O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 32
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, espero que estejam preparados, pois esse promete.
Estou ansiosa para ler os comentários de vocês sobre ele.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Contar para minha mãe que havia beijado Benjamin me deixou constrangida, afinal ela era a minha mãe, mas no fim consegui ficar à vontade para lhe contar tudo que aconteceu, e ela ficou feliz por meu primeiro beijo ter sido tão especial e com alguém que eu amava.

—E quando poderei conhecer meu mais novo genro? - mamãe questionou animada assim que terminei de falar e sorri surpresa.

—Mãe, ele é o seu primeiro e único genro. - lembrei, afinal nunca havia tido um namorado antes de Benjamin.

—Eu sei querida, mas quando poderemos marcar um belo almoço para todos se conhecerem?

—Seria errado querer mantê-lo só pra mim por um tempo? - questionei temerosa por sua resposta e ela sorriu negando.

Tinha medo de que quando conhecesse a minha família, principalmente os homens Hastings, meu namorado percebesse que eu não valia a pena tanto esforço e dor de cabeça. Preferia construir um relacionamento sólido antes de apresenta-lo a minha família.

—Não filha, se estivesse no seu lugar faria a mesma coisa. Mas então, quer dizer que as coisas ontem à noite entre vocês foram animadas? - mamãe questionou maliciosa e senti meu rosto esquentar.

—Juro que tentei me comportar mãe, mas toda vez que ele me tocava, acabava perdendo a razão...Deus, nem consigo acreditar que o agarrei daquele jeito...- sussurrei envergonhada escondendo meu rosto em minhas mãos e mamãe sorriu amorosa.

—Filha, está tudo bem, isso é normal. Vocês se amam, é natural que a razão saia de cena para que a paixão os domine. -ela disse tirando minhas mãos do meu rosto para que pudesse ver meus olhos castanho mel, os mesmo que herdei dela. -Querida, é como vocês dizem hoje em dia, não tem nada demais em dar uns amassos no seu namorado, desde que seja o seu desejo e e que esteja confortável com ele, só por favor, Mel sejam responsáveis, pois a paixão cega.

—Cega como mãe? - questionei confusa e ela sorriu suave enquanto acariciava meu rosto com carinho.

—Cega do tipo, em que uma hora vocês estão apenas nos beijos e na outra estão transando. - mamãe disse obvia e senti meu rosto esquentar ainda mais, enquanto desejava que um buraco me engolisse naquele momento.

—Mamãe. - disse constrangida e ela me olhou surpresa.

—Não é como se estivéssemos tendo essa conversa pela primeira vez, Melissa. Tudo bem, que antes você não tinha um namorado, mas não custa nada conversarmos novamente.

—Mãe, me lembro dessa conversa, que foi extremamente constrangedora para uma garota de doze anos na época, e juro que não fomos além dos beijos. - jurei olhando nos olhos da minha mãe, tentando escapar desse assunto constrangedor.

—Acredito em você, filha, mas vou marcar uma consulta com a doutora Morgan para você. - ela explicou citado o nome da sua ginecologista, e sabia que não adiantaria querer fugir dessa situação, que me faria corar como um tomate, pois tinha certeza que minha mãe não iria desistir desse assunto. -Só me diga em qual dia e horário estará livre?

Apesar de estar constrangida com a situação, agradecia por mamãe se preocupar comigo, querendo que aproveitasse meu relacionamento de maneira segura e saudável.

—Vou ver na minha agenda e mais tarde lhe digo, mamãe. - disse resignada e ela concordou com carinho antes de beijar a minha testa e sugerir que precisava descansar um pouco.

Assim que estava sozinha em meu quarto, fui em direção ao banheiro tomar um bom banho antes de cair na cama, mas assim que me deitei e virei para o lado parecia que havia algo faltando e sabia muito bem o que, ou melhor quem. Olhei para o espaço vazio como se de alguma forma, Benjamin fosse aparecer ali e me puxar para os seus braços, que havia se tornado o meu porto seguro em tão pouco tempo, sem pensar direito peguei meu celular pessoal e fui na discagem rápida onde estaria seu contato, o telefone chamou por alguns minutos antes de ser atendido.

