ela tinha a mim, e seria capaz de enfrentar o mundo por ela.

—Não vale a pena repetir nada do que ele disse, Benjamin. Não quero piorar as coisas, já basta o que aconteceu minutos atrás.- ela disse tentando minimizar o que houve e isso me deixou furioso.

—Não ouse se sentir culpada pelo comportamento deplorável do Theo, Melissa. Já passou da hora deles pararem de controlar a sua vida. Você tem vinte e um anos, pelo amor de Deus, é uma adulta perante a lei e não uma criança pequena, que precisa que alguém segure a sua mão para atravessar a rua...Você é dona da sua vida e não precisa dar satisfações pra ninguém, muito menos para os seus irmãos mais velhos.- disse sério furioso e a ouvi soluçar do outro lado da linha, só então percebi que havia me descontrolado com a única pessoa que não poderia fazer isso.

—Por favor, não briga comigo também...Posso suportar brigar com qualquer um, menos com você. - ela soluçou do outro lado da linha e me senti a pior pessoa do mundo naquele momento.

Meu coração se apertou só de ouvi-la chorar por minha causa.

Que tipo de namorado eu era?

Ao em vez de confortá-la, estava lhe fazendo se sentir pior do que ela já estava.

Melissa não podia ser o alvo da minha frustação e raiva, todos esses sentimentos deviam ser direcionados aos seus irmãos, para ela tudo que deveria demonstrar era amor, cuidado e proteção. Perceber que a havia feito chorar mais, me destroçou por dentro, por isso respirei fundo tentando controlar meu lado Clearwater, que estava queimando de raiva naquele momento, para falar com Melissa.

—Não estou brigando com você, meu amor. Me perdoe por ter me descontrolado, por tê-la feito chorar ainda mais...Perdão por ter perdido a cabeça...Deus, você é o meu amor, minha vida, querida e não quero que tenha medo de mim... Me perdoa Melissa, por favor...- implorei entre lágrimas para o telefone, porque poderia suportar qualquer coisa, menos saber que ela estava com medo de mim.

Não suportaria ver Melissa se afastar de mim, depois de tudo que havíamos vivido juntos, isso me mataria.

—Eu te perdoo de todo o coração, Benjamin e não tenho medo de você. Sei que jamais faria algo para me magoar e você também é o meu amor, minha vida, querido. - ela disse com a voz mais calma antes de sorrir o que me deixou confuso. - Acho que acabei de ter um vislumbre do seu “doce temperamento” provocado pelo sangue quente dos Clearwater, que corre nas suas veias.

—Acho que sim...Me perdoe, meu anjo. - disse ainda culpado por meu descontrole.

—Eu já te perdoei, entendo o seu lado, tenho certeza que se estivesse no seu lugar agiria da mesma forma. -ela disse suave e fiquei sem entender como alguém poderia dizer algo ofensivo para Melissa.

Ela era sempre tão doce, gentil, altruísta, delicada e amorosa que deveria ser considerado um crime ofendê-la. Talvez, essa fosse uma das razões para a magia Quileute ter escolhido Melissa Hastings para ser minha fêmea, afinal um anjo como ela, precisava ser protegida do mundo cruel em que vivíamos.

—Prometo a você, meu anjo, que essa será a última vez que seus irmãos ou qualquer outra pessoa, falará algo que a faça chorar. Não vou permitir nunca mais, que ninguém magoe a garota que amo. - jurei ao telefone e espirito animal que vivia dentro de mim concordou sério, mas em pensamento nos dois concordamos que os irmãos da nossa fêmea mereciam saber que ela não estava mais sozinha.

—É bom ouvir isso, me faz ter a sensação de que você irá me proteger de qualquer coisa. - ela disse um pouco mais tranquila e isso me deixou mais calmo.

—E eu vou Melissa. Você é a minha garota e não vou deixar ninguém nunca mais te magoar e muito menos te machucar, não importa quem seja terá que passar por mim antes. - disse sério e ela agradeceu antes de sorrir suave.

—Achei que estava namorando um farmacêutico e não o Superman. - ela brincou e sorri suave antes de olhar para o alto.

Se você soubesse da verdade meu anjo...

 -É bom te ouvir rindo...Queria poder estar ao seu lado agora. - disse angustiado por estar longe. -Me deixa ir até você, Mel, por favor.

—Apesar de querer muito a sua companhia, acho melhor não.

—Porque não quer que eu vá até aí, Melissa? - questionei aflito por ela não me querer por perto.