—Ben...-sussurrei saudosa me sentando na cama com o coração acelerado, só de imaginar ouvir a sua voz.

—Não querida, é a mãe dele, a Leah. - a voz feminina disse do outro lado da linha e foi impossível disfarçar a minha decepção. - O Ben esqueceu o celular na sala, estava levando-o para o seu quarto quando você ligou. Quer que eu o acorde, para falar com você?

—Não precisa senhora Thompson, deixe-o dormir. -disse me lembrando do quanto Benjamin parecia cansado pela manhã, como se tivesse passado a noite em claro. E a julgar pelos carinhos constantes que senti em meu cabelo durante toda noite, com certeza ele passou a noite toda em claro.

—Tem certeza, Mel? Sei que meu filhote gostará de ouvir a sua voz. - ela ofereceu e apesar de ficar tentada em ouvir a voz dele sabia que Benjamin precisava descansar, afinal ainda teríamos que trabalhar daqui a algumas horas.

—Tenho senhora Thompson, não tinha nada de importante para dizer.

—Quando amamos alguém tudo é importante Melissa, até as coisas mais simples. - ela disse e fiquei surpresa por ela saber do nosso relacionamento.

—Como a senhora...- sussurrei confusa e ela sorriu doce.

—As mães sabem quando seus filhos estão apaixonados. Você faz muito bem ao meu filho, bem de uma forma que nunca o vi e obrigada por fazê-lo feliz, Mel. - ela agradeceu amorosa e senti as lágrimas molharem a minha face.

—Não precisa agradecer senhora Thompson, eu que deveria agradecer a senhora, por ter dado a vida a uma pessoa tão incrível quanto o Benjamin...A senhora me deu o meu primeiro amor e lhe serei eternamente grata por isso. - disse com a voz embragada, tentando controlar minhas lágrimas.

—Não precisa agradecer Mel, vocês estavam no destino um do outro e não importa o que aconteça, sempre irão encontrar o caminho de volta para o outro. - ela disse convicta e senti o meu coração se aquecer com as suas palavras, me dando a certeza de que elas eram verdadeiras.

Em seguida nos despedimos, mas antes ela me prometeu que assim que o filho acordasse iria lhe dizer que havia ligado e agradeci por seu cuidado e carinho.

Resignada, voltei a me deitar na cama olhando para o espaço vazio que sempre houve em minha cama, mas agora meu coração desejava que Benjamin estivesse ali para preenche-lo.

—Sinto sua falta amor. - sussurrei para o espaço vazio antes de pegar no sono.

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Até meu pai notou algo diferente em mim quando desci para almoçar, após meu sono revigorante, o que me deixou preocupada com a possibilidade de que a senhora Scott possa ter comentado sobre o estado em que me viu essa manhã, por isso decidi incluir alguns perdedores de cabelo e uma escova extra na necessaire que carregava na bolsa, para o caso de ficar novamente despenteada depois de ter sido beijada por Benjamin, e esperava ansiosa que não demorasse muito para acontecer.

—Mãe, pai, não precisam me esperar para jantar hoje. - disse assim que desci as escadas devidamente arrumada para trabalhar.

—É impressão minha ou você está mais arrumada que o normal? - papai questionou confuso depois que me olhou de cima a baixo.

—Se o senhor visse como as pessoas que trabalham comigo se vestem, acharia que estou malvestida. -comentei tentando desviar a sua atenção da razão do porque estava tão arrumada assim antes de lhe dar um beijo na testa.

—Will, deixe a nossa filha em paz ou ela vai acabar chegando atrasada ao trabalho. - mamãe disse enquanto me empurrava para fora de casa.

—Você vai jantar com o Benjamin, hoje à noite? - mamãe questionou assim que estávamos na segurança da varanda de casa, longe dos ouvidos do meu pai.

—Sim, como estou? - questionei nervosa e ela sorriu com carinho para mim enquanto me olhava.

Havia optado por usar uma calça preta de alfaiataria, uma blusa lisa branca e um blazer verde militar com botões dourados, que havia comprado semana passada com Rafa e Becca, quando havíamos saído para fazer a primeira prova do vestido de noiva de Rafa.

Aquele blazer havia sido amor à primeira vista, e quando o provei tive a certeza de que deveria leva-lo.

—Você está linda, mas acho que seu cabelo ficaria melhor preso. - mamãe disse pensativa enquanto me olhava, imaginando como ficaria de cabelo preso.

Sabia que Benjamin não gostava do meu cabelo preso, ainda me lembrava do dia em que ele deixou a sua opinião muito clara, e só de lembrar disso senti meu rosto esquentar.

—Obrigada pela sugestão mãe, mas prefiro deixa-lo solto. - disse com o rosto corado e mamãe sorriu maliciosa, como se adivinhasse o rumo dos meus pensamentos.

—Você quer dizer que o seu namorado não gosta dele preso. - ela segredou e concordei sem graça antes de me despedir da minha mãe, que me desejou um bom trabalho e um jantar maravilhoso.

Em seguida entrei no carro que solicitei por aplicativo que logo começou a se movimentar e meu celular pessoal começou a tocar insistente, abri a minha bolsa em busca do aparelho, assim que o peguei sorri por reconhecer o nome do meu namorado na tela.

—Ainda estou tentando aceitar que você não me deixou busca-la em casa. - a voz de Benjamin disse desapontado do outro lado da linha e sorri. - Minha mãe me contou que você me ligou, porque não deixou ela me acordar?

 -Não queria te incomodar, você parecia tão cansado quando me deixou em casa e além do mais, estou tentando te proteger do meu pai. -brinquei e ele sorriu suave da minha piada.

— Você jamais me incomodaria Mel e obrigado pela consideração, mas já disse que não tenho medo do seu pai, meu anjo. - ele me lembrou e senti meu coração acelerar mais rápido ao ouvi-lo me chamar de anjo.

—É porque você não conhece a fera. - apontei e ela sorriu suave.

—De feras eu entendo, não se preocupe. - ele segredou como se soubesse do que estava falando. -Você já está na empresa? - questionei olhando para o relógio que usava confirmando que ainda estava no meu horário.

—Já, tive que chegar mais cedo para dar conta da documentação do dia, e você já está aqui?

—Estou a caminho, porque aconteceu alguma coisa? - questionei preocupada, afinal antes dele ser meu namorado era o meu chefe, e tinha responsabilidades no laboratório.

— Não, está tudo tranquilo. E além do mais, se quisesse falar de trabalho ligaria para o seu telefone corporativo, liguei como um namorado saudoso e não como seu chefe chato viciado em trabalho. - Benjamin brincou e foi impossível não rir das suas palavras.

—Ainda bem que você sabe que é um chefe chato viciado em trabalho. - apontei e ele sorriu surpreso por minha ousadia, na realidade até eu fiquei surpresa com o meu comentário.

—Depois que te beijei ontem, você ficou menos inibida senhorita Hastings. - Benjamin apontou curioso do outro lado da linha.

—E isso é ruim? - questionei preocupada e ele sorriu antes de suspirar deliciado.

—Nenhum pouco meu anjo, isso é instigante. - ele segredou com a voz rouca e meu corpo se arrepiou por inteiro, como se Benjamin estivesse ao meu lado.

Foi impossível não me lembrar da sensação dos seus lábios se movendo com os meus, do seu toque em minha pele, dos seus carinhos e tive que morder meu lábio inferior para reprimir um gemido de prazer, diante das memórias tão vivas que se passavam em minha mente de tudo que compartilhamos ontem. Deus, esse homem ia me levar a loucura em menos de dois meses.

—Amor, você ainda está aí? - Benjamin questionou preocupado do outro lado da linha.