—Não quero que vocês se conheçam dessa forma, com todos nervosos, não quero que digam ou façam algo que venham se arrepender depois. Tudo que mais desejo é que os homens da minha vida se entendam e se respeitem, porque eu amo os quatro e quero poder conviver em paz com todos. -ela disse suave e sorri emocionado ao ouvir as suas palavras.

Mal podia acreditar que Melissa havia me considerado digno de entrar na lista dos homens da sua vida, que incluíam seus irmãos e seu pai.

—Você não sabe o quanto me fez feliz por falar isso. -admiti sincero, pois sabia a importância dessa classificação para ela. -Muito obrigado por me considerar digno disso.

—De nada meu bem, se soubesse que seria tão importante para você teria falando antes, querido. -ela disse se desculpando e sorri surpreso por sua doçura. - Agora fiquei curiosa, se você pudesse estar ao meu lado nesse momento, o que faria?

Ouvir o seu questionamento me fez sorrir aliviado, por perceber que estava conseguindo distrai-la um pouco de tudo o que ela havia passado horas atrás. E uma ideia me passou pela cabeça, da qual tinha certeza que ela gostaria muito.

—Feche os olhos minha linda. - pedi e ela sorriu surpresa por meu pedido.

—Tudo bem, estou de olhos fechados. - Mel disse ansiosa pelo que iria acontecer e ri antes de respirar fundo, controlando os resquícios de raiva que ainda permaneciam em mim.

Porque meu imprinting não merecia presenciar novamente meu descontrole, ela só merecia todo o meu cuidado, amor e proteção.

—Eu te envolveria nos meus braços...Te abraçaria forte, protegendo-a de tudo...Beijaria cada centímetro do seu rosto...Desceria para o seu pescoço, onde o acariciaria com a ponta do meu nariz antes de sentir seu cheiro delicioso de canela...Faria cafuné em seu cabelo, sem pressa de acabar o momento...- sussurrei com a voz suave como veludo e ouvi minha namorada gemer satisfeita do outro lado da linha, o que me deixou feliz, por perceber que ela havia esquecido por hora o que havia acontecido em sua casa.

—Isso é bom...Gosto quando você faz cafuné no meu cabelo...E o que mais? - ela sussurrou manhosa e sorri, pois sabia o quanto ela adorava cafuné no cabelo.

—Te beijaria até perdermos o fôlego...E quando o recuperássemos, faria tudo de novo outro vez, sem pressa de terminar o momento. -disse suave e ouvi Melissa gemer satisfeita do outro lado da linha, o que me fez rir malicioso. -Melissa?

—Você precisa fazer isso quando estivermos juntos...Só de imaginar já foi bom, imagina acontecendo de verdade...Acho que meu coração não vai aguentar essa emoção toda. - ela disse preocupada e sorri do seu comentário.

—Não se preocupe, sou muito bom em reanimação cardiopulmonar, mas espero nunca ter que usar essa habilidade em você. -disse e balancei a cabeça de leve afastando essa imagem da minha mente, do corpo de Melissa pálido e sem vida na minha frente, enquanto tentava trazê-la de volta de maneira desesperada.

—Se for tão prazeroso quanto imaginei, acho bom reconsiderar, pois algum dia, você vai acabar me causando um ataque do coração. -Mel brincou suave e sorri surpreso e agradecido por seu comentário, por mesmo sem saber ela tentar me distrair de um pensamento tão horrível como aquele. -Porque tenho certeza que em algum momento, meu coração não vai aguentar tanto amor assim.

Se ela já ficava totalmente entregue aos meus beijos e carinhos inocentes, respondendo da melhor maneira possível, imagine quando estivéssemos juntos de verdade...

Quando estivesse amando-a de corpo e alma, demonstrando todo o sentimento que sentia por ela e que crescia dentro do meu coração a cada dia, tão forte e profundo...Com certeza meu coração explodiria de felicidade e amor.

—Vai Melissa e você ainda não viu nada, meu anjo. -sussurrei e meu corpo se arrepiou só de imaginar o momento que estivéssemos juntos de verdade. – Prometo que assim que tivermos a oportunidade de ficarmos a sós, vou comprimir tudo que a fiz imaginar.

—Vou esperar ansiosa por isso, meu bem. -ela disse ansiosa e sorri da sua animação, mas ouvi uma batida na porta, bem franca pela distância, em seguida ouvi uma voz masculina chamando seu nome.