—Sim, só me distrai com o trânsito. - menti tentando bloquear as imagens dos nossos beijos, afinal estava indo para o trabalho e lá Benjamin era o meu chefe.

—Você veio dirigindo? Achei que não gostasse de dirigir. - ele me lembrou o que lhe disse em uma das nossas várias conversas de ontem.

—E não gosto, sempre que posso pego carona com meus irmãos, ou peço um carro por aplicativo.

—Se quiser posso ser seu motorista particular, não seria sacrifício algum pra mim e você poderia me pagar com beijos. Sairia muito mais barato no final do mês. - Benjamin ofereceu e sorri da ousadia da sua proposta, que por mais tentadora que fosse, sabia que deveria recusar.

—Acho que não seria apropriado descer do carro do meu chefe na porta do trabalho, estando toda descabelada, amassada e corada. - disse me lembrando de como havia chegado em casa pela manhã e ele sorriu deliciado, como se estivesse se lembrando de algo.

—Se serve de consolo, você também me deixou no mesmo estado ou talvez pior. - ele segredou e senti meu rosto esquentar de vergonha, por tê-lo deixado naquele estado lastimável.

—Me desculpe.  

—Não me peça desculpas por demonstrar o quanto me ama, Mel... A não ser que esteja realmente arrependida de ter correspondido aos meus beijos, é isso o que está acontecendo? -Benjamin questionou com a voz tensa.

—Claro que não Ben, eu te amo mais do que tudo no mundo, e jamais vou me arrepender de ter correspondido aos seus beijos. - disse com o coração apertado, com medo de que ele não acreditasse nas minhas palavras. - Amor, você acredita em mim?

—Acredito, meu anjo. Sei o quanto me ama e você, sabe o quanto te amo?

—Jamais vou duvidar do seu amor por mim. – disse segura, mesmo estando preocupada que seu amor não resistisse quando conhecesse o meu pai e meus irmãos, e ele gemeu angustiado me tirando dos meus pensamentos.

—Deus, como queria te beijar agora...Você está muito longe? - ele questionou necessitado, como se precisasse me ver desesperadamente e o entendia, pois sentia o mesmo.

—O motorista acabou de entrar na rua do conglomerado, porque? - questionei confusa enquanto via o motorista fazer uma curva suave na rua da empresa.

—Porque vou te esperar na escada de incêndio. -Benjamin disse determinado e nem tive como protestar, pois, ele desligou o telefone sem esperar pela minha resposta.

Ainda sem entender o porquê dele me pedir para ir até a escada de incêndio, paguei o motorista e sai do carro, cumprimentado os seguranças enquanto passava meu crachá de acesso pela portaria antes de seguir em direção ao elevador, mas parei no meio do caminho me lembrando do pedido de Benjamin.

Curiosa e ignorando o meu bom senso, segui para a porta que dava acesso as escadas de incêndio. Subi três lances de escadas enquanto chamava por Benjamin, quando estava prestes a desistir de procura-lo e sair por uma das portas de emergência, que davam para as recepções principais dos andares, senti alguém segurar o meu braço antes de me puxar para longe das luzes de emergência. Apavorada, tentei me soltar de quem havia me agarrado, mas parei de lutar assim que reconheci a voz de Benjamin, e meu corpo se arrepiou ao reconhecer o toque do meu namorado.

—Desculpe não quis te assustar, meu anjo. - Benjamin sussurrou me abraçando, tentando acalmar os tremores de susto que tomaram conta do mim.

—Eu devia te matar pelo susto que me deu, achei que fosse ter um ataque do coração. Que ideia foi essa de me agarrar no escuro, Benjamin Thompson? -questionei tentando soar brava, mais ainda estava abalada demais para conseguir.

— Me perdoa meu anjo, não pensei direito. Estava tão louco de saudades de você que não pensei direito, se iria lhe assustar ou não. Você me perdoa? - ele implorou aflito por ter me assustado enquanto me olhava nos olhos.

—Eu perdoo. - disse suave olhando-o graças a fraca luz da lâmpada de emergência que havia nas paredes.

—Obrigado. - ele disse aliviado o que me fez ri baixinho.

 No pouco tempo em que convivia com Benjamin, já havia percebido que ele fazia de tudo para me ver feliz, e se algo que fizesse me deixasse triste ou desapontada, tal reação parecia lhe causar uma dor física, o que sempre me deixava preocupada, pois não queria vê-lo sofrendo. Mas logo seu olhar de alivio foi substituído por um brilho escuro, que ainda não conseguia nomear, mas sabia que todas as vezes que ele me olhava daquele jeito a nossa razão saia de cena, sendo substituída por uma força que sempre nos puxava para perto um do outro e foi nesse momento que tive que concordar com mamãe, sobre a minha visita a doutora Morgan.

—Senti tanto a sua falta Mel, praticamente fiquei louco de saudades. - ele sussurrou rouco sem desviar os olhos dos meus enquanto afastava meu cabelo com uma mão, antes de começar a beijar o meu pescoço sem pressa, provocando um frenesi de sensações dentro de mim.

Estava tão perdida em meio as sensações desconhecidas, que os beijos e os carinhos de Benjamin despertavam em mim, que não percebi que minhas pernas haviam fraquejado, mas antes que pudesse cair no chão ele me segurou em seus braços, sem deixar de olhar em meus olhos.

—Peguei você, meu amor...Vou te segurar para que não cai e se machuque, tudo bem? - ele questionou sério e concordei antes dele me levantar como se não pesasse nada, e passou as minhas pernas em sua cintura.

 Automaticamente envolvi meus braços em seu pescoço, antes dele voltar a beijar de forma desesperada, ao em vez de ficar assustada com a loucura que estávamos fazendo, na empresa e durante o expediente, tudo que fiz foi segurar o seu cabelo enquanto ele segurava as minhas pernas em volta da sua cintura impedindo que eu fugisse, como se quisesse ir a algum lugar naquele momento.

Quando meus pulmões começaram a protestar pela falta de oxigênio, me separei de Benjamin em busca de ar e ele começou a beijar meu pescoço de forma lenta, não me deixando pensar direito.

—Você não sabe o quanto seu cheiro de canela mexe comigo...Ele me deixou doido desde a primeira vez que o senti. - ele sussurrou no meu pescoço e não tive tempo de dizer nada ou de me recuperar dos beijos anteriores, pois Benjamin me beijou novamente.

Não estava conseguindo me reconhecer naquele momento, agarrada a Benjamin como se a minha vida dependesse disso correspondendo a cada beijo ou carinhoso seu, assim que senti o calor das suas mãos em minha cintura, quando a blusa que usava levantou um pouco, meu corpo inteiro estremeceu enquanto gemia de prazer. Estava praticamente a um passo de perder a cabeça, e sabia que meu namorado não estava tão longe disso também.

Nos beijamos até que toda a loucura que estávamos sentindo fosse saciada, restando apenas em seu lugar os beijos doces e calmos do meu namorado. 

— Deus...O que a gente acabou de fazer foi insano. -sussurrei tomando consciência do que havia acabado de fazer e escondi meu rosto corado de vergonha no pescoço de Benjamin. -Me desculpe...Eu não devia...

Deus, o que ele não iria pensar de mim depois de tudo isso?

—Mel, amor, olhe pra mim. - Benjamin pediu carinhoso e neguei envergonhada. -Por favor, minha vida, me deixe olhar seus lindos olhos cor de mel. Me deixe saber o que está te angustiando.

Ainda envergonhada pelo meu comportamento, levantei meu rosto do pescoço de Benjamin e olhei para ele, com extremo cuidado ele me ajudou a descer do seu colo antes de segurar meu rosto em suas mãos, enquanto me analisava com seus olhos castanhos escuros.