—Preciso desligar querido, meu pai está batendo na porta. -ela disse triste e senti a raiva tomar conta de mim de novo, me fazendo lembrar do que havia motivado a sua ligação. Mas antes que pudesse perder a paciência de novo, com a pessoa errada, respire fundo.

—Espera Melissa, tem certeza que ficará bem? Tem certeza que não quer que eu vá até aí? Posso te buscar e leva-la para qualquer lugar, meu amor. - questionei preocupado e ela sorriu doce, o que me deixou confuso.

—Tenho. Pelas vozes alteradas que ouvi do meu quarto, depois que sai correndo da sala, meu pai repreendeu meus irmãos, o que me deixou surpresa. Não precisa se preocupar, vou ficar bem. Confia em mim?

—Confio.

—Que bom, eu te amo querido, me desculpe por ter ligado nervosa daquele jeito, não quis te preocupar ou atrapalhar a sua noite. -ela disse envergonhada por ter me incomodado.

—Não se desculpe, Mel, sempre vou me preocupar com você...E você jamais atrapalha, meu anjo. - disse e ouvi novamente seu pai batendo na porta.

—Já estou indo, pai. - ouvi ela falar abafado pelo telefone, provavelmente ela havia afastado o celular do ouvido, mas com a minha audição de lobo podia ouvir perfeitamente bem, apesar da intenção dela. - Preciso desligar, Benjamin, meu pai quer falar comigo.

—Tudo bem, eu entendo, por favor, me ligue depois que terminar de conversar com seu pai, quero saber se você está bem. -implorei com o coração apertado em saber que não ouviria mais a sua voz.

—Eu te amo, Ben e tenha um boa noite.

—Eu também te amo, Mel e tenha um boa noite. - disse amoroso antes dela desligar.

Depois que desliguei o telefone, a raiva tomou conta de mim novamente e sai do jardim de inverno e fui em direção a mesinha que ficava na sala, onde a chave do meu carro ficava. Podia ouvir as vozes da minha família questionando para onde iria, mas não parei para lhes responder, pois precisava ter certeza de que a minha fêmea estava bem.  

Havia prometido que não iria até a sua casa tomar satisfações com seus irmãos e respeitaria minha promessa, mas nada me impediria de ficar estacionado com meu carro do outro lado da rua ouvindo o que se passava dentro da sua casa, tendo certeza de que ela estava bem. E se Melissa precisasse de mim, estaria a postos para defender a minha fêmea de qualquer que ousasse machucá-la, não importasse qual forma.

Cheguei à casa de Melissa em tempo recorde e pela calmaria que estava o local, com certeza toda a confusa que aconteceu antes já não existia mais, peguei meu celular pessoal para ver se havia alguma ligação perdida ou mensagem da minha namorada, mas não havia nada o que me deixou preocupado. Olhei novamente para a casa dela, me concentrando no som da sua respiração e do seu coração, que já os conhecia tão bem, e respirei aliviado por perceber que eles estavam calmos, confirmando que sua falta de notícias era provavelmente porque ela havia pegado no sono, o que era previsível depois de todo o cansaço emocional pelo qual havia passado mais cedo.

Assim que vi as inúmeras ligações de todos da minha família, gemi culpado por sair de casa transtornado e sem dizer para onde ia, deixando-os preocupados.

Respirei fundo antes de ligar para o meu pai, que atendeu rapidamente.

—O que deu na sua cabeça, para sair cantando pneu pela rua daquele jeito, Benjamin Elliot? - meu pai questionou furioso do outro lado da linha. -Podia esperar essa atitude doida dos seus irmãos, mas não de você. Acho bom ter uma justificativa para o seu comportamento meu rapaz, sei que é adulto, mas não tem o direito de sair feito louco no seu carro e nos deixar preocupados.

—Eu sei papai, me desculpe. A Mel me ligou aos prantos dizendo que havia brigado com os irmãos e não pensei direito, só peguei o carro e vim vê-la. - expliquei culpado por deixar minha família preocupada, mas não tinha como ser racional quando se tratava do meu imprinting.

—O que aconteceu com a Melissa? - meu pai questionou preocupado e ouvi a minha mãe lhe pedir para colocar na viva voz.

—Filho, estamos lhe ouvido, o que aconteceu com a sua fêmea? Você precisa de ajuda? - mamãe questionou preocupada com sua nora. Pelo seu tom de voz, se precisasse dela para uma possível luta, sua loba não me negaria ajuda, apesar da minha mãe não se transformar a anos.