—Meu anjo, você está com vergonha de ter correspondido aos meus beijos? É isso? - Benjamin questionou me olhando nos olhos e concordei envergonhada, antes de esconder meu rosto em seu peito.

—Você deve estar pensando o pior de mim. - disse com o rosto corado de vergonha e esperando por sua confirmação, mas tudo que ele fez foi me abraçar com carinho antes de beijar o topo da minha cabeça.

—Jamais irei pensar o pior de você, meu bem. Tudo que fez foi corresponder aos meus beijos e meus carinhos, isso é normal. Não tem nada de errado em retribuir os gestos apaixonados do seu namorado, a não ser que fiz algo que não gostou ou que te deixou desconfortável, foi isso que aconteceu, Melissa? - ele questionou preocupado e levantei minha cabeça para olhar em seus olhos.

—Não, eu gostei de tudo, apesar de não conseguir processar direito o que aconteceu. Era como se alguma coisa tomasse conta de mim. - disse confusa ainda apoiando meu queixo em seu peito, tentando entender o que havia tomado conta de mim

—Isso que tomou conta de nós amor se chama paixão, provocada pela química que temos. E como bons farmacêuticos, entendemos muito bem de química...E a nossa Melissa, é explosiva. - ele segredou satisfeito e tive que concordar, porque só de lembrar de todos os toques e beijos que trocávamos, podia sentir meu corpo sendo consumido novamente pelo calor que seus beijos despertavam em mim.

— E isso vai passar com o tempo? -questionei apreensiva e Benjamin sorriu malicioso.

—Espero que nunca, porque amo a nossa química. - ele disse desejoso enquanto me olhava nos olhos. - E você, Mel, quer que a nossa química passe?

— Não, apesar de não entender metade dos sentimentos que ela desperta em mim. - disse tentando compreender o frenesi que só Benjamin era capaz de provocar em mim.

—Não se preocupe meu anjo, nós vamos entender tudo isso juntos, prometo. - ele jurou olhando nos meus olhos com carinho, como se tentasse descobrir algo neles.

—Tudo bem? - questionei preocupada com a sua análise e ele sorriu concordando antes de acariciar meu rosto com carinho.

—Sim, só estava tentando descobrir algo.

—Que seria?

—Se você gostou ou não dos beijos e carinhos que trocamos minutos atrás?- ele questionou me olhando nos olhos e senti meu rosto esquentar de vergonha, porque uma coisa era admitir em sua mente o quanto aquilo havia sido muito bom, outra era admitir em voz alta e ainda por cima para o seu namorado.

—Meu anjo, não precisa ter vergonha de mim, não quero que faça nada obrigada ou que lhe deixe desconfortável, tudo que quero é que se sinta à vontade comigo.

—Mas eu estou à vontade com você...Talvez até demais...- sussurrei para mim mesma e Benjamin sorriu antes de encostar a sua testa na minha.

—Então, posso concluir que você gostou dos meus beijos e dos meus carinhos de minutos atrás? - ele questionou sorrindo como se estivesse prestes a ganhar o Nobel.

—Sim, foi muito bom. - disse corada e Benjamin sorriu feliz antes de me beijar com carinho. -E você, gostou?

—Mais do que você possa imaginar Mel. - ele sussurrou rouco e me beijou novamente, só que dessa vez não havia desespero ou urgência, e mesmo assim aquele beijo não deixava de mexer comigo.

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Depois de um dia exaustivo de trabalho no conglomerado, Benjamin veio até a minha sala me buscar para o nosso jantar, mas para a minha surpresa ele perguntou se eu não gostaria de irmos ao cinema antes de jantarmos e aceitei, pois, adorava ir ao cinema.

Optarmos por assistir uma comedia, enquanto Benjamin pagava pelos ingressos fui para de um dos fast food comprar pipoca e refrigerante, já com tudo providenciado fomos para a sala do cinema procurar as nossas cadeiras.

— Dois meses atrás, vim com meu sobrinho ao cinema e assistimos a uma animação incrível. - disse enquanto subíamos as escadas da sala em busca dos nossos lugares.