Respirei fundo antes de contar tudo o que minha namorada havia me falado por telefone, e ninguém da minha família ficou feliz com a atitude dos irmãos de Mel.

—Esses seus cunhados são uns idiotas. Se você não bater neles eu bato, Benjamin Elliot. - mamãe disse furiosa do outro lado da linha e gemi frustrado por não poder fazer isso, pois estava preso a promessa que havia feito a Mel.

—Leah, violência não leva a nada. - meu pai disse e ouvi mamãe sorrir sem humor.

—Jura Elliot? Quem foi que perdeu a calma e bateu em um lobisomem, porque ele machucou a sua mulher? - mamãe questionou e fiquei surpreso pela coragem do meu pai em enfrentar um transfigurador.

—Pai, o senhor podia ter se machucado ou pior. - disse preocupado com o seu descuido no passado.

—Eu sei, mas não estava pensando direito, quando se trata da minha família perco a cabeça Benjamin, e como seu pai, peço que não siga meu exemplo. Por favor, não faça nada que resulte em você ou na Mel, e muito menos nos irmãos dela, se machucando. Me promete? - meu pai implorou e respirei fundo concordando.

—Mel me fez prometer que não iria fazer nada e não vou pai.

—Então porque ainda não veio pra casa? - mamãe questionou preocupada.

—Porque preciso ficar perto dela...Preciso ter certeza de que ela está bem, mesmo que estejamos tão perto e ao mesmo tempo tão distante. - disse sofrendo por estar longe do meu amor.

—Entendo filhote, leve o tempo que precisar, só volte pra casa quando tiver a certeza de que a sua fêmea está bem.

—Obrigado pela compreensão e Obrigado por se preocuparem com a Melissa. - disse comovido com o carinho da minha família para com a minha namorada.

—A Melissa virou parte da família, no momento em que se tornou seu imprinting e sempre protegemos a família, Benjamin, não importa o que aconteça. -meu pai disse sério do outro lado da linha e sorri emocionado por ouvi-lo citar o lema que meu padrinho, seu tio avô, sempre me dizia. Mas antes que pudesse agradecê-lo, ouvi alguém batendo no vidro do meu carro o que me deixou confuso, afinal não conhecia ninguém naquele bairro além da minha namorada.

Apertei o botão que ficava no painel do meu carro, abaixando a janela do passageiro para ver quem estava do outro lado e fiquei sem reação ao olhar o pai de Melissa ali, o qual reconheci pelas fotos que ela me mostrou da sua família certa vez e pelo jeito, não era o único surpreso ali também.

—Pela primeira vez na vida, a senhora Scott realmente fez um grande favor em ser tão observadora e zelosa com seus vizinhos. - o senhor Hastings segredou me olhando e pisquei confuso e ele sorriu.

—Você não deve estar entendo nada...Mas a minha vizinha, a senhora Scott, veio muito preocupada me dizer alguns dias atrás, que a minha filha sempre chegava em casa no mesmo carro e que demorava horas dentro dele antes de descer, por isso ela me deu o número da placa e do modelo, para que soubesse com quem a Mel andava pegando carona. Por que segundo ela, a minha filha poderia estar correndo risco de vida. - ele disse e fiquei ofendido, por eles acharem que colocaria a garota que amo em risco.

—Jamais machucaria a Melissa, eu a amo. -disse sério e ele sorriu feliz o que me deixou confuso.

—Pelo jeito que ficou ofendido por acharmos que poderia machucar a minha filha, o senhor deve ser o doutor Benjamin Thompson, dos laboratórios Thompson ou estou enganado? -o pai de Mel questionou me olhando e pisquei confuso ainda surpreso por vê-lo ali.

—Não senhor Hastings, sou o doutor Benjamin Thompson, mas por favor, me chame apenas de Ben.- disse ainda sem acreditar que meu sogro estava do outro lado da janela do meu carro.

—Que bom que não estou errado. - ele disse suave e olhou para fora antes de voltar a sua atenção pra mim. - Gostaria de entrar e tomar uma xícara de chá Ben? Está muito frio aqui fora.

—Claro. - disse surpreso por seu convite.

Sem dizer uma palavra sai do meu carro e liguei o alarme em seguida, antes de acompanha-lo em direção à sua casa, sem saber o que esperar do seu convite para uma xícara de chá


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer durante essa xícara de chá?
Segunda prometi.
Beijos e um bom final de semana.



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