—A última vez que vim ao cinema foi para o aniversário de quatro anos do meu sobrinho Arthur, que pediu para passar a tarde na praça de alimentação. - Benjamin comentou e apontou os nossos lugares antes de irmos para lá.

—E isso faz quanto tempo?

—Quatro anos, já que o Arthur tem oito. - ele explicou e parei de andar para olhar surpresa para o meu namorado que estava sem o paletó e a gravata, que sempre usava na empresa, tendo a camisa social azul escura dobrada até os cotovelos, lhe conferido um ar mais descontraído para o local.

—Porque você passou quatro anos sem vir a um cinema, Ben? -questionei confusa enquanto olhava em seus olhos.

—Falta de tempo, de uma boa companhia...Pra ser sincero, deixei a minha vida de lado para me dedicar exclusivamente a rede de laboratórios, só não era ausente com a minha família. - ele disse pensando no passado e acariciei seu rosto com a minha mão livre.

—Agora você tem a mim, amor e prometo te levar uma vez por mês ao cinema. O que acha? - questionei olhando em seus olhos e Benjamin sorriu feliz antes de me beijar.

—Estou ansioso para isso. - ele sussurrou sorrindo assim que nos separamos e voltamos a caminhar em direção aos nossos lugares.

Nos divertimos muito durante todo o filme, meu coração se alegrou ao ver Benjamin tão sorridente e relaxado durante toda a noite, me dando a certeza de que eu o fazia feliz.

—E chegou à parte que não gosto quando saímos juntos. - ele disse triste assim que estacionou na porta da minha casa.

—Que seria? - questionei já sabendo a resposta, pois me sentia da mesma forma também.

—Te deixar ir embora...Cada vez fica mais difícil deixa-la partir. - ele sussurrou me olhando com dor e meu coração se apertou, por vê-lo sofrendo.

Tirei o cinto de segurança que ainda usava e envolvi Benjamin em um abraço apertado, tentando de alguma forma minimizar a sua dor.

—Eu sei amor me sinto da mesma forma.- sussurrei em seu pescoço e ele beijou a minha bochecha com carinho enquanto ficávamos ali juntos, sentindo o calor e o cheiro do outro, tentado registrar cada mínimo detalhe do outro, permitindo assim amenizar a saudade que sentíamos quando estávamos afastados.

—Eu te amo Mel, mas do que tudo nesse mundo. - ele sussurrou no meu ouvido antes de beijar o meu pescoço com carinho e me abraçar.

—Eu também te amo Ben. - sussurrei suave e me afastei um pouco dele para poder beijá-lo sem pressa, aproveitado ao máximo aquele momento.

Apesar de querer ficar ali nos braços do meu namorado para sempre, tivemos que concordar que já havíamos ficado tempo demais no carro além de estar tarde, trocamos mais alguns beijos antes de descer do carro de Benjamin, mas antes que pudesse caminhar em direção a porta da frente da minha casa dei de cara com a senhora Scott que apareceu do nada.

—Senhora Scott que susto. - disse com a mão no coração tentando me recuperar da sua aparição em minha frente.

—Quem se assusta é porque deve Mel. - ela disse sorrindo suave enquanto segurava a sua cachorrinha Yorkshire terrier no colo.

—Não estou devendo nada para ninguém Senhora Scott, só me assustei porque nunca a vi nesse horário levando a sua cachorrinha para passear.

—Claro que não querida, afinal nesse horário você já estava na segurança do seu lar e não saindo de carros desconhecidos, depois de passar horas dentro dele.- ela disse maliciosa e suspirei, decidindo que não valia a pena discutir com uma senhora que tinha idade para ser a minha avó.

—Boa noite senhora Scott.- disse me despedindo dela sem lhe dar a resposta apropriada que merecia, enquanto caminhava em direção a minha casa.

Afinal, nem as insinuações da minha vizinha fofoqueira, iriam acabar com o meu bom humor hoje.


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